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História Stronger Feeling - Capítulo 27


Escrita por: IzaaBlack

Notas do Autor


Hey people
Espero que gostem, boa leitura

Capítulo 27 - Capítulo 27


POV Natasha
Acordo com os primeiros raios de sol. Meus olhos pesam, ainda cansados, mas me forço a levantar.Tem tanto a ser feito, e de qualquer forma sinto falta de Daryl. Maldito.
Minhas costas estralam quando espreguiço. Glenn está em pé próximo as grades acabando com um zumbi e Beth cochila de forma desconfortável próxima a mim. Acordo-a com uma balançada gentil e ela pisca algumas vezes para se situar. Tão esgota quanto eu e com olheiras embaixo dos límpidos olhos azuis ela se levanta determinada.
Nós três discutimos um pouco sobre o que fazer, com as vozes baixas evitando a atenção indesejada dos cadáveres ambulantes. Beth comenta que a ultima vez que viu Daryl ele estava indo para o Norte, o que me dá uma pontinha de esperança. Concordamos em ir para a floresta e a partir dai dar um giro para procurar pista do resto do pessoal.
Ao contrario do dia anterior, hoje está tranquilo. Não que os zumbis tenham indo embora ou algo assim, mas estão espalhados e entretidos. Fácil de lidar. Com as saís é fácil abrir caminho para fora do cubículo que passamos a noite.
Andamos atentos e estamos quase fora do pátio quando ouço algo que me faz parar. Automaticamente me viro em direção ao som, as saís erguidas em defesa. Fico quieta escutando.
—Qual o problema?- Glenn pergunta sussurrando e passando os pequenos olhos por todo o ambiente.
Inclino a cabeça em direção ao som e ouço claramente os passos. Passos de verdade, nada arrastado. Um barulho de tropeço e um gemido irritado feminino denunciam a mulher antes que ela apareça em meu campo de visão.
É uma mulher de estatura mediana, cabelos negros curtos e expressão variando entre assustada e determinada. Não é uma das nossas, mas também não vejo o ódio que esperava do pessoal do governador. 
—Parada ai- rosno, o tom de voz não chegando nem na metade do que eu gostaria para expressar uma ameaça, alto o suficiente para que ela ouça, baixo para evitar atenção.
—Sou Tara- diz ela com um tom de voz um pouco mais alto do que eu gostaria. Alguns nojentos se viram para nossa direção. Ela joga a arma no chão como uma espécie de retardada- Sinto muito pelo que aconteceu.
Sinto a tensão de meus parceiros. O pequeno dilema entre deixa-la aqui para morrer, mata-la ou só faze-la sofrer mesmo... E aquela parte muito boa que quer ajudar. Por favor, estamos em pleno apocalipse e a esquesita joga a arma no chão. Ela quer provar um ponto.
Impaciente caminho até ela com passos largos, que continua parada e com as mãos erguidas.
—Posso ajudar vocês- diz com a voz um pouco mais firme quando me vê mais próxima- Eu não sabia que ele faria isso, e quando soube já era tarde demais. 
—Isso não importa agora- entre dentes pegando sua arma do chão e enfiando no cós da calça junto com uma outra. Logo depois aponto uma das saís para seu pescoço e faço com que ande.
Glenn me aguarda preparado para qualquer problema e isso faz com que eu suspire mentalmente. 
A partir desse momento tudo se resume em Tara tentando nos convencer de que é do bem e está arrependida. Acredito nela, acredito mesmo, mas isso não quer dizer que eu queira ela por perto. 
Divido minha atenção entre o que ela diz e o que acontece ao redor. Estou impaciente, querendo a cobertura que só a floresta pode dar.
Peso na balança minhas opções enquanto ela divide a historia de vida conosco, mesmo que ninguém tenha perguntado. Minha intuição nunca falhou antes, mas estamos em um maldito apocalipse zumbi, e aparentemente a cada 10 coisas que acontecem 11 acabam nos prejudicando de alguma forma. Penso em como eu estava certa sobre Mich, e tudo mais... Talvez.
—Se quer tanto ser útil, porque não começa nos dizendo o que viu durante a batalha?- pergunto meio agressiva, interrompendo a explicação de como o Governador chegou e foi assumindo o poder. Nada é realmente novidade.
—O que eu vi?- pergunta parando para pensar- Quer saber do resto de vocês não é?
—Sim. Se viu alguém partir, essas coisas.- Sei que de certa forma estou me aproveitando da culpa que ela sente, mas é o que tenho para hoje.
—Um pequeno grupo partiu para lá- diz apontando a direção oposta a que quero seguir- A batalha já tinha acabado, mas estavam ficando cercados de zumbis.
—Como eles eram?- Glenn pergunta por mim, visivelmente esperando que Maggie esteja entre eles.
Ela faz uma curta descrição que bate com Bob, Sasha e Maggie. Suspiro aliviada ao saber que tem mais gente viva.
Glenn cai de joelhos, tanto de alivio quanto de cansaço, a doença terminando de cobrar seu preço. A garota fica preocupada, mas antes que ela ou Beth possam agir eu já estou abaixada ao seu lado.
—Tudo bem, tudo bem- digo ajudando-o levantar. -Maggie está viva, só temos que encontra-la.
Eu finalmente arrasto os três para a cobertura das arvores e então começamos a discutir sobre como ir atrás de Maggie. Meu coração doi, porque sei que não é a direção que Daryl foi. 
(...)
Estamos começando a caminhar quando Glenn para bruscamente e se vira para mim. 
—O que diabos?- pergunto atordoada. 
—Você não pode vir.- diz sério, os olhinhos puxados estão arregalados como se ele compreendesse uma coisa absurda só agora.
—Do que está falando? Claro que posso.
—Daryl está na direção oposta, Tasha. –ele me encara e sorri-Não posso te levar para ainda mais longe dele, quando eu sei a dor que é estar longe de quem a gente ama. 
—Você não está bem o suficiente ainda- digo com o coração apertado, dividido.
—Estou sim.- diz cheio de certeza. – E além do mais, Beth vai estar comigo. Vai dar tudo certo. Já nos separamos antes e não foi nem um pouco agradável, mas dessa vez eu vou saber que está viva e atrás de alguém que você ama. Vou te encontrar depois.
Fecho os olhos emocionada.
—Ah, Glenn- jogo meus braços ao redor e ele me abraça de volta com força. Sinto algumas lagrimas escapando de meus olhos mas não me importa.- Quando encontrar Maggie siga para o norte. Eu vou encontrar Daryl e depois vou encontrar vocês.
—Eu sei que vai.- ele bagunça meus cabelos com carinho- Você é uma ótima caçadora. Vamos tentar nos encontrar por lá daqui a quinze dias, com ou sem nossos parceiros. Ok?
—É idiotice- digo meio que rosnando- Devíamos fazer isso juntos, você tem que me dar três dias para achar o Daryl.
—Em três dias Maggie vai estar muito longe. Você sabe que separar é a melhor chance de ambos encontrarmos quem procuramos. Vai dar certo. 
—Vai.- concordo mesmo que eu não tenha certeza.
Me despeço de Beth com um abraço e lhe entrego a arma de Tara. Nunca tinha visto ela com uma arma antes, mas agora ela está com duas e uma faca. Depois me viro para a tal Tara.
—Faça algo estupido contra um dos dois e vai ser a ultima coisa que vai fazer na vida- digo séria encarando-a nos olhos.- Boa sorte- então abro um sorrisinho assustar e vou embora.
Ir na direção contraria é difícil. Exige muito de mim deixar meu melhor amigo para trás, assim como deixar uma amiga também, e só para piorar os dois estão com uma estranha. Tenho tanto medo de minha intuição falhar dessa vez. De que esta seja a ultima vez que vejo os dois. De que eles sejam os últimos de uma família que eu tinha ganhado. 
Mesmo com todo esse medo me atormentando, não me viro. Não paro. Só sigo em frente, porque apesar de estar deixando um pedaço de meu coração com eles, estou indo atrás de uma parte ainda maior do mesmo.

POV Daryl
Eu sempre me senti melhor sozinho. Nunca precisei de alguém por perto para me sentir bem, menos ainda na floresta, mas aqui estou eu sentindo cada mínimo peso da ausência de uma loira maluca. O pior não é ela não estar aqui- e sim, isso já bem ruim- mas sim eu não fazer ideia de como ela está. Se está viva ou morta. Machucada ou não.
Sinto o peso da destruição de nosso lar com bastante intensidade. Porra, as coisas estavam dando certo mas o filho da puta tinha que chegar e estragar tudo. É tudo uma grande piada, uma grande peça na minha vida. Nunca poderia dar tão certo assim, afinal de contas. Eu nunca cheguei nem perto de merecer Natasha em minha vida, ou ter uma família. 
Mais nova que eu, uma pessoa melhor que eu, claramente bem educada, que frequentava uma faculdade que ela amava. Tinha uma vida inteira pela frente, um futuro brilhante que o apocalipse estragou. E eu era egoísta demais para sentir muito por tudo o que ela perdeu pois estava sendo feliz com o que essas reviravoltas me proporcionaram. 
Alguns zumbis aparecem em meu caminho e desconto todo o meu descontrole neles. Nomes ecoam no fundo de minha mente. Natasha. Bravinha. Carl. Carol. Me sinto afundar no ódio e na merda o que mundo se tornou.
Xingo audivelmente e começo minha busca olhando ao redor a procura de pistas. Qualquer sinal. Pegadas, galhos quebrados, bagunça nas folhas. Natasha é forte demais para simplesmente morrer. Repito isso várias vezes em minha cabeça na esperança de acreditar. E acredito.
Não encontro sinais dela floresta adentro então deduzo que vá encontrar pelas beiradas. Volto para perto da prisão, sem nunca abandonar a cobertura das arvores ou me aproximar demais. Lá tem zumbis o suficiente para encher e transbordar alguns estádios de futebol, contando com as hordas que foram atraídas pelos tiros e com mortos na batalha.
Não sei ao certo quanto tempo leva, mas finalmente encontro a porcaria de uma marca no terreno. Não sei dizer com certeza se é dela, mas pela sutileza acredito que sim. Sei bem que rastrear Natasha Wayland é uma bela desgraça. Não é impossível, mas ela sabe muito bem se encobrir. 
Reparo que vai na direção de que vim, sumindo pior um tempo para em seguida reaparecer. Demoro um pouco, mas finalmente entendo que porra está acontecendo. Ela está indo para onde eu estava. Xingo todos os meus antepassados e os dela. Eu não poderia cair de amor por uma moça indefesa que ficaria esperando eu encontra-la? Não, claro que não eu tinha que fazer isso com alguém que tentaria me achar também. Ela não está seguindo rastros, até porque eu não deixei nenhum nessa área, mas definitivamente está na direção certa. 
Apresso o passo, ciente de que se ela encontrar algum rastro meu vamos ficar um atrás do outro, como que em circulo por dias. 
Já está escurecendo e sei que tenho que parar, fazer uma fogueira e tomar cuidado com os walkers, mas parar significa continuar deixando a vantagem de distancia com ela. Então faço uma espécie de tocha improvisada, em uma tentativa de economizar a bateria da lanterna que sempre está comigo. Acendo vez ou outra para clarear melhor uma marca, mas fora isso mantenho-a desligada.
Não sei quanto tempo passa, nem procuro saber. Acho meu avanço bom o suficiente por um tempo, e procuro um ritmo que não me esgote mas que não seja lento. Preciso dormir, mas não consigo parar. Meu sangue bombeia rápido, e meu corpo exige movimento. Para os sete infernos com o sono, preciso encontrar minha mulher.
O azar que só um Dixon pode ter se mostra presente e acabo dando de cara com três walkers. Meus sentidos estão obviamente atordoados tanto pela distração quando pela sonolência que me atinge aos poucos. O susto faz tudo voltar a atividade e começo a me livrar daquelas coisas. 
Não há tempo para pegar a besta, menos ainda para armar e disparar três vezes, então acabo usando a faca de caça e os pés. No final de tudo estou ofegando no escuro, xingando por entre a respiração. Caralho.
Penso em parar, principalmente agora que a tocha se foi e me dei conta do quão distraído eu estava, mas algo dentro de mim me impele a levantar.
Como está escuro espero meus olhos se acostumarem. A noite está razoavelmente clara e posso ver o contorno das arvores e pedras. Paro para pensar. O ultimo rastro que vi foi a poucos metros, mais sutil que os anteriores. Talvez ela não esteja longe.
Fico em silencio, ouvindo a floresta. Ouço o crepitar de uma fogueira e alguém mexendo em galhos. Meu coração dá um salto no peito e me viro em direção ao som. Perto. 
Me movo com rapidez e passo para uma área plana. Depois de alguns poucos passos vejo a luz fraca de uma pequena fogueira. Passo pela ultima arvore que me tampa a visão e sou decepcionado pela visão de uma pequena fogueira com um zumbi pisando sobre ela. 
Não sei quem fez a pequena fogueira, mas quem quer que seja não está mais aqui. Pego a besta e faço a mira, para longo em seguida acabar com aquela porcaria. 
Acho que quem fez a fogueira foi algum inexperiente da prisão ou do pessoal do Governador, e fugiu com a aproximação no zumbi, então não vejo problema nenhum de usa-la. Principalmente depois que fiz uma pequena busca pelo perímetro sem encontrar nada.
Acrescendo um galho seco ao fogo e começo a me livrar no do corpo meio chamuscado. Ouço passos suaves contra as folhas secas e largo o corpo, armando a besta e me virando em direção ao som.
—Saia já dai ou eu vou atirar- digo firme. Mas ao invés de passos ouço uma sendo travada e risada natural e cheia de vida que faz meu coração falhar.
—É assim que você recebe sua mulher, Dixon?- pergunta com um sorriso lindo entrando em meu campo de visão, na luz. 
Está com os cabelos amarrados em um rabo de cavalo alto, os olhos cansados e as mãos erguidas em rendição. O sorriso parece que vai rasgar seu rosto e tem um macaco noturno amarrado nas costas. Provavelmente fez a fogueira e foi para longe da luz encontrar uma caça. Esperta. Antes que eu possa terminar de olha-la ou reagir ela já puxou a besta de minha mão com violência e deixou cair no chão e se jogou em cima de mim, me apertando com força contra seu corpo. É difícil me equilibrar, mas não ligo.
A aperto de volta, prendendo-a em meus braços e abaixando o rosto para seus cabelos. O cheiro dela continua o mesmo e quase todo o peso sai de meu peito.
—Nunca mais saia de perto de mim- ela diz cheia de raiva contra meu peito. Me afasto um pouco para acariciar seu rosto e encontro lagrimas silenciosas descendo por suas bochechas.
—Um dia sem mim e já está chorando?-brinco e ela me dá um soco leve no ombro.
—Foram dois dias- diz sorrindo de lado para mim- Achei que tivesse morrido. Mas ai achei que não. Senti sua falta.
—Eu também, loira- digo e então puxo-a para um beijo intenso, selvagem e cheio de saudade. Ela retribui na mesma intensidade.
—Nunca mais vai sair de perto de mim- digo contra seu pescoço, entre um beijo e uma mordida. Ela tomba a cabeça me dando mais acesso e sorrio ainda mais.- Vou amarrar você a mim, senhora Dixon.
Isso mesmo. Senhora Dixon. Ela disse que se casava comigo, então é uma Dixon também.
—Idiota- ela meio que rosna puxando meu rosto de encontro ao seu. Seus olhos se fixam nos meus em desafio e então ela captura meus lábios.
Nosso beijo se transforma em uma deliciosa briga por controle, a qual eu não teria problema nenhum em perder.


Notas Finais


E então, o que acharam?


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