História Sua voz - Namjin - Lugar errado, hora errada

Pov Namjoon

Acordei mais feliz do que o normal naquele domingo. Depois da festa eu e o Yoongi limpamos tudo -apesar de eu dizer que não precisava, mas ele resolveu ajudar como forma de agradecimento - e como consequência ficamos acordados até 5h da manhã. Apesar de estar meio indisposto, eu estou extremamente feliz pelo que houve na festa. Estar com meus amigos é uma das coisas que eu mais gosto de fazer -mesmo que sempre acabo ouvindo e presenciando idiotices e coisas desnecessárias - e o Jin estando junto é ainda melhor.

Quando estávamos na porta da sua casa depois da festa, eu iria beijá-lo, mas percebi que ele não estava a vontade com isso, por essa razão eu beijei seu rosto. Sua pele é tão macia e seu perfume viciante. Eu já não consigo ficar um dia sem vê-lo e falar com ele.

10:23

(Eu): Bom Dia, Jinnie. Dormiu bem?

Ele não demorou para responder, até parece que estava esperando pela mensagem.

(Jinnie): Bom Dia. Dormi bem sim, e você?

(Eu): Dormi muito bem também.

(Eu): Eu estava pensando se você queria passar a tarde comigo. Nós poderíamos fazer alguma coisa que você queira.

(Jinnie): Seria bom passar um tempo com você, mas não tenho ideia do que poderíamos fazer.

(Eu): Que tal jogar videogame? A gente pode botar o aparelho na sua sala se você não ficar a vontade em seu quarto.

(Jinnie): Eu bem que queria, mas a minha mãe está com umas vistas aqui.

(Eu): Por que não vem aqui em casa?

(Jinnie): Não sei. A Sook e seu pai podem não gostar.

(Eu): O meu pai está trabalhando e a Sook também.
   
(Eu): Então, vem?

(Jinnie): Tudo bem, mas não quero demorar.

(Eu): Não vamos demorar, vai ser só o suficiente para mim ganhar de você.

(Jinnie): Você quis dizer até eu ganhar de você, não é?

(Eu): Está me desafiando?

(Jinnie): Estou.

(Eu): Você deveria saber que eu não perco nenhum desafio.

(Jinnie): Não perdia, porque agora vai perder.

(Eu): Isso é o que veremos.

(Eu): Estou indo te buscar.

(Jinnie): OK.

Levantei animado e fui buscar o Jin. Me surpreendi ao ver que ele me esperava sentado na escada em frente a sua casa. Ele estava com uma calça preta e uma blusa de mangas longas rosa. Alguns fios de seu cabelo estavam arrepiados dando um charme para o rosado. Ele estava distraido olhando as flores do jardim. Ah, como pode existir tamanha beleza?

-Gosta de flores? -acabo assustando ele. Dou uma risada e sento ao seu lado.

-Já disse que gosto, não lembra?

-Lógico que lembro. -e lembrava. -Mas só quis ter certeza de que não falou aquilo só para me agradar, já que te dei aquelas tulipas.

-Eu fui sincero em tudo que falei para você desde o começo até agora. -fala olhando em meus olhos. Quando ele olha fixamente em meus olhos, eu sinto que ele está sendo sincero, sinto que ele confia em mim, sinto que sou alguém importante. Ele não olha nos olhos de ninguém, percebi isso na festa, mas comigo é diferente e eu gosto disso.

-E você foi sincero comigo desde o começo?

-Não. -respondo e ele reage como se não esperasse tal resposta.

-N-não?

-Não. Eu menti quando disse que não perdia nem um desafio, na verdade eu perco quase todos. -falo e vejo ele soltar o ar aliviado e sorrir. -Eu amo seu sorriso e amo mais ainda saber que eu sou a causa dele. -vejo um certo rubor em seu rosto. -Tão fofo.

-Ya! Para. -cobre o rosto com a mão e eu sorrio.

-Nem parece que você é o meu Hyung.

-Assim você me ofende. -finge estar ofendido.

-Desculpa, não foi minha intenção. -ri. -Então, vamos? -me levanto e estendo a mão para ele que não tarda em segura-la.

Fomos até a minha casa -o que não deu nem um minuto. Reparei nas rosas brancas que a Sook plantou.

-Ei, vem cá. -puxo ele até onde as rosas estavam. Com muita dificuldade arranco a rosa mais bonita. Acabo machucando a minha mão com os espinhos, mas não deixo que Jin veja. Estendo a rosa em sua direção.

-Para mim? -assinto e ele pega. -Obrigado. -diz e aproxima a rosa de seu rosto para sentir seu perfume.

-Vem. -volto a pegar em sua mão até entrarmos em casa. -Pode escolher um jogo que eu vou pegar algo para a gente comer e beber. -Ele assente e eu vou até a cozinha pegar alguns salgadinhos e suco. Volto para a sala e ele já tinha colocado um jogo de luta qualquer já segurando o play 1.

-Não senhor. -coloco as coisas na mesinha da sala. -O play 1 sempre fica comigo.

-Agora vai ficar comigo, eu cheguei primeiro.  -sorri sem mostrar os dentes.

-Mas é abusado né? -ri. -Tudo bem, não importa o controle, eu vou ganhar de qualquer jeito.

-Veremos.

Começamos a jogar e, confesso que ele é bom, mas eu sou Kim Namjoon.

-Jin, porquê estava me esperando lá fora? -puxo assunto enquanto jogávamos.

-Tinha umas mulheres lá com a minha mãe e foi só eu aparecer na sala que ela vieram na minha direção apertando as minhas bochechas, então resolvi ficar longe. -fala e eu não seguro a risada. -Não ria, isso dói.

-Ninguém mandou ser tão fofo.

-Aish, já disse para parar de me fazer corar.

-Ninguém mandou ser tão tímido, se bem que hoje você está mais solto.

-É porque você cumpriu o que prometeu ontem. Você conseguiu mais um ponto positivo comigo.

-E o que foi que eu prometi ontem?

-Que iria correr tudo bem. Você permaneceu ao meu lado o tempo todo e correu tudo bem.

-Menos quando eu saí para dar um jeito no Jackson. Quando eu voltei e não te vi no lugar eu fiquei preocupado. Pensei que teria passado mal, ou voltado para casa. Fiquei triste com essa possibilida... Uhuuu!!! Ganhei! Eu disse que ía ganhar! -falo euforicamente comemorando a minha vitória, enquanto o Jin bufava.

-Revanche. -ele fala dando início a outra partida. -E sobre o assunto de antes, eu prometi que ficaria, então não teria o porquê de voltar para casa. Eu só estava me sentindo um pouco deslocado e saí para tomar um ar.

-Eu fiquei realmente feliz por você ter feito parte da festa. Isso significou bastante para mim. -falo e vejo ele sorrir.

                                  [...]

-Desiste Jin, você nunca vai me vencer. -falo após ganhar mais uma vez.

-Se fosse Mário eu ganharia. -fala formando um bico muito fofo.

-Odeio Mário. Eu sempre perco naquele jogo, e olha que eu jogo jogos muito mais difíceis do que Mário. Parece que esse jogo me odeia.

-É o jogo que eu mais gosto e não se atreva a falar mau do Mário.

-O Mário é tão importante assim?

-Sim. O Luide também. Eu tenho um monte de cogumelos de pelúcia no meu qua... -Jin é interrompido pela porta da casa sendo aberta e revelar uma pessoa a qual não esperava e não desejava estar naquele lugar e naquela hora.

-Pai? O que faz aqui? Não iria trabalhar até tarde?

Pov Yoongi

Acordei com uma tremenda dor de cabeça e na garganta. Sentia uma fraqueza que nunca havia sentido antes. Tem alguns dias que eu venho sentindo dores na garganta e tossindo muito, mas parece que os sintomas pioraram três vezes mais hoje. Tentei chamar pela Vee, mas mal conseguia falar. Me levantei com dificuldade e andei até o quarto da Vee me apoiando na parede, mas encontrei a cama dela arrumada, o que significa que ela não dormiu em casa, se não ela ainda estaria dormindo, pelo fato de serem 7 da manhã e ela não é de acordar cedo. Ontem ela foi embora antes de mim, e quando vim para casa nem me importei de verificar se ela estava em casa, eu fui direto para a minha cama depois de tomar um banho. Isso aconteceu a uma hora e meia atrás, ou seja, eu dormi por apenas uma hora.

Voltei para o meu quarto ainda me apoiando na parede e me deitei na cama. Eu sentia muito frio, mas o aquecedor estava ligado e eu estava coberto. Eu suava, mas não sentia calor. Meu corpo inteiro doía e minha cabeça pesava.

Pego o meu celular em cima do armarinho ao lado da minha cama e aperto no contato do Jimin. Ele demora, mas atende.

-Alô? -sua voz saiu falha, provavelmente acabara de acordar.

-J-Jimin...

-Suga? São sete e vinte, porque está acordado à essa hora?

-Jimin... Você... Você pode vir aqui? -minha voz sai falha e as palavras são pronunciadas baixas e de vagar.

-O que aconteceu? Você está bem?

-N-não. -começo a tosir.

-Eu já estou indo, aguenta aí.

-Tá.

Coloco o celular ao lado do meu travesseiro e desço para destrancar a porta para que ele possa entrar. Minhas pernas falhavam, mas eu consegui destrancar a porta e me deitar no sofá, tremendo de frio. Não sei se desmaiei ou peguei no sono, só sei que tudo ficou escuro.