Eram 10 horas, quando May atravessou as portas automáticas do edifício da BigHit e dirigiu-se á receção. Usava uns jeans pretos justos e uma camisola de lã branca oversize, os botins que calçava eram pretos, assim como a mala de viagem que trazia consigo. O seu cabelo, cor de canela, estava amarrado num rabo-de-cavalo feito á pressa e nas suas orelhas cintilavam duas pequenas argolas.
-Olá, bom dia! O meu nome é May Lee e… - A recepcionista interrompeu-a.
-Ah! Menina Lee! Tenho estado á sua espera. Só um segundo. – Ergueu-se da cadeira e falou para uma rapariga, que estava sentada numa poltrona, com um ar entediado. – Mina, a nova trainee chegou! – A rapariga, que se sobressaltou ao ouvir o seu nome, sorriu a May e caminhou na sua direcção. Ela era alta e, na opinião de May, muito bonita, mas, o que mais chamava a atenção na sua aparência eram os seus cabelos, cuja cor era rosa como algodão doce.
-Oi! O meu nome é Mina. – Apresentou-se a outra trainee.
-Oi! Eu sou a May. Prazer em conhecer-te.
-Menina Lee, a sua colega Mina vai fazer-lhe uma visita guiada aos principais locais da empresa e mostrar-lhe o seu quarto. – Entrega a May uma capinha com algumas folhas lá dentro. – Aqui estão o regulamento da empresa e o seu horário. Hoje está de folga mas amanhã os professores já contam consigo nas aulas! – May acena com a cabeça. – Pode deixar a sua mala aqui e um funcionário irá deixá-la no seu quarto em breve… Bom, seja bem-vinda á BigHit menina Lee!
- Obrigada!
…
Depois de a ter levado a conhecer 4 salas de dança, 3 salas onde tinham aulas de canto e representação, 2 ginásios e a piscina, e de lhe ter contado um breve resumo da sua vida de trainee (que durava já 3 meses), Mina levou May até á cantina, uma vez que, já eram horas de almoço.
Sentaram-se numa mesa redonda junto duma janela a saborear o almoço e, rapidamente, duas raparigas juntaram-se a elas.
-Olá! Podemos sentar-nos? – Disse uma das raparigas que, sem esperar pela resposta, se sentou na frente de May. Ela era muito bonita e o seu cabelo, curto e brilhante, era preto como o carvão.
- Meninas esta é a May. – Apresentou Mina. - May estas são as minhas amigas Yeji – apontou para a rapariga que se sentou na frente de May – e Nana. – Nana, ao contrário das amigas, parecia ser mais tímida. Era pouco mais alta que May e os seus cabelos eram muito longos e formavam ondas perfeitas em tons de mel.
-Olá. – Disse-lhes May.
-Prazer em conhecer-te May. – Disse Nana sorrindo timidamente.
-Pois… prazer! – Disse Yeji já com a boca cheia de comida. Depois de engolir prosseguiu: - Então conta lá May! Vens de onde? Como é que entraste? Conta lá a tua história!
…
Depois duma animada hora de almoço com as suas novas amigas, May despediu-se das mesmas e foi em direcção ao elevador. Mina tinha ficado de a levar ao seu quarto, no entanto, depois dum imprevisto ter surgido (o seu ex ligou-lhe a pedir que se encontra-se com ele), May disse que podia encontrar o quarto sozinha e que ela não precisava de se preocupar.
-Tens a certeza? Quer dizer, não tem nada que enganar. É só subir até ao 4º andar e procurar o quarto número 23 mas…
- Sim, tenho a certeza! – Interrompeu-a May. – Não te preocupes. Se me perder ligo-te.
-Bom, então está bem. – A amiga deu-lhe um rápido abraço. – Logo á noite ligo-te para jantar-mos juntas! – Gritou ao afastar-se.
-Fico á espera!
Quando as portas do elevador se abriram no 4º andar May deparou-se com uma série de corredores com várias portas fechadas e que se cruzavam uns com os outros.
Depois de percorrer aquele labirinto durante vários minutos, numa busca inglória pelo quarto 23, decidiu que o melhor era pedir ajuda. Como não estava ninguém á vista e não queria interromper o encontro de Mina (apesar de ter dito que o faria se precisasse), decidiu que iria até á recepção e pediria indicações á simpática senhora que lá trabalhava.
Chamou o elevador e, quando as portas finalmente se abriram, ficou de queixo caído (apenas figuradamente) quando viu que lá dentro estava Suga. Já o rapper, que estava a olhar para o telemóvel, nem reparou nela pelo que seguiu em frente, indo contra a mesma e, fazendo-a cair no chão.
-Aish! Então rapariga não vês por onde andas? – Disse enquanto a levantava e, só depois da mesma estar de pé, pareceu reconhecê-la. – Ei! Eu conheço-te! És a rapariga da audição de ontem, que caiu enquanto dançava! – Disse, enquanto sorria abertamente. – Deves ter impressionado o júri com a tua primeira apresentação pequena! – Como assim ele chamara-a de pequena outra vez?!, pensou May – Não que eu não tenha gostado de te ver dançar mas, depois daquela queda impressionante, não esperava que te seleccionassem. – Continuou ele, mantendo o ar de troça, que fez May ficar furiosa.
-Ya! Primeiro: tu é que estavas a olhar para o telemóvel e vieste contra mim! – Ralhou-lhe May, encostando o seu dedo indicador ao peito dele ao apontar. – E segundo: eu meço 1 metro e 64! Sou de estatura média! Não sou pequena! – Suga riu-se perante a exaltação da rapariga.
-Bom eu peço imensa desculpa por todo o mal que te causei! – Exclamou, ainda a rir dela. – Como é que eu posso compensar-te, rapariga de estatura média? – Perguntou olhando-a de alto a baixo.
May estava pronta para o mandar para um sítio algo inapropriado quando se lembrou que, talvez, ele pudesse ajudá-la a encontrar o seu quarto. Então, mordeu o lábio e, afirmou:
- Na verdade, eu ia procurar alguém porque não consigo encontrar o quarto 23… Estes corredores são muito confusos… - May olhou Suga nos olhos. Este parara de rir, no entanto, tinha um ar divertido. – Talvez pudesses… ajudar? – Ele fez uma careta, como se estivesse a pensar, seriamente, no assunto, e depois disse:
-Bom… Acho que posso fazer esse esforço… - Disse com um ar sério. – Desde que prometas que vais parar de te atirar ao chão. Pode ser perigoso! – Mais uma vez ele troçava dela.
May seguiu o idol pelo corredor mais á direita e, dentro de alguns minutos, estavam parados na frente duma porta com o número 23 gravado.
-Obrigada. – Disse May.
-Não tens de quê. O cavaleiro Suga está sempre pronto para salvar uma donzela em apuros. – Ele fez uma vénia exagerada e riu da própria piada. May revirou os olhos mas não pôde evitar sorrir. Afinal, ele até tinha a sua piada. – Adeus pequena! Vemo-nos por aí!
-Ya! – protestou May.
Ele sorriu, sem mostrar os dentes, e foi embora.
May bateu á porta.
-Entre! – a trainee abriu a porta. O quarto tinha duas camas, uma em cada extremo, e estava decorado em tons de azul. Numa das camas, a da esquerda estava deitada uma rapariga com um tablet na mão. Os seus cabelos eram escuros, bastante longos e lisos e a sua pele era clara e estava repleta de sardas.
-Oi! Eu sou a May. A nova trainee. – A rapariga levantou-se e fez uma pequena vénia a May sorrindo. A mesma retribuiu a vénia e o sorriso.
-Olá May, o meu nome é Lia. Estava á tua espera.
As raparigas apresentaram-se, falaram sobre as suas vidas antes da empresa (sendo que May omitiu a morte dos pais dizendo apenas que tinha vindo viver com o tio: não estava preparada para falar do assunto) sobre os seus sonhos de se tornarem idols e partilharam alguns mexericos (afinal de contas são raparigas). Pelo que, por volta das 7horas, quando Mina ligou a May para que jantassem juntas, ela já sabia que Lia estava na empresa havia apenas 1 mês, que era rapper, tinha um cão chamado Pepsi (porque adorava pepsi) e tinha uma paixão pelo Jimin dos BTS (pelo que ficou encantada quando May lhe contou dos seus encontros com Suga).
Passados 10 minutos, May e Lia (que acabou por ser convidada para jantar) encontraram Mina, Yeji e Nana á porta da cantina á sua espera. Depois de May apresentar Lia ás restantes raparigas, juntas, elas entraram na cantina e jantaram alegremente, enquanto Mina lhes contava como tinha corrido o encontro com o ex: os dois tinham decidido dar mais uma oportunidade ao namoro, pelo que, Mina estava radiante.
Depois do jantar as raparigas recolheram-se nos seus quartos. May adormeceu feliz, pensando em como o seu dia tinha sido bom e em como amanhã seria ainda melhor mas, rapidamente, os pais vieram-lhe á memória e, sem acordar a colega de quarto, chorou até voltar a adormecer.
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