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História Sucker - New teacher.


Escrita por: wehateu

Capítulo 2 - New teacher.


Fanfic / Fanfiction Sucker - New teacher.

Minha mãe sempre me incentivou a ser sincera com ela e com meu pai. De certa forma eu até gosto. Eles confiam em mim, sabem que mesmo não parecendo, eu tenho juízo e no final eu sempre lhes direi o que fiz de certo ou errado. Sabem meus gostos e manias, inclusive o que me chama atenção em algum cara. Só que infelizmente sempre tive a sorte de me apaixonar por babacas insensíveis. Meus relacionamentos nunca chegaram a durar mais de cinco meses, ou eu terminava com o cara por ele ser um pé no saco, ou eles, ao invés de terminar, me traiam. Era sempre assim. Mas teve um, um único cara, que fez com que eu me sentisse viva de verdade, que me fazia desafiar tudo e todos. Tínhamos muitas coisas em comum, exceto o jeito de amar. E, como em todos meus outros relacionamentos, este também acabou sendo um total fracasso.

 O potente carro deslizava velozmente pelo asfalto molhado enquanto voltávamos para casa depois de jantar na casa da minha avó. A chuva forte que caia não era nenhum empecilho para meu pai, é claro que ele não está correndo tanto quanto era o seu normal, mas ainda era rápido demais para uma noite chuvosa como a desta noite. Contra minha vontade, Anthony fechou a minha janela pelo painel que tinha em sua frente. Bufei com isso, eu sei que ele não queria molhar o carro, mas prefiro pensar que é comigo que ele está preocupado.

A raiva tentava tomar conta de mim, mas eu a empurrei para um canto do meu cérebro e fechei, digamos que, a "portinha" impedindo que ela saísse. Nunca gostei de jantares em família, mas eu tinha prometido para minha mãe que não surtaria, e eu vou cumprir a promessa. As árvores passavam rapidamente e a cada segundo mais perto eu estava do meu destino.

Suspirei e fechei os olhos. Quanto tempo levará para atravessarmos Forks e chegarmos à fronteira com La Pack? Sim, eu moro na cidade onde Crepúsculo foi gravado. Algumas pessoas nas redes sociais vêm me perguntar sobre o mesmo. Fãs, obviamente. Mas sabe, essa saga não me chama muito a atenção. Claro, ela foi muito bem escrita, gostei de todos os livros e dos filmes, até algumas vezes enquanto passeava pela cidade vivenciei partes da gravação, mas apesar disso tudo, Crepúsculo não é um tipo de filme que me atrai.

A casa que moramos fica na divisa entre Forks e a tal tribo. Levamos tempo para nos mudar desde que meus pais compraram a casa, porque minha mãe queria que pelo menos eu me sentisse em "casa", então fizeram uma reforma geral, ampliando ainda mais o tamanho do imóvel. Meu quarto é do jeito que eu sempre sonhei, tenho um closet e que até uma sala de treino eles montaram. Mudamos para cá tem três anos. Já tive muito tempo para me adaptar, fiz novas amizades, mas acontece que sinto falta da minha vida agitada de Nova Iorque.

O carro finalmente parou.

— Amor, onde está o controle do portão da garagem? — meu pai falou com a voz baixa, acho que ele imaginou que eu finalmente peguei no sono.  Sono. Como vou dormir com todo esse barulho? Parece que o mundo está desabando.

Não escutei o som do portão se abrindo, o som ensurdecedor da chuva abafava qualquer outro ruído. O carro voltou a se mover, mas foi por alguns segundos, então ele parou novamente, e o suave som do motor foi silenciado. O som da chuva também ficou um pouco abafado quando o portão se fechou. Meus pais demoraram um pouco em silêncio dentro do carro, não foi necessário abrir os olhos para saber que eles me fitavam.

— Pode deixar que eu a acordo. Entra e acenda as luzes, aproveita e vê se está tudo em ordem — a suave voz da minha mãe preencheu o silêncio incomodo que se formou dentro do carro. Meu pai não disse nada, apenas pegou alguma coisa, que pelo barulho, parecia ser as chaves e saiu do carro, fechando a porta calmamente. Só quando ouvi o som de outra porta se fechando, provavelmente a que dá acesso para dentro da casa, minha mãe voltou a falar. — Eu sei que você não está dormindo.

Abri os olhos minimamente, e pelas fendas eu via o sorriso meigo dela.

— Você sabe que não curto encontro de família. Não entendo o porquê insiste em me arrastar até eles — saí do carro sem mais nada a dizer. Mas a gargalhada dela foi impossível de se ignorar. Virei, e enquanto a encarava, arqueei uma sobrancelha, qual era graça? Virei marchando para a porta, e mais uma vez a sonora gargalhada da mulher as minhas costas preencheu o ambiente.

Entrei na casa com a cabeça baixa, voltei a dar play na música, e caminhei para a escada no canto do cômodo, subi sem olhar para os lados. Automaticamente caminhei para o lado esquerdo assim que cheguei ao final da escada, indo à direção do meu quarto. E foi para lá que me encaminhei, ainda com os olhos fixos no chão.

Abri a porta do quarto e a fechei assim que passei pelo batente, tirei as roupas ficando apenas de peças íntimas, me dirigi até a cama e fiquei ali com meus fones de ouvido no máximo até pegar no sono.

 

Acordei com toque da música Sweet Child O' Mine do Guns N' Roses. Adoro essa música. Espreguicei-me lentamente e continuei deitada mexendo a cabeça no compasso da música. Quando a voz do Axl Rose invadiu o aposento, me levantei cantado e mexendo meu corpo suavemente de acordo com a melodia. Recolhi minhas roupas que deixei jogada pelo chão na noite passada e as coloquei no cesto de roupa suja. Fui até o closet atrás da minha calça de moletom branca, quando a encontrei, peguei uma regatinha qualquer, roupa íntima e corri para o banho, ainda com a música tocando alto no meu quarto.

Demorei mais do que o necessário no banho, a água quente escorrendo pelo meu corpo era uma sensação maravilhosa, ainda mais em uma manhã tão fria como hoje. Lavei meus cabelos com meu shampoo favorito, fazendo com que o forte aroma de baunilha e ameixa inundasse o banheiro, me ensaboei com sabonete líquido, enxaguei tudo e sai. Penteei meus cabelos ainda enrolada na toalha e no quarto tocava agora Cannibal da Kesha. Sorri com a letra, hoje eu iria sair e relaxar todo o estresse que passei por toda a semana. E espero que encontre uma boa distração essa noite. Sorri e passei creme para hidratar meus cabelos. Passei creme no corpo e enrolei a toalha no cabelo para secar um pouco enquanto eu me vestia.

Já devidamente vestida, sai do banheiro ainda cantando e dançando a música da Kia. Peguei o secador, e fui em direção do closet, para secar meu cabelo. Quando terminei decidi que passaria o resto da manhã trancada no quarto fazendo meus trabalhos da faculdade. Mas quando o delicioso cheiro de panquecas invadiu meu quarto, a fome falou mais alto, me despedi dos meus afazeres, desliguei o notebook e o som, que ainda tocava alto no meu quarto, calcei minhas pantufas de leãozinho e sai do quarto com meu celular na mão. Graças a Deus o aquecedor da casa era bom, então não houve necessidade de pegar um casaquinho.

As paredes do corredor era em um tom de pastel clarinho, tinha pendurados alguns quadros que eu não fazia à mínima ideia de quem eram. Quando cheguei ao topo da escada pude ver a sala. Que por sinal era muito bem decorada nas cores brancas e azuis.

Deixei meu olfato me guiar e, como desejado, cheguei à cozinha, ampla e muito bem equipada. Para que tantos eletros-domésticos eu não sei, minha mãe não é muito fã daquele cômodo da casa. Assim como a sala tinha uma cor dominante, a cozinha também era toda decorada no branco e preto. Balancei a cabeça rindo, e fui em direção à mesa, onde meu pai já estava sentado lendo seu jornal matinal. Minha mãe estava de frente para o fogão.

— Bom dia — cumprimentei dando um beijo na bochecha de Anthony e me sentando na cadeira a sua frente.

— Bom dia. Parece que alguém acordou de bom humor hoje — minha mãe dizia enquanto trazia as panquecas de cima do balcão e colocava no centro da mesa. Deu um beijo na minha testa e voltou para o que fazia. Meu pai apenas levantou um pouco a cabeça e sorriu. Até parece. Revirei meus olhos e respondi o comentário da minha mãe.

— Depende. Se esse alguém puder sair hoje à noite para dar uma volta na cidade, talvez esse alguém tenha um motivo para estar animado — falei torcendo para que ela não fosse contra os meus planos. Ao mesmo tempo eu colocava algumas panquecas no meu prato e as encharcava com calda de morango.

— Nada disso. Regra é regra. Amanhã você tem aula, então hoje você pode sair, mas quero você de volta às dez e meia nem um minuto a mais — ela falava me olhando fixamente, com uma mão na cintura e gesticulando a outra que segurava uma espátula. Fechei a cara na hora.

— Então, não. Esse alguém não está de bom humor e não tem motivo algum para mudar de ideia — no fim coloquei um pedaço generoso do meu café da manhã na boca. Meu pai gargalhou alto, e minha mãe também deu algumas risadinhas. Não sei por que, afinal quem vai ficar em casa trancado em uma noite de domingo são eles não eu. Disfarcei o sorriso matreiro que ameaçou cortar meus lábios, eu iria fugir essa noite.

Depois do café, nós três arrumamos a cozinha, eu fingindo estar de mau humor, e meus pais fazendo de tudo para me distrair. Depois de tudo arrumado me tranquei no quarto, liguei o som novamente, chequei as mensagens no meu celular, respondi apenas minha melhor amiga, Alexis, então resolvi arrumar meu closet que estava uma bagunça.

Duas horas depois eu já estava irritada, pra que eu tenho tanta roupa? É roupa demais para uma pessoa só.

 

Uma hora depois eu me encontrava já com a paciência no limite, larguei as roupas no chão e sai de lá, caso contrário colocaria fogo em tudo. Os vidros do quarto tremiam com a altura do som, procurei o controle para trocar a música. Ao me aproximar da estante para poder trocar a música manualmente, já que não achava o controle em lugar nenhum, os porta-retratos me chamaram atenção, assim como todos os dias. Ao todo eram cinco. Um era eu quando criança. Estava sentada no colo do meu pai e minha mãe o abraçava por trás. Estávamos na beira da piscina em um hotel em Miami, nas férias. Eu estava de maria-chiquinha, e de biquíni azul de bolinhas brancas, meus pais estavam olhando para mim e sorrindo e eu fazendo biquinho para a câmera.

A segunda era uma minha sozinha, uma foto só de rosto, onde eu estava com o rosto e cabelos molhados, e fazia careta para tirar a foto. Alexis adora essa foto, diz que ficou sexy, pra mim ela ficou muito engraçada. A terceira era uma com todo o pessoal do instituto, onde eu estudava três anos atrás, reunidos no jardim dos fundos, eu estava bem no meio da multidão, com meus pais cada um de um lado, tiramos a foto no dia do meu aniversário de quinze anos. A quarta era uma minha com meus antigos amigos, na imagem o Kurt estava caído no chão de bruços e fazia uma careta de dor, Atlanta estava sentada em suas costas, com os braços cruzados e dando uma piscadela para a máquina, e atrás estava o Arthur, eu e o Noah rindo dos dois no chão, e de nervoso, afinal tinham acabado de nos flagrar em uma fuga para uma festa. E por último, era uma foto minha com o Logan, meu irmão, ele sentado no sofá e eu deitada com a cabeça em seu colo.

Logan agora estava fazendo intercâmbio de medicina em Seattle. Mamãe sempre sentiu muito orgulho dele, ainda mais agora que ele decidiu fazer faculdade na mesma área em que ela trabalha.

Sorrindo mudei a música no som, e dançando fui até o closet escolher o vestido que iria usar hoje de noite. Não podia deixar a desejar.

Por volta das duas da tarde eu desci para almoçar, meu pai estava preparando a refeição e minha mãe arrumando a mesa. Balancei a cabeça quando o cheiro da famosa macarronada do meu pai invadiu minhas narinas, o que ele estava querendo ganhar em fazer um dos meus pratos prediletos eu não sei, só sei que boa coisa é que não é.

Durante o almoço trocamos poucas palavras, o que já estava me incomodando, não gosto de ficar nesse clima chato com eles.

— Então mãe, quando a senhora foi com a Aurora para Seattle na semana passada para decorar meu futuro apartamento, não viu nada de interessante? — meu pai travou a mandíbula na hora, sorri com seu desconforto e minha mãe gargalhou alto.

Minha tia, Aurora, e mamãe foram até Seattle para acertar o contrato do meu apartamento para que assim quando eu me mudasse para lá no ano que vem por conta da minha faculdade já estivesse tudo pronto. Já aproveitando, diz mamãe, que começaram a ver as coisas para a decoração do imóvel.

— O que? Fiz uma pergunta inocente, vocês é que tem maldade na cabeça — meu pai apenas me olhou pelos cantos dos olhos e depois voltou sua atenção para a macarronada, minha mãe riu mais ainda e eu não consegui segurar a risada. Eu juro que não entendo, ele quer que eu seja sincera, mas não gosta que eu fale sobre garotos, vai entender esse homem.

— Bem, eu não cheguei a andar muito pela cidade, mas os poucos garotos que vi por lá não fazem o seu tipo. Mas em Washington eu vi alguns que pode te interessar — dei uma risadinha rouca quando ouvi meu pai bufar.

— Annabeth, você não está pensando em namorar quando se mudar para Seattle, nem nada do gênero está? — meu pai me olhava inquisidor, mas eu sabia que no fundo ele temia a resposta para esta pergunta.

— Compromisso? — coloquei o dedo indicador no queixo e olhei para o teto, fingindo cogitar a hipótese. Segurei o sorriso quando escutei meu pai prender a respiração, minha mãe me olhava atentamente, ambos sabiam que eu fugia de qualquer tipo de compromisso, no fundo eu morria de medo de sofrer por amor, mas eles também sabiam que ultimamente eu estava digamos que "meio carente". — Me amarrar em alguém e deixar de viver o lado bom da vida? Acho que não — ri quando meu pai suspirou aliviado e minha mãe apenas balançou a cabeça.

— Exatamente, se você resolver namorar, tem que estar ciente que terá que deixar suas amadas baladas, sair sempre acompanhada do indivíduo, falar o que fez e o que não fez, maneirar nas demonstrações de carinho com seus amigos...

— Pai, pai, relaxa eu sei exatamente o que vai acontecer se eu começar a namorar, se esqueceu que eu moro com o casal ternura? — dei risada do meu próprio comentário.

— O que você quis dizer com isso mocinha? — como resposta, apenas o olhei angelicalmente. Meus pais eram o tipo de casal chiclete, dificilmente se separavam, e quando isso acontecia, ao se encontrarem eles sentavam e narravam todo o dia um para o outro. Eram tão melosos e caretas que chegava a dar enjoo. Espero que se, ouviu bem né, "se" eu arranjar um namorado, que pelo menos tenha a decência de não ser mel e açúcar, não quero acordar a noite sendo carregada por milhões de formigas. É sério, não sei o que os casais hoje em dia têm nada cabeça. Sem amam? Legal, mas não precisa ficar de frescuras, é ridículo. Eu nunca escondi minha opinião deles, meu pai se ofendia quando eu dizia que ele era brega, minha mãe nem ligava.

E novamente o silêncio predominou o ambiente. Eu os conhecia bem demais para saber que estavam tendo uma conversa mental, meu pai não conseguia controlar muito bem suas feições, e o olhar dele estava meio temeroso. Algo me diz que não vou gostar nem um pouquinho do assunto que não vai demorar muito a surgir.

— Muito bem, quem quer sobremesa? — minha mãe perguntou tirando os pratos da mesa. Eu nada falei, eu amo doces, então não era necessário responder aquela pergunta. Quando o bolo de chocolate e um pote de sorvete de creme pousaram em cima da mesa, eu soube que o assunto era algo do qual eu não só não gostaria, como também não aceitaria. Eles sempre tentavam me adular com minhas refeições favoritas quando queriam me dizer algo.

Minha mãe nos serviu, e a cada colherada que eu levava até a boca, eu os olhava desconfiadamente, eles perceberam que eu já tinha sacado tudo, e estavam ainda mais nervosos em chegar logo no ponto. Servi mais um pouco de sorvete, meu pai já tinha terminado a sua sobremesa e escalava seus olhares entre eu e Elena. Era até engraçado, ver dois adultos com tanto receio de conversar com uma, como diz meu irmão, aborrecente. Terminei o sorvete e sinceramente, já que eles não vão tomar atitude, tomo eu.

— Muito bem, quem vai começar a me dizer o que está acontecendo? — eles se entreolharam, minha mãe suspirou pesadamente, meu pai encheu seus pulmões de ar para depois soltar lentamente. E eu? Esperei pacientemente eles começarem a falar, paciência essa que já estava perto de chegar ao fim. Minha mãe suspirou mais uma vez e finalmente me pôs a par do assunto.

— Certo, de qualquer maneira você vai saber. Nós sabemos que devíamos ter dito antes, mas como você está nervosa pela mudança, eu e seu pai resolvemos esperar eu voltar de Seattle para te contar. E de manhã de certo modo você estava tão animada que ficamos receosos em estragar tudo, mas é necessário lhe contar ainda hoje — minha mãe tomou mais um pouco de ar antes de voltar a falar. — Como você já deve ter imaginado eu tentei uma vaga no hospital de Forks, e consegui, sou a nova Cardiologista da cidade, e bem, seu pai não queria ficar o dia inteiro em casa depois que perdeu o último emprego, por um tempo indeterminado então... — ela não precisava dizer mais nada, eu já tinha entendido tudo. Tenho que admitir que eu já tinha cogitado a hipótese antes. É sério que todo esse mistério é por esse motivo? Como não sou besta nem nada, é claro que vou fazer cena, quem sabe assim eles não me liberam a noite. Os dois ainda me olhavam, esperando uma reação da minha parte, e eu apenas os olhava de volta com o meu melhor olhar confuso. — Bem, seu pai conseguiu a vaga de professor de história na Forks High School pelo final do ano letivo — fingi estar surpresa com a notícia. É claro que meu pai não ia querer ficar em casa, e ele adora dar aulas, então porque não juntar o útil ao agradável? Só me ofendi com o fato deles não ter me dito antes.

— Como assim professor? Está de brincadeira né? Eu não acredito que vocês não me contaram antes, eu tinha o direito de saber. Tenho aula amanhã e agora que vocês me falam uma coisa dessas? — eu fingia indignação. Para enganar minha mãe eu preciso me esforçar muito. — O senhor devia ter me dito no momento em que resolveu tentar a vaga, não deixar para o último minuto e me dar um golpe desses pelas costas. Achei que tínhamos uma relação sincera. Mas pelo visto a sinceridade tem que ser só da minha parte, certo? — me levantei em um rompente e sai da cozinha o mais rápido que pude, mas não rápido o suficiente para não ver o olhar magoado do Anthony. Eu sei que peguei pesado, mas eu tinha que exagerar, eu sempre exagero e me faço de vítima em momentos como esses, e se eu quisesse realmente convencê-los eu tinha que fazer isso. Mas mesmo eu tentando me convencer que era necessário, uma pontada de culpa martelava no meu peito. Terei que falar com ele, e rápido.

Entrei no meu quarto batendo a porta e liguei o som o mais alto que meus ouvidos podiam aguentar. A música que tocava era de uma banda brasileira, Capital Inicial creio eu, não sou muito boa para gravar nomes de bandas estrangeiras, mas a música que eles cantavam era realmente muito boa, e combinava tão bem comigo. A voz do vocalista preencheu o ambiente, os acordes da guitarra com o som da bateria faziam uma combinação perfeita, deixando a música Mulher de Fases ainda melhor.

Cantando fui até o closet atrás do carregador do meu celular, e o desanimo me tomou por completo quando vi o que me esperava. Droga, tinha esquecido que não terminei de guardar as roupas que estavam fora do lugar. Tinha roupas, sapatos, chapéus e mais um monte de coisas espalhados pelo chão. Bem, meus pais não entrariam no meu quarto agora, não depois da ceninha que fiz lá em baixo, então peguei esse tempo até alguém entrar no meu quarto e coloquei tudo no lugar.

Ansiosamente caminhei até a gaveta da minha penteadeira a procura meu isqueiro prata e meu maço de cigarros. Passava minha mão desesperadamente nos objetivos que tinha lá dentro, mas nada de encontrar o que realmente queria. A adrenalina corria pelas minhas veias, pois sabia que se mamãe me pegasse fumando outra vez me colocaria de castigo por tempo indeterminado, mas meu corpo ansiava por aquilo e eu precisava encontrar.

Graças ao meu bom Deus, minha mão tocou em algo gélido e eu soube que era meu isqueiro e logo ao lado dele estava o meu precioso maço. Peguei e fechei a gaveta. Fui até a porta do closet e a fechei, trancando-a. Suspirei algumas vezes antes de abrir o maço e tirar de lá um dos cigarros, acendendo em seguida. Quando achei que já estava o suficiente, fechei o isqueiro e o coloquei no bolso do meu moletom, olhei para toda a bagunça do meu quarto e sorri de lado, pensando no quão Elena ficaria uma fera ao saber que o cômodo se encontra nessa bagunça. Soltei a fumaça pela boca e fui arrumando minhas roupas nos seus devidos lugares, tomando o máximo de cuidado para que não queimasse nada com a ponta do cigarro, e no máximo meia hora tudo estava perfeitamente organizado, o vestido que eu tinha escolhido para esta noite, estava separado, pendurado em um cabide, cabide este que estava pendurado em uma das portas dos armários.

Um som me chamou atenção, agucei meus ouvidos e assim escutando os passos suaves e decididos de Elena no corredor. Sabia que ela estava vindo em direção ao meu quarto, certamente com o intuito de conversar comigo sobre a cena que armei lá em baixo.

Meu quarto em si estava abafado e havia um cheiro fraco de tabaco no ar. Mamãe bateu fortemente na porta do meu quarto. Corri até uma gaveta pegando uma blusa qualquer, coloquei o vestido dentro do armário e sai correndo do closet, eu abria todas as janelas de vidro e ao mesmo tempo eu vestia a blusa de frio, eu tinha que fazer o ar frio entrar, se não minha mãe perceberia o ambiente abafado demais. Quando tremi com o vento gelado eu fechei algumas janelas e fui em direção à porta, que eu via a hora que cairia de tanto que Elena espancava a coitadinha.


Notas Finais


Primeiro capítulo postado \o/
Espero que tenham gostado, até o próximo. Beijinhos.


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