História Sua camisa xadrez... - Maria

— Então,Lise... Posso lhe chamar de Lise?- falou sem tirar os olhos da pista.
— Deve. Quem em pleno juízo da o nome  pra filha de Anelise...? Meus pais realmente se superam...- ele sorriu. Eu queria lamber a cara dele,de tão lindo que ele é.
— Por que não fala um pouco sobre você  Lise?- falou estacionando.
— Não tem muito o que falar de mim...
— Sério? Eu soube que você ganhou um concurso e um dos seus quadros foram expostos no Museu aqui da cidade. - eu corei instantaneamente.
— Bem... ele nem tava tão bonito assim...
— Meu pai já tinha me falado sobre você. Anelise Bridges,uma garota muito inteligente e talentosa.
— Seu pai? - perguntei um pouco confusa. O pai dele me conhecia?
— Ele é seu professor de Artes.
— Você é filho do Sr. Hawks?- perguntei surpresa.
— Sou- falou sorrindo.
— Seu pai é meu ídolo.- falei saindo do carro.- Eu quero o meu sorvete de flocos. - ele me encarou.
— Ele não me disse que você era tão bonita...- Aí meu coração. Ele disse que eu sou bonita? Agora eu infarto. Vou sair gritando por aí que ele me acha bonita.
— Obrigada.- falei um pouco envergonhada.
— Seu olhos são incríveis.- falou abrindo a porta pra mim.
— Tão te pagando quanto pra falar isso?- perguntei cortando totalmente o clima. Se tem uma coisa que eu sou é corta clima. Mas ele sorriu.
— O suficiente pra lhe pagar um sorvete.- em outras circunstâncias eu negaria,mas como estava sem dinheiro fui obrigada aceitar.- Dois sorvetes de flocos,por favor. - falou atendente. Passamos alguns minutos conversando e ele praticamente já sabia tudo sobre mim e eu não saiba nada sobre ele. Eu e a minha mania de tagarelar sobre tudo.
— É melhor eu ir pra casa. Minha mãe vai me matar. Já era pra mim estar em casa...
— Onde você mora? Eu posso de levar.
— Não estou em condições de negar.- ele conseguiu me deixar em casa sã e salva em casa,apenas com minhas coordenadas confusas.
— Te vejo amanhã?- perguntou sorrindo. Malditos dentes branquinhos e perfeitos.
— Pode ser. Quer a gente se vê amanhã sim. Eu quero saber sobre você também.
— Contarei tudo ao meu respeito,Lise Bridges.- falou sorrindo.
— Obrigada,Gabriel. Até amanhã.
Entrei em casa rapidamente e conferi se a minha mãe estava. Por sorte ela ainda estava no trabalho. Tomei banho,troquei de roupa e mandei mensagem pra Lia. Eu não ia contar nada do que aconteceu pra ela. Esse momento ficaria guardado pra mim e só pra mim. Coloquei o celular no bolso e fui até a cozinha. A geladeira estava praticamente vazia. O celular começou a tocar. Por um momento achei que fosse minha mãe,mas lembrei que ela ama tanto sua filha que faz questão de não ligar pra ela. Número desconhecido,hum,estranho,bem estranho...
— Alô?
— Anelise?
— Sim... Quem é?
— Sou eu Maria.
— Como você consegui meu número?- perguntei abismada.
— Com meu irmão.
— Com seu irmão? Como ele tem meu número?- perguntei um pouquinho assustada.
— Ser popular tem suas vantagens ...
— Aconteceu alguma coisa?- perguntei não menos assustada.
— Você ta ocupada?
— Não.
— Posso ir na sua casa?
— ... Pode...
— Seus pais tão em casa? Tem algum problema eu ir aí?
— Não. Você sabe onde é minha casa?- perguntei com medo da resposta.
— Não sei. Mas você poderia me encontrar em frente à escola?
— Posso...
— A gente se vê em 20 minutos?
— Okay.
— Tchau Anelise.
— Tchau Maria.
Desligue o celular e fiquei tentando processar o que havia acontecido agora. Respirei fundo e fui para o quarto vestir uma roupa descente.
Cheguei lá e Maria ainda não tinha chegado. Depois de 5 minutos ela chegou junto com o Deus Grego do irmão dela.
— Desculpa a demora.- falou ela - É que isso aí- falou apontando pro irmão - Não sabe se arrumar rápido.
— Tudo bem.- falei sorrindo. Realmente,deve demorar pra ficar perfeito daquele jeito.
— Então tá entregue Maria. Até amanhã Anelise.
— Até.- ele sorriu e foi embora,fiquei por alguns segundos admirando sua bunda.- Vamos Maria?
— Vamos. Sua casa fica muito longe?
— Não muito... Maria...
— Hum?
— É que a gente tecnicamente veio se conhecer hoje...E você ligou e...
— Ah,claro. Desculpa,a gente nem é amiga...Quer dizer tão amigas assim...é que eu estava sozinha em casa e o Matt ia sair...
— Entendo...- falei rindo.
— E meio que meu irmão queria te ver... E eu também, você parece ser incrível.
— Obrigada. Você também me parece ser um pessoa muito interessante.
Maria era muito bonita,mas era uma beleza diferente do irmão,ambos tinham olhos e cabelos castanhos,mas diferente dele os cabelos dela eram bem lisos,sem nenhuma ondinha,ela não era pálida e sim um pouco morena...ela era diferente, mas muito bonita...
Fomos o caminho todo conversado e descobrimos que temos muito em comum. Em alguns momentos eu tentei processar novamente o que estava acontecendo hoje e decidi que eu já sou confusa demais pra ficar pensando nas coisas que acontecem na minha vida.
Ficamos amigas rapidamente,nem vimos as horas passarem.
— Pode dormir aqui se quiser.
— Sério?- confirmei com a cabeça. - Vou falar com minha mãe.
A mãe dela deixou a dormisse aqui hoje. Nós divertimos muito,muito mesmo,parecíamos crianças e quando demos conta já era 7:30 da manhã.
— Meninas,é bom acordarem já tá na hora de se arrumar pra ir pro colégio.
Olhei pra ela desesperada.
— Já vamos descer mãe.
— O café da manhã já tá na mesa.
— Eu devo tá parecendo um panda.- falou Maria.
— Não quero nem ver o estado do meu cabelo.
— Acho que a vamos nós atrasar.
— Temos meia hora pra tomar banho, trocar de roupa, arrumar a mochila, comer alguma coisa...
— A gente tem que ser rápida...
— Quem vai primeiro tomar banho?- falei pegando duas toalhas.
— Nos duas falou me empurrando pro banheiro.
Por algum milagre conseguimos fazer tudo a tempo e chegamos na escola 2 minutos adiantadas. Assim que entramos todos os olhares se voltaram contra nós,como em uma cena de filme adolescente.
— O que está acontecendo?- sussurrei pra Maria.
— Eu não faço a mínima ideia...