Mais tarde quando já eram por volta de 20:30 da noite, apenas tomei um banho e voltei a me enrolar nas cobertas que agora já estavam quentinhas, resolvi pegar em minha câmera e ver algumas fotografias que haviam sido gravadas ali. Rolei meus dedos pela mesma e a-liguei, ela liga e vou na galeria, abro a primeira e mais antiga foto da câmera. Era uma foto minha e de Nathan ainda com nossos 6 ou 8 anos de idade, a gente estava em pé perto de uma árvore que havia no Jardim da casa que morávamos com nossos pais na Carolina do Norte.
Uma lágrima surge no meu olho direito, a-limpo e ouço uma voz rouca vindo da janela do quarto.
"Vocês sempre foram bem unidos não é? " -na mesma hora levanto e solto a câmera; era Luke que agora já estava dentro do quarto.
"Sim, bem unidos " -encaro o chão e levanto da cama indo até a janela e tranco a mesma.
"Queria ser assim com a Mellanie" -ouço sua voz rouca e sinto o cabelo do meu corpo levantarem.
"Mas vocês são unidos Luke" -tento falar no mínimo normal e volto a sentar na cama.
"É o que parece, mas às vezes ela não me trata como um irmão, penso que às vezes ela só me ver como um amigo dela de faculdade ou algo do tipo" -ele desabava e por um instante não vejo o Luke calado e misterioso que conheço.
"Não é isso Luke, ela talvez só acha que você quer ter privacidade e tem sua vida e seus amigos como todo garoto tem" -ele se senta ao meu lado na cama e encara o meu rosto.
"É, talvez seja isso, ou senão ela pode ter me odiado por morar longe dela e vir aqui só quando já éramos adolescentes" -ele já não está falando calmo e percebo um certo tipo de arrependimento nele.
"Quer saber Luke, pode ser os dois motivos, mas fique sabendo que você tem uma irmã que te ama e às vezes quer ter o irmão por perto" -não acredito no que acabo de falar, apenas olho pro teto e sinto Luke se levantar.
"Eu sei Sam, valeu por me dar certeza do que eu já sabia " -olho pra ele e vejo seus olhos azuis cristal olhando além da janela do quarto.
Eu poderia fazer várias perguntas pra ele, perguntando o porquê dele estar e entrar sem avisar na minha casa e por pior no meu quarto, mas resolvi não questionar nada, só o fato dele estar aqui me faz não precisar de respostas.
Arrumo a cama e coloco a câmera no lugar de antes, me viro e Luke está próximo a janela que agora voltou a ficar aberta.
"Não vai me perguntar porque eu entrei sem mais nem menos pela janela do seu quarto?" -ele diz voltando seu olhar em mim.
"Pra que perguntar, se eu já sei o porquê?" -digo sem pensar e ele apenas sorrir, seus dentes eram tão brancos e perfeitos que eu poderia vê -lo sorrir por horas.
"Oh! Sabe é? Tudo bem então Collins" -ele continua a me olhar sorrindo.
"Pode me chamar só de Samantha, Luke!" -encaro a janela e me encolho, está a fazer um frio e tanto aqui em Londres.
"Ok então, Samantha! Agora preciso ir, acho que já passei tempo demais aqui na sua casa, ou melhor dizendo, quarto. Te vejo amanhã na facul,Fui!" -ele acena e pula da janela do quarto.
Às vezes o que pensamos das pessoas não é o suficiente que existe dentro dela, cada um tem um coração e dentro dele por mais difícilmente que a pessoa expresse, habitam o que ninguém consegue ver. Luke sempre foi misterioso, posso não ter conhecido ele como conheci sua irmã que é minha melhor amiga, mas Ele tinha algo que me intimidava, e isso apenas me deixava intacta perto dele, paralizada como uma estátua, porquê eu não precisava de respostas? Porque para mim, a resposta era o próprio Luke, sendo ele mesmo.
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