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História Stupid Wife - My son.


Escrita por: Horse

Notas do Autor


Oláaaaaaaaaaaa, aqui estou ♥

Eu não iria postar agora, mas, vocês estão tão incríveis comigo que acho que posso lhes dar esse agrado. Peço paciência com certas situações que vão acontecer nessa fic, sei que assim como eu, muitos de vocês odeiam enrolação demais, porém, nada que acontece muito rápido fica legal, mas fiquem tranquilos que o drama não será AQUELE drama, sacaram? Vai ser uma coisa bem leve...

Até porque... (momento spoiler), falta bem menos do que vocês imaginam para as coisas começarem a entrar nos eixos.

Espero que gostem e mano, muito obrigada pelos comentários, elogios, o apoio de vocês. Vocês são incríveis, e eu os amo.


Capítulo 5 - My son.


Enquanto Dinah não chegava, aproveitei para subir e tomar um banho. Confesso que me sinto estranha tomando banho aqui nessa casa, dormir naquela enorme cama foi estranho e andar por aqui nesse silêncio é pior ainda.

Será que todos os meus dias são assim? Eu fico sozinha o dia inteiro? E pior, eu sou sustentada pela Lauren? Não acredito nisso, logo eu que sempre pensei em crescer e me tornar independente.

Entro no closet e escolho uma roupa simples, short, blusa de mangas curtas e calço os chinelos de bananas que estavam perto da cama. Só podem ser meus, até porque o outro chinelo tem estampas de um desenho que eu nunca vi na vida.

Saio do quarto e desço, chego na sala e me jogo no sofá. Me sinto como uma agregada nessa casa, uma hóspede. É muito esquisito essa sensação, porque essa casa basicamente é minha. Eu moro aqui à... Não faço ideia de quantos anos, mas moro aqui. É meu lar.

Meu lar.

Mas por que para mim essa casa parece apenas uma casa desconhecida?

Perder a memória é uma merda sim, eu só queria lembrar de certos momentos, mas tudo é apenas um borrão na minha mente. Batuco os dedos em minhas pernas e observo em volta, tudo muito bem decorado. A sala tem uma decoração moderna, uma televisão exageradamente grande, enormes sofás, sério, esses sofás parecem camas. Tudo muito lindo, preciso tirar um dia para conhecer minha casa.

É até engraçado pensar nisso. Vou conhecer a casa que eu moro à anos.

A campainha toca, só pode ser Dinah. Levanto sorridente num pulo só e corro até a porta, a abro e...

— Puta. Merda!

Exclamou boquiaberta ao ver aquele mulherão sorridente parada na porta me olhando. Dinah! O tempo a mudou bastante, mas aquela boca, é irreconhecível assim como seus olhos e o sorriso. Seu corpo também está mudado, se antes ela tinha um corpo maravilhoso, hoje ela tem o corpo perfeito.

— Então é verdade... – Ela comenta, porém parece falar consigo mesma. Seu sorriso diminuí um pouco e seus olhos ganham um brilho triste, eu franzo o cenho e em segundos sinto meu corpo ser puxado para frente e envolvido em braços gigantes. — Que saudade.

Dinah fala contra meus cabelos, o ar quente que saí de sua boca faz cócegas em meu couro cabeludo. Me encolho contra ela, suspirando alegre por tê-la ali, é bom estar com minha melhor amiga no meio de toda essa loucura. Dinah acaricia meus cabelos e beija o topo de minha cabeça, sorrio.

— Seu abraço continua o mesmo acolhedor e quentinho de sempre.

Minha voz saí um tanto abafada pelo fato de minha boca estar com a metade dela pressionada contra o vale entre os seios de Dinah. Ela parece ainda mais alta agora, os peitos estão ainda maiores. Alguém deve fazer a festa nesses peitos.

— Claro que continua. – finalmente ela se afasta de mim, sorri e acaricia meu rosto. Fecho os olhos para aproveitar o carinho. — Mas me conta – saí entrando sem nem ao menos pedir licença e ainda me empurra para que eu saia de sua frente. Meu queixo caí, ela continua a mesma abusada de sempre. — Como foi que aconteceu essa loucura toda aí? Ian chegou lá em casa desesperado contando tudo, que você tinha perdido a memória, que queria bater em Lauren. Quase morri de tanto rir.

Tagarela ela continua também, Dinah no quesito falar sem parar conseguia superar Ally. Por falar nela preciso ver minha irmã também, será que ela conseguiu crescer um pouquinho?

Respiro fundo e vou até onde ela está, me sento no sofá em frente a ela e cruzo uma perna com a outra.

— Eu nem sei como essa coisa toda aconteceu. – dou uma pausa para suspirar, minha cabeça está baixa. — Eu só acordei ontem de manhã achando que ainda estava no colegial, mas na verdade eu já estou casada, com filho e uma esposa que na minha mente eu ainda odeio profundamente.

— Gente... – seu queixo despenca, a incredulidade em seu rosto é bastante nítida. Tenho que acostumar, pois sei que todos reagiram da mesma forma quando me ouvirem dizer isso. — Putz.

— O quê?

Pergunto confusa, agora Dinah tem uma expressão esquisita em seu rosto.

— Estava torcendo para toda essa história ser apenas uma brincadeira de Ian, queria saber como foi o sexo de reconciliação com a picolé de leite.

Meu estômago embrulha ao ouvir aquilo, mas não posso evitar a risada. Só Dinah consegue ser tão ela ao ponto de brincar em meio a um assunto sério. Mas espera aí...

— Sexo de reconciliação?

Questiono intrigada, Lauren não comentou nada comigo sobre alguma briga que tivemos. Se bem que ontem ela disse para mim que "tinha sido só uma briga idiota no dia anterior". O que será que houve?

— Oh, você não se lembra? É mesmo, esqueci que você não se lembra de nada. – cutuca minhas costelas e eu rio, encolhendo-me no sofá. — Você deu um show na noite retrasada, sorte sua não lembrar da cena que fez no meio de uma das melhores baladas de Chicago.

Eu dei um show? Como assim? Do que ela está falando?

E... Chicago? O que fomos fazer em Chicago?!

— Como?

Dinah ri, ou melhor, joga a cabeça para trás e gargalha alto, como se tivesse escutado a melhor piada da face da terra. Eu continuo parada, não sei qual é a graça e nem sobre o que ela está rindo.

— Chancho. – ela finalmente para de rir e busca fôlego. — Você saiu arrastando Lauren de dentro da Trip e Rip porque tinha uma ruiva dando em cima dela.

Meu rosto cora, não posso ver mas, tenho certeza que sou a definição de 50 tons de vergonha. Não acredito que fiz ceninha de ciúme no meio de uma balada.

— O mais engraçado foi o pessoal com medo de você. E a Lauren, a Lauren ela – e voltou a gargalhar. Eu aqui morrendo de vergonha e essa idiota rindo da minha desgraça. — A Lauren tentando te acalmar e você querendo arrancar o salto alto pra tacar nela. Você disse que iria enfiar o salto tão fundo na garganta dela que nem o melhor médico do mundo conseguiria tirar ele de lá.

Cadê aquele buraco para eu enfiar minha cara nele? Senhor! Em que pessoa eu me transformei? Dando ataque de ciúme, fazendo show na frente de pessoas desconhecidas e conhecidas por causa da Lauren.

A babaca Jauregui!

— ... Mas a melhor parte foi você querendo arrancar a pilastra e fazer a ruiva engolir.

— Dinah isso não tem graça!

Eu ralho irritada, envergonhada, nervosa. Dinah continua rindo da minha cara, que tipo de melhor amiga é você?!

— Claro que tem, se você lembrasse com certeza estaria rindo comigo, super girl.

Meu rosto contorceu-se além de raiva, em confusão.

— Super girl?

— Oh sim. – Dinah pigarreia e se senta. — Chancho, você não tem noção do tamanho que aquela mulher tinha, ela dava três de você fácil.

Arregalo os olhos, não bastava ter passado toda essa vergonha ainda enfrentei alguém bem maior do que eu.

Em tempo de eu morrer, que horror.

— ... Foi tipo ver um pinscher tentando pôr moral para cima de um buldogue.

E voltou a gargalhar. Dinah é uma idiota. Por que eu ainda sou melhor amiga dela mesmo?

//

Quase 40 minutos depois ela finalmente para de rir. Vez ou outra ela solta uma piadinha, mas eu logo arrumo uma forma de desviar o assunto.

— Então me conta, como você e Ian finalmente se acertaram?

Pergunto realmente interessada, o brilho no olhar de Dinah me deixa imensamente feliz. Eu sempre soube que ela gostava dele, mas ela parece tão feliz. Será que ele a trata bem?

Dinah começa a contar, ela diz que depois do primeiro dia que Ian a levou em casa, ele pediu seu número e eles começaram a conversar. Duas semanas depois ele a chamou para sair, levou-a para jantar, ela disse que ficou encantada com tudo. E desde o jantar eles começaram a sair todo final de semana.

Ela disse que eu era a que dava mais força para o relacionamento dela, acreditam? Logo eu que nunca gostei de mimimi.

Embora eu pareça ter começado a gostar em alguma época já que eu sou casada e tenho um filho. Zeus! É estranho até em pensamento. Quando na vida eu me imaginei casada antes dos 30?

— E hoje nós temos o Toni, ele tem 5 anos, a mesma idade do Louis.

Louis, ao ouvir esse nome um enorme sorriso aparece em meus lábios. Dinah o percebe e sorri da mesma forma, todos sabem que eu tenho uma ligação muito forte com ele. Mesmo depois de perder a memória, eu o amo mais que tudo, sinto isso dentro de mim. Até porque não é nem um pouco difícil se apaixonar por ele.

— Dinah, me responde uma coisa. – tenho que aproveitar para matar minhas curiosidades. Minha melhor amiga sorri animada e concorda com a cabeça. — Eu tenho algumas perguntas. Lauren e Louis sempre foram apegados assim?

— Muito, você não tem ideia. – ela ri e eu acabo rindo em consequência. — Quando ele nasceu ela vivia grudada em você e nele, ninguém conseguia tirar ela de perto de vocês, nem mesmo os médicos.

Mesmo sem querer eu sorrio largamente. Na minha mente vem uma imagem de uma Lauren super mega protetora, dormindo de mal jeito mas, não saindo do meu lado segundo algum. Oh! Ela me ama mesmo, é tudo que consigo pensar enquanto mais imagens se formam em minha mente. Eu até tento visualizar algum momento em que eu possa ter sentido algo por ela além e ódio e repulsa, mas não vem nada. Porém, sorrio ao imagina-la como mãe quando Louis era pequeno. Será que ela acordava durantes as madrugadas e o colocava para dormir de volta?

Provavelmente sim.

— Chancho!

Dinah estala os dedos em frente ao meu rosto e eu volto a realidade.

— Me desculpe, acabei viajando aqui. – Dinah solta uma risada como quem diz “percebi” — Me conta mais sobre sua vida de casada, vocês se casaram na igreja?

— Óbvio, fizemos tudo como manda o figurino. – ela responde sorridente, seu olhar é nostálgico, ela parece estar se lembrando do dia de seu casamento. — Você foi a madrinha.

— Muito bem.

— Você e Lauren na verdade.

Resisto a tentação de revirar os olhos. Por que parece tanto que erámos um grude só? Da forma que as pessoas falam parece até que Lauren e eu não conseguíamos ficar um minuto longe uma da outra.

Dinah e eu continuamos conversando. Ela me contou que Ally se casou com Troy, eu fingi que estava surpresa porque todo mundo sabia que aqueles dois nasceram um para o outro mesmo, sempre esteve na cara que daria casamento. Eles tem uma filha de onze anos, Serena, e um filho de nove, William.

Mal posso esperar para ver meus sobrinhos.

Pergunto a Dinah sobre Sofia, ela me contou que minha irmã mais nova acabou de entrar para Harvard, vai cursar direito. Sinto orgulho, ela sempre disse que gostaria de ser advogada. Sofi terminou seu último relacionamento tem uns três meses, ela é hetero, só eu tenho bom gosto naquela família.

— Eu não vou aguentar, eu vou morrer se não te perguntar isso.

Dinah me olha sem entender, eu suspiro buscando as palavras certas. Não vou conseguir, e para falar a verdade eu nem sei se conseguiria perguntar a Lauren tudo isso.

— O que você quer?

Ela me olha com curiosidade, sinto minhas bochechas esquentarem. Eu tenho medo da resposta para ser sincera.

— Você com certeza deve saber... – respiro fundo e fecho os olhos. — Com quem foi minha primeira vez?

Disparo de uma vez e abro um olho só para espiar, Dinah me olha como se a resposta fosse óbvia. Oh não! NÃO!

— Eu preciso responder? Você está casada com ela, tem um filho com ela.

— Não! – eu grito desacredita e Dinah me olha com espanto. Não consigo acreditar, muito menos aceitar que minha primeira vez foi com Lauren. Isso é algum castigo, não é possível. Eu lembro que naquela época eu sentia uma certa atração por uma garota do terceiro ano, Alexandra era o nome dela. — Minha primeira vez foi com Lauren.

Falo mais para mim mesma, nego com a cabeça diversas vezes. Por que tinha que ser logo com ela? Será que ela pelo menos foi cuidadosa? De qualquer forma se ela não tivesse sido com toda certeza eu não teria me casado com ela.

Eu me casei com ela.

Minha primeira vez foi com Lauren.

EU TENHO UM FILHO COM A ESTRUPÍCIO!

— É estranho ver você espantada ao descobrir isso, até pouco tempo atrás você estaria toda sorridente relembrando da primeira vez perfeita de vocês. – afina um pouco a voz para, me imitar? O quê? — Nem adianta me olhar com essa cara, Camila, os tempos mudaram. E acredite, você é completamente louca por aquela mulher.

— Pelo amor de Deus, não fala isso nem de brincadeira.

Eu peço horrorizada, ouvir isso da minha melhor ainda consegue ser pior do que ouvir minha mãe dizer que eu amo Lauren. Eu a odeio!

— Antes fosse brincadeira, juro que se alguém me contasse à treze anos atrás que hoje você estaria casada com a Jauregui, eu riria da pessoa.

Eu também, Dinah, eu também! Quer dizer, hoje em dia também porque entre termos eu me sinto como se ainda fosse 2001.

— Eu só não consigo entender como aquele ódio todo virou amor. – Dinah me olha atentamente, eu me sinto quase desesperada para entender as coisas. Vou ficar maluca antes de fazer 30. — Lauren e eu nos odiávamos no colegial, como foi qu-

Minha fala é interrompida por uma alta gargalhada de Dinah, pressiono os lábios um contra o outro e a fuzilo com o olhar. Ela está debochando de mim, é isso mesmo?

— Vocês se odiavam?

Ela pergunta entre risos, eu aceno que sim com a cabeça e ela ri mais ainda. Dinah virou usuária de maconha e não me contou?

— Todo mundo sabe que Lauren e eu nos odiávamos!

Esbravejo irritada, está me dando nos nervos vê-la rindo tanto que seu rosto até está roxo. Tudo que eu falo parece fazê-la rir mais ainda. Por quê?

— Chancho, por Deus! Você me faz rir. – eu quase rosno, Dinah limpa os cantos dos olhos com as pontas dos dedos e estala a língua. — Camila, o certo não é “Lauren e eu nos odiávamos”, o certo é “você odiava a Lauren” naquela época. Lauren nunca odiou você, muito pelo contrário.

Estou pasma com sua revelação. Como assim a Jauregui nunca me odiou? E as piadinhas? Provocações? O número de vezes que aquela criatura satânica me prendeu no teatro da nossa antiga escola? As vezes que me fez chorar de tanta raiva? Como ela podia não me odiar?

— Óbvio que nos odiávamos Dinah, você bem via tudo que ela fazia comigo.

— Camila. – Dinah segurou em meus ombros e me fez olhar em seus olhos. — Lauren nunca odiou você, agora você sim odiava ela, por isso ela te enchia o saco.

— Eu odiava ela porque ela sempre me perturbava, eu nunca entendi porque ela gostava de fazer isso.

Dinah revira os olhos e solta meus ombros, dá um tapa em minha testa deixando-me boquiaberta. Qual o problema dessa criatura?

— Eu não estou acostumada com essa Camila lerda. – nega com a cabeça seguidas vezes, eu franzo o cenho em confusão. — Chancho, Lauren sempre foi apaixonada por você.

— O quê?!

Eu queria gritar, mas minha voz saiu baixa, apenas um pouco mais grave. Como é que... Isso é impossível, Lauren apaixonada por mim? Nunca... Pelo menos não naquela época.

 — Você teve essa mesma reação quando soube pela primeira vez.

— Isso é impossível, Dinah. – levanto-me do sofá e começo a andar de um lado para o outro negando com a cabeça. Surpresa? Isso é pouco para me definir no momento. — Como alguém pode ser apaixonada por uma pessoa e simplesmente fazer de tudo para importuna-la? Que tipo de paixão era essa?

Indignação é bastante nítido em meu tom de voz, eu não posso acreditar que Lauren era apaixonada por mim na época do colegial. Por que ela fazia aquilo tudo então? Por que me perturbar? Seria mais fácil falar comigo, me chamar para sair. Sei lá.

— Ela queria sua atenção! – estaco no lugar ao ouvir o que Dinah diz. — Chancho, sejamos sinceras, você nunca foi com a cara da Lauren, antes mesmo de ela começar a te “importunar”.

Faz aspas com os dedos e solta uma risada nasal. Suspiro, mordo o lábio inferior e olho para algum ponto qualquer na parede. Tudo bem que eu nunca fui com a cara dela, eu nem explicar porque...

Quer dizer...

Ela sempre foi egocêntrica, estúpida, babaca, idiota, inútil, um estrupício e tinha aquela maldita fama de “pega e dispensa”. Obvio que eu jamais iria com a cara dela, e em um dia ela simplesmente começou a pegar no meu pé.

Eu achava que era por ela não gostar de mim ou me achar feia... Mas...

— Eu não consigo acreditar nisso. – confesso, volto a me sentar no sofá e apoio as mãos nos joelhos. — Sempre achei que ela não gostasse de mim, eu pensava que ela me achava feia e por isso vivia pegando no meu pé.

Admito quase sem voz, é meio vergonhoso falar disso, ainda mais agora. Porra! Ela era apaixonada por mim, por mim cara. Tudo bem que ela não tinha uma legião de garotinhas atrás dela, mas todos, todos, sem exceção naquela escola, babavam por ela. Desde garotos à garotas, até mesmo alguns professores. Ninguém conseguia olhar para ela sem se sentir intimidado com aqueles olhos.

Malditos olhos verdes sexys.... Mas o quê, Karla Camila?!

Pare com isso, já!

— Vai me dizer que você nunca percebeu as secadas que ela te dava? – Dinah questiona incrédula. Eu coro ao me lembrar de uma vez em que peguei Lauren olhando para minha bunda quando estávamos no vestiário, mas na época eu não pensei em besteira alguma. — Camila, os olhos daquela branquela azeda faltavam saltar do lugar e irem parar no seu corpo, principalmente na sua bunda.

— Como eu nunca notei isso?

— Talvez porque você estivesse muito ocupada em odiar Lauren do que observa-la.

Dinah conclui sabiamente. E faz sentido. Talvez se eu tivesse pegado alguns detalhes, ou notado seus olhares e certos comentários... Céus! Lauren apaixonada por mim, isso é uma coisa que não me entra na cabeça nem mesmo com Dinah repetindo e repetindo isso.

— Chee. – atraio sua atenção e ela faz um som nasal, indicando que é para eu prosseguir. — Como que... Como foi meu primeiro beijo com ela? Meu primeiro beijo foi com ela também?

Dinah molha seus lábios pouco ressecados e respira fundo.

— Não. – meus ombros caem. Como não?  — Seu primeiro beijo foi com a sua crushzinha do terceiro ano.

Meu queixo caí ao ouvir aquilo. Oh. Meu. Deus!

— EU DEI MEU PRIMEIRO BEIJO COM A ALEXANDRA?!

Berro incrédula, os olhos de Dinah se abrem porém ela logo os semicerra, encarando-me de um modo estranho. Mas estou afobada demais para tentar identificar aquele olhar. Eu beijei a fucking Alexandra Daddario, vocês conseguem me entender? Eu era super gamada naquela garota. Mal posso acreditar que meu primeiro beijo foi com ela.

— Você realmente perdeu a memória.

Dinah interrompe meus pensamentos e eu paro de tentar fantasiar como pode ter sido aquele beijo, que deve ter sido perfeito. Olho para minha melhor amiga e ela nega com a cabeça. O que eu perdi?

— O que foi?

Dinah suspira e se aproxima um pouco mais de mim, franzo o cenho.

— Camila, você odeia essa história, quer dizer, odiava, porque agora você não se lembra.

Ai meu...

— O que aconteceu? Por que eu odiava isso? Ela me forçou?

Salto sob o sofá espantada, aquela garota era perfeita demais. Eu sabia que ela tinha algum defeito, eu tinha radar para psicopatas, não é possível.

Até me casei com uma.

— No dia que você deu seu primeiro beijo, você e Lauren tinham discutido. E você... Disse algumas coisas pra ela, na frente de todo mundo.

Ela parece com receio de falar sobre isso. O que eu fiz com Lauren?

— O que eu... – pigarreio pois minha voz estava falhando. — O que eu disse a ela?

Tento buscar em minha memória alguma briga nossa, tento lembrar desse dia. Mas não vem nada.

Tudo é apenas uma porra de um borrão estúpido.

— Eu não sei muito bem, ninguém nunca quis comentar sobre isso, muito menos Lauren. Mas eu sei que você disse que – ela ergue as mãos e começa uma contagem. — Ela era digna de pena, escrota, imbecil, estrupício e que ela jamais encontraria alguém para ama-la porque ela não era digna de amor.

Um nó se fecha em minha garganta. Eu me tornei em algum tipo de monstro babaca naquela época?

— .... E depois disso você disse que a única pessoa que era digna de tudo do bom e do melhor era a pessoa que você gostava, ai você simplesmente foi e beijou a Alexandra na frente de todo mundo.

— Puta merda.

Solto baixo, levo minhas mãos até minha cabeça e começo a pensar no que me levou a dizer aquelas coisas. Tudo bem que eu odiava Lauren profundamente, mas eu jamais fui tão ruim a esse ponto, de humilhar alguém assim na frente de todo mundo. Mesmo sendo a estu... Não consigo nem xingar mais ela, me faz mal agora.

Eu sou a pior pessoa do mundo.

— Eu disse que você não gosta dessa história.

— Eu era horrível, eu sou horrível. Lauren não merece isso.

Me surpreendo comigo mesma, pela primeira vez eu sinto raiva de mim mesma e mal por ter feito o que fiz com ela, e por continuar tratando ela mal. E pior ainda por saber que por alguma razão ela não desistiu de mim depois disso tudo.

Será que Lauren não é nada do que eu pensava que era?

Será que na verdade eu sou a idiota da história?

Várias perguntas começaram a se formar em minha mente, eu tentava buscar respostas para elas, mas não vinha nada.

Eu só tinha certeza de uma coisa agora; eu teria que conversar com Lauren, urgentemente.

//

Antes das 18:00hrs, Dinah se despediu de mim, alegando ter que buscar Toni na escola, pois Ian ainda estava no escritório e não sairia de lá tão cedo por estar cheio de processos. Ele sim seguiu a carreira que seus pais tanto queriam, mas segundo Dinah ele gosta disso. Ela me contou que Lauren não quis ser advogada, seus pais não ficaram muito felizes e ela decidiu seguir seu sonho sem se importar com eles. Dinah não quis entrar em detalhes ou seja: eu teria que perguntar a Lauren tudo.

Por falar nela...

Estou ainda na sala, zapeio os canais em busca de algum programa que me chame a atenção. Mas todos eles parecem sem graça, a conversa e as revelações que tive de Dinah na parte da tarde ainda martelam em minha mente. Ainda me sinto péssima.

A porta da frente é aberta, tento resistir a tentação de olhar, porém é mais forte que eu. Olho por cima do encosto do sofá e sorrio ao ver a cena.

Lauren está com Louis sentado em seu ombro esquerdo, os dois riem e cantam alguma música. Nem me preocupo em prestar atenção na letra, estou mais empenhada em observa-los. Eles se dão tão bem.

Me pergunto se em outros tempos, quando minha memória estava boa, se eu me levantaria do sofá e correria para os dois.

— Mommy!

Louis grita ao finalmente me notar no sofá, Lauren sussurra algo em seu ouvido antes de tira-lo de seu ombro e colocá-lo no chão. Eu abro meus braços apenas esperando o contato que teria com aquele pequeno fofo.

— Oi meu amor.

O cumprimento assim que seu corpo colide com o meu, Louis agarra meu pescoço e enche meu rosto de beijos, provocando-me uma alta gargalhada. Ele é carinhoso.

Eu gosto disso.

— Eu senti muita saudade.

Ele revela assim que nos soltamos, sorrio para ele e bagunço seus cabelos.

— Eu também senti.

Falo com sinceridade, eu realmente senti. A casa sem ele fica vazia, e eu me sinto bem com sua presença. Louis sorri com a língua entre os dentes e eu me inclino para beijar sua testa.

— Campeão, vai lavar suas mãos e tomar um banho, vai querer sanduíche de que?

Lauren tira os tênis que estava calçada e ajeita a mochila azul de Louis em seu ombro, o pequeno se afasta de mim e começa a arrancar suas roupas e antes de subir as escadas ele pede o mesmo sanduíche que eu escolher. Mas eu não pedi sanduíche algum. Tímida eu olho para Lauren, ela desvia o olhar e abaixa a cabeça. Faça contato visual comigo, idiota.

— Eu...

— ... Frango com tomate e molho especial? – pergunta de repente me interrompendo, ela levanta a cabeça e esboça um pequeno sorriso, mas seus olhos são tristes. — Costumava ser seu favorito.

Diz e passa por mim indo em direção a cozinha, a acompanho com o olhar e suspiro. Lauren não parece afim de conversar, nem me olhar nos olhos direito ela quis. Nem sorrir ela sorriu ainda, e nesses dois dias desde que tu aquilo aconteceu, independente das minhas grosserias, ela sempre tentava sorrir.

Acho que noite passada eu peguei pesado demais.

E se ela nunca mais falar comigo direito?

//

— Mommy.

Louis me chama e levanta a cabeça, retirando-a de cima do meu colo. Acaricio seus cabelos e noto o quão receoso ele parece estar. Depois do lanche da tarde, que foi regado a muitas risadas e conversas aleatórias – a maioria entre Louis e Lauren, eu passei boa parte do tempo apenas observando os dois, teve horas que eu senti como se estivesse completa. Mesmo que somente por alguns minutos, eu os vi como uma família, mesmo que eu continuasse não gostando de Lauren, mas eu sinto que de alguma forma sua presença não me incomoda tanto. Não tanto quanto antes.

Quem sabe com o passar dos dias eu me acostume com isso.

— Fiz o carinho do jeito errado?

Pergunto brincalhona para deixa-lo relaxado, estou curiosa para saber o que ele quer falar.

— Não. – ele nega com a cabeça. — É que... Eu queria perguntar uma coisa.

Abaixa a cabeça tímido, arqueio as sobrancelhas. Okay, o que há de errado? Ele parece nervoso.

— Pode perguntar, pequeno.

Eu o asseguro e Louis suspira, levanta a cabeça e me olha da mesma forma que Lauren quando está nervosa. Incrível como ele nasceu de mim, mas se parece tanto com ela.

— Mommy, a senhora e a mama brigaram noite passada?

Seus olhinhos brilham em lágrimas, meu coração aperta. Será que ele ouviu alguma coisa? Mas Lauren e eu não brigamos noite passada, quer dizer, não exatamente.

Talvez ele tenha ouvido Lauren bater à porta com força noite passada.

— Lou, nós não-

— ... Foi por que eu sentei errado no sofá ontem? Eu prometo que não vou mais ficar daquele jeito.

Ele parece afobado e fala sem parar, gesticulando da mesma forma que eu faço quando estou tentando desesperadamente me explicar. Não posso evitar notar o quanto ele se parece comigo.

— ... E eu prometo que sempre vou abaixar a tampa do vaso, nunca mais deixar a toalha molhada na cama. Mas por favor, Mommy, não briga com a mama, eu não gosto de ver ela triste.

Agarra minha cintura e começa a implorar, me sinto péssima, se eu não tivesse sido estúpida noite passada talvez Lauren não teria ficado mal como parece que ficou e, agora eu não estaria me remoendo de culpa. Mas é tão difícil, eu simplesmente faço e quando percebo o que fiz já é tarde. Ouço Louis fungar algumas vezes, ele está chorando?

— Meu pequeno, você está chorando?

Ele nega com a cabeça e murmura contra minha barriga "homens não choram", eu sorrio, meus olhos estão úmidos pois sei que ele está chorando. Me dói vê-lo assim.

— Mommy, promete pra mim que você e mama não vão discutir mais? – ele me solta e fica sentado, me olha nos olhos. Os olhos acinzentados me fitam como se ele estivesse implorando, e ele estava. — Eu não gosto de ver a mama chorar, dói muito aqui, ó.

Ele leva a mão direita até o lado esquerdo de seu peito, bem no coração. Ao ouvir isso e ver nos olhos dele o quão triste ele está, uma lágrima rola por minha bochecha esquerda. Eu tento segurar o soluço que quer sair, mas é impossível. Louis ao perceber que estou começando a chorar, sobe em meu colo e puxa minha cabeça para deitar em seu colo, sinto ele acariciar meus cabelos como se dissesse que estava ali, que tudo ficaria bem.

Essa criança tem só cinco anos de idade mesmo?

Não sei explicar mas, saber que Lauren chorou noite passada conseguiu me deixar incrivelmente para baixo. Senti como se machucar ela, me machucasse muito mais. Nós duas temos algum tipo de ligação estranha.

— Mommy, eu também não gosto de ver a senhora chorar. – sua voz saí abafada por entre as mechas do meu cabelo, eu fungo uma vez. — Mama sempre disse que era para eu te dar colo caso você chorasse e ela não estivesse aqui. Porque eu sou o homem da casa e tenho que cuidar de você quando ela não estiver. 

Foi impossível não sorrir, eu ainda chorava mas, dessa vez tinha um pouco de felicidade no motivo. Louis é um garoto absurdamente inteligente, obediente e aparentemente sua memória é excelente. Lauren parecer ser mesmo uma boa mãe, ela o transformou em um mini homem.

E eu que achava que quando ela tivesse filhos eles seriam mini trombadinhas psicóticos.

— Você é um homenzinho. – levanto a cabeça e o pego no colo, encho seu rosto de beijos, ele gargalha e eu sinto meu peito inflar. Eu consegui fazê-lo rir, estou absurdamente feliz. — Meu homenzinho.

Sussurro em seu ouvido e sorrio.

Meu homenzinho... Meu filho.


Notas Finais


Uh... Como estamos?

Camila chamando o Lou de homenzinho, "meu filho", estou em lágrimas. Eu os acho tão fofos, gosto tanto da forma que Camila já está agindo como mãe e nem percebe. Só falta agir como esposa u-u

Mas relembrando de novo que: Não odeiem a Camila, ela não é uma pessoa ruim e ela não faz essas maldades por querer. Mas relaxem, tudo se ajeita porque como eu disse antes, aqui não é fic de drama, é uma fic amorzinho que vai ter algumas coisinhas ai.... Mas enfim.

Eu não sei quando irei atualizar de novo, eu nem deveria estar atualizando agora porque além dos meus testes que eu tenho para estudar, eu tenho outras fics também. Mas to me esforçando para conseguir, e... Até mais, okay?

https://twitter.com/cavalajane
http://ask.fm/jaakordeimae

Até mais nenéns ♥


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