Já estamos viajando de ônibus há quase um mês. É um pouco desconfortável, pois é um ônibus muito quente e apertado, além do fato de só termos algo para comer porque eu tenho dinheiro para ajudá-los. Isso sem contar o cheiro esquisito por causa das festinhas que os caras (tirando eu e James) fazem.
Os meninos foram se preparar para o show e eu fui passear pela cidade para comprar um presente para o James, pois além de estarmos fazendo um mês de namoro, é aniversário dele(Lars me contou ontem). Comprei um disco do Misfits, que eu sei que ele gosta. É um pouco estranho, pois eu me sinto MUITO confortável perto dele, eu nunca me senti assim perto de ninguém antes. Eu acho que talvez seja a hora.
Fui em uma dessas lojas que vendem praticamente de tudo e comprei um óleo de massagem(nem eu sei o motivo) e uma lingerie preta de renda, nada de exagerado, algo que eu inclusive poderia usar no dia a dia. Cheguei pouco antes de eles irem para o palco.
-James... eu tô pronta... que tal essa noite?-sussurrei enquanto o abraçava.
-Pode ser...-ele beijou meu pescoço. -Me espera no quarto depois do show, ok?
-Tudo bem amor. -concordei.
-Tá na hora. -o roadie avisou.
-Se cuida lá, meu bem. Eu te amo. -o beijei.
Eu assisti todo o show da lateral do palco. Quando acabou, fui para o hotel. Tomei banho, coloquei a lingerie nova, vesti uma roupa qualquer e acendi umas velas.
Ele chegou e eu o beijei.
-Feliz aniversário, meu amorzinho!-disse entregando o presente a ele.
-Como você sabia que é meu aniversário?-ele perguntou com os olhos brilhantes.
-Tenho meus contatos. -sorri. -A cerveja já tá chegando.
Logo o serviço de quarto chegou com a cerveja. Tomamos uma e ele disse:
-Vou tomar uma ducha rápida, já venho. Me espera na cama. -ele piscou.
Estava deitada na cama terminando de tragar meu cigarro quando ele chegou com os cabelos molhados e a toalha enrolada na cintura. Ele se deitou ao meu lado, me puxou para perto e me deu um beijo apaixonado. Ele tirou minha calça e passou delicadamente a mão na minha perna, me fazendo arrepiar. Eu passei minha mão em forma de garra em suas costas com a mesma leveza, fazendo-o se contorcer, como um gato faria. Ele tirou minha camiseta e sorriu.
-Tão bonita...-ele sussurrou enquanto desabotoava meu sutiã.
Ele parou e me fitou com desejo. Eu me perdi em seus olhos azuis enquanto ele terminava de me despir. Suspirei enquanto ele descia sua mão pela minha cintura. Ele começou a me explorar com sua mão quente e ágil, me fazendo suspirar mais ainda. Ele se colocou sobre mim e me olhou fundo nos olhos, me deixando hipnotizada.
-Se eu te machucar, me avise. -ele sussurrou.
Quando me dei conta, ele já havia começado a se mover dentro de mim, muito mais fácil do que eu esperava.
-Como você se sente?-ele me perguntou com a voz rouca.
-Isso... É tão bom... Eu tenho vontade... De gritar...-gani ofegante.
-Então faça. -ele sorriu aumentando a força.
Eu comecei a tremer muito e então cravei minhas unhas em suas costas.
-Ahhh... James...-gemi e dei uma risadinha.
-Hmmm... Amor...-ele gemeu com uma voz quase gutural e desmoronou ao meu lado.
-Feliz aniversário, Jamesy. -sorri e dei um beijo nele.
-Esse é um dos meus melhores aniversários... Foi bom pra você? Eu não te machuquei?-ele questionou preocupado.
-Não... Foi muito melhor do que eu esperava, na verdade...-sorri. -Nós temos que nos arrumar pra sair, os caras querem comemorar.
Tomamos banho juntos e descemos para encontrá-los na recepção do hotel.
-CHEGOU O ANIVERSARIANTEEEE!-Lars comemorou.
-A propósito, feliz mêsversário, pombinhos!-Kirk sorriu.
Kirk é sempre muito calmo e discreto, mas em relação ao meu namoro com o James, ele já não se aguentava mais com a expectativa. Eu e James nos entreolhamos sorrindo e ele arregalou seus olhos castanhos os deixando ainda maiores do que já são.
-Vão me dizer que...
-Sim, Kirk. -reviramos os olhos e rimos.
-ALELUUUIA IRMÃÃÃÃOS!-ele comemorou.
-Agora vai!-Lars riu. -Espera aí... então foi isso o barulho... estranho que a gente ouviu?
-Não Lars, eles tavam jogando damas!-Cliff caçoou. -E o casório, sai quando? Eu quero ser padrinho, viu? E do Juninho também!
-Calma, Cliff! Uma coisa de cada vez, vai assustar a pobre da menina!-James riu.
-Se for pra ser assim... Por mim tudo bem. -murmurei.
-UOOOOOU!-Lars brincou. -Durma com esse barulho!
Bebemos e comemoramos bastante até irmos para o hotel, caindo de bêbados. Acordamos de ressaca e fomos até a próxima cidade onde os meninos se apresentariam. Continuamos nesse aperto até terminarmos a turnê americana.
-Com saudade da Europa?-Lars perguntou enquanto fazíamos as malas para a turnê europeia.
-Acredite ou não, eu sinto falta da Inglaterra. -disse sincera. -Mas eu não vou visitar minha família. Eu quero fazer o possível pra que a gente passe por lá sem eles perceberem.
-Mas Lana... por que você não quer ver sua família? Assim eu nem te reconheço...-o moreno disse preocupado.
-Nada não Lars...-menti.
-Alana. -ele insistiu.
-É sério. -protestei.
-Marie. -ele me encarou com seus olhos verdes.
-Não. Que porra Lars!-reclamei.
-Collins. -Lars pressionou.
-Tá. Meus pais vão me matar se me acharem lá, e fora que eles iriam me separar de vocês!-contei.
-Mas por que?!-ele questionou.
-Porque eu fugi de casa, Lars. -confessei deixando uma lágrima escorrer.
-Ei... -ele disse secando minha lágrima. -Como você conseguiu?
-Eu trabalhei e juntei o dinheiro. Eu deixei um bilhete dizendo que eu estava indo embora e pra não me procurarem. Eu não aguentava mais eles fazendo questão de me mostrar o quanto eu era uma decepção pra eles e aquela mesma história de sempre...-suspirei.
-Laney... Não fique assim... Eu sinceramente gostaria que vocês se resolvessem, mas se você não quer ver eles, eu respeito sua decisão. -Lars me abraçou.
-Larsy... eu não sei o que eu faria sem você...
Algum tempo depois quando já estávamos no avião, James me perguntou:
-Animada pra ir pra Inglaterra?
-Mais ou menos... -disse séria. -Eu acho que nem vou passear, eu não quero que eles saibam que eu tô lá.
-Ué, você não quer ver sua família ou coisa do tipo?-ele perguntou apreensivo.
-Não, Jamesy...-disse pegando sua mão.
-Tudo bem, eles não vão nem sonhar que você tá lá, eu prometo. -ele me tranquilizou.
Como foi prometido, passamos pela Inglaterra sem que eu deixasse rastros. A turnê europeia não foi muito diferente da americana, com a exceção de que ao invés de passarmos calor, passamos frio. Terminamos e finalmente pudemos ir para casa, bem a tempo das festas de fim de ano.
No dia do natal, assamos um frango(foi o que o nosso dinheiro pôde pagar), bebemos cerveja, trocamos presentes e ouvimos heavy metal.
-Feliz natal, meu marrentinho!-disse me sentando sobre a perna do James.
-Feliz natal, minha pequena!-ele me beijou.
Arrumamos uma câmera barata e uma quantidade considerável de filme. Tiramos muitas fotos para nos lembrarmos do nosso primeiro natal em família(leia-se os meninos e eu).
Logo chegou o ano novo. Olhei em volta e vi que sou a única vestida de branco ali:
-Ei, galeraaaa é ano novo, lembraaa?
-Sim, e daí?-eles deram de ombros.
-Vocês estão todos de preto...-apontei.
-Normal...-eles riram.
-Desisto...-ri.
Chegou a meia-noite e fomos para o quintal para vermos os fogos.
-FELIZ ANO NOVOOOOO!-comemoramos nos abraçando e brindando com nossas cervejas.
-Feliz ano novo, Jamesy. -o abracei.
-Feliz ano novo, Laney. Que venham muitos outros. -ele me beijou.
-Muitos outros ao seu lado!-sorri.
-Exatamente. -ele abriu um lindo sorriso.
No dia seguinte, acordamos no meio da sala, com uma baita ressaca. Pelo visto os excessos de fim de ano não foram poucos. Passamos o dia comendo a comida requentada que sobrou de ontem e cuidando de nossas ressacas. Em muito tempo eu não me sentia desse jeito, eu me sentia... em casa. Com pessoas que me entendiam e se importavam comigo, com pessoas que me fizessem sentir amada, esse com certeza é o meu lugar.
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