História Struggle Within - Welcome to San Francisco

Alana's P.O.V.:

Meu nome é Alana, tenho 19 anos e nasci em Cambridge, na Inglaterra. Estou indo morar em San Francisco e até que eu encontre um lugar onde possa me estabelecer, vou passar uma temporada na casa de meu grande amigo, Lars Ulrich, que está morando com outros três caras que ainda não tive o prazer (ou o desprazer, nunca se sabe) de conhecer.

Já passa de meia hora depois do horário em que combinamos e nada daquele anãozinho de jardim! Estava esperando (in)pacientemente quando senti um leve toque de uma mão relativamente pequena no meu ombro.

-Lars!-exclamei ao me virar e ver que era ele.

-Lana! Que saudade!-respondeu o baixinho de cabelos castanhos e olhos verdes.

-Você está atrasado, como sempre!-caçoei e ele revirou os olhos.

-Você sabe que eu sempre me atraso!-ele bufou.

-E você deveria saber que não é educado deixar alguém te esperando por meia hora!-ri.

-Você é suspeita pra falar, Alana! Você é inglesa!-o baixinho protestou

-Eu te ensino a ser pontual, vamos?-ofereci.

-Vamos, eu acho que você não vai ter problemas com os caras, eles são bem tranquilos!-ele disse animado enquanto andava saltitante até o carro.

Pouco tempo depois de entrar no carro, eu estava ansiosa e comecei a fazer como uma criança irritante:

-Já chegamos?!

-Não. -Lars respondeu calmamente sem tirar os olhos da direção.

-Já chegamos?!-perguntei algum tempo depois.

-Ainda não. -ele disse paciente.

-E agora?-disse só para irritá-lo.

-Não. -ele bufou.

-Falta muito?-disse inquieta e travessa.

-MEU DEUS ALANA! A GENTE ACABOU DE SAIR DO AEROPORTO! AINDA FALTA BASTANTE E SE VOCÊ NÃO PARAR DE SER CHATA EU NÃO TE APRESENTO MEU AMIGO LOIRO!-Lars esbravejou finalmente perdendo a cabeça.

-Desculpe. -disse manhosa -Mas... você tem mesmo um amigo loiro?-perguntei curiosa.

-Tenho, e você inclusive vai ficar em baixo do mesmo teto que ele por um tempo... -o dinamarquês disse sem pensar. -Ei, você... Não tá pensando nisso, tá?-ele questionou quando finalmente se tocou.

-Lars! Eu nem conheço ele! -protestei corando furiosamente, aquele gnomo me mata de vergonha!

Quando eu avistei o enorme engarrafamento na estrada, percebi que o caminho seria realmente longo. Acabei pegando no sono pouco depois, pois a viagem da Inglaterra pra cá foi muito longa e turbulenta, não pelo voo em si, mas sim pelas circunstâncias da viagem. Acordei com aquele típico solavanco que acontece quando um carro é parado e desligado.

-Chegamos. -Lars anunciou.

É uma casa bem simples e um pouco pequena, além de parecer um tanto desarrumada(é uma casa com quatro homens, o que você queria, Alana?), pois no único vaso de plantas que há na entrada da casa, está uma planta morta, que parece não ver água há meses.

Seguimos para a sala de estar, onde haviam três caras muito diferentes um do outro.

-Pessoal, essa é a amiga que eu disse pra vocês, a Alana. -Lars apresentou.

-Oi Alana!-eles cumprimentaram amigavelmente, exceto o loiro que permaneceu calado.

-Então Alana, esse é o Kirk-ele disse me apresentando.

Logo um moreno baixinho dos cabelos encaracolados e olhar doce se levantou e me cumprimentou de forma meiga.

-Cliff-ele continuou.

Cliff é um ruivo de longos e volumosos cabelos, tem um bigode ralo, usa calças boca de sino e uma jaqueta de jeans comida pelas traças, seus olhos verdes e arregalados dizem que ele é muito inteligente, mas também excêntrico.

-E por fim, James-ele terminou.

No momento em que Lars terminou de falar, o loiro levantou seu olhar para mim: ele tem olhos azuis, profundos e inexplorados como o oceano, que fuzilam, me causando arrepios, amedrontam e encantam ao mesmo tempo. Aquele olhar parece contar uma história intensa e viciante, mas ao mesmo tempo... um tanto triste, que eu com certeza gostaria de ouvir.

Ambos coramos sem jeito.

-Prazer. -disse tímida.

-Prazer. -ele respondeu num murmúrio acanhado.

Aquele loiro realmente me chamou a atenção, não (só) pelo fato de ele ser bonito (eu pelo menos, achei), mas ele realmente me intriga e fascina, ele parece um grande quebra-cabeças que quase implora para que eu o solucione, perece ter passado por tanta coisa, mas ao mesmo tempo faz o maior esforço do mundo para não demonstrar isso.

Me enturmei um pouco com os caras e tomei algumas cervejas com eles, mas James ainda assim permanecia tímido e nem um pouco comunicativo. Me peguei querendo meu pequeno caderninho, onde eu faço pequenos desenhos e anotações, é uma espécie de diário onde eu anoto todas as coisas significativas, que podem ser um dia todo, como hoje, por exemplo, ou só algumas coisas. Ele é bem simples, tem uma capa preta e folhas sem linhas, além de caber em qualquer bolsa do mundo, pois é bem pequeno.

Diário on:

25 de Maio de 1984, Sexta-Feira

El Cerrito, sete e meia da noite

Cheguei hoje na casa do Lars, os caras parecem legais. Nem acredito que eu tive coragem de sair de casa. Liberdade, até que enfim! Existem algumas decisões que exigem muita coragem e que mudam muita coisa, mas que precisam ser tomadas, pois caso contrário nada melhora, nada vai para frente. Eu sinceramente espero que eu tenha tomado a certa, e que esse grande passo que eu precisei de tanta coragem para dar, me leve a algum lugar. Eu também fiquei intrigada com um deles, mas de um jeito bom. Ele é loiro, tem belos olhos azuis e seu nome é James, ele é distante e muito tímido, um verdadeiro enigma. Ele me olhou nos olhos como ninguém nunca havia feito antes, o que me assustou e encantou ao mesmo tempo, nunca pensei que alguém poderia me fazer sentir desse jeito.

Diário off.

Fingi estar compenetrada apenas no meu caderno, mas aproveitei para prestar atenção em James, que estava sentado com a cabeça apoiada na mão e o cotovelo sobre a mesa, para desenhá-lo. Eu tentei fazer o desenho mais rápido possível, mas tentei ao máximo capturar seu olhar e sua postura em geral.