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História Stupid Wife - My Lern.


Escrita por: Horse

Notas do Autor


SURPRISSSSSSSSSSSSSSSSSSEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!

Juro que pensei que só voltaria daqui um mês, ou coisa parecida. Mas até que escrevi esse aqui rápido depois de ter terminado de estudar... Uhu, cool. Aliás obrigada pelos ''boa sorte'', ajudaram bastante.

Enfim... Esse capítulo, ele é meio --- entenderam? Parado, mas tem coisinhas super importantes ai, e uma frase que revela bastante sobre o sentido da fanfic. E estamos perto de saber o que nossa querida Lauren Jauregui esconde de Camila Cabello.... Uh! Mais uns dois ou três capítulos, apenas queria que lembrassem que "Há males que vem para o bem" (:

enjoy ♥

Capítulo 21 - My Lern.


Fanfic / Fanfiction Stupid Wife - My Lern.

Terça feira - 02 de Dezembro de 2014

Estou no consultório da Dra. Alba, assim como está combinado ser durante meu processo de recuperação. Lauren não pôde me trazer hoje, ela tinha alguma coisa para fazer no estúdio dela. Louis foi passar o dia na casa de Dinah, Toni queria passar o dia com ele segundo minha melhor amiga. Por falar no estúdio de Lauren, tenho que lembrar de pedi-la para me levar até lá, estou muito curiosa em conhecer o ambiente de trabalho dela. Mas voltando para a consulta, eu vim sozinha, sim, é um progresso. Não totalmente já que vim de táxi, e bem, Lauren me deixou o endereço. Porém já é alguma coisa, certo?

— E então, Camila, como andam as coisas?

Dra. Alba pergunta ao sentar na cadeira ao lado do divã onde estou sentada, ela está com aquele sorriso enorme, sentada de pernas cruzadas com sua prancheta em seu colo. Uma coisa que eu já estou me acostumando é com esse sorriso, Lauren não veio aqui hoje e mesmo assim ela não para de sorrir. Talvez ela goste de desfilar esses dentes brancos por aí, ou vai ver ela só é feliz demais. Ou talvez seja triste demais, quem sabe.

— No sentido geral? — Ela assente, colocando seu óculos de grau. Respiro fundo, as imagens do final de semana começam a vir em minha mente e um enorme sorriso surge em meus lábios. Isso não passa despercebido pela Dra. — Estão cada vez melhores.

— E esse sorriso enorme?

Ela abaixa a cabeça e me olha por cima das lentes do óculos, meu rosto começa a esquentar e Dra. Alba solta uma risadinha.

— É que... Tudo parece estar melhorando.

— Eu percebo. — Comenta, sorridente. Sorrio de volta. — E as coisas com Lauren? Também estão melhores?

Como se ainda fosse possível, meu sorriso se alargou mais ainda. Como lembrar dela sem sorrir? Eu estou impressionada em me sentir tão bem assim em relação a Lauren com tão pouco tempo de convivência, civilizadamente falando. É só que... A convivência com ela é tão fácil.

— Ela é a razão desse sorriso.

O rosto da Dra. Alba torna-se surpreso ao me ouvir dizer aquilo, da última vez que nos vimos eu ainda não gostava muito da presença de Lauren. Engraçado como as coisas podem mudar em uma noite, ou algumas noites, não é mesmo?

— Então vocês estão se dando bem agora? — Afirmo freneticamente com a cabeça. — Isso é ótimo, muito bem.

— Nós fomos passar o fim de semana com os pais dela.

— E como foi?

— Incrível. — Começo a lembrar dos nossos momentos juntas na nossa casa da árvore. Sim, nossa. Mesmo que eu não lembre daquele lugar, aquela casinha já ganhou um espaço enorme na minha vida. — Ela me levou no sítio que ela tem, lá é tão lindo, Dra... — Suspiro de forma boba, um pequeno sorriso em meus lábios. — Nós nos beijamos.

— E como foi?

— Eu não poderia ter tido um primeiro beijo melhor do que aquele.

E realmente não podia.

//

Após a consulta com a Dra. Alba, despedi-me dela e liguei para o mesmo taxista que Lauren me deu o número, ela disse que ele é de extrema confiança e que sempre liga para ele quando necessário. O nome dele é Ronald, é um senhor, não tanto, bem simpático. E por falar em Lauren...

— Alô?

— Amor? Ei... Já terminou a consulta?

— Sim, acabei de sair do consultório dela. — Saio do elevador e caminho pelo hall do prédio. — Estou saindo do prédio agora.

— Foi tudo bem? Conseguiu chegar no horário?

— Sim, foi tudo ótimo. E consegui sim, até que não foi difícil.

Ouço ela suspirar do outro lado. Gosto dessa preocupação que ela tem comigo, sei que grande parte é por conta da minha perda de memória. Mas Lauren parece gostar de cuidar das pessoas ao redor dela e zelar pelo bem delas.

— Ainda bem... Quer que eu vá te buscar?

— Não precisa, o Ronald disse que estará aqui em alguns minutos.

— Tem certeza?

— Sim, Laur. Não precisa se preocupar. — Escuto algumas vozes do outro lado da linha. — Já comeu alguma coisa? Está quase na hora do almoço.

— Comi uma maçã tem alguns minutinhos, daqui a pouco eu irei almoçar com a Mani. — Ficamos em silêncio durante alguns segundos. — Queria poder almoçar com você, gosto mais da sua comida do que a do restaurante perto daqui. 

— Mmm... À noite eu preparo alguma coisa especial para você, algum pedido?

Ao olhar para meu lado esquerdo vejo o táxi do Sr. Ronald estacionar aos poucos próximo a mim, aceno para ele e vou em sua direção.

Qualquer coisa, amor. — E esse coração bobo que acelera toda vez que ela me chama assim? — Camz?

— Oi?

Adentro o táxi e cumprimento Sr. Ronald apenas com a cabeça, ele sorri para mim e espera eu fechar a porta para sair com o carro.

— Eu estou com saudade... Muita.

Sua voz soa um tanto manhosa, fazendo com que tudo dentro de mim derreta, hipoteticamente falando. É como se todos os meus órgãos entrassem em algum tipo de colapso, ou coisa parecida. Só é uma sensação nova, o único sentimento forte que já tive na vida antes de tudo isso acontecer, era a pequena paixão platônica que eu tinha pela Alexandra, mas por Lauren... As coisas são completamente diferentes.

É intenso... Real, real demais.

— Eu também estou com saudade, Laur...

E estou mesmo... Principalmente dos carinhos dela.

Ah... Lauren Jauregui... Ou Lauren Cabelo Jauregui.

Sabe que Cabello-Jauregui até que soa perfeitamente bem?

//

Estou terminando de preparar o jantar quando ouço a porta da frente ser aberta, logo as vozes animadas de Louis e Lauren tomam conta do ambiente silencioso. Tudo fica melhor com os dois estando em casa, sozinha aqui o dia inteiro eu me sinto deprimida. Continuo mexendo a carne na panela para que ela não queime. Durante a tarde fiquei pensando no que preparar para o jantar e resolvi fazer Chilli mexicano, claro que sem a pimenta por causa do Lou. Eu não acho que ele aguentaria uma pimenta mexicana.

— Mmm... Que cheiro maravilhoso. — Ouço a voz de Lauren na cozinha, continuo focada no que estou fazendo. Seus passos ficam mais próximos e então sinto sua presença atrás de mim. Como é possível sentir o calor que emana dela mesmo não estando colada nela? — Está fazendo Chilli? — Murmuro em concordância. — Oh meu Deus, você é a melhor.

Coloca suas mãos em minha cintura e cola o quadril em minha bunda, antes que eu tenha qualquer tipo de reação eu sinto ela beijar minha nuca, que está exposta por conta do coque que fiz em meus cabelos. Uma corrente elétrica desce por minha espinha, arrepiando os cabelos dos meus braços. Sinto o ar quente da boca dela em minha pele. Por que tenho a impressão que ela está sorrindo?

— Va-vai lavar as mãos, ou tomar um banho. Não sei...

Lauren solta uma risadinha ao notar o quão nervosa aquele simples beijo me deixou. Reviro os olhos, tentando ficar concentrada no que estou fazendo. Ela finalmente me solta e eu quase comemoro e a agradeço. É meio difícil pensar corretamente com essa mulher tão próxima de mim.

— Já volto.

Ouço ela dizer e então ela saí da cozinha. Suspiro aliviada por finalmente estar livre daquela tentação em pessoa. Livre por enquanto... Mas pelo menos posso respirar agora.

Durante o jantar Louis me conta como foi passar a tarde com Toni, ele disse que passou o dia jogando videogame e futebol junto do Ian. Passei praticamente o tempo todo sorrindo, é tão bom ver ele todo feliz. As vezes sinto apenas vontade de olha-lo, ainda não me lembro da sensação de tê-lo carregado dentro de mim, mas temos uma conexão forte. Eu só quero lembrar de tudo, entende? Saber como me senti quando o peguei no colo pela primeira vez, como foi que Lauren reagiu quando o viu, como nos saímos no período em que ele era recém-nascido. Quero lembrar-me de tudo.

°

Após o jantar, fomos para a sala – por insistência de Lauren, que insistiu para que pudéssemos assistir um filme de animação. Meu Malvado Favorito, eu nunca assisti é óbvio, ou não lembro de ter assistido. Mas Lauren garantiu que é divertido. Estamos os três deitados no sofá, que por alguma razão do destino eu não sabia que se abria e virava um sofá cama. Louis está entre nós duas, sua cabeça repousa na barriga de Lauren, que acaricia seus cabelos castanhos. Nem consigo prestar atenção no filme, prefiro me entreter assistindo o momento entre os dois. Gosto disso, gosto muito.

Eu sempre imaginei ter uma família quando crescesse, ter no mínimo um casal de filhos e uma esposa legal. Bem, eu ainda não tenho um casal de filhos, mas quem sabe daqui um tempo?

— Mãe, podemos assistir ao filme do Capitão América depois?

— Claro que sim, carinha.

Um enorme sorriso surge em meus lábios. De repente sinto orgulho. Sim, orgulho. Orgulho da minha família, de ter conquistado tudo que conquistei. Uma esposa que eu descobri, e continuo descobrindo, ser incrível, um filho que nem se eu tivesse desenhado poderia ter nascido melhor. Uma casa maravilhosa, uma vida estabilizada. Conquistei tudo isso, com Lauren obviamente. Só não lembro de ter vivido essas coisas, mas isso se torna um mero detalhe diante de todas as coisas boas. Se por algum motivo isso tudo é uma segunda chance de aproveitar melhor tudo que tenho, não irei desperdiçar.

Não mesmo.

Depois do tal filme de animação, o qual eu não prestei atenção alguma já que me contive em apenas observar a interação dos dois ao meu lado, Lauren levantou para colocar o filme que Louis pediu. Eles dois pareciam animados para assistir aquele filme. Vez ou outra penso que juntos, Lauren e Louis acabam se igualando na idade. Confesso que é adorável ver o quanto ela muda quando está com nosso filho. Nosso filho... Isso é tão incrível.

...

— Vai dormir agora?

Lauren pergunta ao ficar de pé, ela se curva para pegar Louis que está dormindo profundamente todo encolhido no sofá. É uma miniatura de Lauren mesmo.

— Ainda não estou com sono.

— Tudo bem. — Pega o pequeno no colo e o gruda em seu corpo. — Posso descer para assistir televisão com você depois de colocar ele na cama?

Sorrio para ela, é fofo esse jeito meio tímido. Quer dizer, vez ou outra eu vejo reflexos da Lauren de antigamente. Principalmente agora que ela insiste em me lançar olhares furtivos, dar toques inesperados e um tanto ousados. E eu já a peguei me checando, diversas vezes... Principalmente minha bunda.

Fico surfando nos canais enquanto espero Lauren voltar. Alguns minutos depois ouço seus passos na escada, em segundos ela passa em minha frente e se joga ao meu lado no sofá. Olho para ela.

— O que vamos assistir?

Pergunto voltando a olhar para a televisão. Não tem nada interessante que me chame a atenção.

— Tanto faz, contanto que eu fique aqui do seu lado, por mim tanto faz.

Incrivelmente minhas bochechas começam a esquentar. Por que eu tenho que ser tão... Eu, nessas horas? Só queria poder não me sentir dessa forma perto dela. Tão... Idiota. Pareço uma adolescente apaixonada pela primeira vez.

— Então podemos só... Conversar?

— Pode ser. — Desligo a televisão e me ajeito melhor no sofá, viro de lado para olhar Lauren. Ela faz o mesmo, sua cabeça repousada em seu braço. — Me conta como foi a consulta hoje.

Pede e tomo fôlego antes de começar a contar sobre a consulta, não omito nenhum detalhe, nem mesmo o fato dela ter sido praticamente o assunto da consulta. Lauren pareceu gostar bastante de ouvir aquilo já que não parava de sorrir. Depois que termino de contar sobre meu emocionante dia, é a vez dela contar sobre o seu. Ouço-a atentamente, admito que me distraí diversas vezes por ficar observando o rosto dela, as expressões e principalmente o jeito fofo dela não conseguir falar sem gesticular. Sério, ela mexe as mãos o tempo inteiro. Mas isso é adorável, assim como ela.

Zeus! Me tornei uma idiota sentimental.

— Lembra a vez que você derrubou refrigerante na camisa do diretor da nossa escola? Todo mundo ficou mudo esperando a reação dele.

Lauren e eu estamos lembrando dos velhos tempos. Falamos de tudo e nada ao mesmo tempo, as vezes divagamos juntas. Mas estamos dando boas risadas. É bom falar de antigamente, mesmo que seja meio estranho para mim já que tecnicamente o passado é meu presente, na minha mente é claro.

Confuso, não é? Eu sei.

— Ah, Camz... Aqueles tempos eram muito divertidos.

— Sabia que eu odiava esse nome?

— Qual?

Ela para de rir e me olha questionadora.

— Camz... Quando você me chamava assim antigamente, nossa... — Dou uma risadinha. — Eu sentia vontade de me matar.

E era verdade, quando eu estava andando na escola que ouvia Lauren me chamar de Camz, já fechava os olhos pedindo para morrer.

— Sério?

— Sim, parecia sempre ser deboche. Mas eu confesso que agora eu gosto... É até fofo.

Seu rosto volta a se iluminar e um enorme sorriso surge em seus lábios.

— Eu gosto de te chamar assim, eu queria uma coisa exclusiva e naquela época foi a única que eu consegui pensar.

— Camz... — Digo com um sorriso nos lábios, Lauren também sorri. — Gosto de como soa vindo de você.

— Camz.

Sussurra com aquela maldita voz rouca que arrepia qualquer pessoa a metros de distância. Suspiro, encantada com o sorriso dela. Zeus!

— Eu preciso de algo só meu também.

— Como assim?

— Um apelido exclusivo para você. — Ela levanta as sobrancelhas, curiosa. — Todo mundo chama você de Lolo ou Laur, eu quero algo só meu.

— Dinah me chama de fantasminha e às vezes pedaço de nuvem.

Comenta e dá de ombros, acabo rindo da forma engraçada que ela falou.

— Ela adora zombar das pessoas. — Lauren concorda e nós duas rimos. — Lauren Jauregui... Lauren, Lauren...

Repito seu nome enquanto tento pensar em algo legal para chama-la. Nada que lembro Lolo ou Laur... Uma coisa só minha. Isso de apelido é tão complicado. E se...

— Já sei.

— Me diz.

Pede animada, o sorriso quase infantil.

Lern... Lern Jergi.

Revelo sorridente, mas ao vê-la contorcer o rosto, meu sorriso vai morrendo aos poucos. Sinto meu corpo encolher involuntariamente, eu sou uma droga mesmo com apelidos. Ela provavelmente deve ter odiado. Tenho que pensar em algo melhor. Abro a boca para falar, mas antes que eu possa, é ela quem fala.

— Lern Jergi... Gostei. — O sorriso volta a enfeitar seu rosto. — É único, exclusivo e soa fodidamente bem, vindo de você.

Talvez pela animação do momento, ou somente o fato de que o sorriso dela me encanta. Por alguma razão vou parar em seu colo, com os joelhos apoiados no sofá ao lado de suas coxas. Lauren segura em minha cintura e nos beijamos de forma delicada, ela acaricia meu quadril enquanto eu seguro em seus cabelos. Gosto disso, adoro puxar os cabelos dela e senti-la suspirar na minha boca, como se pedisse por mais. Ficamos nesse beijo durante um bom tempo, no final sorrimos em meio a ele, vez ou outra ela mordisca meu lábio inferior, sugando-o.

— Minha Lern...

— Minha Camz.

Ela sussurra meio ofegante antes de voltar a me beijar. Sinto o coração acelerado dentro do peito. Sou dela, completamente dela.

Ficamos nos olhando, acaricio sua nuca devagar. Lauren sobe as mãos um pouco mais para cima, puxando-me com ela e me deixando numa posição mais confortável em seu colo. Talvez eu pensasse que estamos indo rápido demais, isso óbvio se fôssemos duas adolescentes ainda. Mas tecnicamente somos adultas, e casadas. Então não há problemas, certo? Até porque Lauren parece gostar bastante desses nossos momentos, principalmente quando eu estou no colo dela.

— Lauren, onde estão nossas fotos de casamento?

Lauren demora alguns segundos para voltar a realidade, o cenho franzido vai relaxando aos poucos.

— Ali, no móvel da televisão. — Aponta para o lado, acompanho com o olhar. — Quer ver?

— Sim.

É possível notar a animação em minha voz, Lauren abre um enorme sorriso e sela nossos lábios. Delicadamente ela segura em minha cintura e me coloca no sofá, se arrasta para frente e levanta. Recosto-me no encosto do sofá e fico a observando. Lauren se ajoelha no chão e arrasta uma pequena porta no móvel, em segundos ela a fecha de novo e fica de pé. Quando vira de frente para mim, posso ver o álbum de capa marrom claro em suas mãos.

— Aqui, amor. — Me estende o álbum e se senta ao meu lado. — Sabia que nós tivemos uma pequena discussão na nossa festa de comemoração?

— Sério?

— Muito. — Logo que abro o álbum vejo nossos nomes bordados ali em letras bonitas. Passo o dedo por cima, sentindo a textura. — Eu queria tirar algumas fotos da festa e você não queria me soltar, disse que tínhamos que ficar juntas.

— Bem... E não era verdade?

Rebato brincalhona e Lauren solta uma risadinha sem jeito, olho de soslaio para ela, que dá de ombros. Nego com a cabeça, um sorriso em meus lábios. É bem a cara dela mesmo fazer aquele tipo de coisa. Uma coisa que sempre soube sobre ela era a paixão por fotografias. E admito, ela sempre foi ótima nesse quesito. As melhores fotos dos nossos bailes e festas comemorativas na escola, eram todas mérito dela. Pelo menos ela era boa em alguma coisa naquela época.

— Sim, era... Só que, eu fiquei com receio que o fotógrafo contrato não fizesse um bom trabalho.

— Deixa eu adivinhar, você ficou em cima dele dando dicas?

— Sou tão previsível assim?

Finge um tom de indignação e eu carvalho enquanto observo a primeira foto. Lauren e eu estamos lado a lado, com os rostos colados e sorrisos enormes em nossos lábios. Estamos as duas de vestido e véu.

Nossa felicidade está estampada no olhar, é óbvio que casei com ela por amor.

— Gostei dessa foto.

Aponto para a segunda. Nela, Lauren e eu estamos em pé, ela segura minha cintura e me olha sorrindo, enquanto eu tinha a cabeça jogada para trás e parecia gargalhar de algo que ela disse.

— Essa sempre foi sua favorita. — Ela comenta, chegando mais perto para ver a foto. — Porque ela foi espontânea, eu estava contando piadinhas na hora em que estavam nos fotografando.

Levanto as sobrancelhas, não tão surpresa assim. Olho para Lauren, que está com o rosto próximo ao meu. Sorrio antes de beijar sua bochecha.

— Eu sempre quis tirar uma foto assim, ficou linda.

Comento maravilhada ao ver a terceira foto. Nela Lauren está me segurando no ar pela cintura, eu seguro em seus ombros e olho em seus olhos. Parecemos perdidas uma no olhar da outra. Céus! Parecemos tão apaixonadas.

Continuamos a ver as outras fotos, não consigo parar de sorrir para nenhuma delas. Foi ótimo ver essas fotos, mesmo que não tenha lembrado de nenhuma imagem desse dia, consigo sentir o frio na barriga que devo ter sentido no dia em que disse sim a Lauren. Ela brinca o tempo todo e comenta sobre a nossa vida, principalmente sobre a lua de mel que passamos na Grécia. Lauren declarou esse momento como o mais prazeroso de toda nossa vida juntas, preferi não perguntar o motivo. Até porque era bem explicativo ao que ela estava se referindo. Lauren é uma pervertida.

— Eu sempre gostei da forma que você era decidida, firme. Sabe? Toda séria quando tinha que resolver alguma coisa.

— Muito séria?

— Muito, era algo como... — Ela respira fundo, se preparando para me imitar. Junta as sobrancelhas o máximo que pode e me olha. — Lauren Michelle, quantas vezes eu tenho que mandar a senhorita tirar a toalha molhada de cima da cama? — Sua voz é grossa, acabo gargalhando da pose mandona dela. — Ou então, Lauren, nós não vamos de forma alguma sair nesse frio só para tirar fotos da lua.

— Eu parecia ser mandona.

— Demais. — Ela concorda prontamente, sorrindo. — Quando estavam o construindo nossa casa você fez questão de ver tudo de perto, ficava aqui o dia todo praticamente dando ordem aos rapazes encarregados de construir nosso lar. — Joga a cabeça para trás e ri. — Lembro que uma vez, eu vim te buscar e um dos construtores veio me implorar para não deixar você voltar ali enquanto tudo não estivesse pronto, porque você era mandona demais.

— Meu Deus.

— É, Srta. Cabello. Mas sabe de uma coisa? Sempre achei sexy esse jeito mandão, principalmente na cama.

Ela diz naturalmente e eu sinto minhas bochechas esquentarem, até meus ouvidos queimam. É impossível não ficar sem jeito, por mais que eu saiba que tínhamos uma vida sexual aparentemente ativa, eu não consigo lidar com isso, não consigo ainda aceitar que na realidade eu não sou nada inocente mais. Apesar de não lembrar a sensação de transar com alguém, eu sei o que é sentir tesão porque era impossível não ficar excitada vendo as cheerleaders. Além do mais eu não era uma santa durante a minha adolescência, apenas me preservava para alguém especial. Não queria ser atirada.

Mas imaginar Lauren e eu juntas em uma cama, completamente nuas...

— Jesus Cristo!

— Não, amor, é Lauren Michelle mesmo.

— Você é uma idiota. — Empurro-a pelos ombros e Lauren caí para trás, mas faz questão de me carregar junto, então caio por cima dela. Ficamos nos olhando e sorrindo, Lauren rouba um beijo ou dois. — Laur... Lern, — Seu sorriso aumenta ao ouvir o apelido que inventei. — Você sente falta da antiga Camila? Sabe... A Camila apaixonada por você, que você morria de amores.

— Mas você é a Camila que eu sempre morri de amores.

— Não, não. — De repente me sinto tímida, diria com medo. Medo de não estar o suficiente para ela, apenas suprindo a falta que ela deve sentir da Camila que eu costumava ser. — Eu quero dizer... A Camila sua esposa.

Lauren parece finalmente entender o que estou querendo dizer, ela solta um "Oh", baixinho e inclina a cabeça para trás. Sinto uma insegurança até então desconhecida por mim. Apesar de que tenho ela ao meu lado me ajudando, eu não sei se ela tem esperanças que eu volte a ser como antes. Porque eu sinceramente não sei se terá como eu ser como antes.

— Camz, eu vou ser bem sincera com você... — Minhas mãos começam a suar, passo elas na capa do sofá para seca-las. — No início, depois que você perdeu a memória e virou aquela Camila rude, eu senti muita falta da minha Camila. Entende? Era horrível te ver, não poder te tocar, e pior, não ouvir as coisas que você costumava me dizer. Eu estava com medo e você não me dava colo, eu sentia falta da minha Camila porque ela me daria colo.

— Desculpa... Por tudo.

— Tudo bem. — Ela respira fundo. — Estamos começando a nos entender agora, até posso tocar em você outra vez. — Me olha e sorri. — No momento não sinto falta da antiga Camila, amor, estou gostando de conhecer essa nova Camila.

Ouvir aquilo é como retirar um peso de três toneladas dos ombros. Meu medo era que ela sentisse falta da antiga Camila e tivesse esperanças de tê-la de volta. Não quero de forma alguma decepciona-la, principalmente porque sei que talvez, aquela antiga Camila nunca volte.

E da mesma forma que ela está conhecendo uma nova Camila, eu estou conhecendo uma Lauren completamente inédita para mim. E confesso... Estou adorando conhecê-la melhor.

É engraçado que mesmo sem saber e, em tão pouco tempo, eu já sabia que seríamos importantes uma para a outra, algo em mim sempre soube e sempre saberá... Ela é a minha pessoa.


Notas Finais


Como estamos?

Zeus! Camila tá tão caidinha pela Lauren... Isso é tão... Gay, e adorável.

Eu tinha alguma coisa para falar, mas eu esqueci porque tenho mente de vento. Volto assim que der, a qualquer hora, qualquer dia. É isso aí, as coisas estão indo bem no navio...

Até mais, amo vocês ♥
@kordalren


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