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História Stupid Liar - Whatcha gon do?


Escrita por: Crosszeria

Notas do Autor


맡스 선배님, 생일 축하해! (๑♡3♡๑)
Comecei logo com uma frase em hangul pra você treinar seu coreano.
Haha, achou que a gente ia esquecer seu aniversário né? Duas fics postadas ao mesmo tempo. Tudo foi friamente planejado junto com a BabyJ hoje de tarde :v /apanha
Lud, quero te desejar um feliz aniversário com muito sucesso e felicidade. Parabéns pelo término do seu TCC e eu tenho certeza que você vai se sair muito bem na sua banca e vai levar um 10 com louvor.
Obrigada por sua amizade e por não desistir de mim. ❤

Aos demais, quero dizer que essa é minha primeira fic de k-pop (e a fic mais rápida que já escrevi nessa minha vida de ficwriter) e eu ainda tô completamente perdida em escrever fics nesse universo, então me perdoem qualquer coisa.
E também é minha primeira fic após um período de um ano de hiatus.
Baby J, muito obrigada pela ajuda e pelas palavras de incentivo.
Fic baseada na musica Stupid Liar do Wa$$up. Ouçam, é ótima.
Boa leitura!

Capítulo 1 - Whatcha gon do?


Fanfic / Fanfiction Stupid Liar - Whatcha gon do?

amor; 

substantivo masculino

1. forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais.

2. atração baseada no desejo sexual.

 

Nos contos de fadas, amor era conhecer o príncipe encantado e apenas de cruzar os olhos com ele, saber que  “é a pessoa certa”. No Japão, amar era estar ligado a pessoa que se está destinada através do fio vermelho, o akai ito. Para as pessoas de mais idade, o amor estava presente no respeito e na convivência, no aprendizado de se levar uma vida a dois.

Amor. Love. Liebe. 사랑. Amore.  愛. Liefde.  любовь.  Kärlek.

Kim Himchan agora sabia que teve muitas coisas vindas de Bang Yongguk, mas nenhuma delas se parecia com as definições de amor que veio à sua cabeça. Nenhuma delas sequer lembravam algo daquilo que ele havia lhe dado ao longo dos três anos de relacionamento.  Carinho, talvez. Mesmo que as carícias tivessem uma segunda intenção, uma ordem nas entrelinhas que aquele gesto devia ser retribuído. Yongguk tinha aura dominadora, seus olhos ferozes mesmo quando sorria, faziam com que Himchan apenas aceitasse suas ordens sem pestanejar. Sem questionar.

 

Somos retorcidos, talvez seja errado nos enfrentarmos
O que foi, meu bem?
Arruinar a minha calma, a sua regra, o que vai fazer com isso?

 

Quando Yongguk saía sem nem ao menos dizer pra onde ia, não questionava. Quando ele chegava em casa tarde, com os cabelos bagunçados e com álcool exalando de cada um de seus poros, tampouco. Nem mesmo quando além do álcool ele também exalava uma essência diferente. Às vezes era uma  mistura  de jasmim, rosas e gardênias, em suas formas puras com um leve toque oriental, outras era alguma colônia barata de farmácia que mais lembrava desinfetante.

 

Não me deixo enganar duas vezes por um mentiroso
Toda noite o seu perfume é diferente
Você diz que mudou, mas não há resultado
É só fingimentos

 

Por isso que agora estava ali sentado no chão do pequeno apartamento, que se encontrava com a sala revirada após um surto de raiva. Raiva não, ódio. Com uma colherada cheia de ciúmes. A tela celular de Yongguk brilhava irritantemente no chão, mostrando uma ligação. Havia uma foto logo após o número, identificando quem era a pessoa do outro lado da linha. Himchan conhecia aquele rosto. Mas não tinha como culpá-la. Ele havia se arrastado para aquela situação sozinho, quando fingia não notar todos os sinais.

Yongguk não lhe dera explicações. Apenas jogou a jaqueta sobre o sofá e se dirigiu ao banheiro, para tomar banho. Provavelmente iria sair de novo. Pois-se a rir amargurado. Nunca fora completamente seu. Ele era uma pessoa do mundo, com uma mente aberta às experiências da vida. Quase como um hippie, que aplaudia o sol quando ele se punha para agradecer por mais um dia vivido.

Se soubesse que no dia em que entrou naquela boate suntuosa na parte mais nobre e cara de Seul, iria encontrar o seu príncipe, teria dado meia volta. Tinha ido ali com a ideia fixa de gastar boa parte do seu mísero salário de professor com bebidas para esquecer a discussão que havia tido horas antes com seu pai. "Eu não vou ter uma bicha na minha família." A frase ainda ecoava em seus ouvidos quando sentou-se num dos bancos dispostos em frente ao balcão do bar. Apenas queria beber até esquecer quem era ou quem sabe sofrer um coma alcoólico e sair daquele mundo.

E teria alcançado seu primeiro objetivo se ele não tivesse aparecido. Com um sorriso aberto e uma presença esmagadora, que o fez suspirar. Suas roupas pareciam caras, assim como as duas correntes douradas penduradas em seu pescoço e seu relógio maciço, reluzente. Sentiu-se como a Cinderela indo ao meio do salão quando ele sussurrou um “Quer dançar?” com a voz encantadoramente grave em seu ouvido, lhe causando arrepios. Apenas meneou um sim com a cabeça, e ele o puxou pelo pulso abrindo caminho na multidão de corpos que balançavam ao som da música alta.

A boca dele se movia falando coisas que agora nem que sequer lembrava, mas que haviam sido convincentes o suficiente para que minutos depois os dois  estivessem trancados no banheiro masculino. Ainda se lembrava de como a língua dele era quente e macia, em contraste com suas mãos frias e fortes, que se embrenham com facilidade por dentro da sua camisa, acariciando seu abdômen e segurando possessivamente sua cintura.

Mais alguns beijos e carícias combinadas com algumas palavras, e lá estava ajoelhado no chão de porcelanato, apoiando-se nas coxas alheias e com o pênis dele na boca. Sexo oral não era de todo agradável, mas a forma como Yongguk o encarava, fazia valer o sacrifício. A destra estava em seus cabelos, para forçá-lo a ir mais fundo e a canhota guiava o próprio órgão. O sorriso dele apareceu mais algumas vezes durante o ato, junto com suas palavras doces: “Você é lindo, acho que estou apaixonado...”.
 

Mentiroso estúpido, mentiroso estúpido 
Me deixe em paz
Cala a boca, cala a boca

 

Ah, como fora idiota. Havia se deixado levar pelo tom cúmplice de suas falsas promessas. Como se deixara enganar tanto? Quando foi que ficou tão cego? Como não pode notar todas as suas desculpas esfarrapadas e histórias mais duvidosas ainda? Seria isso parte do que diziam ser do aprendizado a dois? Não. Claro que não era. Isso tinha outro nome: submissão. E um pouco de medo também. Medo de ficar sozinho e perder o príncipe que havia lhe surgido numa noite mágica. Quando que um homem tão lindo, de boas condições e interessante ia aparecer na sua vida novamente? Era um reles professor de ensino médio, passava dez horas de seus dias trancado numa sala junto com adolescentes barulhentos. A vida não iria lhe dar outra chance como essa.

Contudo, no fundo seu peito doía, dilacerado pelas mentiras, pelas dúvidas e por tantos outros sentimentos que guardava ali dentro. Dizia para si mesmo que podia suportar tudo aquilo, afinal ele prometera que iria mudar, certo? Ele voltaria para casa cedo e até assistiriam filmes juntos, com direito a pipoca e tudo. Mas a quem queria enganar além de si mesmo? Estava ali largado no chão, vendo o celular dele tocar várias vezes, com uma de suas amantes o procurando.

 

O tempo passa, mas você não muda
Então, antes disso sair do controle
E já que não vai melhorar, desapareça
Para com essas desculpas baratas
Me deixe em paz

 

Não que as ligações fossem algo incomum, não, não eram. Podia ouvir todas as conversas que ele tinha ao telefone pelo simples fato de que ele não as escondia. Não fingia que era uma ligação por engano ou saia no cômodo para atendê-las, não. O fazia naturalmente, sem se importar. O único que fingia algo era Himchan. Fingia que lavava a louça, que estava arrumando a mesa, que estava no banho. Tudo isso para ouvir o que ele conversava. Sempre sabia para onde ele ia e com quem estava.

Ele sempre deixava o celular em qualquer lugar, e não se preocupava em protegê-lo com senha. Nunca tivera interesse em olhar o que tinha ali, mas a curiosidade trabalha de modo engraçado e tem vida própria. O celular estava sobre o sofá, largado e esquecido como sempre fora. O olhou algumas vezes sem saber o que fazer. Até que num rompante, decidiu vasculhá-lo, procurando algo sobre si mesmo ali, mas tudo o que viu foram diversas fotos em móteis caros e luxuosos, com mulheres e homens diferentes. Em muitas delas, ele estava acompanhado por duas ou mais mulheres. Haviam fotografias assim com homens também. Seus registros de ligações eram em sua maioria de números sem salvar na lista de contatos. Não havia preocupações da parte dele, apenas vivia como queria e Himchan apenas aceitava aquilo tudo.

Mas estava tão cansado…

 

É tarde demais, garoto, cansei.
Não há mais amor, eu também tô cansado igual você
Diferente da tatuagem que você esconde no peito
Com um sorriso, você revela tudo para mim
A sua mentira descarada, a sua cara de pau

 

O celular havia finalmente parado de tocar e a tela agora apenas exibia uma pequena caixa com a notificação sobre as chamadas e uma foto do próprio Yongguk, ostentando seu sorriso, como sempre. Himchan se levantou, limpando as lágrimas do rosto com as costas das mãos. Se sentia fraco e levemente tonto. Caminhou até o quarto, encontrando com Yongguk em frente ao espelho, terminando de abotoar a camisa. Seu perfume era almíscar, e ainda era o mesmo desde o dia que o conheceu.

Ele o encarou pelo espelho, parando o que fazia,  notando o rosto vermelho e ainda manchado pelas lágrimas. Mas ainda assim, não perguntou nada. Himchan apenas, desviou o olhar e continuou caminhando até parar onde ele estava o abraçando por trás, enterrando o rosto na curva do pescoço dele.

— Você vai sair de novo? – perguntou mesmo já sabendo a resposta dele.

— Vou. Tenho que ir a Hongdae¹. Negócios. - sua resposta fora curta e direta.

— Vai demorar? – outra pergunta de resposta óbvia.

— Pretendo voltar cedo. – ele respondeu tirando os braços em volta de sua cintura, indo ao criado-mudo para pegar seu relógio de pulso.

—Hm. – Himchan sentou-se na cama, observando os movimentos dele.

— Você vai ficar bem? – ele perguntou, se sentando na cama, ao seu lado, para amarrar o cadarço dos sapatos.

— Eu sempre fico bem, não se preocupe.

Yongguk terminou com os sapatos, levantando-se e conferindo sua aparência no espelho. Voltou ao criado-mudo para pegar sua carteira e as chaves do carro. Antes de sair, dirigiu-se a Himchan, e depositou um selinho demorado em seus lábios.

—Eu te amo. –  e essa foi a última coisa que ele proferiu antes de passar pela porta e sumir pelo corredor.

 

Não me deixo enganar duas vezes por um mentiroso

Mentiroso estúpido, mentiroso estúpido 

 


Notas Finais


1.: Hongdae é uma região de Seul, Coreia do Sul, situada próxima à Universidade Hongik, de onde deriva seu nome. É conhecida por sua arte urbana e música indie, clubes e entretenimento.
*Pra quem ficou curioso com o que tá escrito coreano lá em cima é: Matsu sunbae-nim, feliz aniversário!*
Comentários são amor e fazem uma autora feliz <3


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