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História Stupid Wife - Merry Christmas


Escrita por: Horse

Notas do Autor


SURPRESA! HELLOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Como vocês estão essa noite? Vim aqui, lhes trazer esse capítulo enorme, está realmente grande. Fiz ele bem grande para compensar vocês pelos pequenos que eu tenho escrito ultimamente. Antes de vocês lerem esse capítulo, eu só queria me desculpar por qualquer erro ou se ficou meio confuso em algumas partes, eu juro que tentei fazer legal, e mesmo assim dei uma cagada no final, mas a gente supera lá para frente, eu espero.

MEU SQUAD LINDO E MARAVILHOSO, E GRUPO DA FANFIC, ESSE AQUI É DE VOCÊS, espero que gostem ♥

E não leiam com tantas expectativas, eu não quero ser a pessoa que detona suas expectativas. Eu sinceramente não gostei muito do final desse capítulo, porém é o que temos para hoje. Eu compenso nos próximos, mas chega de blablabla.

Espero que gozem... Gostem, eu quis dizer gostem hehe.

Capítulo 26 - Merry Christmas


Fanfic / Fanfiction Stupid Wife - Merry Christmas

Lauren Cabello Jauregui's Point Of View.

Vazia.

Se eu puder me definir nesse momento, a única palavra que se encaixa é essa. Porque é assim que tenho me sentido. Vazia, completamente. É como se algo dentro de mim tivesse morrido com o bebê que estava em minha barriga, bem, de fato algo morreu. Uma parte de mim, outra vez. Mas dessa vez eu queria mais do que antes, era a chance perfeita que eu precisava para ter a minha Camila de volta outra vez, por completo.  

Infelizmente eu não poderei fazer isso.

Não com um filho.

Eu não consigo dar um filho a ela. O quão merda isso é? É meu sonho, embora ela não se lembre, é o sonho dela também. Nós planejávamos isso desde antes de nos casarmos. Era o sonho dela me ver grávida.

— Você vai ficar tão linda com um barrigão. – Ela dizia e alisava minha barriga sem nenhuma protuberância. — Eu vou te mimar tanto. Será a grávida mais linda do mundo.

Sinto vontade de chorar ao lembrar desse dia. Era de uns oito anos atrás, na semana em que decidimos ter um filho. Eu deveria dar à luz ao nosso pequeno, fora minha decisão, tanto porque eu queria ser mãe e ela queria me ver grávida, quanto pela carreira que Camila estava seguindo. Ela estava começando a ganhar uma fama, eu não queria atrapalhar ela com uma gravidez. Eu não poderia ser egoísta com ela, afinal, ela me deu tanto apoio para seguir meu sonho.

E eu queria dar um filho a ela. Céus! Como eu queria. Os olhos dela sempre brilhavam tanto quando ela falava em me ver grávida de um filho nosso. Camila estava empolgada, muito empolgada. Só que infelizmente não deu certo, eu perdi nosso filho três semanas depois de saber que estava grávida. Foi um dos piores dias da minha vida.

Lembro que Camila chorava tanto ao ponto de perder o ar e engasgar com seus soluços quando chegamos em casa. Eu apenas não tive reação nos primeiros dias. Depois entrei em algum tipo de depressão profunda e passei a chorar todos os dias. O pior de tudo, além da minha dor, era ver e as pessoas ao meu redor sofrendo por minha causa. Todos me olhavam com dor nos olhos ao me verem afundar cada vez mais. Principalmente ela. Camila ficou acabada, mas não saiu do meu lado em momento algum. Esteve sempre ali, me dando colo todas as noites e enxugando minhas lágrimas.

Ela é, e sempre será meu refúgio. Minha sanidade é ela quem mantém.

Meses depois que me recuperei, resolvemos tentar outra vez, infelizmente a inseminação não deu certo. Então, um mês depois, Camila decidiu desistir de sua carreira para me dar um filho. Eu juro que tentei impedir, de todas as formas. Disse que poderíamos adotar uma criança, mesmo que demorasse. Mas ela estava decidida. Queria ter um filho, queria me dar um filho.

Foi a maior prova de amor que ela me deu. Afinal, ela abriu mão do sonho dela para realizar um dos meus. O quão maravilhoso isso é?

Mimei Camila de todas formas possíveis, ela merecia o melhor, merece e sempre vai merecer, independente de tudo. Não sei explicar a imensidão do amor que sinto por ela, é algo bem maior do que eu, maior do que tudo. E vê-la grávida de um filho nosso, foi a maior felicidade da minha vida.  Eu realizava todos os desejos dela com um sorriso no rosto, até mesmo quando ela me acordava de madrugada querendo de arroz com chocolate a comer giz de cera com espinafre e sorvete. Ela ficou ainda mais linda com o barrigão de grávida. Eu lembro que acordava de manhã e ficava olhando para ela, a barriga redondinha, onde nosso pequeno filho estava. Ficava horas a admirando, eu fui uma boba, mas gostava daquilo.

Mimar ela é quase um hobby.

Camila... Como explicar o que ela significa para mim? E posso dizer que depois que ela me deu o Louis, eu passei a ama-la ainda mais. O que sinto por ela pode ser considerado dependência para alguns, obsessão para outros e doença para aqueles que não sabem o que é amar alguém tanto ao ponto de ser capaz de perder sua vida pela pessoa. Eu arranco o coração do meu peito com as mãos se ela me pedir.

Assustador? Não, isso é amor.

Quando eu pensei em desistir dela, foi como se uma parte de mim morresse aos poucos, eu me sentia morrer a cada segundo depois da minha decisão em pedir o divórcio. Eu praticamente vivia em função dela, mas estava difícil ver ela sendo infeliz comigo.

Eu não queria ser a esposa estúpida que faz mal a outra. Eu queria ser o motivo de alegria dela, a razão dela acordar sorrindo todos os dias... Eu queria ser o orgulho dela, não a decepção. E por isso eu desisti de nós.

Mas quando ela implorou para eu ficar, chorando nos meus braços dizendo que não queria ficar sem mim, que não saberia viver sem mim, que iria mudar... Eu acreditei, eu cedi. E por que? Eu preciso dela, mesmo que não seja por completo. Mesmo se ela não melhorasse 100%. Eu só preciso da minha Camila. E eu tive naquela semana, ela tinha voltado a ser atenciosa, carinhosa, até fizemos amor outra vez. Nossa, como eu sentia falta de tocar ela da forma que eu gosto, não do jeito rápido e estranho que estava sendo ultimamente. Naquela semana ela se entregou para mim, de corpo e alma outra vez.

Como na nossa primeira noite juntas.

E então... Em um dia qualquer ela simplesmente acorda sem memória. Porra!

No início eu jurei que era algum tipo de brincadeira dela, quando ela começou a agir como idiota e falar aquelas coisas ruins, eu pensei que ela estava voltando a ser aquela Camila que eu não queria que ela fosse. A Camila que eu abri mão. Mas então eu notei algo errado, e depois descobri a razão: Ela tinha perdido a memória.

E como eu me senti?

Naquele momento eu desejei ter a Camila rude de novo do que a Camila que não lembrava de me amar. A Camila que era minha apesar de tudo, não a Camila que me odiava. Eu fiquei apavorada, com muito medo mesmo. Ela não se lembrava de mim, da nossa vida, do nosso filho... De nada.

Sabe o que é, você passar anos da sua vida se dedicando a alguém depois de ter lutado por ela até o limite e de repente perder essa pessoa sem nem notar? E o pior, a culpa nem era minha. Nem dela na verdade. Acho que a culpa não foi de ninguém, talvez isso tivesse que acontecer.

Assim como nosso encontro. 

 

Quinta-feira dia 24 de Dezembro de 2014

 

Sinto algo molhado tocar minha bochecha, porém mantenho meus olhos fechados. Não quero acordar, prefiro dormir e sonhar que tudo aquilo que aconteceu foi mentira. Que eu ainda estou esperando meu bebê e logo ele irá nascer para a minha felicidade e a de Camila. Quando decidi fazer uma inseminação escondida de Camila, eu fiz questão de escolher um homem latino, somente para ter a sorte da criança nascer com os traços e os olhos de Camila. Ficava imaginando uma mini Camila, linda.

Mas isso foi tirado de mim tão repentinamente... Eu nunca teria minha mini Camila. Eu nunca serei capaz de dar essa felicidade a ela.

— Mãe... – Ouço um sussurro em meu ouvido, sinto-me voltar a realidade aos poucos. — Mãe, acorda.

E outra vez algo molhado e macio toca minha bochecha, lentamente abro os olhos, para então me deparar com aqueles olhos cinzas tão perto do meu rosto. Louis sorri ao me ver acordada e sua mãozinha toca meu rosto. Suspiro, piscando algumas vezes. Ver meu filho sempre me fez bem, e agora não é diferente. Sorrio para ele e me viro na cama.

— Oi, carinha.

Minha voz está bem rouca, por conta da sonolência. Puxo Louis para meus braços e o abraço. Ele envolve seus bracinhos em volta de meu pescoço e me abraça com força. Zeus! Como eu amo esse abraço.

— Eu estava com saudade.

Sinto vontade de chorar ao ouvir a voz dele soar tão chorosa. Me praguejo por ter sido estúpida ao ponto de não dar a devida a atenção a ele nesses dias que passaram, idiota por ter me afundado no meu próprio buraco e não cuidar do meu filho. Ele não tem culpa de nada, eu não poderia tê-lo abandonado.

Eu sou uma idiota mesmo.

— Eu também, meu amor, eu também. – O aperto em meus braços, mas sem tanta força para não machuca-lo. — Mamãe promete te dar atenção agora, tudo bem?

— Vamos poder fazer anjinhos na neve? Está nevando?

— Sério?

— Sim! – Ele grita animado e se solta de mim, meu pequeno fica de pé na cama e começa a pular. — Vamos, mãe, vamos brincar na neve. É nossa tradição, lembra? Fazemos todos os anos.

— Nossa, que animação é essa aqui? — Olho para a porta e meu sorriso aumenta ao ver Camila adentrar o quarto, ela está vestida com um pijama todo rosa. Isso me faz lembrar quando erámos adolescentes, ela tinha um desse e vivia com ele. Eu costumava chama-la de princesa rosa naquela época por causa desse pijama. Ela está com uma bandeja em sua mão, me sento na cama e fico a olhando. — Bom dia.

Deseja e coloca a bandeja em cima do criado mudo, depois Camila apoia as mãos na cama e se inclina para selar nosso lábios. É como sentir o corpo flutuar, não existe sensação melhor que receber um beijo dela. Louis agarra nossos pescoços e nos faz quebrar o contato de nossas bocas, acabo rindo da animação do meu filho e Camila faz o mesmo.

— Vamos fazer anjos na neve!

— Oh, é mesmo, está nevando. Mas primeiro, mocinho, vamos tomar café porque sua tia Ally disse que você não quis comer nada quando acordou.

— Ela está aí?

— Não. – Camila pega a bandeja e a coloca sobre minhas pernas esticadas. — Foi comprar as coisas que faltam para a ceia de natal. Por falar nisso, daqui a pouco as meninas chegam para prepararmos tudo. Eu te disse que a ceia será aqui, não disse?

— Disse sim. – Pego um pedaço de pão e mastigo, Louis pega uma maçã e senta na cama. — Nossos pais vão vir?

— Vão. – Ela descasca uma banana. — Os seus devem chegar na hora do almoço, os meus só vão vir mais tarde.

— Hm... Conseguiu falar com a Normani?

— Sim. Ela voltou ontem, ela e o Theo viram também. – Bebe um gole do suco de laranja e depois me estende o copo, dou um longe gole. — Casa cheia, para animar você.

Mesmo que não me sinta totalmente bem, eu abro um enorme sorriso ao ouvir isso. Acho que será bom ter todos eles aqui em casa, preciso distrair a mente um pouco e voltar a ser sociável.

¨

Após o café da manhã, diga-se de passagem, super animado. Camila saiu do quarto e disse que iria arrumar a cozinha, mas antes praticamente ordenou que eu me levantasse e fosse tomar banho logo. Ou ela mesmo o faria.

Mandona? Imagina.

 

Depois que tomo banho, visto-me com roupas quentes. Camila fez questão de vir no quarto mandar eu me agasalhar bem, pois segundo ela está muito frio do lado de fora. Pessoas casadas a muito tempo costumam se irritar com esse tipo de coisa, uma esposa querendo mandar em você e te tratar como filha. Mas eu gosto, é bem ver ela cuidando de mim e voltando a se importar.

Estou tendo minha Camila de volta aos poucos.

 

— Vamos? — Camila pergunta da porta do quarto, termino de ajeitar minha touca e aceno com a cabeça. Ela nega com a cabeça e vem em minha direção. — Sempre tem alguma coisa torta na sua roupa. – Diz rindo ao ajeitar meu cachecol da forma certo, sorrio sem jeito. — Pronto.

— Obrigada. – Camila fica parada me olhando fixamente, franzo o cenho. — O que foi?

— Nada. – Ela balança a cabeça e dá um passo para trás, sorri sem jeito. — É só que... Seus olhos estão bonitos essa manhã, acho que nosso filho te trouxe um pouco de alegria de novo.

— Não foi só ele. – Confesso, porque ela também é a causa da minha alegria repentina. — Você também me trouxe, e sempre traz... E quer sabe de uma coisa?

— O que?

— É maravilhoso te ouvir dizer nosso filho.

— É mesmo? – Ela me puxa pela gola do casaco, colidindo nossos quadris. — Então vamos logo. – Sela nossos lábios. — Antes que o nosso filho venha até aqui nos buscar.

Sorrio e seguro seu rosto, beijando-a de verdade. Camila suspira em minha boca e envolve meu pescoço com seus braços. Coloco minhas mãos em sua cintura e a puxo um pouco mais para perto, deixando-nos completamente grudadas. Sugo seu lábio inferior com delicadeza, puxo a cabeça um pouco para trás, trazendo seu lábio entre meus dentes. Ela sorri e estica o pescoço, capturando meus lábios outra vez. Iniciamos outro beijo, mais lento. Ela timidamente insere sua língua em minha boca, a sugo forte. Camila aperta os braços em volta de meu pescoço e arfa.

Mamães! Vamos logo!

A voz de nosso filho vem lá de baixo, rindo desgrudamos nossa boca. Camila limpa o canto de meus lábios e faço o mesmo nos dela, que ficaram borrados com seu batom. Sorrimos uma para a outra e então nos afastamos.

— Não esquece da luva.

Ela diz e aponta para a cama, onde tem um par de luvas pretas. Bato continência e Camila revira os olhos, sorrindo. Se vira e saí do quarto, fico alguns segundos encarando a porta aberta e suspiro.

É bom ter isso de volta.

Por mais que algumas pessoas pensem, Camila e eu nunca tivemos um relacionamento perfeito, mas não era imperfeito. Temos nossas diferenças, embora sejamos bastante parecidas. Por exemplo, ela prefere comidas salgadas, eu já prefiro as doces. Ela nunca foi fã de esportes, eu sou apaixonada. Camila é fã de bandas pop, daqueles bem adolescente mesmo? Eu já prefiro um bom rock alternativo, ou bandas indie. Por sorte temos o Blues em comum, ela também ama Jazz. No nosso namoro não erámos aquele tipo de casal perfeito que vai ao cinema de mãos dadas, brigávamos feito crianças por algum desenho, ou brinquedo, passávamos o dia inteiro sem nos falarmos por causa disso. Mas no final da noite sempre estávamos bem outra vez. Não concordamos em muitas coisas, nosso gosto musical não é idêntico, na maioria das vezes não gostamos das mesmas comidas e por conta disso, vivíamos nos provocando. Mas nós nascemos para pertencermos uma a outra, mesmo que nos desentendêssemos as vezes, nascemos para ficarmos juntas.

Nos transbordamos... E isso é uma coisa que não mudará, nem depois de mil vidas.

 

A brincadeira na neve está animada, Louis e eu já fizemos dois anjos na neve. Camila por outro lado, continua péssima nisso. Ela sempre disse que não tem coordenação e força o suficiente para moldar a neve. Pura desculpa, mas ela admite? Nunca. Estou observando os dois, Camila e Louis estão fazendo uma bola de neve gigante, que segundo eles será a base do boneco de neve. Um sorriso enorme está em meu rosto, impossível não sentir orgulho da família que tenho. Eu não poderia pedir por melhores pessoas.

— Hey, litte tiger, pensa rápido. – Ouço uma voz bem conhecida por mim e viro o rosto para procura-la. Péssima escolha. Sinto algo gelado e pesado bater contra meu rosto, logo ouço a risada alta de Dinah. Maldita. — Eu disse para pensar rápido. Perdedora.

— Sua filha da mãe. – Digo entredentes, tirando a neve que ficou em meu rosto. Olho para Dinah, que está parada a poucos metros de distância de mim. Os braços cruzados e o sorriso de deboche no rosto. — Você não deveria ter feito isso.

— Se eu fosse você não revidaria, ou eu farei pior. – Sinto-me estremecer com o tom de ameaça dela e o olhar intimidador. Se tem uma coisa que aprendi nessa vida; é nunca provocar ou revidar alguma brincadeira dela. Isso claro se você tem amor a sua vida, e seu cabelo. — Nem acredito que você finalmente saiu da toca. – Vem em minha direção de braços abertos, logo estou envolvida em seu braço. Fazer o que? Não consigo resistir aos carinhos dela. — É bom te ver sorrindo outra vez, sabia disso?

— Eu sei. – Suspiro e aperto meus braços em sua cintura. Dinah beija minha testa e acaricia minha bochecha. — Desculpa por ter ignorado você todas as vezes em que tentou falar comigo.

— Não precisa se desculpar, eu te entendo. Sei que precisava do seu tempo.

— Muito obrigada por ter cuidado de Camila durante esses dias que eu fiquei, você sabe... – Nos afastamos. — Obrigada mesmo.

— Nem precisa agradecer, tiger. Eu sempre vou cuidar dela, e de você também. Somos uma família, e nós duas somos como irmãs, lembra?

— Claro que lembro, irmãs de alma.

Sorrimos uma para e outra e ficamos em silêncio durante alguns segundos. Ao ouvirmos as risadas pelo quintal, nos viramos para ver Camila, Toni e Louis brincando de guerra de neve.

— Quer se juntar a eles, irmãzinha?

— Claro que quero.

 

..

 

Depois da brincadeira, exaustiva diga-se de passagem, na neve. Todos entramos para nos limparmos. Logo Ally e Troy chegaram com Serena e Will, todas as crianças subiram para o quarto de Louis e nós adultos ficamos encarregados de cuidar do almoço e também da ceia. Claro que Camila e Ally ficaram com a maior parte, afinal, elas que sabem cozinhar melhor. Sinu, Alejandro e Sofia, que veio passar o natal em casa conosco, chegaram pouco depois que o almoço ficou pronto. De tarde quem chegou com meus pais foi Ian, e em seguida Normani e o noivo dela, Theo.

Agora estou sentada na sala, rindo de algumas coisas que meus amigos estão falando. Aquela coisa de sempre, histórias de antigamente e histórias novas. Meus olhos não saem de Camila, ela está linda, como sempre. Em sua mão tem uma taça de vinho, ela conversa com Dinah e Normani, sorri o tempo inteiro. Já disse o quão apaixonada sou pelo sorriso dela? Pois então, eu sou estupidamente apaixonada pelo sorriso dela. É maravilhoso.

— Eu não sei como minha irmã ainda não sumiu. – Ally diz rindo e senta ao meu lado, desvio o olhar de Camila e olho para ela. — Por isso que ela não engorda nunca.

— Eu não tenho culpa, ok? Gosto de admirar ela.

— Eu sei, você é uma tola apaixonada por Camila. Todo mundo sabe.

— Me deixa.

— Claro que deixo. – Reviro os olhos ao ouvi-la rir. — Mas olha... Tenta secar aí – toca o canto do meu lábio esquerdo. — Está escorrendo.

E saí antes que eu possa revidar. Mereço mesmo essa anã implicante.

 

Já está de noite, o pessoal está animado. Ninguém para de falar ou rir um segundo. Me sinto bem melhor no meio deles, é bom estar cercada de pessoas que eu amo e me fazem bem. Porém quem eu realmente quero ver, faz mais de cinco minutos que não a vejo. Onde ela foi?

— Ei, Mani.

— Eu ouvi você chamando a rainha linda e maravilhosa?

— Por favor, não me sufoque com seu ego antes da ceia de natal. – Revido e Normani ri. — Você viu a Camz? Não consigo acha-la.

— A mulher é sua e eu que tenho que saber dela? – Fuzilo-a com o olhar e ela faz sinal de rendição. — Acho que foi lá em cima com a senhora sua mãe, ela queria conversar sobre alguma coisa com ela.

Arregalo os olhos ao ouvir aquilo, me despeço de Normani e corro em direção a escada. Só o que me faltava, tomara que dona Clara não cisme outra vez de tentar convencer Camila a me fazer terminar a faculdade de direito.

Quando chego no segundo andar, logo ouço risadas vindo do meu quarto. Reconheço de longe a risada de Camila, sinto-me aliviada. Elas estavam rindo, isso era bom sinal, certo?

— Lauren era muito levada quando criança, vivia aprontando. – Por sorte a porta não está totalmente fechada, e pela fresta posso ver as duas sentadas na ponta da cama. Camila tem um álbum em suas mãos e sorri para algo nele. — Lembro de uma vez chegar do serviço tarde da noite, de repente ela apareceu toda enfaixada. Dizia ela que não queria ser uma humana mais e estava virando uma múmia.

Meu Deus, mãe. Por que a senhora tinha que lembrar disso?

— Isso é a cara dela.

Camila diz e gargalha, mamãe também ri e concorda. Como é que é?

— Aqui, essa é a foto que te falei. Lauren raspou metade da sobrancelha, disse que queria ficar igual a mim.

Oh Jesus! Será que eu não posso voltar no tempo e desfazer essas coisas?

Continuo ali, ouvindo as duas conversando e rindo como grandes amigas. Para falar a verdade, mamãe sempre se deu bem com Camila. Quando fui apresenta-la como minha namorada, eu tive medo que minha mãe a tratasse mal, mas elas ficaram o dia todo conversando.

— Lauren com certeza já deve ter lhe contado, porém sei que você não se lembra. – Vejo Camila fechar o álbum e olhar para minha mãe. — Quando ela me contou que era lésbica... Céus, eu entrei em desespero.

— Vocês brigaram?

— Não. Quando ela me contou, eu meio que fiquei sem reação, entende? – Camila acena que sim com a cabeça. — Veja bem, eu não sou preconceituosa nem nada. Mas foi um choque sim ouvir da minha filha no meio de um jantar que ela era lésbica e estava apaixonada por uma garota. E sabe, eu não a julguei, continuava tratando ela normalmente. Mas sempre tive curiosidade de saber quem era a tal garota que ela estava apaixonada. Achei que era uma daquelas garotas esquisitas que usam moicano e usam roupas masculinas, morria de medo dela levar uma dessas lá em casa. – Minha mãe suspira, faço o mesmo. Eu me lembro disso. — Mas em um uma sexta-feira, eu me lembro bem até hoje. Ela chegou em casa toda sorridente, nunca tinha visto Lauren tão feliz em toda minha vida, te juro.

Oh, eu também lembro o motivo dessa felicidade.

— Nem mesmo quando ela ganhou o primeiro carro dela ela ficou tão feliz quanto estava. E eu claro fiquei curiosa e quis saber o porquê de toda aquela felicidade. Então ela me disse “Mamãe, irei trazer minha namorada aqui amanhã para conhecer a senhora e o papai”. Meu medo voltou com tudo, passei a noite toda pensando em todos os tipos de garotas possíveis. Mas então... Ela levou você lá em casa. Quando eu te vi, tão educada e bem vestida, me senti completamente tranquila. Eu sei que Lauren deve ter namorado outras garotas, mas você foi a única que ela levou lá em casa para conhecer Michael e eu. Ela não parou de sorrir um segundo sequer, fazia questão de frisar que você era a garota dela.

— Sério?

— Muito sério, eu jamais mentiria sobre isso. E sabe o que ela nos disse quando você foi para casa? Disse que iria se casar com você, que você era o amor da vida dela. – Eu ainda me sinto emocionada ao lembrar disso. — Foi a primeira vez que me senti totalmente segura em relação a ver minha filha se relacionando com uma mulher. Depois de conhecer você, e ver o quanto Lauren estava feliz, eu a aceitei de vez.

É verdade. Depois disso minha mãe me tratava bem melhor, se tornou até mais carinhosa. E era completamente apaixonada por Camila, incrível.

Essa pequena latina conquista fácil todo mundo.

— Estou te dizendo isso porque... Mesmo que pareça que Lauren e eu não nos damos muito bem, eu quero o melhor para a minha filha, sempre. – Minha mãe segura no ombro de Camila e olha bem nos olhos dela. — E eu sei que o melhor para ela é você. Não sei exatamente como a relação de vocês está agora, mas queria te pedir, se não for muito, que você cuide dela. Lauren é meio teimosa e difícil de lidar as vezes, mas é uma garota incrível.

— Eu estou notando o quão incrível ela é. Estamos nos dando muito bem agora. E eu cuidarei dela, com toda certeza, Clara, pode ficar tranquila.

— Sabe de uma coisa? Minha filha não poderia escolher pessoa melhor para passar a vida ao lado.

Eu realmente não poderia, mamãe. E mesmo se eu pudesse escolher outra pessoa, Camila ainda seria minha escolhida.

 

Ela é minha pessoa.

 

Camila Cabello Jauregui’s Point Of View.

 

Tenho que confessor, essa conversa com a Clara me ajudou bastante a esclarecer algumas coisas. E me sinto cada vez mais segura de que ficar ao lado de Lauren, me deixar envolver, é o certo a se fazer. Afinal, nos damos bem, agora pelo menos. Lauren me faz bem, e preciso dizer outra vez, ela me passa uma segurança incrível. E agora, ela precisa de mim.

Mais do que eu preciso dela.

 

O resto da noite, até a hora da ceia, continuou animado da mesma forma. Todos pareciam felizes ali, e faziam de tudo para ver Lauren melhor. Eu sabia que tinha sido a melhor escolha fazer a ceia de natal em casa. Ficou decidido que a troca de presentes só aconteceria amanhã, pois já estava tarde demais e algumas pessoas estavam cansadas. Mas todos voltariam no dia seguinte, claro. No final da noite, apenas sobrou, Lauren, Louis e eu.

 

— Mãe, eu acho que estou com sono.

Ouço Louis resmungar sonolento e o vejo praticamente se arrastando em direção a Lauren, que está no sofá sentada. Ela o pega pelos braços e o coloca em seu colo.

— Você acha?

— Acho.

Ele sorri sapeca e esconde o rosto no pescoço de Lauren, me sento ao lado dos dois e ela me puxa pelo ombro, fazendo-me deitar a cabeça em seu ombro.

— Vamos subir, carinha? Antes que você durma aí. – Me solto do abraço dela e levanto, Lauren faz o mesmo, trazendo consigo Louis, que está agarrado em seu pescoço. — Me ajuda a colocar ele para dormir?

— Claro.

Concordo e a acompanho até o segundo andar de nossa casa. Depois te ter tomado um banho rápido e escovado os dentes, sendo supervisionado por Lauren, Louis volta para o quarto. Cheiroso e vestido com um pijama azul cheio de naves espaciais estampadas. Sorrio para a imagem do pequeno sonolento, ele esfrega os olhinhos com suas mãos e depois pega impulso para subir na cama.

— Boa noite, meu amor. – Lauren deseja e dá um beijo em sua testa, depois o cobre. Louis boceja rapidamente e deita de lado. — O que foi?

— Mãe, mommy... Eu sei que eu vou ganhar meu presente de natal amanhã, mas eu... Posso pedir só mais uma coisa?

Me aproximo da cama para ouvir seu pedido, me ajoelho ao lado de Lauren.

— O que você quer, filho?

— É que... – boceja mais uma vez. — O Toni me disse que vai ganhar um irmãozinho. Por que eu não ganho um irmãozinho também? Eu sou um bom garoto, eu queria ganhar um irmãozinho do Papai Noel também. Eu não um garoto ruim, eu mereço um.

Oh... Jesus.

Lauren abaixa a cabeça e ouço ela respirar fundo, como se estivesse se controlando. Pressiono os olhos e praguejo em pensamento. Sei que ele não fez de propósito, mas esse não foi o momento ideal para um pedido assim. Ainda mais na frente de Lauren. Droga.

— Depois nós conversamos sobre isso, tudo bem? Agora vai dormir. – Ele apenas concorda com a cabeça de olhos fechados, parece cansado demais. O dia foi mesmo exaustivo. — Boa noite, pequeno.

Lauren levanta do chão com uma rapidez que até me faz piscar os olhos. Suspiro, já sabendo que teria que lhe dar suporte outra vez. Ela estava indo bem, o dia todo sem lembrar do que aconteceu. Mas tenho certeza que agora ela deve estar lembrando, e provavelmente se odiando. Apago a luz do abajur e me levanto do chão, saio do quarto de Louis sem fazer barulho. Ouço o barulho de algo se quebrando no quarto, meu corpo entre em alerta e eu logo corro para lá. Lauren está de pé, um pequeno jarro de flores está espatifado perto da porta do banheiro.

— Lauren...

— Você viu, ou melhor, você ouviu o que ele disse? – Tento dizer algo, porém ela não permite. — Você ouviu, Camila?! Meu Deus, ela acha que não ganha um irmãozinho porque não é um bom garoto. Ele...

Nega com a cabeça e começa a andar de um lado para o outro. Fecho a porta do quarto e vou na direção dela para acalma-la.

— Lauren, fica calma.

— Ficar calma? Sério mesmo, Camila? – Quase rosna, para no lugar e me olha de um jeito meio sombrio. — Como você pode me pedir para ficar calma quando temos um filho que quer um irmão e a mãe inútil dele não pode dar, huh? Ou melhor, talvez você possa dar um a ele. Já que você é a única nessa casa que consegue.

— Lauren, não...

— Não, digo eu, Karla. Para o inferno com essa sua maldita calma. Sou eu que não posso dar um filho a mulher que eu amo. Eu que não posso dar um irmão ao meu filho. Você sabe como é isso? Tem noção de como eu me sinto? Você tem? É óbvio que não tem! – Esbraveja, seus olhos brilhando em fúria e dor. Tento manter a calma, não quero brigar, prefiro ouvir os gritos dela até que ela se acalme. — Você é uma mulher normal, perfeita. A problemática inútil sou eu.

— Não fala besteira, Lauren. Você não é inútil, muito menos anormal.

— Como não? Me diz! – Com passos largos vem em minha direção, Lauren para em frente a mim. Sua respiração alterada bate contra meu rosto. — Era o seu sonho, sabia? Me ver grávida, ter um filho nosso. E eu nunca vou poder realizar. Outro sonho seu destruído.

— Amor...

— Não, não me chama assim. Não me chama assim, por favor. – Seus olhos começam a inundar com as lágrimas. É possível sentir a dor dela somente pelo jeito que está me olhando. — Eu não mereço isso, eu não mereço você. Eu só sirvo para destruir seus sonhos.

— Cala essa boca!

— Não, Camila. Será que nem mesmo depois de saber toda a verdade você não vê? Eu nunca vou te fazer feliz do jeito que você sempre quis.

— Cala essa maldita boca, Lauren.

— Eu não vou calar, não até que abra seus olhos e mostre que eu não mereço você.

Estou começando a perder a paciência, não sei dizer se é pior vê tão para baixo assim ou se colocando para baixo dessa forma. Meu Deus, será que ela não vê que estou sim sendo feliz ao lado dela?

— Cala essa boca, sua idiota.

— Me faça calar!

Ela grita de volta, fazendo-me paralisar surpresa com a força de seu grito. Lauren está arfante, seu peito sobe e desce e a respiração está descompassada, os olhos um pouco vermelhos. Aperto a mandíbula e continuo a olhando séria, Lauren sustenta meu olhar. Avanço nela com tudo e Lauren apenas dá um passo para trás, porém a seguro pelo pescoço e colido nossos quadris, ela abre a boca para dizer alguma coisa mas, sou mais rápida e a calo com um beijo.

Lauren demora um pouco para corresponder, parece surpresa. Não me permito travar, forço minha língua contra seus lábios obrigando-a a abrir sua boca e liberar a passagem, quando enfim minha língua invade sua boca, busco pela dela e a sugo, mordendo a pontinha em seguida e ganho um suspiro dela em troca. Aperto meus dedos em sua nuca, marcando-a, deixando claro de quem ela é.

Minha! E só minha.

Demorei a perceber isso, mas agora sinto um sentimento de posse tomar conta de mim sempre que penso em Lauren, em outras pessoas a tocando ou a desejando, ela é minha. E agora que enfim me dei conta disso, ninguém irá me tirar dela.

Ela quem me faz feliz.

Finalizo nosso beijo dando alguns rápidos selinhos em seus lábios, Lauren está atordoada, sua boca está um pouco aberta e ela me olha como se não acreditasse no que tinha acontecido. Abro um sorriso, busco fôlego e puxo uma mão para frente, toco seus lábios vermelhos com as pontas de meus dedos. Lauren engole seco, encosto nossas testas e beijo a ponta de seu nariz.

— Calei.

Sussurro e ela finalmente tem alguma reação, abre um enorme sorriso antes de me pegar pelos cabelos da nuca e puxar-me para um novo beijo. Agarro-me em seu pescoço e me entrego ao beijo de uma forma nunca entregue antes. Lauren vai andando para trás, sinto colidirmos em algo e logo ela cai sentada. Subo em seu colo sem desgrudar nossas bocas, Lauren segura em minha cintura com força, forçando-me para baixo.

— Camila... – Ela sussurra quando começo a beijar seu pescoço, me sento melhor em seu colo até ficar em uma boa posição para marca-la. — Você sabe aonde isso vai parar, não sabe?

— Sei.

— Ah... – O aperto em minha cintura aumenta quando eu mordo seu pescoço com um pouco de força. — Você sabe que eu não vou parar, não sabe?

— Lauren. – Me afasto um pouco dela, seguro em seus cabelos da nuca e faço ela olhar em meus olhos. — Quem foi que disse que eu quero que você pare?

— Meu Deus, Camila.

Lauren me ergue um pouco de seu colo e me vira na cama, ficando por cima de mim, entre minhas pernas. Nossos olhares se cruzam, ela sorri antes de me beijar. Seguro em seus ombros, Lauren apoia as mãos no colchão para não soltar todo seu peso em cima de mim. Ela para de me beijar e desce um pouco até que seus lábios alcancem meu pescoço, ela puxa a gola do casaco para baixo expondo minha pele. Fecho os olhos para apreciar seus lábios mordiscando e molhando minha pele, Lauren é cuidadosa, faz questão de massagear os lugares em que me morde com seus lábios. Eles são macios.

Sinto sua mão esquerda subir devagar, adentrar meu casaco e aos poucos toca minha barriga. Encolhe-me por puro reflexo, sempre tive muita sensibilidade nessa região. Sinto ela sorrir sob minha pele, Lauren pressiona os dedos em minha pele, apertando-a de uma forma gostosa. Arfo ao senti-la sugar com força um ponto estratégico em meu pescoço, quando suas pequenas unhas raspam a pele de minha barriga, eu viro o corpo involuntariamente por causa da cócega causada. Péssima ideia.

— Lauren? Meu Deus, eu machuquei você? – Pergunto desesperada quando batemos no chão, ela ficou por baixo e amorteceu a queda. Mas não sei se isso é uma coisa boa, posso tê-la machucado. — Lauren?

Vejo ela contorcer o rosto aos poucos, suas bochechas começam a ficar vermelhas e quando estou quase levantando para verificar se ela se machucou, Lauren começa a rir. Sim, ela joga a cabeça para trás e gargalha com vontade. Franzo o cenho sem entender. Por que ela está rindo?

— Eu não acredito que você fez a gente cair da cama, de novo.

Como assim?

— De novo?

— Sim. – Para de rir aos poucos. — Quando tivemos nossa primeira noite juntas, você também nos derrubou da cama.

— Eu sou estabanada.

— Muito.

Reviro os olhos e tento levantar de cima dela, Lauren é mais rápida e me segura no lugar.

— Você é uma idiota.

Resmungo, fechando a cara. Lauren sorri e tenta me beijar, viro o rosto. Ela estala a língua e em segundos estou por debaixo dela outra vez.

Sua idiota, sou mesmo.

Ah, não faz assim...

Lauren senta sobre meu quadril e se ergue. Apoio-me em meus cotovelos e olho para Lauren, ela sorri de forma tão doce que faz meu coração acelerar dentro do peito. Joga seus cabelos por cima do ombro direito e então começa a se abaixar, lentamente, suas mãos ficam apoiadas do chão ao lado de minhas costelas. Da forma mais devagar possível ela volta deitar-se sobre mim.

— Você é tão linda. – ela diz, me olhando de forma apaixonada, seus olhos brilham. Eu coro com seu elogio, coloco minhas mãos em seus ombros e os seguro com força, forçando-a contra mim. — Eu senti tanta falta desse seu calor, seu cheiro – cheira meus cabelos, vai até meu pescoço e morde fraco, arrepiando-me. — Seu gosto.

Passa a ponta da língua em minha pele e migra até o outro lado, morde outra vez meu pescoço e depois levanta a cabeça, seus olhos verdes - escurecidos, me olham com admiração. Ela é tão linda.

— Eu não sei se isso faz sentido mas, eu também senti falta disso.

Confesso e o sorriso em seus lábios fica ainda maior, Lauren acaricia minha cintura e beija minha testa. Está parecendo nossa primeira vez juntas, para mim é como se fosse mesmo, mas acredito que para ela também está sendo. É o nosso recomeço, acredito que faremos tudo devagar.

Recomeçando.

— Nem posso acreditar que isso está realmente acontecendo.

Nem eu, completo em meu pensamento. Suspiro ao senti-la sugar minha pele, com força. Uma de suas mãos toca minha cintura, ela alisa a região e sobe a mão um pouco. Testando, querendo saber se eu irei permiti-la me tocar. Se ela soubesse que pode fazer o que quiser comigo. Lauren retira a boca de mim, afasta a cabeça para olhar em meus olhos. Sorrio para ela, meu coração acelerado contra meu peito. Sinto suas mãos no zíper do casaco, apenas sorrio e ela entende o que quero dizer. Lauren abre o zíper e o puxa, seus olhos focados nos meus, só desviam quando ela termina de abrir meu casaco. Levanto um pouco as costas e deixo que ela tire aquela peça sem função alguma no momento. Ela faz o mesmo com a blusa de mangas que estou vestindo por baixo, deixando-me apenas de sutiã. Lauren volta a sentar sobre meu quadril e retira o próprio casaco, ficando apenas com uma branca blusa sem mangas por baixo.

— Nós temos que pegar leve, você sabe? Acho que nem deveríamos fazer isso hoje.

— Shhhh, fica quieta. Não corta o clima não, amor. – Ela pede, abrindo o zíper da minha calça. — Eu vou devagar, se isso te deixa mais tranquila, tudo bem?

— O que está fazendo?

Pergunto quando ela faz menção de ficar de pé, Lauren me olha confusa.

— Uh, levantando e indo para a cama?

— Nossa primeira vez foi na cama ou no chão?

— No chão, a primeira da noite.

Meu rosto ruboriza ao pouco ao ouvir isso. Lauren sorri de lado.

— Vem cá. – Seguro em suas mãos e com cuidado faço ela deitar em cima de mim. Retiro alguns fios de cabelo que caem sobre seu rosto e aliso seu rosto. — Recrie nossa primeira vez, Lauren. Não estamos no mesmo lugar, mas me faça sentir da mesma forma que fez na nossa primeira vez.

Lauren toma meus lábios com os seus, o beijo começa devagar, ela faz parecer como se estivesse massageando minha boca com a sua. Agarro suas costas, sinto ela se mover sobre mim e pressionar o quadril contra o meu. Um gemido escapa de minha boca, Lauren aproveita e insere sua língua dentro, acaricia minha língua, devagar. Com toda delicadeza que só ela sabe ter. Separo melhor minhas pernas para facilitar os movimentos de seu quadril.

Ela coloca as mãos por debaixo de mim, sinto seus dedos indo em busca do fecho de meu sutiã e levanto as costas para facilitar seu acesso. Lauren desliza a peça por meus braços, agradeço silenciosamente o fato dela estar olhando em meus olhos. Depois de finalmente retira-lo de mim, Lauren coloca a peça de lado e abaixo os olhos. Sinto-me corar um pouco sob aquele olhar intenso em meus seios. Sem frescura, Camila, ela está acostumada a te ver sem roupa.

— Tinha tanto tempo que eu não te via calada assim nessas horas.

— Sério?

Minha voz tremula um pouco quando ela segura meu seio esquerdo, logo em seguida o direito. Seus polegares pressionam contra meus mamilos, ela aperta meus seios com as palmas das mãos e gira os polegares. Mordo o lábio para não gemer. Isso é bom.

— Você é mandona na cama, eu disse isso antes. – Interessante. Porra... Ela é boa com as mãos. — Mas sabe de uma coisa... Gosto dessa Camila um pouco tímida, daqui a pouco você se solta.

Pisca para mim e beija de leve meus lábios, Lauren desce para baixo e eu olho para ver o que ela vai fazer. Péssima escolha. Seus olhos estão fixos em meu rosto, uma mão abandona meu seio e é substituído pela sua língua, quente. Lauren passa a ponta da língua por todo o meu seio, dá a volta nele e depois vai até o mamilo. Oh, porra!

Ela traça uma linha imaginária, molhada, com sua língua até meu outro seio. Faz o mesmo que fez com o direito, minhas mãos estão fechadas em punho e começo a sentir meu lábio se cortar. Se eu soubesse que isso era tão bom, eu já teria feito muito antes. Lauren segura meus seios de novo, firmemente em suas mãos. Ela sorri antes de se inclinar e sugar um mamilo, faz o mesmo no outro e fica revezando durante alguns segundos. Sinto-me cada vez mais molhada.

— Ah... Lauren, você não precisa...

Corto minha fala, sentindo meu rosto esquentando cada vez mais. Lauren para de beijar minha barriga e olha para cima, apoia seu queixo em meu abdômen e estuda meu rosto durante alguns segundos.

— Só relaxa, ok? Eu quero muito. – Separa mais minhas pernas, sinto-me cada vez mais tímida. Ela tem mesmo que fazer isso? — Camila... Para de tentar fechar as pernas.

Respiro fundo e fecho os olhos, não quero ver isso, já está sendo o constrangedor o suficiente. Sinto Lauren puxar a barra de minha calcinha, ela a puxa para baixo e eu ergo o quadril para facilitar. Um ar quente bate em meu clitóris, meu corpo treme um pouco. Ouço as batidas de meu coração em meus ouvidos, minhas mãos começam a suar em expectativa.

Tenho que lembrar de agradecer Dinah por ter me recomendado um salão maravilhoso que fez uma depilação incrível em mim no início da semana.

Lauren segura em minha coxas, sinto sua respiração bater um pouco descompassada contra minha boceta. Puta. Que. Pariu.

— Lauren! – É impossível não gemer ao sentir a primeira lambida que ela me dá, sinto ela sorrir contra minha carne sensível. Lauren aperta mais minhas coxas e dá outra longa lambida. — Oh-Deus.

Engasgo em meu próprio gemido, sinto-a rodear meu clitóris com sua língua. Como se fosse no automático, levo minha mão direita até seus cabelos e a pressiona contra mim. Lauren prende meu clitóris em seus lábios e o puxa devagar, com ponta de sua língua dá pequenas lambidinhas de gato na região mais sensível. Meu Deus! Eu vou morrer antes de gozar se ela continuar fazendo isso.

Lauren solta meu clitóris e desce e sobre com sua língua, passando-a entre os pequenos e grandes lábios. Ela suga um pequeno lábio vaginal para sua boca, o puxa e depois o solta, fazendo um som de estalo ressoar pelo quarto. Faz o mesmo com o outro e depois volta a circular meu clitóris com a língua. Um calor anormal começa a crescer dentro de mim e começa a tentar sair, minha testa está suada e sinto meus cabelos grudando em minha pele. Sinto minhas pernas começarem a tremer um pouco, Lauren parece notar isso também. Para de me chupar e dá selinhos na parte interna de minhas coxas, estou prestes a manda-la voltar ao que estava fazendo, quando sinto ela deitar sobre mim outra vez. Abro os olhos prestes a exigir uma explicação.

Lauren segura meu queixo com força, sem me dar chance de falar algo, ela me beija. Força sua língua para dentro da minha boca sem permissão, arfo e tento acompanhar seu ritmo. O beijo tem um gosto meio salgado, não é ruim, é até gostoso. Lauren para o beijo aos poucos, suga meu lábio inferior e o solta. Abro meus olhos, ela sorri para mim e depois separa os lábios. Vejo-a levar dois dedos para dentro de sua boca, sinto meu ventre gelar com aquela visão. Ela me provoca, não desvia o olhar enquanto tira e coloca os dedos na boca.

Maldita... Qual a necessidade de fazer isso?

— Espera, espera!

Peço quase em desespero ao vê-la começar a levar os dedos lubrificados em direção ao meio das minhas pernas.

— O que foi? Machuquei você?

A expressão de Lauren se torna preocupada, suspiro e nego com a cabeça. Sinto receio, eu não me lembro de ter feito isso antes. Será que vai doer?

— Só... Vai devagar, ok?

Ela concorda com a cabeça e volta a abaixar a mão, com suas pernas Lauren separa um pouco mais minhas pernas, deixando-me bem exposta. Sinto um nervosismo se formar na boca de meu estômago, parece que tem um redemoinho dentro da minha barriga. Zeus, me ajuda!

— Olha para mim, amor. – Ela pede e delicadamente segura meu rosto com sua mão livre, sinto ela começar a me masturbar devagar, como se quisesse me acalmar. Bem, isso me deixa mais nervosa. — Não vou te machucar. Você confia em mim?

Meu corpo parece estar entrando em algum tipo de frenesi, os dedos dela me acariciam devagar, com cuidado, eu diria até que com carinho. Lauren sabe o que faz, e sabe onde tocar. Ela é boa. Inferno, ela é maravilhosa.

— Confio.

Sinto-me mais relaxada e confiante. Lauren desliza os dedos para baixo, para em minha entrada e me olha como se pedisse permissão. Mordo o lábio e apenas afirmo com a cabeça, Lauren começa a empurrar os dedos devagar, fecho os olhos e me preparo para... Espera! Algo está errado.

Abro os olhos confusa, Lauren está sorrindo. E eu sem entender nada.

Cadê a dor?

— Tudo bem?

— Oh... Sim, eu acho. – Lauren arregala os olhos e faz menção de tirar seus dedos, a impeço, segurando em seu pulso. — Não precisa tirar.

— Achei que estava te machucando. Por um segundo pareceu que eu estava tirando sua virgindade de novo.

Lauren solta uma risadinha, em poucos segundos estamos as duas rindo. Eu não acredito. É obvio que eu não sentiria dor, que burra. Por Deus, Camila... Você não é mais virgem.

Mas sabe de uma coisa? Até que é gostosa essa sensação de ter os dedos dela dentro de mim.

Oh Céus! É maravilhoso, perfeito.

Ela não me penetra muito rápido, mas o faz com a precisão certa. Minha cabeça está rodando, abro os olhos apenas para ver o teto com pequenos pontos pretos. O que é isso?

— Lauren... Oh! Deus! Isso é tão... Bom.

Lauren está sorrindo mais ainda, parece satisfeita ao ouvir aquilo. Agarro seus ombros e mexo meu quadril um pouco, sinto um frio em meu ventre e um pequeno tremor a cada vez que ela acerta algum ponto dentro de mim. Ela continua movendo os dedos, com uma precisão maravilhosa. Sinto algo crescer dentro de mim, e uma pressão na entrada de minha boceta. Lauren aumenta a velocidade de suas estocadas, ela sussurra algo em meu ouvido que não consigo entender. Tento pensar com clareza enquanto sinto meu corpo começar a tremer. “Gostosa”, ela sussurra em meu ouvido.

— Faz assim... Desse jeito! Oh! Lauren, bem aí!

“Olha só, minha Camila mandona voltou”, ela diz em meu ouvido sem parar de me penetrar. Lauren faz do jeito que pedi, até melhor do que eu esperava. Eu me sinto como se estivesse saindo do chão, ultrapassando o dedo e indo além do céu. Por que demoramos tanto para fazer isso?

— Goza nos dedos da sua mulher, goza.

E basta ouvir isso para que eu sinta meu corpo relaxar. Lauren para de penetrar aos poucos, mas não retira seus dedos de imediato quando finalmente para. Minha respiração está descompassada, meu coração acelerado e eu ainda sinto minhas paredes internas se fechando contra os dedos dela.

Meu Deus! O que acabou de acontecer?

Quero dizer... Não foi algo planejado, obviamente. Muito menos naquele cenário perfeito, cheio de pétalas de rosas e uma música romântica ao fundo após um jantar. Assim como nos filmes clichês de romance que sempre gostei na adolescência. Mas foi algo maior, intenso, de verdade. Sinto os toques dela em mim ainda. Zeus!

Nós transamos no chão, depois de uma discussão e estou achando isso maravilhoso.

Me sinto cansada como se tivesse corrido uma maratona, e até mesmo um pouco dolorida por ter ficado nesse chão de madeira, um pouco molhado por causa do suor. Mas eu não estou reclamando, acho que poderia passar a noite inteira deitada aqui. Com ela.

Foi tudo tão incrível.

— O que tanto pensa? Sua testa está franzida, você sempre faz isso quando está pensando em algo importante.

— Não, não é nada demais. – Abraço sua cintura com minhas pernas e puxo-a para baixo. Ela está tremendo um pouco, não sei dizer se é por frio. — Você está tremendo.

Lauren esconde o rosto em meu pescoço, ouço ela soltar uma risadinha e fico mais tranquila. Coloco uma mão por debaixo de sua blusa e acaricio sua pele, ela está um pouco quente. Lauren deposita um beijo em meu pescoço, seguido de mais dois. Suspiro e viro o rosto para beijar a cabeça dela.

— Eu não estou sonhando, estou?

Ela pergunta após ficarmos um tempo em silêncio. Um sorriso em meu rosto, sinto-me como uma adolescente que acaba de ter sua primeira vez. Chega a ser irônico me sentir assim.

— Se você estiver, então estamos tendo o mesmo sonho.

Respondo sorridente, Lauren levanta a cabeça e me olha. Ficamos nessa troca de olhares, um sorriso aparece em seus lábios. Ela parece tão feliz.

Por que você me deixa assim tão boba?

— Obrigada por ter ficado e cuidado de mim, obrigada por ainda querer ficar e dividir sua vida comigo mesmo com tudo que aconteceu. – Sua voz soa tão emocionada que faz meus olhos lacrimejarem. — Eu não sei o que seria de mim sem você. Obrigada, só, obrigada por fazer parte de mim, por me deixar entrar na sua vida outra vez.

— Lauren. – Ela também com os olhos um pouco úmidos. Empurro um pouco seus ombros e me sento, com ela em meu colo. Coloco uma mecha solta de seu cabelo atrás da orelha, acaricio seu rosto. Decoro cada detalhe do rosto dela, linda. Absurdamente linda. — Obrigada você por permitir que eu entre na sua vida de novo. Eu que tenho que agradecer por tudo.

— Você me faz querer ser alguém melhor.

Você me faz ser alguém melhor.

Ela sorri e segura meu rosto, puxa para perto do seu e me beija. Dessa vez o beijo é calmo, transmite toda a emoção que ela está sentindo. Nossas bocas se movem devagar, nossas línguas se tocam algumas vezes. Ela suspira entre o beijo e o finaliza com alguns selinhos. Encosta sua testa na minha e sussurra:

— Eu acabei de me apaixonar por você outra vez, amor.

E eu estou começando a me apaixonar por você... Outra vez.


Notas Finais


Como estamos?

Cara eu to tão decepcionada comigo mesma, foi o pior hot de todos que eu já escrevi, e olha que eu já escrevi alguns bem ruins. Esse na minha opinião foi péssimo. Porém eu quis focar nos sentimentos da Camila, do que no hot em si, entenderam? Eu espero ter conseguido fazer isso, mas eu ainda acho que poderia ter caprichado mais. E fiquei o dia todo para fechar ele porque eu escrevia, apagava e reescrevia de novo.

Sei que muitos devem estar decepcionados com esse hot, mas eu disse para não criarem expectativas. Espero que continuem comigo, tudo bem? Eu vou tentar melhorar no próximo. Levem em consideração que a Lauren não pode se esforçar muito, e isso foi apenas um agrado para compensar o sofrimento.

Queria dizer que amo vocês, queria dizer também que a fanfic será traduzida para o espanhol agora, me sinto emocionada com isso porque outras pessoas vão conhecer minha história, TIPO, MANO! Espero que eles gostem.

Era só isso mesmo, to no caminho aí para melhorar nos próximos capítulos e meu Deus, ela está se apaixonando de novo. Uma maravilha.... Até mais amores ♥


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