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História Suddenly - Talking About


Escrita por: leehhikari

Notas do Autor


(atualizada: 23/09/2020)

Capítulo 15 - Talking About


Meu rádio relógio começa a tocar e desligo ela depois que me sento na cama.

Eu tenho que aprender a programar ela para tocar a música que quero, não o Larry Jerry gritando que o dia começou. Presente do meu pai. Acho que ele queria é me sacanear, mas tudo bem.

Depois de um banho que ativou todas as minhas células, parece que até mesmo minha mente clareou, lembrando-me de ontem a noite.

Quando passo na frente do quarto do papai paro com a mão na maçaneta, ainda incerta se devo ou não entrar só para ver ele. Eu sei que meu pai está dormindo, mas quero ter certeza que está bem.

No final abro a porta e encontro o papai esparramado na cama de bruços, roncando baixo, e só de ver que ele está apenas dormindo me tranquiliza.

— Rose?

Olho para trás e encontro vovó com a roupa amassada e com cara de sono.

— Bom dia – abraço a vovó que me retribui.

— Bom dia filha. Seu pai ainda deve estar dormindo.

— É, eu sei – fecho a porta para evitar qualquer outro barulho – só queria ter certeza que ele estava bem. Vou lá fazer café.

Ela assente e eu desço às escadas para ir à cozinha.

Nem meu tio e nem meu avô estão aqui, então deduzo que estejam dormindo no quarto de hóspedes.

Como o vovô pediu, faço café da manhã a mais para todos poderem comer.

Quando finalmente termino, vou procurar o número de telefone da secretária de ensinos de história, que deve ter na agenda do papai e nisso meu tio desde sonolento, mas já pronto para sair.

— Bom dia Rose.

— Bom dia tio. O café da manhã já está pronta.

— Nossa querida, não precisava.

— Tem panquecas, para cobertura maple, mel, calda de frutas vermelhas e chantilly, ou o que o senhor quiser – digo ao mesmo tempo que acho o número necessário.

Tio Peter me olha com cara de quem vai valar alguma coisa. No final continua calado e entra na cozinha.

E eu aproveito para discar, agradecendo mentalmente pela secretária já estar na escola.

— Olá, eu sou a filha do professor Benjamin Campbell.

— Ah sim, Rose né?

— Isso. Eu queria avisar que meu pai não está muito... – paro para buscar a palavra certa – disposto, então não vai poder dar aula hoje.

— Tá bom querida, obrigada por avisar.

Desligo a chamada depois de amenidades e vou para a cozinha, onde o meu tio está comendo um bacon frito.

Eu não costumo fazer, porque nem eu e nem o papai comemos muito essas coisas, mas o tio Peter e o vovô adoram.

— Rose, isso daqui está muito bom.

— Obrigada.

Eu pego um copo de suco de maçã e bebo devagar.

— Rose, você tem que comer.

— Tudo bem tio. Qualquer coisa tem cafeteria lá perto.

— Certeza? Não está com a ideia maluca de emagrecer né?

— Mais? Não tio, obrigada.

— Ainda bem. Você tem dinheiro?

— Tenho, o papai me dá dinheiro sempre para poder comer, mas as vezes fica guardado, acho que devo ter uns $15 na mochila.

— E já está pronta? Temos que sair daqui cinco minutos.

— Vou lá pegar minhas coisas, e já vou estar pronta.

Eu saio às pressas da cozinha, mas subo e desço as escadas devagar, ligando meu celular, e recebendo uma mensagem pequena da Lisa.

Lisa: Bom dia amiga.

Me: Bom dia.

Lisa: Vindo para a escola?

Me: Sim. Vou sair daqui a pouco. Te vejo lá.

Guardo o celular na mochila e procuro várias notas pequenas espalhadas pela mochila, e depois de certificar que tenho $18, arrumo a mochila em meu ombro e encontro vovó tomando leite puro em uma xícara na cozinha.

— Está pronta filha?

— Estou.

— Tomou café?

— Vou tomar na escola, se der fome.

— Certeza?

— Certeza.

Ela estreita os olhos, parecendo o papai quando quer saber se eu estou mentindo, mas depois assente e dá outro gole no leite.

— Onde o vovô está?

— Ainda está dormindo. Ele vai acordar daqui a pouco.

— Se o vovô quiser esquentar o café...

— Não se preocupe meu amor, eu esquento. Agora se preocupe em estudar. Peter, já está pronto?

— Mãe, se a senhora fazer um café da manhã como a Rose, vou procurar um emprego melhor.

— Peter!

— Estou brincando mãe. Vamos Rose, tenho que chegar ao depósito daqui a pouco.

Olho o relógio perto da porta da sala, e vejo que ainda faltam meia hora para 7:00p.m. e me pergunto se o tio Peter vai conseguir chegar no horário, já que o seu trabalho é longe daqui.

O que papai tem de responsabilidade, tio Peter tem um pouco de inconsequência, mas no final, todos nós o adoramos.

Vou atrás de meu tio que já está com a chave do carro nas mãos, e começa a cantarolar alguma música da época dele, que não faço ideia de quem seja. Não que eu conheça muitos.

Chego na escola e me despeço de titio.

Como de costume, essa hora é bem vazio, mais funcionários da escola do que alunos, e já que deu vontade de tomar uma bebida quente, aproveito para ir à Starbucks que tem aqui atrás do colégio, que é a única cafeteria aberta tão cedo. O resto vai abrir daqui meia hora.

— Rose?

Olho para trás na fila gigantesca, e encontro Jerome com um sorriso tímido.

— Olá J.

— Tudo bem?

— Tudo. Me desculpe por ontem.

— Ah, tranquilo, a Lisa... contou.

Ele coça a nuca ficando levemente rosado.

— Não se preocupe. Já passou. Sabe, tudo aquilo já passou.

Era uma grande mentira, se eu realmente pensasse assim, eu não estaria chorando pelo mesmo motivo há sete anos. Não sofreria tanto assim por tanto tempo, mas já estou acostumada em mentir para mim mesma sobre tudo.

— Ahn, pensei que não tivesse visto o carro do seu pai.

— E não viu. Papai não está muito bem hoje.

— E veio como?

— Meu tio. Peter. Ele me trouxe antes do trabalho.

Dou dois passos na fila, porque a fila acabou de andar.

— É sempre tão cheio assim? – pergunto para o Jay.

— É. Dependendo do dia costuma ser mais, mas está normal hoje.

Volto a olhar para frente, já pensando em algo para tomar, e se tiver fome até chegar a minha vez, em algo para comer, mas acho que hoje não estou tão afim de comer coisa alguma – pelo menos por enquanto.

Um pouco antes de eu pedir, pergunto para o Jay o que ele quer para podermos pedir juntos, e sair daqui o mais rápido possível.

— Deixa que eu pago – J. diz antes que pudesse tirar o dinheiro da mochila.

— Não, tudo bem, meu pai deu dinheiro.

Não deu tempo, ele já pagou para a moça do caixa e logo já tinha chego os nossos copos.

— Obrigada – agradeço pegando os nossos copos.

— Tudo bem.

Eu entrego o copo para ele e a mão gelada dele toca na minha.

— Caramba, está com tanto frio assim?

— Um pouco — ele fala com um sorriso tímido.

Nós saímos da cafeteria com a fila maior que cinco minutos atrás, e chegando à escola que está bem mais cheia entro no colégio com Jay, indo buscar nossos materiais, e nesse meio caminho encontro Lisa.

— Bom dia! Como vai essa força?

— Estou bem – respondo rindo.

— Certeza? – ela pergunta realmente preocupada.

— Hey, estou aqui na escola, não estou?

— Tudo bem. Já que é assim, bom saber que está bem – ela olha os copos na minha mão e na do Jay. – Estavam no Starbucks hein?

O sorrisinho dela é tão óbvio que só dou um bufo impaciente querendo dizer que nada aconteceu.

— Só não sonha de mais tá Lissie? Vamos pegar o material?

— Eu já peguei.

Eu assinto e vou até o meu armário pegar minhas coisas com os dois me seguindo, e enquanto pego os livros das primeiras duas aulas, ouço o Dominik cumprimentando os dois.

— Olá! – o cumprimento assim que olho para Dom.

— Bom dia Rose.

— Como está?

— Bem. E você?

— Também.

— Jay, você deveria ter se lembrado de mim quando foi ao Starbucks – Dom diz indicando o copo com a cabeça.

— Vai comprar.

— Você é um amigo muito desgraçado.

— Eu sei.

Eu fecho o armário arrumando os materiais das matérias de hoje e fico feliz em ter vôlei, mas triste por não ter aula de fotografia. Gosto das aulas de fotografia, porque é algo que sempre posso aplicar nas minhas fotos que tiro por brincadeira. Mas nada do que aprendo é tão útil para que eu precise para as minhas aulas de psicologia.

Todas as matérias que eu mais precisaria só depende em tirar boas notas em história, então vou ter que esperar no mínimo dois anos para conseguir me focar mais em matérias triviais para poder participar das aulas de psicologia e saúde mental no último ano.

O porquê eu estou pensando nisso depois de tanto tempo sem me importar muito com essas coisas? Com certeza, porque ontem foi dia 1º de novembro.

Tecnologia de mídia é bem legal quando estou prestando atenção, mas agora que estou olhando para a tela do computador sem ter a menor ideia do que fazer, e tudo parece entediante.

— Por que todos estão aqui na sala hoje aprendendo tecnologia de mídia? – professor Redd pergunta.

Esta já é a segunda aula de hoje, e tem algo estranho com o Felix. Ele está mais amuado, e acho que nunca o vi assim.

— Por que a Rose escolheu fazer essa aula – Lisa sussurra para mim me fazendo rir fraco.

— Para de ser tão dependente. O que você quer fazer?

— Eu também não sei, e como você é a mais sensata, resolvi seguir você. E você, por que escolheu essa matéria?

— Acho que a senhorita Baker não entendeu. Quero que criem vídeos mostrando seus verdadeiros entusiasmos com esta matéria – o professor diz por cima de nossas vozes.

— Já estou professor, só estou perguntando para minha amiga...

— Lisa, por favor, não me coloca no meio disso tudo. Eu estou quieta no meu canto – imploro para ela em voz baixa.

Minha amiga fica quieta, e aproveito que o professor está mais concentrado em algo para mandar uma mensagem para o celular de Felix, perguntando o que há com ele.

Meu amigo latino me olha e volta a olhar o celular, mas não parece estar digitando uma resposta. Como eu não posso cobrar nada por enquanto, vou pegando vídeos aleatórios que tem disponível na escola, mostrando principalmente sobre saúde mental e fotografia, que foi o que mais me identifiquei. As áreas de saúde daqui da escola, depende muito do que aprendemos na Tecnologia de Mídia, mas até agora não entendi o motivo.

Meu celular pisca sem nenhum barulho e vejo que Felix me respondeu.

Felix: Nada de mais, só estou um pouco cansado.

Me: Certeza?

Ele demora quase 10 minutos para me responder com um "sim". Não insisto, porque se conheço bem o meu amigo, ele vai dizer no momento em que estiver pronto.

Jerome e Dominik estão no mesmo balcão que nós, mas estão concentrados de mais... na conversa entre eles, claro, mas ainda assim estão fazendo algo no computador. No final da aula, o professor pede para deixarmos salvo o vídeo em uma pasta com o nosso nome e o número de inscrição para poder deixar as notas, e depois que o faço, saio da sala e troco o material para as duas últimas aulas antes do intervalo no armário que está perto.

Pegar o livro de história e saber que o papai não vai estar me preocupa um pouco.

Me: Vovó, como o papai está?

Vovó: Ele está bem meu amor, não se preocupe.

Recoloco o celular na mochila e entro na sala junto com J., Dom e Lisa, que dividem a aula comigo.

— Ué, cadê o seu pai? – Lisa pergunta assim que vê uma professora com aparentemente 45 anos, um rosto sério e impassível.

— Em casa. Depois eu te conto.

Ela assente, o Dom me olha confuso, mas se senta quieto assim que a professora dá um comando em voz alta e autoritária, como se já estivesse dando bronca por termos entrado na sala.

Algumas pessoas da sala troca olhares entre mim e a professora, e não gosto de como me olham, como se quisessem saber o que aconteceu com o papai.

* * *

— Retiro o que eu disse, seu pai é muito legal.

Dominik se joga no banco ao lado de Jerome que se sentava ao meu lado. Lisa está a minha frente.

Estamos no intervalo, e só agora tivemos a oportunidade de conversar, já que depois da aula de história eu me separo da maioria pra assistir as aulas de Latim, que divido apenas com Jerome.

— Essa professora é o diabo! – Lisa praticamente grita. – O que aconteceu com seu pai?

Olho para o sanduíche na bandeja, porque agora não existe coisa mais interessante em observar.

Jerome se mexe ao meu lado, e eu o olho rapidamente enquanto ele se levanta seguido de Dom.

— Papai voltou bêbado ontem – sussurro para minha amiga assim que os dois somem de minha vista.

— E aí?

— Fiquei desesperada e com medo, aí liguei para minha avó. Ela veio com o vovô e o tio Peter.

— Mas ele está bem?

— Na hora em que acordei ele ainda estava dormindo. Mas mandei uma mensagem para vovó perguntando se o meu pai estava bem, e ela disse que sim.

Lisa me olha preocupada, mas depois desvia o olhar para o suco de caixinha.

— Você faz alguma aula extra? – pergunto depois de um tempo para Lisa.

Ela me olha um tempo a mais, e nega com a cabeça antes de falar:

— Antes do vôlei? Sabe que não. Eu sou preguiçosa lembra?

— E por que faz o laboratório técnico?

— Nem eu sei, por curiosidade, eu acho.

— E você está gostando?

— Não, nenhum pouco.

Balanço a cabeça rindo, porque isso é bem a cara de Lisa Baker, e ela aproveita para puxar o assunto preferido dela desses últimos meses: Berry Velásquez.


Notas Finais


Minhas fanfics e one shots: http://imaginesmix.blogspot.com


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