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História Stupid Wife - Dont leave me.


Escrita por: Horse

Notas do Autor


Big surpriseeeeeeeeeeeee, yaaaaay!

Dois dias seguidos de novo, que maravi, huh?

Queria lembrar que amo muito vocês, e você são incríveis comigo, obrigada por todo apoio de vocês e por lerem essa fic que eu achei que não teria tanta repercussão assim, mas olha só, uma das mais faladas e isso graças a vocês, então de verdade, muito obrigada.

Preparados? Espero que gostem...

Capítulo 23 - Dont leave me.


Dinah fez questão de me deixar em casa após rodarmos praticamente o shopping inteiro. Se tem uma coisa em que ela não mudou nada, é em gastar dinheiro. Dinah sempre esbanjou dinheiro por aí, ela não se importa com as contas em seu cartão de crédito. Eu já sou o contrário, não gosto de gastar muito. Não vejo necessidade, mas cada um com seus costumes.

Acho que nunca, nesses vinte e oito dias, me senti tão feliz em voltar para a casa. Meus pés estão latejando, e eu não aguento mais esse casaco enorme. Está de noite, as luzes de minha casa estão acesas. Não faço ideia se Lauren já está em casa ou se ainda está no estúdio. Adentro a casa e logo sinto cheiro de biscoitos de banana com chocolate, são inconfundíveis.

— Mommy chegou.

Louis grita do sofá assim que me vê na porta, abro um sorriso, deixo as sacolas caírem aos meus pés e me abaixo para abraça-lo. Louis agarra meu pescoço e eu aspiro seu perfume, perfume esse que parece o de Lauren. Levanto do chão com o pequeno, dou milhares de beijos em sua bochecha, ele gargalha de olhos fechados.

— Que saudade, meu amor. — O abraço com mais força, sentindo o calor do corpinho dele. Não existe sensação melhor do que abraçar um filho, é uma coisa inexplicável. Um sentimento tão forte que sufoca. — Sua mãe está em casa?

— Foi preparar chocolate quente. — Responde quando o coloco no chão, ele não me dá nem tempo de retirar meus saltos e já saí me puxando em direção a sala. — Vamos assistir um filme, vem assistir com a gente.

Na mesa de centro vejo uma bandeja grande cheia de biscoitos com gotinhas de chocolate. Um dos meus favoritos, impossível não reconhecer o cheiro de longe. Sento-me no sofá, Louis senta em meu colo, de lado com a cabeça deitada em meu peito.

— E está prontinho.... — Lauren aparece na sala e surpreendesse ao me ver ali. — Chegou agora? Nem ouvi barulho de carro do lado de fora.

— Acabei de chegar. — Louis desce de meu colo e vai até a mesa de centro para pegar uma das canecas que Lauren trouxe. — Cuidado para não queimar a língua.

— Pode deixar.

Ele diz e senta no chão ao lado da mesinha de centro, as pernas cruzadas em forma de índio. Volto a olhar para Lauren que está de pé ainda, olhando-me.

— O que foi?

— Deveria ser tão erótico você toda séria assim? 

Arregalo os olhos ao ouvi-la, Lauren vira a cabeça um pouco de lado e fica me observando. Meu rosto começa a esquentar, minhas bochechas devem estar da cor de uma pimenta malagueta. Lauren abre um sorriso, maldita! Então esse é o jogo dela?

— Mamãe... — Desvio o olhar daquela sem vergonha e olho para Louis, que está de lado assoprando o chocolate na caneca. — O que é eroti... Erotic... Isso ai que a senhora disse. O que é?

Meu queixo caí um pouco e olho para Lauren, que está tão, ou mais boquiaberta que eu. Mas então sorrio, bem feito. Ninguém mandou ficar falando esse tipo de coisa, ainda mais perto do nosso filho.

— É mãe, o que é erótico?

Sorrio cínica para Lauren, que fecha a cara e me fuzila com o olhar. Ela respira fundo e olha para Louis, o pequeno está com o olhar vidrado nela esperando a explicação.

— Erótico é... Hm, é... Uma coisa... Como eu posso explicar. — Começa a gesticular e se atrapalhar com as palavras, deixo uma pequena risada escapar e ela me olha como se tivesse lazer em seus olhos. — Quando você tiver mais idade eu te explico. 

— Ah, mãe, mas eu quero saber...

— Eu também quero saber, Lern.

As narinas de Lauren inflam, seu rosto começa a ficar um pouco vermelho e acabo rindo da expressão irritada e encabulada dela. Isso é para aprender a não fazer esse tipo de coisa. Toma essa!

— Outro dia eu te explico, filho, agora eu esqueci.

— Tudo bem, mas não esquece.

Ele pede de um jeito inocente. Pobre criança.

— Claro que ela não vai esquecer, Lou, vou fazer questão de lembrar ela.

Sinto Lauren segurar na gola do meu casaco e olho para ela. Suas pupilas estão dilatadas, as bochechas coradas e o maxilar cerrado. Pressiono os lábios para não rir.

— Não me provoca.

— Estamos quites, Lern.

Ela revira os olhos e solta a gola de meu casaco, mando um beijo no ar para ela e em segundos ela cola sua boca a minha, dando-me um longo selinho e logo se afasta, sorrindo.

— Agora sim estamos quites.

Maldita!

• •

Dessa vez quem colocou Louis na cama foi eu, o pequeno praticamente insistiu para que eu o fizesse. Ele queria ouvir a história do João e o pé de feijão, segundo ele a minha versão é melhor que a original. Por sorte eu sempre contei essa história para Sofia quando ela era mais nova, na verdade eu aprendi com a Ally, ela contava essa história para mim todos os dias antes de eu dormir. E depois que Sofi nasceu, eu passei a contar essa história para ela.

— Boa noite, mommy.

Ele diz em meio a um bocejo, sorrio e me inclino para beijar sua testa. Ele esfrega o olho esquerdo e eu o cubro direito. Pego o tigre de pelúcia que ele sempre dorme agarrado, e colo debaixo de seu braço. Sorrio para a imagem sonolenta do meu pequeno, beijo sua testa e apago a luz do abajur antes de levantar. Antes de sair do quarto, olho uma última vez para o meu filho. Meu filho.

— Cristo!

— Shhh. — Meu coração acelera no peito por conta do susto, o perfume de Lauren apenas serve para confirmar que era ela mesmo. Palhaça. — Você sempre paranoica.

Ela sussurra em meu ouvido, o ar que saí de sua boca bate no lóbulo de minha orelha. Fecho os olhos e respiro fundo, meus movimentos cardíacos voltando ao normal aos poucos. Lauren segura em minha cintura, apoia o queixo em meu ombro e beija minha bochecha.

— Juro que um dia eu vou socar tua cara quando você chegar silenciosa dessa forma.

— Não vai socar não.

— Você duvida? – Tento me soltar, porém ela me segura com mais força. Continuo tentando e ela só me aperta mais. — Lauren Michelle.

— Nossa, falou igual minha mãe agora. — Ela afrouxa o aperto em minha cintura, me possibilitando virar de frente para ela e abraçar seu pescoço. — Karla Camila Cabello.

— Jauregui Estrabao.

Um enorme sorriso surge nos lábios dela, seus olhos brilham ao me ouvir. Com a ponta de meus dedos acaricio sua nuca, afagando seus cabelos em seguida.

— Gosto disso... Cabello-Jauregui.

Eu também gosto.

Lauren abaixa um pouco o tronco para me beijar, bem pouco mesmo. Lauren é um pouco mais alta que eu, porém somente alguns centímetros. Mesmo assim é uma diferença considerável. Seus braços rodeiam minha cintura e ela me puxa contra ela, suspiro e ela aproveita essa deixa para enfiar sua língua em minha boca. Eu já disse o quão maravilhoso o beijo dela é? Por Deus, se eu soubesse disso na adolescência, eu com certeza teria beijado ela em todas as vezes em que ela tentou me agarrar. Mas agora eu tenho a chance de fazer isso quando e quantas vezes eu quiser.

Incrível, não é mesmo?

Perco a noção do tempo enquanto nossos lábios se movimentam juntos, em uma sincronia perfeita. Sua língua é habilidosa, Lauren alisa minha língua com a sua, rodeia a mesma e depois a suga, com força. Arfo em sua boca, meus dedos apertando seus cabelos mais forte. Então comece a lembrar das palavras de Dinah, não irei conseguir dormir sem conversar com Lauren e já passou da hora de eu tomar vergonha na cara e perguntar sobre como estava nossa relação antes de tudo isso acontecer.

— Lauren... — Ela faz um som com a garganta, dando permissão para eu continuar a falar. Quase esqueço o que iria falar quando ela suga meu lábio inferior. — Espera, não faz isso...

Sussurro meio mole, ela sorri e para de morder meu lábio. Afasta a cabeça, sorrindo me olha e suspira.

— O que foi? Está com sono?

— Não, na verdade acho que vou demorar a dormir.

— Então podemos nos beijar mais. – Tenta me beijar outra vez, porém desvio e viro a cabeça de lado. — O que foi?

— Precisamos conversar.

— Sobre o que?

Olho para seus braços ainda em volta de mim, apertando-me contra ela. É impossível raciocinar com ela tão perto assim, mas claro que não direi isso a ela. O ego dela ainda é grande e ela ficaria se gabando se soubesse que sua presença me desconcentra.

— Dinah me contou uma coisa que me deixou muito curiosa.

— Sério?

— Sim... — Suspiro, umedeço os lábios com a ponta de minha língua e seus olhos acompanham meu movimento. Sorrio, parece que alguém também se sente da mesma forma que eu. — Você pode me soltar? Não dá para conversar assim grudada em você.

— Claro que dá, amor. — Seus lábios tomam conta de meu pescoço, ela começa a beija-lo e me sinto amolecer em seus braços. Fecho os olhos e respiro fundo, buscando controle. — É mais gostoso conversar assim, ai podemos falar uma no ouvido da outra.

— Meu Deus, mulher. Pare com isso. — Exijo e consigo me soltar dos braços dela, minhas costas colidem com a porta atrás de mim e Lauren dá um passo em minha direção, coloco as duas mãos em seus ombros, impedindo-a. — Não, estou falando sério.

— Okay... — Faz sinal de rendição e sorri. — Eu já disse que você fica sexy toda mandona, não disse?

— Você nunca para, não é mesmo? — Lauren nega com a cabeça e sorri travessa, estalo a língua. — Você não vai conseguir me seduzir.

Lauren pressiona os lábios e fica me olhando de uma forma engraçada, então em segundos ela começa a rir. Junto as sobrancelhas sem entender, continuo a observando enquanto ela gargalha, baixo o suficiente para não acordar nosso filho. Lauren para de sorrir e coloca as duas mãos ao lado de minha cabeça, aproxima o rosto do meu, perigosamente. Abre um sorriso antes de sussurra naquele maldito tom rouco que arrepia qualquer pessoa:

— Eu já seduzi você, amor. Será que ainda não percebeu?

E me rouba um beijo rápido, pisca para mim e vira as costas, indo em direção a escada. Fico ali parada observando-a enquanto ela some das minhas vistas.

Mas que... Filha da mãe.

Sento-me ao lado dela no sofá, Lauren larga o celular assim que nota minha presença.

— Você queria falar com-

— O que estava acontecendo com o nosso casamento? — A corto, Lauren fica paralisada com a boca aberta, a fecha lentamente e abaixa a cabeça. — Por que não estávamos bem?

Lauren suspira, passa as mãos no rosto e depois as põem em seu colo. Fico olhando-a, esperando que ela comece a falar. Embora por fora eu transpareça estar calma e somente curiosa, por dentro estou nervosa e com medo de saber o que aconteceu.

— Camz, nós... É...

— Sem me enrolar, Lauren. Nós não estávamos bem, eu já sei disso. Eu quero saber as razões.

— Tudo bem. — Ela finalmente levanta a cabeça e olha em meus olhos. — Nós realmente não estávamos indo bem na nossa relação, a algum tempo... Oito meses para ser exata.

— Por quê?

— No início foi por desconfiança, Ally estava desconfiada que Troy estivesse a traindo porque ele sempre chegava tarde em casa, e muito cansado. Ela te contou isso, e nessa época eu estava muito ocupada com o meu estúdio, estavam reformando tudo lá, ampliando o espaço. Eu tinha que ficar lá para me certificar de que nenhuma foto minha seria danificada. — Pausa para respirar. — Depois que Ally contou da desconfiança dela com relação ao Troy, você começou a achar que eu fazia o mesmo.

— Nós brigamos alguma vez por causa disso?

— Diversas. – Alisa a nuca e morde o lábio, seu olhar fica com um brilho nostálgico, ela parece lembrar daqueles tempos. — No início eram apenas perguntas; "Onde você estava até essa hora?", "Por que demora tanto para atender a merda do telefone", "O que você tanto faz para chegar tão cansada?", coisas desse tipo.

— E depois das perguntas.

— Oh... Aí você começou a mexer nas minhas coisas, vasculhava meu celular, notebook, Ipad, qualquer coisa que eu poderia trocar mensagens com " alguém suspeito" — Faz aspas com os dedos. — Sempre que eu chegava você fazia questão de olhar meu carro, procurando alguma coisa que entregasse as minhas supostas aventuras fora do casamento.

Fico calada apenas a ouvindo, penso como eu me tornei tão controladora daquela forma. Eu nunca gostei disso, não gostava nem quando meus pais queriam olhar minhas coisas.

— Então nós começamos a brigar todas as noites em que eu chegava fora do horário, você jogava na minha cara que eu estava aprontando alguma coisa e eu me defendia dizendo que você estava vendo coisa onde não tinha.

— Depois dessa fase de desconfiança veio o que?

— A pior coisa que você já tinha feito... Começaram as perseguições. — Suspira, passa as mãos em seus cabelos. — Uma vez tivemos uma briga feia por causa disso, você deixou nosso filho sozinho em casa para ir atrás de mim na rua. Por sorte eu cheguei alguns minutos depois que você tinha saído, Louis ainda estava dormindo e quando eu não te achei, entrei em desespero. — Ela olha para o lado, em direção a televisão. — Quando você voltou e chegou toda cheia de certeza, me acusando de diversas coisas, eu não aguentei e explodi com você. Foi a primeira vez que eu gritei com você em todos esses anos juntas.

— Eu devo ter lhe tirado do sério mesmo...

Lauren não aparentava ser do tipo que grita com as pessoas no meio de uma briga, ela parece ser daquelas que apenas ouve a outra pessoa e depois se desculpa se estiver errada.

— E como. – volta a me olhar. — Passamos quatro meses nisso, então nossa relação começou a esfriar. Mal trocávamos um beijo ou dois. Quando não estávamos brigando, estávamos sem nos falar direito. Eu mal podia tocar em você, e se transamos cinco vezes naqueles quatro meses, foi muito. Mas até mesmo o sexo perdeu a magia de antes.

— Lauren... – Estou com medo de perguntar isso, mas preciso saber. — Você já procurou outra na rua? Depois de tudo que estava acontecendo entre nós, pessoas casadas geralmente sentem mais falta de sexo que as sol-

— Nunca! — Ela me interrompe, sua expressão é séria, demonstrando sua sinceridade. — Por Deus, nunca cogitei a hipótese de cometer essa estupidez.

Graças a Deus.

— E-eu já traí você?

— Não também, posso te garantir com cem por cento de certeza. – Ela soa bem confiante, me sinto mais tranquila em relação a isso. — Mas você tinha sérios problemas com as palavras nas nossas brigas.

— Como assim?

— Você não se controlava, e falava muita besteira...

— Eu te ofendia?

— Diversas vezes. — Sinto-me mal por ouvir aquilo. Que tipo de pessoa estúpida eu tinha me tornado? — Mas acho que nossa pior briga foi a de um mês atrás, quando eu... Pedi o divórcio.

Ouvir aquilo é quase como levar um soco na boca do estômago. Lauren nem ao menos me encara, parece que falar disso não somente me atingiu, mas atingiu ela também. Fico paralisada sem saber o que fazer ou falar. Zeus! Ela tinha pedido o divórcio... Não acredito que chegamos a tal ponto.

— Por quê?

Minha voz quase não saí, sinto-me sufocada com as tantas palavras presas. Lauren suspira e estala seus dedos, ela recosta-se no encosto do sofá e morde o lábio inferior.

Eu mal respiro enquanto a olho, esperando a resposta.

— Eu não via salvação para o nosso casamento... Só estávamos sendo infelizes, e magoando uma a outra. — Ela olha para o teto e fica um tempo em silêncio. — Eu desisti de você, Camila, desisti de nós duas. Eu decidi quebrar a promessa de estar sempre ao seu lado porquê... Eu não aguentaria ver você sendo infeliz comigo, não aguentaria ver nosso casamento acabar daquela forma.

— Você pediu o divórcio... – Sussurro mais para mim mesma. — Por quê?

— Como eu disse antes, nós não estávamos bem e você não sabia controlar as coisas que você dizia.

Então eu disse algo que a magoou ao ponto de fazê-la pedir o divórcio.

Muito bem, Karla Camila, parabéns por ser estúpida.

— O que eu disse a você naquela noite?

Lauren me olha, seus olhos brilham, mas dessa vez, de tristeza mesmo. Parece que lembrar daquilo a fere bastante, não quero pressiona-la para contar, mas preciso saber para não fazer de novo. Não quero cometer os mesmos erros.

— Eu tinha chegado mais tarde que o normal, porque saí com Ian e Normani, fomos a um bar no centro da cidade. Eles queriam me distrair um pouco, já sabiam que as coisas entre nós duas não estavam nada bem. Eu tentei te avisar pelo meu celular onde eu estava, mas ele descarregou. Peguei o celular do Ian e te mandei uma mensagem avisando. — Ela pausa um pouco para respirar. — Eu mal sabia que aquele tinha sido meu maior erro, eu deveria ter te ligado ao invés de só mandar uma mensagem. Perdemos a noção do tempo, era noite do karaokê e Normani insistiu para que subíssemos ao palco. Eu estava me divertindo então nem me importei com a hora, e de qualquer forma eu tinha te avisado.

Lauren desencosta do sofá e apoia os cotovelos em suas coxas, ficando curvada para frente.

— Quando eu cheguei em casa, fui recebida a gritos. Nunca tinha te visto tão possessa na vida, eu tentava falar alguma coisa para me defender, mas você não ouvia. — Nega com a cabeça. — Você me acusou de ter usado o Ian para me acobertar enquanto eu comia alguma vagabunda na rua. Eu te mostrei que meu celular tinha descarregado, você nem deu ouvidos, pegou o aparelho da minha mão e tacou na parede. E então você começou a jogar as coisas na minha cara.

— Quais coisas?

Estou surpresa em ouvir tudo aquilo. Aquela Camila é uma completa desconhecida para mim, nunca fui de perder a paciência dessa forma, não era controladora e muito menos ciumenta a esse nível. Sempre achei melhor resolver tudo na conversa e não aos gritos.

— Ouvir você me xingar já não me atingia mais, mas foi quando você começou a dizer que eu tinha arruinado a sua vida que tudo começou a doer de verdade.

— Como assim? Arruinou minha vida?

— Foi o que você disse. – Lauren sorri sem qualquer resquício de humor, engulo a saliva em minha boca de forma dolorosa. — Tem noção do quanto ouvir aquilo da pessoa que eu mais amo na vida me doeu?

— Por que eu disse isso?

— Você nunca se perguntou por que você dá aulas de dança ao invés de estar rodando o mundo por aí sendo uma dançarina famosa como você sempre quis? – Sim, eu me perguntei isso uma vez, mas achei que tinha algum motivo realmente grande para não ter seguido essa carreira. — Foi por minha causa.

— Eu não queria te abandonar?

Lauren solta uma risada, uma risada sombria que me arrepia de uma forma nada boa. Ela me olha pelo canto do olho, encolho-me no sofá. Seu olhar não é nada amigável, parece amargo. Frio.

— Me abandonar? Você foi impedida de ser o que você queria porque a inútil aqui não podia te dar um filho, por minha causa você preferiu abandonar sua carreira para me dar uma criança, já que eu não podia.

Sua revelação em acerta outra vez, mais forte do que antes. Lauren volta a olhar para frente, posso ver algo brilhar em sua bochecha, sei que ela está se controlando para não cair no choro.

— Você jogou isso na minha cara, disse que eu era inútil e não prestava nem para te dar um filho. – Balança a cabeça, leva suas mãos até a nuca e entrelaça seus dedos ali. — Como se não bastasse tudo isso, você disse que era infeliz. Por minha causa.

Lauren respira fundo, olha para cima na intenção de controlar suas lágrimas. Eu continuo ali quieta, sem me mover, respirando devagar. Não é possível que eu tenha me transformado naquilo... Ou é possível?

— Então eu saí, fui dormir na casa da Dinah e do Ian. — Ela passa as mãos no rosto, limpando os vestígios de lágrimas em suas bochechas. — No outro dia eu vim cedo para casa, e quando encontrei com você no corredor, logo disse que queria o divórcio. Primeiro Você gritou comigo, me chamou de covarde e idiota... Depois começou a chorar, ficou me puxando pela jaqueta e implorando que eu não a deixasse.

Então as lembranças dos tais pesadelos voltam em minha mente, agora sei que não eram pesadelos e sim lembranças. Lembranças desse tal dia horrível que pela primeira vez agradeço por não lembrar.

— Quando eu te pedi uma razão para que eu ficasse, você disse para eu ficar por você. E Deus, aquilo era tudo que eu precisaria ouvir a alguns dias atrás, mas não naquela hora. — Lauren funga algumas vezes, voltando a enxugar seus olhos com as mãos. — Eu precisava de mais, muito mais que meras palavras.

— Então eu voltei a ser como era antes...

Penso em voz alta e ela me olha intrigada.

— Você lembrou? Você se lembra daquele dia?

— Não. — Seus ombros caem ao me ouvir dizer. — Só deduzi, e Dinah tinha me dito que as coisas estavam voltando ao normal na semana em que eu perdi a memória.

— E estavam... Até você dar um ataque de ciúme no meio Trip e Rip.

— E na manhã seguinte eu acordei sem memória...

— Exato.... E agora estamos aqui.

Voltamos a ficar em silêncio, Lauren ainda parece meio atordoada com as lembranças daqueles meses horríveis que balançaram nosso casamento. Timidamente me arrasto para perto dela, com toda calma passo minhas pernas por cima das suas e a puxo para mim. Lauren agarra minha cintura e deita a cabeça em meu colo, ouço ela soluçar baixinho e acaricio seus cabelos.

— Eu estou aqui, eu estou com você.

Sussurro em seu ouvido, a ninando como se fosse um bebê. Estou aqui agora, não irei sair do seu lado.

Só preciso descobrir por qual motivo eu perdi a memória. 

 

Quinta-feira dia 05 de Dezembro de 2014

 

Nunca é uma sensação boa quando você acorda com o corpo pesado, como se um caminhão de 10 toneladas tivesse sido depositado sobre você. E pior, quando você parece ouvir uma voz bem ao fundo que alguma coisa está errada, ou está prestes a acontecer algo errado. Você nunca sabe o que vai acontecer, ou já aconteceu, ou quem foi ou com quem será. A sensação de impotência é péssima, e causa paranoia.

Noite passada após saber de tudo aquilo que Lauren me disse, senti uma carga pesadíssima de sentimentos. Culpa, principalmente, mesmo não lembrando de ter feito aquelas coisas. Eu me tornei uma pessoa horrível, talvez tivesse acontecido mais coisas que Lauren me poupou de saber. E sinceramente? Eu prefiro não saber de mais nada, ontem já foi péssimo e ver Lauren chorar depois de contar tudo, conseguiu ser pior ainda. Ela estava frágil, por minha culpa. Eu preciso agir e de alguma forma reconstruir do jeito certo o nosso casamento, preciso reconquistar a confiança dela.

E preciso mais do que nunca confiar nela, de uma vez por todas.

O dia todo passou rápido, Lauren não foi no estúdio hoje, ficou apenas dando algumas ordens pelo celular mesmo. Ela disse que preferia passar o dia com a família dela, eu amei aquilo. Gosto da companhia dela, e Louis foi o mais feliz com essa notícia. Passamos a manhã e parte da tarde brincando de vários tipos de brincadeiras, e no final da tarde Lauren cismou de nos jogar na piscina.

— Lauren, não, não.

Eu implorei quando ela me jogou em seu ombro e correu comigo até a borda da piscina, mas ela não me ouviu, e segundos depois eu estava dentro da água com roupa e tudo, e completamente molhada. Louis nem precisou dessa pequena ajuda de Lauren, ele mesmo tirou sua blusa e a bermuda e pulou na água conosco. O clima não estava totalmente quente, mas estava instável, então não teria problemas nadarmos um pouco.

São nove horas da noite agora, e os dois arteiros da casa estão dormindo. Depois da brincadeira na piscina, Lauren começou a reclamar de algumas dores na barriga e dor de cabeça. Senti-me péssima por ter permitido que entrássemos na água, ela provavelmente ficaria doente agora. Ou poderia ter sido pelo fato dela não ter descansado quando comemos salgadinhos e pizza durante a tarde, ela ficou correndo e entrou na água sem esperar aquele tempinho obrigatório antes de voltar para a piscina. Por sorte Louis é obediente e nele eu posso mandar, e agora ele está dormindo porque ficou exaustou, já que mesmo com dores, Lauren decidiu brincar de esconde esconde. E agora os dois estão dormindo enquanto eu estou assistindo, ou tentando assistir um filme na televisão do quarto.

— Vou pedir para Lauren me ensinar a jogar nesse videogame, pelo menos vou ter alguma coisa para fazer quando estiver sem sono.

Resmungo comigo mesma enquanto me cubro melhor, as luzes estão todas apagadas, e apenas o som baixo da televisão ressoa pelo quarto. Depois de não sei quanto tempo, sinto meus olhos começarem a pesar... Não sei dizer em quanto tempo adormeci.

“Acorda....”

Essa voz ficou ressoando bem ao longe, aos poucos sinto-me voltando a realidade, saindo do mundo dos sonhos. Com um pequeno salto sobre a cama, eu acordo, sinto minha respiração alterada e um pouco de suor escorrer no vale entre meus seios. Que porra foi essa?

Eu estava tendo algum pesadelo?

Sento-me no colchão rapidamente, meus ombros parecem ainda mais pesados que mais cedo. Algo está me atormentando e eu não sei dizer o que é. O som da televisão me faz saltar um pouco assustada, nem tinha notado que ela ainda está ligada. Pego o controle e a desligo, puxo as cobertas de cima de mim. Sinto calor... Algo em meu peito parece aperta-lo ao ponto de sufocar, alguma coisa está errada.

Que merda é essa?

Levanto da cama, me sinto um pouco zonza. Seguro na parede em busca de apoio, ainda ouço aquela voz bem lá no fundo alerta-me que algo está errado. Então penso em Louis, meus sentidos entram em alerta. Corro em direção a porta do quarto, a abro e vou em direção ao quarto do pequeno. Meu coração está acelerado, quando finalmente adentro o quarto do pequeno, sinto o corpo mais leve ao vê-lo ali, deitado e ressonando tranquilamente. Vou até sua cama e me ajoelho ao seu lado, inclino-me para frente e beijo sua testa. Porra de susto.

Saio do quarto do pequeno e recosto-me na porta, solto o ar preso em meus pulmões. Mas ainda sinto algo errado, meu corpo está pesado e é como se no fundo eu soubesse que alguma coisa está errada. Abro os olhos e olho para frente, deparo-me com um quadro na parede. Eu já vi essa foto antes, Louis está nas minhas costas e Lauren ao nosso lado atirando água em nós dois com uma pistola de água.

Lauren... Lauren!

Em passos largos vou até o finalzinho do corredor, no quarto onde Lauren tem dormido. Giro a maçaneta e adentro o cômodo, vou até perto de sua cama e suspiro aliviada ao vê-la dormindo. Porra.

— Que susto... – Suspiro e subo na cama, na beirada. Acendo a luz do abajur e me inclino para olhar o rosto de Lauren, apoio minha mão no colchão e sinto o lençol molhado. — Mas que porra... – Puxo minha mão de volta e quando olho para a palma da mesma, meus olhos se expandem. — Puta que pariu!

Exclamo sentindo o coração disparar em meu peito. Corro para acender as luzes do quarto, volto para a cama e dou a volta para olhar melhor e... Quase caio no chão ao ver os lençóis que costumavam serem da cor azul claro, estarem completamente vermelhos. Sinto meu desespero começar a crescer, o rosto de Lauren está um pouco contorcido, mas ela parece estar dormindo. Ou desmaiada.

— Lauren! Lauren! – Chamo enquanto puxo os lençóis de cima dela, eles estão encharcados de sangue. Estou agindo como se estivesse no automático, minhas mãos tremem. — Lauren? Por favor, me responde, por favor.

Sinto vontade de chorar, mas tento ser forte. Olho em volta, procuro algo que possa me ajudar. O que eu faço? O que eu faço agora? Porra!

Dinah! Sim.

Deixo Lauren ali e corro até meu quarto, quase deixo meu celular cair no chão quando o pego. Desbloqueio a tela rapidamente e busco o número dela em minha agenda, toca uma, duas, três vezes... Cinco vezes, cai a ligação. Bufo irritada, tento de novo. Na terceira tentativa, estou quase desistindo e indo ligar para Ally, mas ela finalmente atende.

Que foi porra?

— Dinah! Dinah pelo amor de Deus eu preciso de ajuda.

Ouço ruídos do outro lado da linha e o som de algo cair e quebrar, seguido de uma rouca fazendo perguntas.

Camila? O que aconteceu, Chancho? Que voz de desespero é essa?

— Dinah, e-eu, a-a Lauren, e-ela... Sangue, muito sangue.

Não entendi nada, Camila, fala mais devagar, você está me assustando.

— Lauren está com algum corte ou hemorragia, Dinah, tem muito sangue na cama. Me ajuda.

O quê?! — Ela grita do outro lado da linha, ouço mais barulhos e sons de portas sendo abertas. — Você precisa levar ela ao hospital, agora, Camila!

— Co-como? Vem para cá, eu preciso de ajuda.

Camila, me escuta, eu estou indo para aí agora, vou buscar o Louis porque não vai dar tempo de você acordar ele. Volta para o quarto e pega Lauren.

— Como eu vou fazer isso?

Volto correndo para onde Lauren está, vejo ela se contorcer um pouco e gemer de dor. Corro para seu lado, ela ainda parece estar dormindo. Meu Deus, me ajuda.

Dá seu jeito, Camila, porra. Estou saindo de casa agora, pelo amor de Deus, é a sua esposa, salve ela, agora!

E simplesmente desliga a ligação. Minhas mãos ainda estão tremendo, guardo o celular no bolso e olho para Lauren encolhida na cama. Vamos lá, Camila, você consegue.

— Lauren? Você consegue me ouvir? – Ela balbucia alguma coisa que não consigo entender, pelo menos ela ainda está consciente. Respiro fundo, puxo forças de algum lugar para virar ela na cama. Lembro de ler em algum lugar que uma explosão de adrenalina em alguém, pode dobrar ou triplicar a força de uma pessoa. — Eu consigo.

Falo comigo mesma e sento Lauren na cama, ignoro o fato de estar começando a me sujar com o sangue dela. Lauren está com o corpo mole, nem a cabeça dela consegue sustentar sozinha. Passo um braço dela por meus ombros, com a outra mão faço força e a puxo para cima. O foda vai ser aquela escada.

Penso apavorada, saio do quarto arrastando ela comigo. Olho para Lauren e a vejo com os olhos meio abertos, ela parece confusa. Chego na ponta da escada e penso em alguma forma de descê-la sem machuca-la, opto por descer degrau por degrau me escorando na parede. E dá certo, quando chego ao último degrau, sento ela ali, levanto e vou buscar a chave de casa e do meu carro.

— Achei! – Volto para onde Lauren está, ela permanece na mesma posição em que a deixei. — Lauren? Consegue me ouvir? Se sim, abre um olho. — Ela abre os dois lentamente, mas logo volta a fecha-los. Preciso mantê-la consciente. — Segura em minha com o máximo de força que você conseguir.

Peço puxa-la para cima de novo, Lauren segura meu pescoço com um pouco mais de força. Vou andando com ela ao meu lado escorada em mim, com certo esforço consigo destrancar a porta e sair com ela. Aperto o botão do alarme, só então noto que aquelas chaves na verdade são do carro de Lauren. Por sorte, porque o carro dela está mais fácil de ser tirado da garagem. Puxo a porta detrás e com toda força que tenho no corpo, a levanto do chão e a coloco no banco, com o máximo de cuidado possível. Fecho a porta e corro até a entrada de casa para fechar a porta da frente, Dinah já deve estar chegando, então não preciso trancar. Volto correndo para o carro e abro a porta do motorista, coloco a chave na ignição e ligo o carro. Esse é menos complicado que o meu. Fecho a porta e coloco para dar marcha ré, lembro do que Lauren me disse, para pisar com calma no acelerador. Respiro fundo, mas ao ouvir ela grunhir de dor, sinto meu corpo entrar em alerta. A vontade de chorar volta com tudo, sinto as lágrimas começarem a aparecer em meus olhos.

Não seja fraca agora, Camila! Vamos lá.

Não faço a mínima ideia de onde fica o hospital, e agora?

Droga!

Estava prestes a ligar para Dinah, quando vejo pelo retrovisor um carro ser estacionado de qualquer forma em frente minha casa, suspiro aliviada ao ver Ian sair correndo do carro. Abro a porta do carro e saio do mesmo, Ian ao me ver vem em minha direção.

— Cadê ela?

— Dentro do carro, por favor, vamos logo, ela está quase apagando.

Ian passa por mim e entra no carro, dou a volta correndo e entro no lado do carona. O carro começa a se mover, na pequena trilha que leva até a porta de minha casa, vejo Dinah com Toni em seus braços, ela olha para mim e posso ver em seu rosto toda angústia. Ian arranca com o carro quando estamos na rua, olho para trás e vejo Lauren um pouco encolhida.

— O que aconteceu? Por que ela está sangrando?

Ele pergunta aflito, sua voz sai um pouco mais alta do que deveria, mas sei que ele não fez por querer. Está preocupado com sua irmã, eu o entendo.

— Eu não sei dizer, eu só acordei de madrugada, fui ver ela e quando encostei nos lençóis... — Engulo a vontade de chorar e suspiro. — Tudo estava molhado, acendi as luzes e vi aquele mar de vermelho.

— Droga! – Ele dispara irritado e bate no volante do carro, nunca vi Ian tão irritado quando agora. — Vai dar tudo certo, pode acreditar.

Ele diz, mas parece dizer para si mesmo. Posso notar sua voz um pouco trêmula, ele está tão, ou mais desesperado do que eu.

Eu espero mesmo que dê tudo certo, não posso perder ela.

 

Ao chegarmos no hospital, mal espero ele parar o carro e já salto para fora gritando por ajuda. Alguns paramédicos me ouvem e vem em minha direção, explico rápido a situação e um deles corre para buscar uma maca. Olho para carro e vejo Ian tirando Lauren do banco detrás, a calça de moletom cinza que ela está vestida, agora está com boa parte vermelha. Ian a coloca na maca com a ajuda dos paramédicos, eles falam muito rápido, nem tento ouvir o que estão dizendo, apenas corro para ficar ao lado dela. Lauren está com os olhos abertos, quando me vê, ela me olha parecendo assustada, sem entender ao certo o que está acontecendo.

— Você vai ficar, vai dar tudo certo.

Eu falo para ela, não sei dizer se Lauren me entende. Ela olha para os lados meio lentamente e depois volta a me olhar.

— Levem ela para a emergência!

Alguém grita, sinto braços tentando me tirar de perto de Lauren, faço força e seguro na borda da maca. Os olhos de Lauren brilham de preocupação, vejo ela tentar se mover ao me ver se debater nos braços da pessoa que está tentando me afastar.

— Não me tirem de perto dela, eu quero ver ela! Lauren! Lauren! – Começo a gritar desesperada, ouço uma voz em meu ouvido sussurrar para eu me acalmar, mas isso é impossível. Consigo escapar daqueles braços e olho para Lauren uma última vez. — Não me deixe, por favor, não me deixe.

Imploro em meio ao choro, finalmente conseguem me afastar da cama e levam ela para longe de mim. Minhas pernas cedem, sou amparada por braços fortes. Logo em seguida me puxam para um abraço apertado, deduzo ser Ian por conta do tamanho da pessoa. Enterro meu rosto em seu peitoral, entrego-me de vez ao choro.

Por favor, amor, não me deixe... Não agora que estou ganhando você outra vez.


Notas Finais


Como nós estamos?

"I hate you, don't leave, I feel like, I can't breathe..." Essa música é tão Camila dessa fic, e por alguma razão combinou com esse capítulo.

Eu queria entender porque vocês tinham tanto medo delas terem traído uma a outra, gente, traição é uma escolha e independente dos problemas delas, ou de qualquer casal, trair nunca é a saída correta. Ainda mais quando você ama alguém da forma que elas se amam. Nesse capítulo eu acho que derrubei diversas teorias e confirmei muitas também, nem sei o que dizer, eu estou saindo do planeta terra nesse momento com uma viagem só de ida para Marte.

Lembrem que eu amo vocês, ok? E até qualquer hora.

Podem me amar no meu twitter @kordalren ou na ask.fm/jaakordeimae

See you'all later ♥


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