Pov Camila
— Eu não acredito que você está grávida de três semanas e não teve a coragem de dizer isso a mim. — minha mãe resmungou.
— Ah mãe... Ela tinha que saber primeiro.
— Mas eu sou a sua mãe. — retrucou.
— Mas a Lauren é a mãe do bebê. — ri. — Esquece isso, você vai ser avó.
Ela me olhou e olhou até cansar e foi então que caiu sua ficha.
— Ah meu Deus! Eu vou ser avó, essa criança tem que ter pelo menos os olhos dela. — sorri animada, pois também queria aquilo mais que tudo.
— É, você vai ser avó. — sorri com empolgação dela.
— Preferência de sexo? — se sentou ao meu lado.
— Um menino, ela quer muito um menino, mas o que vier está bom demais.
— Bom, é porque ela já sabe o quanto meninas dão dor de cabeça.
— Se vier outra menina ela pira de vez, ultimamente vem acontecido muitas coisas com a Dianna e ela está muito preocupada.
— Esse problema envolve a sua irmã? — fiz que sim com a cabeça. — Eu não sei o que está fazendo ela tomar essas atitudes.
— Nem eu...
— Mas então, quanto tempo vocês planejavam ter o bebê?
Olhei para a minha mãe e balancei a cabeça sorrindo.
— Eu planejava, ela não. — confessei.
— Como assim?
— A Lauren queria que eu completasse no mínimo vinte e cinco anos para planejar um filho, mas eu sempre quis um filho dela, mama. — falei.
— Ela foi tão burra assim? Digo, ela não se preveniu? — sorrir.
— Eu a deixava... Você sabe...
— Gozar dentro? — senti meu rosto esquentar naquele momento.
— Sim. E no calor do momento dizia que tomaria pílula e como fazíamos mais de duas vezes em uma noite no dia seguinte ela nem se lembrava. — minha mãe riu. — Estou tentando desde o natal passado, mas não estava dando certo. Quando fomos ao médico a taxa dela estava de trinta e três por cento e dificultou bastante.
— Mas você conseguiu. — minha mãe passou a mão em meu rosto. — E você sabe quando foi?
— Em uma noite de domingo em que choveu e faltou energia. — mordi meu lábio com a lembrança. — Algo me dizia que aquele era o momento certo.
— Você a ama tanto, eu posso ver no brilho dos seus olhos. — acenei positivamente.
— Eu a amo, mãe. Eu a amo muito. — confessei. — Eu olho para ela e vejo que ela é tudo o que eu preciso.
— Eu fico feliz por você... — me deitei no colo dela e me aconcheguei em seus braços. — Minha menina... Eu tenho tanto orgulho de você, de quem você se tornou. — fechei meus olhos quando senti seus lábios no topo da minha cabeça. — Mas deixe-me ver isso aqui. — ela segurou minha mão e passou o dedo em meu anel de noivado. — O quanto isso custou?
— Eu não faço ideia. — respondi. — Se eu questionar algo sobre o dinheiro dela, ela fica louca.
— Eu sei que é estranho, mas você vai ter que começar a se acostumar com isso. — falou a mim. — Para a sua sorte a Lauren não é mãe de primeira viagem o que vai tornar essa gravidez mais fácil para você.
— É ruim? Dói muito? — minha mãe riu.
— Tudo o que acontecer durante a gravidez vai valer a pena quando você tiver com o seu bebê no colo. — minha mãe iniciou um cafuné em mim. — Dói e é muito chato porque a sua mudança de humor vai ser variada. Sua mulher vai ter muita paciência com você.
— A Lauren é paciente demais, mas quando ela explode fica impossível. — minha mãe riu.
— Eu conheço aquela menina, filha. Ela te ama e sei o quanto ela vai te aturar durante esses nove meses.
— Ela tem medo de mim. — falei rindo.
— Não! Sério? — ela riu.
— Muito sério.
— Esta vendo? Você tem um poder sobre ela!
— Hey garotas! — escutar aquela voz rouca fez meu coração bater forte. Estávamos tão perdidas na conversa que nem escutamos a porta sendo aberta. — Falando de mim? — perguntou convencida.
— Sim. — minha mãe falou rindo.
— Mãe! Não! — Lauren riu e se aproximou de nos duas.
— Eu estive com Vero e acertamos tudo. — sai do colo de minha mãe e me curvei para frente e alcancei os lábios de minha noiva.
— Já te disse que não quero isso por enquanto.
— Mas...
— Sem mas, pois ainda nem sabemos o sexo do bebê e já quer fazer o quarto. — ela resmungou baixo.
— Saber o sexo é de menos amor, pode ser branca, amarela...
— Lauren!
— Tá bom! — ela ergueu as mãos para cima. — Não esta mais aqui quem falou...
Escutei a risada de minha mãe. Ela se levantou e ficou a minha frente.
— Eu vou indo, crianças. — ela deixou um beijo em meu rosto e depois no de Lauren. — Cuide bem da minha filha, Lauren! — Lauren fez que sim com a cabeça e sorriu.
— E você cuide bem dela, ok? — disse a mim se referindo a Lauren.
Acompanhei minha mãe até a porta e depois voltei até onde Lauren estava entretida em seu celular. Me sentei em seu colo e olhei para a tela do aparelho.
— Quem é Ashley? — ela me olhou e sorriu.
— Sua obstetra. — deu de ombros e travou a tela do celular. — Ela é nova, mas é confiável.
— Nova?
— Ela só tem vinte e sete anos, mas é bem recomendada.
— Vinte e sete anos? Você está ficando louca? É o nosso filho, Lauren!
— Camila, ela é recém chegada no meu hospital. Te garanto que ela é uma ótima profissional.
— Eu não a quero, quero alguém mais velho e experiente.
— Me dê paciência, meu Deus! — ela me tirou do seu colo e se levantou. Lauren se abaixou e ficou entre minhas pernas. — Ao menos tente, te garanto que se o medico que fez o parto da minha filha ainda tivesse no ramo, seria ele sem sombra de dúvidas, mas ela foi a única que veio.
— Amor... — passei a mão em seu rosto.
— Por favor, só tente. Ela é ótima. E se não gostar procurarei outra pessoa.
— Sério?
— Sim. Você sabe que sim. — respondeu.
— Tá, eu vou tomar um banho. — me levantei por impulso e meu joelho bateu no rosto dela. — Ah meu Deus! — soltei uma risada.
— Não... — falou quando tentei me aproximar. — Fica paradinha aí. — ela me olhou como se eu fosse uma pessoa altamente perigosa.
— Lauren! — voltei a rir. — Vem, vou dar banho em você.
Após tomarmos um longo banho. E sim, foi só um banho, eu preparei algo para comer, que mesmo a contragosto ela deixou. Eu não estava nem com dois meses de gravides e Lauren estava totalmente patética com alguns cuidados, eu realmente sei que ela já tinha passado por isso, mas as atitudes dela às vezes chegavam a ser exageradas. Ela era totalmente exagerada e eu deveria estar preparada para isso.
Me sentei na cama e Lauren deitou-se entre as minhas pernas e começamos a assistir um filme qualquer que passava na TV, que até parecia ser interessante.
— Você parece tensa. — comentei.
— Hoje foi cansativo. — sua voz estava rouca, ela estava com sono. — Que tal dormirmos? Mas antes...
Lá vem...
— O que? — ela riu fraco.
— Enquanto conversava com a Ashley, ela comentou sobre um exame interessante. — em momento algum ela se virou para me olhar. — Quando você tiver no mínimo dois meses de gestação podemos saber o sexo do bebê através de um exame de sangue.
— Eu realmente acho que não irei mais discutir sobre isso. — ela se remexeu. — Farei o exame e a Vero irá cuidar do quarto do nosso filho.
— Ou filha... — falou. — O quarto antigo da Dianna será perfeito porque é grande.
— Você tá louca? É o quarto da sua filha!
— Mas...
— Mas nada, Lauren! — retruquei. — O quarto de hospedes também é enorme, será esse quarto e ponto final.
— Meu Deus! — ela virou seu corpo e me fitou. — Porque você é tão difícil?
— Porque você é idiota. Suas ideias são idiotas. — ela riu. — Mas eu amo você...
— Eu também amo você... Escuta, e o nosso casamento?
— Eu não quero nada grande, uma cerimônia para amigos íntimos e família já está de bom tamanho. — ela deu de ombros e concordou com um breve aceno de cabeça.
— Poderia ser uma cerimônia simples no quintal da casa dos meus pais, o que acha?
— Perfeito. Do jeito que eu quero!
— Sempre tem que ser do seu jeito. — revirou os olhos. — Ai! — resmungou quando acertei uma tapa em seu ombro. — Brava!
— Nojenta!
— Grossa! — rebateu.
— Você! — sorri perversa.
— Essa brincadeira de novo não, amor. — riu. Seu rosto estava vermelho.
— Vai dizer que não gosta? — passei meus dedos pelas maçãs em seu rosto.
— É vergonhoso.
— Saber da grossura do seu pau?
— Camila! — soltei uma risada alta.
— Eu estou tão ansiosa. — Lauren se deitou novamente em meu colo.
— O que está te deixando assim?
— Nosso filho! — senti seus dedos em minha coxa nua. — Quero que esses meses se passem rápido. Preciso dele comigo.
— Isso vai passar quando ele chorar todas as noites e te acordar. — comentou entre risos.
— Amor, a gente se refere a ele como se realmente fosse um menino. — passei as mãos em seus ombros e iniciei uma massagem naquela região. — Vai que nasce uma menina, e esse seu apego pode acabar te decepcionando.
— Eu jamais me decepcionaria com o que viesse, sendo menina ou menino eu já amo muito. — apertei seus ombros delicadamente e ela gemeu. — Não para, tá gostoso!
Deixei um beijo no topo de sua cabeça e continuei com a massagem em seus ombros. Senti o corpo dela se relaxar em meu colo e sua respiração ficar fraca. Inclinei mais um pouco meu corpo para frente e vi que seus olhos estavam fechados, ela havia dormido... Em meus braços...
Abaixei um pouco o volume da televisão e desliguei as luzes deixando apenas a luz da TV iluminar parcialmente nosso quarto. Fiquei por algumas horas a mais assistindo um programa e em seguida dormir.
Acordei no dia seguinte com o barulho da campainha. Olhei no relógio que estava no criado mudo e vi que já passava as onze da manhã. Lauren não estava mais ali, gemi frustrada por não ter ela comigo todas as manhãs durante a semana, de não acordar com ela. Era triste demais. Desci às escadas e corri em direção a porta, a campainha tocou mais uma vez e sem cerimônias abri a porta dando de cara com Lucy.
— Oh... Eu te acordei? Me desculpe! — sorri.
— Tudo bem... — respondi e dei espaço para que ela entrasse. — Entra!
— A Lauren está aí? — perguntou receosa.
— Mesmo se ela tivesse não te impediria de entrar. — a puxei pelo braço. — Cadê a Emily?
— Com a minha mãe. — deu de ombros. — Eu precisava vir antes de voltar.
— Voltar? Mas você...
— A minha vida é lá.
— Não, a sua vida é aqui. — falei. — Eu sei o quanto é difícil estar no mesmo lugar que ela, mas...
— Não é ela!
— Lucy, eu vi em seus olhos. Eu vi a forma como olhou para ela e...
— Mila, eu só vim me despedir mesmo. Desejo-te tudo de bom para você e a Lauren.
— Obrigada, mas eu quero você em meu casamento. — ela sorriu. — Foi bom ver você, Lucy!
— Foi bom também. — ela se sentou no sofá e me olhou. — Eu sei que se passou muito tempo, mas eu fui tão covarde que não fui atrás de você e te pedir perdão pelo que fiz e...
— Foi no passado, todas temos uma parcela de culpa nisso. — dei de ombros. — E se não fosse por sua ideia eu não estaria com ela.
— Vocês estavam destinadas a ficarem juntas, Camila. — ela segurou minha mão. — Lauren iria se apaixonar por você, e você por ela.
— Nunca pensei que conseguiria chegar até esse ponto.
— Como assim?
— Garotas da minha idade pensam em outras coisas como festa, garotos etc. — fiz uma pausa. — Mas eu estava tentando engravidar da mulher que eu amo para enfim casar-me com ela e termos uma família linda e o resto da vida nos amando. — ela sorriu. — Eu me apaixonei tão cedo e às vezes paro para pensar se isso é realmente real. E quando dou em mim, vejo que é tão real que chega a ser assustador.
— O nome disso é amor. — ela apertou minha mão. — Às vezes o amor nos deixa assim. Pensamos que é um sonho e quando acordamos ao lado dela sabemos que tudo é real. — sua voz estava fraca e triste.
— Eu sinto muito, Lucy. — falei. — Eu não quero te julgar, mas você fez a sua escolha.
— Eu sei que fiz.
— Então eu... — olhei para a porta e franzi o cenho quando vi Lauren passando por ela. — Amor?
— Oi amor... — ela fitou as costas de Lucy. — Oi Vives...
— Olá! — respondeu sem graça. — Bom, então eu aguardo o convite. — sorrir para a morena.
— Foi bom vê-la, Lucy! — me levantei juntamente com ela e a abracei. — É bom que você venha mesmo. — Lauren olhou de mim para ela e sorriu.
— Boa viagem, Lucy! — falou antes de deixar suas chaves por cima da mesinha de centro.
Despedi-me de Lucy e voltei para Lauren. Ela estava olhando para um ponto fixo na sala e quando me viu passar por ela sorriu. Sentei-me ao seu lado e repousei minha mão sobre sua perna.
— O que faz tão cedo aqui?
— Eu não estava me sentindo muito bem e decidir voltar. — colocou sua mão por cima da minha.
— Você está bem? — preocupei-me.
— Estando com você tudo melhora. — sorri.
— Amor...
— Era saudades, por isso o mal estar. — balancei a cabeça em negação e ela riu. — Estou falando sério. Passar muito tempo longe de vocês me deixa doente. — senti suas mãos irem de encontro à parte debaixo do meu moletom. — A dor da saudade chega ser física.
— Não fique dependente de nós... — brinquei.
— É impossível. — segurei seu rosto com as duas mãos e beijei seus lábios. — Eu te amo... — murmurou contra o beijo. — O que ela fazia aqui?
— Nada que interesse agora. — coloquei uma de minhas mãos no cós de sua calça social e senti seus lábios beijaram os meus novamente. Lauren me puxou para seu colo e me sentei em cima dela. — Foi aqui, não foi? — murmurei um sim inaudível contra seus lábios.
— Cale a porra dessa boca e me come logo. — ela gemeu baixo quando rebolei em eu colo.
— Com todo o prazer, senhorita Cabello. — ela girou nossos corpos comigo ainda em seu colo e me deitou no sofá com ela por cima.
Soltei uma risada quando seu nariz que estava frio roçou em meu pescoço.
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