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História Sugarmoves - Capítulo Único


Escrita por: knshm

Notas do Autor


heiiiiiiiiiiiiiiii que saudade de postar algo : - )
eu sou um moleque bugado que tá voltando aos poucos pro próprio mundinho, e eu espero que vocês me recebam de volta de um jeito dAORA

hm, apesar de sugarmoves abordar a relação do renjun com o chenle de uma maneira bem adorável, o foco dessa fic é o sentimento de proteção e cautela que eles tem um com o outro em meio a bagunça qual vivem - por isssso acho que pode ficar meio repetitivo pra quem lê minha jikook > metamorfose contrária
tirando isso o plot é super diferente smdkfmsd

boa leituuura

Capítulo 1 - Capítulo Único


 

 

"Então, faltando pouquinho pro ônibus encostar no meio fio, eu tive um surto de companheirismo e resolvi vir atrás do meu melhor amigo." O garoto uniformizado estava planejando o que ia dizer à sua família, para encobrir seu atraso para o almoço.

"Tá." Chenle revirou os olhos. Se aquela desculpa convencesse alguém, ou Renjun era um bom mentiroso, ou os responsáveis por ele eram muito tolos. "Não acredito que você aceitou a proposta da minha mãe tão rápido."

O caso por trás da falsa história não era muito divertido: o pai de Chenle fora demitido do trabalho, e pra sustentá-los até o homem encontrar outro emprego, a casa dos Zhong foi transformada numa confeitaria. As primeiras vendas começariam naquela tarde de segunda, só precisavam de alguém para provar as amostras, garantindo que estava tudo certo.

Seria algo fácil de resolver, se Chenle não fosse pré-diabético.

Ainda bem que a mente de sua mãe foi ágil e logo já tinham decidido que Renjun seria o degustador oficial das receitas.

Assim que o mais novo trouxe a notícia, durante o intervalo, Renjun se animou totalmente. Desde lá não parava de tagarelar sobre como seu futuro era ser um degustador de verdade e viver por aí experimentando todas as comidas do mundo como forma de ganhar dinheiro.

"Eu não sei que tipo de pessoa eu seria se demorasse pra dizer mil vezes sim para ela. Esse é o melhor emprego do mundo, desde agora que eu não recebo pagamento. Quem precisa de grana quando se pode trocar um macarrão gosmento por uma tonelada de doces incríveis?" Contava com empolgação enquanto seguiam para a casa do loiro. Chenle queria ignorar o quanto o ânimo repentino de Renjun era engraçado, mas era só reparar no sorriso de janelinha mais algumas vezes que ele não resistia e se contagiava também. "Sem falar que eu posso trocar os minutos no ônibus lotado por essa caminhada com você." Finalizou, passando o braço em torno dos ombros de Chenle e bagunçando o penteado dele.

"Para com isso!" O outro gritava em meio as risadas, tentando combater a força de Renjun. O moreno era grudento e irritante, mas ele gostava. "E, olha, comer é legal, mas ser degustador parece chato. Imagina só, se você prova algo ruim? Algo pior do que a sopa de legumes da sua avó."

"Oh..." O rosto de Renjun foi transformado numa careta de desgosto terrível, por tentar imaginar o sabor de uma comida pior que aquele monte de planta refogada. "Chenle-di, como se sente após destruir meus planos para o futuro?" A pergunta fez o mais novo soltar uma gargalhada maldosa. Renjun tinha um bico indignado nos lábios, que apenas contribuía pra que Chenle ficasse mais risonho.

Aquele menino era o único motivo pelo qual Chenle sorria tanto, mesmo com todos os dias ruins que vinha vivendo em sua casa. Não podia negar, estava assustado. A relação entre seus pais nunca tinha sido exemplar – na verdade, tinha crescido ouvindo conversas rudes demais, ordens precipitadas, autoridades fajutas – e as brigas sumiam depois de alguns dias de descanso. Porém, desde que a notícia da demissão os atingiu, os desentendimentos ganharam frequência e intensidade.

Não tinha contado para seu melhor amigo que, se a confeitaria não rendesse, provavelmente seus pais iriam acabar no que os maiores chamam de divórcio. Não enxergava necessidade em dizer, tinha que prolongar o divertimento por mais tempo. Tinha que se entregar para as brincadeiras e piadas bobas que costumavam o envolver quando estava perto de Renjun, já que eram sua ocupação preferida.

"Me sinto realista." Respondeu, fazendo o moreno desmanchar a expressão dura no rosto. Sorriam juntos conforme Chenle tirava as chaves da mochila e destrancava a porta da casa.

Foram precisos alguns gritos para que Zhong Meiying escutasse a chegada dos dois por cima dos ruídos da batedeira. Pelo tanto de bolinhos embalados no balcão, a cozinha deveria estar uma bagunça, mas não havia um talher fora de seu lugar.

Meiying cumprimentou seu filho com um aceno informal e finalizou sua ação para dar as boas vindas que o amigo merecia.

"Boa tarde, Renjunnie." Limpou as mãos impregnadas de farinha e o dirigiu um sorriso exausto.

"Boa tarde, senhora Zhong." Renjun reagiu, ainda animado. As sensações que a confeitaria lhe causava eram muito boas. Gostava do aroma das comidas e da maneira qual Meiying ficava parecida com Chenle quando prendia os cabelos na touca. "Qual a pauta de hoje?"

"Não muito, menino. Acho que só preciso confeitar um bolo de tamanho médio e em seguida levar os doces pro quintal, pra recepcionar quem vier."

"Acho que ele quis dizer qual a pauta dele, mãe." Chenle especificou. "A senhora disse que ele teria um papel bem legal na confeitaria, algo tipo provar as sobras de massa..."

A confusão no rosto de Meiying dizia que, na última semana, a cabeça dela fora ocupada com coisas demais pra se lembrar do que tinha dito para os garotos. Não era preocupante, já que mesmo se ela não tivesse separado as amostras, daria um jeito de recompensar Renjun com doces de graça, mas Chenle se chateou um pouco: não queria que o conflito entre sua mãe e seu pai acabasse por afetar a relação com um de seus únicos amigos também.

Soltou um suspiro desapontado que passou despercebido por todos. Aquele caso ia irritá-lo ora ou outra, mas mamãe parecia prever que aquilo aconteceria e Renjun era distraído demais pra olhar além da sua aura.

"Gente! Eu quase me esqueci, desculpem!" A mulher exclamou. Correu para o outro lado da cozinha e voltou com uma assadeira coberta. "Aqui, Xiao. Tem uma amostra de cada doce que eu preparei pra vender nessa semana." Estendeu o item no balcão. Renjun mordia os próprios lábios, cem por cento ansioso. "Sua pauta é comê-los e me dar sua opinião mais verdadeira. Depois, acho que pode jogar video game no quarto do Chenle até anoitecer."

Renjun comemora e analisa cada um dos alimentos na sua frente, sem saber qual colocar na boca primeiro.

Meiying desviou a atenção para o menor entre os dois:

"Já a sua pauta, mocinho, é esquentar o almoço que deixei pra você e arrumar sua cama enquanto ele me ajuda."

Chenle fez bico. Antes de recolher as mochilas e guardar no mancebo do corredor, ajeitou-se para assistir a primeira atitude de Renjun perante à comida.

Ele permanecia indeciso, passando a visão por cada uma das guloseimas. Sentia os olhares sobre si, mas não estava pressionado, apenas contente em estar contribuindo com algo importante. Quase pediu uma ajuda ou uma sugestão que respondesse por qual doce deveria começar, mas quando ameaçou desviar os olhos da assadeira, notou que o donut caramelizado na ponta do recipiente parecia ótimo para uma primeira vez. As mãos de Renjun envolveram duas folhas de guardanapo e levaram o donut até sua boca. Uma mordida forte foi dada e ele até fechou os olhos, se entregando ao sabor.

O mastigar lento foi substituído por um largo sorriso de boca cheia.

Chenle achou nojento e adorável ao mesmo tempo.

"Senhora Zhong, eu acabei de sentir o céu na minha língua!" Falou, por de trás do riso surpreso de Meiying, que apreciava aquela reação sincera. "O gosto do caramelo e a massa do donut se combinam tão bem! Parecem um par-perfeito." A confeiteira gesticulava pra que ele continuasse, estimulando o desenvolvimento da opinião. "A textura do recheio é ótima... e tudo estava muito macio. Dava uma sensação ainda melhor. Todos vão gostar de comer um desses, sério."

Chenle balançava a cabeça de um lado pro outro. Nunca tinha visto o amigo tão sorridente. 

"Isso foi uma crítica perfeita!" Ao fim, Meiying bateu palmas e abraçou Renjun por cima do balcão. Eles eram uma explosão de sorrisos e Chenle não sabia se achava a ocasião bizarra ou fofa demais pra acreditar. "Acho que você pode provar mais três doces, e deixamos o resto pra amanhã." O moreno assentiu, devorando os últimos pedaços do donut.

"Ser degustador é a melhor coisa do mundo." Repetiu pela sexta vez no dia. "Obrigado por isso, senhora Zhong. E obrigado à você também, cabeçudo." Dirigiu-se a Chenle, que deu de ombros pra ocultar que também estava feliz e foi cumprir com suas próprias tarefas enquanto Renjun escolhia o doce seguinte.

A tarde correu de acordo com as pautas de cada um. Chenle ouvia os elogios à comida de sua mãe de lá do seu quarto, não contendo as risadas sobre como Renjun era um bobo-alegre – este só foi liberado para jogar Dark Souls III às duas horas da tarde.

Chenle queria se concentrar na companhia do moreno e nada mais, mas se via tomando preocupações de algo que não remetia a si.

"Tá tudo bem, cara? Você acabou de perder pro personagem mais imbecil do jogo inteiro." Renjun comentou.

"Ah... Tudo bem, sim. É que eu estava me preparando pra mostrar pra você o que acontece se você continuar jogando como um idiota." Deu um chute certeiro nos calcanhares do mais velho, por debaixo da coberta. Foi o suficiente pra que Renjun acreditasse, quando na verdade o único preparo que ia se moldando na cabeça de Chenle era para ouvir sua mãe dizer que o movimento da inauguração da confeitaria fora mais baixo do que o esperado.

 

 

Um mês depois da loja de Meiying estar em funcionamento, as coisas se mantinham iguais. Renjun acompanhava Chenle no caminho de volta do colégio e os dois compartilhavam horas juntos com a sensação de estar fazendo algo certo pela confeitaria. Toda semana o moreno entregava avaliações impecáveis sobre os doces e tentava julgar qual dos alimentos era seu favorito, sempre criando um impasse quando tinha de escolher entre muffins de mel e torta de leite condensado.

Chenle considerava que era muito bom tê-lo por perto: Renjun conseguia afastar os pensamentos ruins que o rondavam. Embora sentisse a paranoia crescendo como o nível dos berros no quarto de seus pais, se tivesse o melhor amigo junto a si, podia dizer que estava imune de se tornar um ser raivoso como eles também.

Era o que pensava. Pois em uma sexta feira, depois de Renjun ter ido pra casa, o mais novo dos Zhong estava indo dormir, mesmo que seu pai não tivesse chego.

Deu boa noite para Meiying e a mulher o respondeu num som mudo.

"Por quanto tempo a senhora vai ficar aí?" Questionou baixo. Estava escolhendo as palavras com cuidado, já que não sabia o que era apropriado para dizer e o que não era, numa condição como tal.

"Vou ficar aqui até ele chegar." Respondeu. Meiying tremia a perna quando estava nervosa, como um tipo de tique.

Chenle olhou para o relógio: 00:42. Ele nunca dormia tarde, só abria exceção quando ia acabar algum trabalho da escola. De qualquer forma, resolveu recuar os passos e se sentar no sofá ao lado da mãe. Ficaram em silêncio até ouvirem batidas na porta, às 03:21 da manhã.

Naquela madrugada descobriram que o senhor Zhong não ficava fora de casa para tentar arrumar um novo emprego, e sim para gastar o pouco dinheiro que restara da família em diferentes bares e botecos.

O homem passou pela sala de estar com poses desnorteadas – cambaleava nos próprios pés – e Meiying, com o rosto carregado de ódio, tentava ajudá-lo e levá-lo até o quarto. Chenle ficou com os pés estacionados durante a cena. Tudo era tão novo que não havia outro jeito de reagir, além de ficar parado e ir aprendendo com os momentos terríveis aos poucos.

Quando seu pai capotou na cama – vítima do cansaço, do sono e de alguma das muitas substâncias alcoólicas –, Chenle estava pensativo: não havia dinheiro restante, não havia chance do pai bêbado arranjar um emprego (e talvez as bebidas fossem o real motivo pelo qual o homem foi demitido), provavelmente não haveria fregueses o suficiente para encobrir tanto doce.

Adormeceu ao som do choro de Meiying, quando faltava uma hora para se levantar e ir para o colégio.

O senhor Zhong passou a ficar no quarto o dia inteiro e só saía de lá raras vezes, para ir ao banheiro e comer duas garfadas de qualquer coisa preparada por Meiying. Não se olhavam mais, não trocavam nada acima de três palavras. Estavam numa fase de transições e mudanças. Chenle tentava acompanhar tudo sem deixar-se mudar também, o que era possível com a inconsciente ajuda de Renjun. Ao ficar do lado dele, o loiro ria e falava bobagens aleatórias, então, aos olhos do amigo, nada estava diferente. Talvez tivesse notado que Meiying não sorria tanto com sua opinião de degustador como nos primeiros dias, porém podia ser só impressão sua.

Por consequência, ao observar sua mãe dar um telefonema com palavras difíceis demais pra entender – e num tom assustadoramente formal –, Chenle descobriu que não se adaptar não é fácil, não quando o mundo a sua volta está virando algo que você nunca conheceu.

Então ele mudou.

A primeira alteração foi estranha: Chenle agora era virado de ponta cabeça sempre que Renjun tinha de ir embora. Era como se tudo estivesse bem até o sol se por, porque bastava ele se despedir e andar até o ponto de ônibus que uma parte de si saía com o menino, também. Sabia qual parte era aquela: a parte que aturava o fato de sua família estar se despedaçando pouco a pouco. A parte que o fazia ser otimista simplesmente o deixava junto com Renjun, no final do dia.

Então tudo mudou. Logo, a presença de Renjun não era suficiente para ampará-lo, e ver um Chenle cabisbaixo pelos cantos da escola se tornou algo normal.

Renjun não viu nada daquilo acontecendo: não viu que o menino de ouro, Zhong Chenle, seria capaz de tirar notas mais baixas que as suas no final de um trimestre. Não viu que o garoto pedia para a merendeira servir bem menos comida que o normal, na hora do almoço. Não viu que ele não falava tanto quanto antes quando ia conversar com seu melhor amigo, e que quase não ria de suas piadas estúpidas, e que quase nunca prestava atenção na explicação dos professores ou entregava trabalhos.

Não viu que Chenle estava se distanciando como se não existisse mais motivo para ficar perto.

Como conseguiria fazer isso? Agir como se eles não fossem os melhores amigos do mundo inteiro.

Renjun se lembra de como o conheceu, na segunda série do ensino fundamental. Chenle era um novato que só chamava atenção por levar o action figure do Capitão América na sexta-feira-do-brinquedo. Os únicos alunos que iam falar com ele eram Renjun e outras duas crianças. Conforme cresceram, ficou claro que Chenle não tinha mais ninguém além do moreno. Mas Renjun definitivamente tinha bem mais pessoas com quem contar, além de Chenle. Não era como se deixasse o mais novo de lado, mas era isso que o loiro sentia toda vez que o maior precisava se distanciar por alguns minutos para conversar com outra pessoa.

"Sabe do que eu estava lembrando?" Perguntou para um garoto pensativo demais. Enquanto sua bandeja de comida estava quase vazia, com todos os alimentos já devorados, o lanche do mais novo estava intocado no prato e ele cutucava a salada de brócolis com o garfo, sem cogitar a ideia de realmente comê-los. "Chenle-di, está me ouvindo?"

"Hm?" Levantou a cabeça, mas também não parecia muito animado para descobrir do que a pergunta se tratava. Perceber que seu amigo tinha desinteresse até quando se tratava de si foi como um soco no estômago para Renjun, por mais que ele nunca tivesse se metido em briga pra descobrir como era a sensação. Ele só especulava que golpes de luta doíam tanto quanto ver um amigo triste. "Desculpe, eu... Não ouvi." Respondeu com a voz distante.

Renjun suspirou, acima da bagunça de vozes que tomava o refeitório.

"Eu sei." Apertou os dedos frios de Chenle, estendidos sem objetivo pela mesa. O outro não reagiu. Parecia que nem tinha percebido que estavam de mãos dadas e que Renjun estava agindo como um grudento outra vez. "É que eu lembrei de uma coisa. Você quer saber o que é?"

"Pode ser." Chenle finalmente mudou algo no almoço que lhe fora servido: tomou dois goles do suco de maçã. 

"Lembrei de quando você trazia seu boneco do Capitão América pra cá e todos ficavam com inveja. Você detestava quando falavam boneco no lugar de action figure, aí fazia questão de corrigir a galera, mesmo que você falasse no sotaque chinês mais carregado de todos." Contou como uma série de memórias fresquinhas. Conseguiu a atenção do loiro com todo o excesso de detalhes, mas o máximo de reações por parte de Chenle era um sorriso de lábios cerrados, que não parecia agradecer nem recusar. "É engraçado pensar que na segunda série eu só queria falar com você porque eu gostava do Capitão América. Hoje em dia estamos no oitava série, eu detesto todos os heróis da Marvel e ainda te tenho de melhor amigo." Completou, tornando o aperto nas mãos de Chenle ainda mais firme. "Por que você parou de trazer o boneco? Tenho certeza que você me contou o motivo naquela época, mas eu me esqueci."

O olhar do mais novo desviou-se, e a boca se entreabriu pra dar espaço à um murmúrio de agonia. Seu desconforto ficou claro depois de repuxar as palmas pra longe do toque de Renjun. Também se torceu no banco como se estivesse prestes a sair correndo.

O moreno franziu o cenho. Estava mais desnorteado do que qualquer outra coisa, não podia deixar que Chenle fugisse do assunto e o deixasse sem respostas.

O sinal que marcava o fim do intervalo soou, sem colaborar com os seus planos.

"Tenho que ir pra sala." O menor sussurrou, trêmulo. Se ergueu da mesa sem olhar para o amigo – uma atitude tão radical que só fez Renjun insistir mais.

"O boneco quebrou, eu o vi em pedaços na sua casa. Mas quem quebrou ele?"

Começou a andar e Renjun fez o mesmo, explicitando que não desistiria fácil.

"O sinal já bateu, não posso me atrasar" Tentou despistá-lo novamente, já sabendo que seria inútil. Renjun o seguia com passos rápidos, a persistência tão acirrada que estava fazendo Chenle ficar irritado. Apressou seu caminhar e dentro de pouco estavam fora do refeitório. Contudo, sua sala era longe dali.

"Você estava tão triste no dia em que apareceu sem o boneco. Estava do mesmo jeito que está agora." Aquelas palavras sufocavam Chenle cada vez mais. Fazer pressão era uma atitude horrível, mas Renjun não conhecia outro jeito de mostrar que se importava para alguém altamente determinado à se afastar.

Num instante, segurou um dos braços do mais novo.

"Para com isso, cara, eu tenho que ir!" Chenle falou mais alto do que deveria, forçando-se a escapar das mãos do outro. Seu coração estava acelerado e o sangue se encontrava muito quente nas veias – não sabia o significado da sensação de ter medo e raiva dentro de si. Só queria ficar em paz, chorar em paz e lamentar em paz cada item da sua rotina drasticamente arruinada.

A cena atraía atenção de quem passava. Os outros alunos formaram um círculo de atenção para assistir o alvoroço, como se não estivessem prestes a ficar para fora das aulas que teriam naquele horário.

"Quem quebrou o boneco, Chenle-di? Foi a mesma pessoa que te quebrou agora?" 

De repente, Chenle parou de resistir. Renjun consideraria aquilo como algo bom, se o garoto não tivesse abaixado a cabeça bruscamente, para esconder que estava chorando. O mais velho engoliu em seco. Primeiro, teve a impressão de que era ele a causa do choro. Então se lembrou que o caso era ainda pior: seja lá o que estava atormentando Chenle, era tão tenso que o fez esconder coisas de si.

Deu passos lentos da direção dele, como no dia em que se conheceram. Mais lágrimas continuavam escapando pelos olhos cerrados do menor, rápidas e desesperadas para deixá-lo, como se ele tivesse guardado o choro por muito tempo, poderia estar se segurando para não chorar desde que tudo começou a dar errado.

"O que está acontecendo, Di?" Sussurrou. Soltou o braço dele, guiando as mãos para seu rosto melado e tentando enxugar o máximo de lágrimas possíveis. Chenle soluçava, se encolhia, precisava escapar das dezenas de olhos na direção dos dois. "Fala pra mim, por favor. Eu sinto sua falta... Sinto falta do meu melhor amigo. Você sabe que pode confiar em mim. Por que prefere isso?" Chenle gostaria de dar a atenção que aquelas palavras mereciam, mas o bolo de mágoas formado dentro de si não o deixava acreditar que alguém seria capaz de ajudá-lo.

Voltou a se mexer com convicção, antes dos monitores chegarem para avaliar se tinha acontecido uma briga ou apenas um desentendimento melancólico. Dessa vez, Renjun não pôde impedi-lo.

"Não se afaste, Di..."

"Só..." Limpou os olhos com a barra da camisa. Não encarou o mais velho nem mesmo na sua hora de fugir. "Só me deixa em paz, Renjun."

Doeu a maneira com que ele pronunciou seu nome: com imparcialidade, indiferença. Doeu mais ainda a maneira com que ele saiu correndo no corredor movimentado, pois tinha voltado a soluçar e provavelmente pensava num jeito de evitar Renjun pelos cantos da confeitaria também.

Foi o que aconteceu. Chenle o ignorava na escola e não o esperava para ir embora – quando chegava na casa dos Zhong, o menino já tinha se trancado no quarto. De lá não saía, nem abria a porta quando Renjun ousava dar três toques na madeira, pedindo para entrar.

A confeitaria mudou junto com os sentimentos de mãe e filho. Talvez doesse ainda mais para Meiying, que tinha de levantar e trabalhar num serviço evidente de que não estava dando certo.

Renjun se culpava por não ter percebido antes todos os detalhes que eram claros agora.

As amostras não eram mais macias, nem saborosas, nem cobertas de capricho. Os doces servidos na assadeira sequer pareciam feitos por Meiying. Obedeciam ao vazio no coração da cozinheira, e quando Renjun dizia sua crítica sincera – que sim, falava sobre o quanto as guloseimas estavam secas e contrárias a todas as sensações boas que um doce deveria passar – Meiying apenas assentia com um sorriso forçadamente agradecido.

"Você ainda é o melhor degustador do mundo, Renjun." Ela apoiava. O garoto não ia mais jogar Dark Souls III junto com seu filho durante a tarde, então ficava ali no balcão observando que os movimentos da mulher na cozinha estavam estranhos. "Chenle está... confuso... com tudo acontecendo." Havia tristeza na sua feição, em cada ruga de desgaste e em cada detalhe de seus traços naturais.

"E o que está acontecendo, senhora Zhong? Pode me dizer?" Repetiu o mesmo pedido.

"É coisa de adulto." Esse era um dos termos que Renjun mais odiava. Se era coisa de adulto, porque jovens como eles estavam sofrendo também? "Mas como vocês são meninos evoluídos... talvez ele te diga na hora certa."

Olhou de canto para a porta no fim do corredor. Continuava trancada, mas ele aguardava que um garoto loiro saísse dali querendo compartilhar apreensões e com sede de ser puxado de volta pro mundo qual pertencia.

"Então eu vou esperar essa hora certa aí, senhora Zhong."

Vou esperar o prazo que for. 
 


 

Renjun também foi mordido pelo bichinho da paranoia. Não conseguia dormir e nas poucas vezes onde pegava no sono tinha pesadelos. Seus outros amigos não eram tão legais quanto Chenle – não o mandavam calar a boca e nem agiam como pirralhos fazendo birra. Não tinham um sorriso quadrado, nem uma cabeleira loira, nem uma risada escandalosa quando ele finalmente os fazia rir. O garoto que via passar pelos corredores parecia ficar mais sombrio a cada semana jogada fora, mas Renjun tinha esperança.

Sem dúvidas, as manhãs onde parou de pegar o ônibus só pra ver se o menino sairia de casa – pois o mesmo começara a faltar às aulas num ritmo desigual – eram todas entregues para a esperança. Algum tempo foi gasto para esse almejar ser, finalmente, correspondido.

Numa quinta feira, Chenle estava em frente a porta, olhando pra mais um dia cinza. Ele tinha colocado uma meta pra si mesmo e estava determinado a cumpri-la, mas enquanto não enchesse o peito de coragem, as coisas continuariam cinzas. Tinha enjoado das paredes do seu quarto e dado conta de que elas sufocavam bem mais do que o medo que sentia sobre a situação atual, e agora, o menino de ouro incansavelmente caçava um jeito de resolver.

Fechou os olhos e respirou fundo. Prestava atenção no cenário e ouvia ruídos comuns ali: o canto dos pássaros, as folhas das árvores batendo umas nas outras e os poucos carros da rua fazendo curvas. Os barulhos pareciam mais intensos, ou quem sabe o volume do mundo fosse baseado no que ele estava sentindo. Se buscasse por mais sons, escutaria um tênis velho batendo com força na calçada, indicando alguém que corria muito apressado.

Parecia até que não estava sozinho...

"Chenle-di!" Assim que levou seu pensamento até Renjun, o mesmo apareceu na sua calçada sem mais nem menos, abraçando seu corpo numa colisão repentina, quase derrubando os dois no canteiro de flores que enfeitava a entrada. Se perguntava como ele tinha ido parar ali, e queria saber qual era a causa da euforia que tomava os aspectos de Renjun: o coração dele batia rápido contra o seu, e a respiração descontrolada estava rente aos seus ouvidos. "Eu lembrei! Lembrei do que houve com o boneco!"

 

Duas crianças de sete anos tinham sido encaminhadas para a diretoria – não paravam de conversar, mas não faziam isso por mal. Chenle precisava falar o motivo pelo qual seu modelo mais recente do Steve Rogers estava aos estilhaços, e Renjun precisava ouvir o porque a destruição de um brinquedo deixava o pequeno tão triste. Enquanto esperavam no corredor da secretaria, Chenle conseguiu dizer que o boneco tinha ficado na sala de estar, na noite anterior. Seu papai tinha chego estressado do serviço e mamãe foi tentar acalmá-lo, mas ele estava realmente estressado e avançou na mamãe como um monstro. Depois de um estalo que parecia ter doído, ele a empurrou no sofá, bem em cima do seu action figure que se despedaçou com o baque. Chenle não estava triste pelo seu brinquedo. Estava triste porque papai também via sua mamãe como um brinquedo.

 

"Eu sinto muito..." Renjun os uniu mais forte. "Desculpa por não notar a tempo que poderia te ajudar. Você tem todo o direito se não quiser mais falar comigo, mesmo que eu ainda vá sentir sua falta..." A mente do moreno estava um tumulto, não pensava em outra coisa sem ser a vontade de proteger seu melhor amigo despedaçado, o desejo de consertar cada erro na trajetória dele. Só se aliviou percebendo que Chenle sorria e retribuía seu abraço.

"Tá tudo bem, Jun." Adentrou as mãos no cabelo do mais alto. "Eu pensei em tudo, conversei com a minha mãe e até conversei comigo mesmo. Eu estou bem." se afastou minimamente. O brilho nos seus olhos dizia a Renjun o que queria ouvir: seria capaz de saber de tudo, porque Chenle lhe confiava até mesmo seus problemas mais internos.

Se sentia especial.

"E a escola?" Perguntou, mesmo não estando preocupado. Abriria a mão de qualquer responsabilidade pelo menor.

"Acho que a gente pode faltar hoje." Chenle fechou a porta atrás de si e guiou o outro para a ponta da calçada. Se sentaram, com Renjun segurando firme nas mãos dele, gerando um incômodo que era suportável levando em conta a saudade que sentiu. Ele também não tirava os olhos castanhos de cima de si, chegava a ser engraçado.

Começou a falar, expondo desde as primeiras brigas entre seus pais até o divórcio que surgira a pouco tempo. Um brilho triste cobria seus olhos conforme descrevia momento por momento, mas ainda era possível ver os contrastes suavizados em seu rosto por estar desabafando, lidando com as mágoas como se fossem apenas um fator à superar. Em alguma hora onde Renjun estava extremamente comovido, envolveu o mais novo, passando um dos braços em torno do pescoço dele. Seus joelhos encostavam-se na beira do concreto, próximos como não tinha ocorrido nas últimas semanas.

"Eu não sei o porquê de tudo isso." Deitou a cabeça no seu ombro. "Acho que quando eu percebi que todas as pessoas tem problemas, não só eu ou a minha família, fazer o resto não tinha sentido." Ditava sua conclusão para a rua vazia que cercava os dois: apenas a voz do loirinho se sobressaía, entre todos os barulhos. "Sabe, de que iria adiantar ficar jogando video game quando eu sei que minha mãe está chorando na sala de estar, enquanto assa mais um bolo? Ou sair pra passear no centro da cidade enquanto alguém passa fome nas ruas distantes... Não tinha sentido. E já que não tinha sentido, eu trouxe meu próprio problema à tona também, virando isso que você viu."

O mais velho se esforçava para entender aquele ponto de vista. Onde já se viu, deixar de viver só porque outra pessoa, em outro lugar, pode estar passando por maus bocados? Aquilo era tão absurdo que nem parecia um raciocínio formado por Chenle.

"Mas você está errado..."

"Eu estava errado. Está tudo bem agora, eu sei que nada disso é verdade." Corrigiu, virando a cabeça rapidamente para exibir seu sorriso. Renjun sentia um frio no estômago sempre que o via agir assim, tão certo do que dizia. "Minha mãe me fez melhorar, mesmo estando tão triste quanto eu. Ela me explicou que eu não posso trazer a paz pra todos que moram no planeta Terra, mas só de criar minha própria paz, eu também estou ajudando os outros."

"Isso é bonito." Renjun assentiu, observando cada detalhe do menino que tinha encontrado a si mesmo. A imagem de Chenle satisfeito era tão bela quanto aquele aprendizado: a linha sorridente no canto da boca, os olhos apertados pra dar espaço ao riso, a suavidade implantada em seu rosto como se tivesse sido criada para envolvê-lo.

O loiro virou o rosto e se deixou fitar Renjun, mostrando mais da satisfação que o consumia. Segundos passaram enquanto detectavam emoções boas nos olhos um do outro, mas não demorou muito para Chenle o empurrar com o ombro e o chamar de grudento.

Os dois riam juntos, de novo.

"É bom ter você de volta, Di."

"Obrigado." Por mais que quisesse difamar os segundos onde Renjun agia daquela forma pegajosa, não podia negar que o abraço dele era muito bom.

"Meiying é incrível, e você também é." Finalizou. Gostaria de dizer que todos os Zhong eram incríveis, mas não podia, por culpa do homem mais velho responsável por tantas circunstâncias ruins. "Acha que vai sentir falta do seu pai?"

Chenle bufou com frustração.

"Pelo o que eu entendi, a justiça vai me deixar vê-lo as vezes que eu quiser, sempre com alguém monitorando." Desenhava riscos sem propósito na areia da calçada: primeiro pensou estar escrevendo seu nome, depois rabiscou e só continuou passando os dedos pela poeira. "Mas não vou sentir falta. Minha mãe e eu estamos melhor com ele longe. Você deve saber como é isso."

"Eu não sei, não." Renjun recorreu à sua linha do tempo. Chenle se lembrava: também na segunda série, o seu melhor amigo era o único estudante que entregava o cartão de dia das mães assinado vovó. Ele não sabia como era estar melhor com alguém longe porque nunca se incomodou com o passado. "Você nunca foi na minha casa e não vai querer entrar lá tão cedo." Admitiu. Ganhou um olhar preocupado da parte do menor e percebeu que o clima estava ficando pesado de novo. "Ah, esse assunto é muito chato. A gente pode pular essa parte?"

"Na verdade, tem mais uma coisa que eu ia dizer." Chenle ergueu o tronco e se soltou dos braços do mais velho. Mudou o cenário com um único ato: o sorriso que carregava estava entregando um ar de ousadia. "Mas esse é um segredo tão doido que eu vou ter que contar no seu ouvido."

Renjun piscou várias vezes seguidas, tentando descobrir o que ele planejava. O rei das brincadeiras sempre foi ele, Chenle apenas aturava suas pegadinhas como se fosse sua obrigação do posto de melhor amigo, então nunca imaginou como seria quando o menor começasse a revidar. Ainda assim, algo na atmosfera atrevida do garoto o fez inclinar a cabeça pra frente, deixando as orelhas prontas pra que ele falasse.

O loiro pôs as mãos ao redor de seus lábios, em forma de concha. Aproximou-se de Renjun e cochichou:

 

"Ás vezes, eu tenho vontade de comer doce. Uma vontade muito grande impedida pelo maldito índice glicêmico. Mas minha mãe disse que eu posso comer algum, se for em quantidade pequena e bem no início do dia."

 

Quando ele já tinha se afastado, o mais velho evidenciou a situação como se não fosse óbvio:

"Boas notícias, Di: estamos no início do dia." 

"Mas eu não posso comer nada da confeitaria, e as amostras são todas pra você."

"A gente faz um doce, então." Renjun se levantou da calçada num pulo, estendendo os braços para o outro. "Vem comigo." Chenle também parecia empolgado com a ideia quando se deixou ser puxado pra dentro da própria casa. 

A confeitaria de Meiying foi invadida por duas silhuetas inexperientes em cozinhar: acertaram no par ou ímpar quais os ingredientes para fazer um único cookie, separando manteiga, farinha, ovo, baunilha e alguns outros itens que pareciam combinar com o biscoito. Tudo foi jogado numa tigela funda e misturado pelas mãos de Chenle, o que era mais seguro do que ligar a batedeira planetária e deixá-la sob o controle de Renjun. A massa não estava pegando firmeza e o filho da confeiteira foi tentar resolver – movendo as mãos mais rápido na tigela. Portanto, a mistura se esparramou e criou um Chenle de baunilha.

"Ai meu deus!" Renjun tentava aquecer o forno, mas precisou dar uma pausa para apreciar aquela cena. O mais novo estava sujo dos pés até a cintura, revidando a risada do outro com um olhar furioso por de trás do cabelo. "Parece que você nadou numa piscina de cloro vencido! Ou é o filho da Princesa Jujuba!" Renjun continuava gargalhando, sem perder a oportunidade de irritá-lo. "Você fica bem mais atraente assim, Chenle-di, com todo o corpo coberto!" Chenle negou duas vezes com a cabeça e mesmo assim ele não parou. A solução foi pegar um punhado de farinha e espalhar o pó pelo rosto do menino piadista. "Hmp- O que?! Não acredito que fez isso!"

"Você fica mais atraente assim, Renjunnie, com o rosto coberto." Decretou a frase de vingança numa imitação péssima da voz do outro. Quando Renjun superou a raiva e o seu rosto sujo, foi observar a tigela e descobriu que o problema na mistura era a falta de açúcar. Chenle correu em direção ao armário – sujando o chão com a baunilha que ainda respingava do seu corpo – e trouxe o saco com o item. Seus olhos estavam surpreendentemente animados ao ver o ingrediente proibido diante de si.

Renjun notou, enquanto virava um pouco do pó dentro da tigela.

"Só pra saber: o que vai acontecer se por acaso eu botar mais açúcar que o necessário?"

"Você dá um passo pra perder o melhor amigo que acabou de ganhar de volta."

"Nem brinca com isso." 

Cada minuto era uma desordem a mais na cozinha de Meiying. Nunca tinham visto o lugar tão imundo, entretanto, toda aquela algazarra era por uma boa causa. Chenle não disse, mas enquanto assistia Renjun levar o pseudo-cookie ao forno, batizou a receita como um símbolo de reconciliação entre os dois. Não importava o gosto que aquele biscoito tivesse – já que nem mesmo a aparência do doce sendo assado era boa – Renjun o ajudara a fazer, Renjun estava presente na manhã que ele precisou e Renjun estava ao seu lado de novo, comemorando o retorno de sentimentos que o faziam ser quem era. Estavam sentados no balcão aguardando o doce ficar pronto enquanto falavam sobre tudo o que ficara entalado na garganta durante os dias passados. A confeitaria tinha voltado a ter cores, sons, vida, era o lugar revigorante de sempre, outra vez.

Chenle tinha certeza que devia sua felicidade a mais uma pessoa além de Meiying, mas não sabia como expressar isso.

Tentava pensar em como dizer para a Renjun que ele era uma das melhores pessoas do mundo, e uma das maneiras sugeridas pela sua própria mente lhe pareceu agradável. Era a vez de Chenle de ser um grudento: sem racionar muito, chegou perto do amigo outra vez, e selou os lábios à bochecha coberta por farinha. Um movimento rápido e sem muitas ações que fez Renjun encará-lo por dois minutos inteiros com um sorriso que ultrapassava os limites de feliz. Era engraçado, e fez Chenle sorrir mais do que ele, num misto de constrangimento e satisfação.

Então Renjun deu o segundo passo, selando os lábios à boca coberta por baunilha. Um movimento rápido e sem muitas ações que fez os dois corarem até o biscoito ficar pronto. Não falaram sobre o beijo até muito tempo depois, só foram até a mesa e se concentraram em deixar Chenle provar o cookie – que não ficara tão ruim quanto o esperado, mas também não era tão bom quanto o gosto dos lábios de Renjun nos seus. 


Notas Finais


xauxauxau


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