História Stupid liar - Last day of freedom

Pela primeira vez nessa semana miserável, eu acordei antes do despertador. Olho para cima e por alguns minutos observo as várias estrelinhas e planetas florescentes que eu havia colado no teto. Eles chegavam a ser um pouco hipnóticos confesso. Percebi que mesmo o ar-condicionado estando desligado estava razoavelmente frio. Com tanto tempo presa dentro de casa era somente isso que me restava : observar as coisas a minha volta. Não era algo muito divertido, sequer sei porquê diabos eu estava fazendo aquilo. Minha vida inteira ou pelo  menos desde que fui morar em um internato após a morte do meu pai, eu observava através da janela meus dias se tornarem meses...anos. Eu enxergava tudo aquilo como um prisão onde eu estava pagando por um erro que não cometi, eu enxergava aquilo como a pior punição possível. Não era como se me batessem ou me forçassem a ser ou fazer algo que me desagradace, embora em partes isso acontecesse. Era muito pior que tudo isso, estavam me fazendo ver minha vida passar, me fazendo não aproveitar as aventuras do desconhecido, as aventuras que me aguardavam longe das paredes daquela escola. Foram cinco anos muito longos, mas finalmente aos 15 pude sentir o gosto, o cheiro, pude enxergar e cumprimentar minha falsa liberdade, mas agora eu mesma estava me fazendo o "favor" de me poupar da coisa que eu mais desejei a minha vida toda. Era um pouco desconfortável mergulhar nas minhas memórias, já que a maioria, em partes, eram memórias tristes. Com uma muita e evidente preguiça me levanto da minha amante : a cama. Olhei para a minha gata que dormia majestosamente em cima da minha blusa preferida, que provavelmente ela tinha roubado engenhosamente do meu guarda-roupa. Caminho em passos cambaleantes até o banheiro e tomo um banho rápido. Olho pro meu armario refletindo que tipo de roupa colocaria até finalmente vestir um vestido branco com mangas que iam até os pulsos. Ele era bastante bonito e delicado embora pelo tecido um pouco grosso não chegasse a ser esvoaçante. Quanto aos sapatos eu não tive dúvida, coloquei um tênis preto com bolinhas brancas. As meias também tinham um certo destaque por serem de um modelo bem diferenciado. Vou até a cozinha satisfeita com a minha escolha de roupa e preparo um shake de morango com sorvete e coloco dentro do meu copo daquele tipo que tem um canudo brotando de um buraquinho na tampa. Ele era rosa claro então criava um contraste fofo com a minha roupa. Corro até o quarto, pego minha bolsa tiracolo também rosa bem claro. Eu estava decidida que mesmo falsamente, eu aproveitaria aquele último dia de liberdade. Coloco só um pouco de ração para a Devily -a minha gata gorda- e saio de casa com um sorriso inocente no rosto. Vou até a estação de metrô e em questão de 10 minutos eu já tinha chegado no bairro da Lisa. A casa dela não era longe da minha, mas eu preferia ir de metrô que era bem mais rápido. Eu tinha a chave da casa dela do mesmo jeito que ela e as meninas tinham a chave da minha e vici versa. Estava tudo bem tranquilo e como sempre desarrumado. Ela com certeza devia estar dormindo. Caminho até o quarto dela em passos barulhentos para tentar assusta-lá ,mas foi inútil. Ela tinha o sono pesado demais. Pulo na cama  e faço cócegas até ela cair.

Lisa - Que porra é essa? O que tá acontecendo? Jennie?? Aconteceu alguma coi.... Mana são 8:00 da manhã, tu tá querendo morrer é?

Me - Eu tive a maravilhosa idéia de aproveitar esse último dia de férias da maneira mais maravilhosa possível

Lisa - Tá, caguei para isso. Eu vou dormir até as minhas pálpebras colarem na minha face. Boa noite!

Me - Eu não queria apelar para a tortura , mas se você não se levantar agora eu vou entortar teus dedos do pé um por um até eles quebrarem.

Lisa - Eu te odeio, muito, tipo muito mesmo

Me - aaawwwnnn,te adoro também viu miga.

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Fomos até as casas das outras meninas e depois de muita chantagem e muitas insinuações de tortura passamos o dia inteiro nos divertindo juntas. Quando anoiteceu e nós saímos do parque de diversões quase tendo uma overdose de algodão doce resolvemos elevar um pouco o nível da farra. Fomos até uma boate no centro de Seul. Era o tipo de lugar barra pesada onde você tem que ter cuidado com as amizades que faz, mas o irmão da Lisa era amigo do dono do lugar e nós éramos ...como pode-se dizer ?.... " da casa". Bebemos, dançamos e eu acho que a Rosé vomitou na bolsa de alguém. Ja devia ser umas 3 da manhã e nós tínhamos no máximo mais uma hora de "diversão". De longe eu era a mais sóbria e resolvi descansar um pouco, longe da loucura. Fui até um outro salão onde era um pouco mais calmo, havia várias mesas e um palco amplo onde aconteciam apresentações ao vivo. Estava quase vazio, havia algumas pessoas  conversando e algumas pessoas jogando cartas em uma mesa ao fundo, não parceriam se importar com a minha presença então sentei-me em um dos banquinhos do mine bar. Não demorou muito até um garoto alto,magro e aparentemente jovem aparecer. Ele parecia ser novato ali então conversamos por algum tempo sobre ser barman. Ele disse que eu levava jeito pro negócio e nós rimos um pouco. Pelo menos eu aprendi um pouco sobre bebidas. Esqueci de perguntar o nome dele, mas ele era bastante gentil. Resolvi voltar para a parte da pista de dança e ver como as meninas estavam, mas acabei seguindo pelo lado contrario do corredor até chegar a uma porta iluminada com luzes de lad ao redor. A boate era realmente muito grande e até  onde eu sabia aquela era a sala de "jogos". Pensei por alguns segundos em entrar e matar minha curiosidade, mas antes que eu pudesse um homem saiu de lá. Eu fiquei pasma, não conseguia me mecher e nem sabia o que fazer. Ele sorriu para mim e aproximou-se, me prendendo entre ele e a parede.

Me - me solta por favor. Eu não vi nem ouvi nada, eu juro.

Homem- calma anginho não vou te machucar...pelo menos não por enquanto. Que tal a gente se divertir um pouquinho?

Me- Ixi filho, tá me achando com cara de prostituta é? Eu conheço o dono do lugar então é melhor você me soltar agora !

Homem-isso foi uma ameaça? Ui tô me borrando de medo. Agora escuta aqui princesa, é melhor você se comportar direitinho se quiser sair com essa sua lingua afiada daqui.

Ele foi se aproximando mais e mais, devagar, como se estivesse se divertindo com o meu medo. Olhei para baixo e estava quase desistindo de tentar me soltar dele, mas aí eu vi a minha chance. Havia uma arma na cintura dele. Não pensei duas vezes, dei um joelhada no meio de suas pernas e imediatamente ele pulou para trás se contorcendo de dor. Tentei puxar a arma de sua calça, mas ele foi mais rápido e me jogou no chão. A porta mais uma vez se abriu, mas eu fechei os olhos antes de ver quem era. Me surpreendi quando ouvi barulhos de socos até que com a queda de um dos homens o chão tremeu. Abri os olhos e vi o homem que tinha me atacado sangrando no chão. Uma mão se estendeu para mim e com pouco de medo aceitei a ajuda. O homem que havia me salvado não deixou que eu visse seu rosto a principio e me abraçou como se me falasse " está tudo bem agora".

Homem - escuta aqui seu idiota, se tocar nela outra vez, vai ter que aprender a comer sem os dentes.

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Apaguei a partir do momento que o homem misterioso disse aquilo para o cara que me atacou. Quando acordei estava na casa da Jisoo ouvindo o despertador me chamar para um novo dia de uma nova realidade. Por que será que eu sentia que nada depois daquela noite voltaria a ser o mesmo? .....

"-E se eu esquecer quem você é?
- Bom ,então eu vou ter que te conquistar mais uma vez"

Continua....