POV. Lilyan
Aos poucos fui abrindo os olhos, mas a luz me fez fecha-los novamente. Respirei fundo algumas vezes, ainda de olhos fechados, e tomei coragem para abri-los. Abri, mas me arrependi logo em seguida. Comecei a olhar tudo a minha volta, e tudo que eu conseguia ver era um teto branco que chegava doer os olhos.
Impulsionei meu corpo para frente, mas minha cabeça doeu, ignorei e sentei. Analisando o local melhor eu comprovei que estava em um hospital, mas a pergunta que pairava pela minha cabeça era, ‘ como eu vim parar aqui?’.
Respirei fundo e olhei para os lados, dando de cara com ninguém mais, ninguém menos que Justin Bieber, sim ele estava deitado em uma poltrona que ficava a direita da minha cama. Agora a pergunta que pairava pela minha cabeça era ‘ Será que ele passou a noite aqui?’, com isso meus batimentos cardíacos começaram a aumentar, pois um bipe insuportável começou a soar.
Tentei me manter calma, mas não estava sendo possível, meu coração batia cada vez mais forte, eu não estava me reconhecendo. Na tentativa de desligar o aparelho, ou arrancar os fios do meu corpo, eu derrubei o copo d’agua que estava na cabeceira da cama. O copo atingiu o chão se espatifando em vario pedaços e acordando Justin. Ele se ajeitou na poltrona tentando manter a postura e em seguida levantou.
― O que eu estou fazendo aqui? ― Perguntei para ele, enquanto tentava tirar os aparelhos, na qual eu estava ligada.
― Você me desobedeceu e não ficou na porra daquele carro. ― começou a responder rudemente. ― além de não ter ficado dentro do carro entrou no galpão, coisa que você estava terminantemente proibida de fazer. ― ele me encarou.
Flashback on
― ABRE, ABRE, ABRE! – comecei a gritar assim que ouvi o barulho da porta sendo trancada.
Corri até ela e comecei a esmurra-la, para ver se a pessoa do outro lado se ligasse que havia alguém ali dentro. Ouvi uma risada irônica do outro lado. A pessoa me trancou ali de proposito. Mas quem seria? Eu não conheço ninguém desse meio, a não ser os garotos do Bizzle.
Flashback off
― Alguém me trancou lá. ― falei com os olhos fixos no nada.
―Hã? ― me encarou.
―Alguém me trancou lá, Justin. ― o encarei. ― Havia alguém lá que me trancou naquele lugar. ― comecei a alterar o tom de voz.
―Enfermeira! ― ele chamou uma mulher de branco, que estava passando por perto. ― ela está um pouco nervosa, acho que está delirando. ― Justin dizia como se eu fosse alguma louca.
― EU NÃO ESTOU NERVOSA! EU NÃO ESTOU DELIRANDO! ― gritei chamando a atenção dos dois.
O resultado foi, senti um liquido ardente pelas minhas veias. A enfermeira falou alguma coisa com Justin, que eu não consegui compreender, e saiu do quarto. Meu corpo foi ficando mole. Um homem alto e vestido de branco chegou perto de mim.
―Você é a senhorita Lilyan Green? ― assenti, pois não estava conseguindo falar nada direito. ― como está se sentindo? ― perguntou escrevendo alguma coisa, em algum papel.
― Vou ficar melhor se eu for embora daqui. ― falei com dificuldade. O vi sorrir.
― Você está liberada, senhorita! ― assenti. ― se você consegui, é claro. ― falou com ironia. ― o senhor é namorado dela? ― perguntou para Justin.
Ele me olhou para mim e negou. Já esperava essa reação da parte dele.
― É uma pena, ela é uma garota linda e vocês dois fazem um belo casal. ― sorri com o elogio.
―Eu estou abrindo vaga, para o cargo de namorado. ― sorri fraco. ― se estiver interessado. ―pisquei.
O médico riu fraco e escreveu algo na folha, percebi um olhar fulminante, da parte do Justin para o médico.
―Toma! – ele entregou um papel para Justin, que o pegou com desgosto. ― essas são as recomendações para ela. ― Justin assentiu indiferente. – e vê se cuide da sua alimentação, mocinha! Garotas bonitas tem que se alimentar bem. – falou para mim e eu sorri.
― Pode me convidar para jantar, se quiser. ― alfinetei. Ele riu sem graça e saiu do quarto, deixando Justin e eu a sós.
Justin me olhou, me fulminando com os olhos.
― Me chama para jantar. A vaga de namorado está aberta. ― Justin falou imitando minha voz. ― Você tem que parar de se uma vadia oferecida. ― me encarou.
― Eu não sou vadia. ― respondi ainda meio grogue. ― e eu não tenho dono, você não é nada meu. ― cruzei os braços.
―Legal, é assim que você agradece uma pessoa que entrou em um galpão em chamas para te salvar e te protege de um irmão psicopata. ― falou com indiferença. ― grande agradecimento. ― me encarou. ― agora levanta dai e vamos embora.
― Está com ciúmes, Bieber? ― ameacei a descer da cama, mas minhas pernas bambearam. ― uma ajudinha seria bem vinda. ― falei.
― Pede ajuda para ele. ― rebateu.
O encarei. Ele bufou e veio até mim me tirando do chão.
― Bieber, me põe no chão. ― reclamei.
― Que porra, você pediu ajuda e eu estou ajudando. ― respondeu grosseiro. O olhei. Me pôs no chão.
― Preciso de uma roupa. ― retorci os lábios olhando para meu corpo, pois estava vestida com aquela camisola ridícula de hospital.
Justin começou a tirar o casaco e em seguida tirou sua blusa, ficando somente com uma fina regata branca. Ele a jogou para mim, a peguei.
―Dá para virar de costas? Tenho que me trocar. ― pedi.
― Você só pode está brincando. ― riu de lado. ― Nós transamos, você mora na mesma casa do que eu e dorme na minha cama. Você não acha que eu já vi tudo que está debaixo dessa camisola? ― me encarou.
Eu bufei e virei de costas para ele. Tirei aquela camisola ridícula, que por baixo dela eu só estava de calcinha, e substitui pela blusa que Justin me deu. A mesma ficou parecendo um vestido, curto, para mim. Me virei para ele e o encarei.
―Estou horrível. ― reclamei. Ele me encarou de cima até embaixo e mordeu os lábios. ― onde estão minhas roupas?
―No lixo. ― foi curto e grosso.
― Você jogou até meus sapatos fora? ― o encarei incrédula. ― você vai tirar os seus sapatos para eu calçar. ― cruzei os braços.
― Vai sonhando. ― riu. ― seus sapatos estão ali. ― apontou.
Fui até onde eles estavam, os peguei e calcei. Fiquei parecendo uma vadia jeca, blusão de homem super curto, cabelos desgrenhados, e coturnos de salto. Look perfeito, não acha? Não!
―Vamos embora logo. ― Justin falou indo para a porta.
Não retruquei, somente o segui. No caminho do quarto até a recepção foi longo. Todos me encaravam com uma expressão estranha. Ah, qual é? É só uma roupa. Chegamos a recepção e logo Justin deu baixa na minha internação e saímos do hospital.
― Onde estão os garoto? ― quebrei o silencio que estava entre nós.
― Chris, Chaz e Ryan, foram resolver as paradas do nosso próximo esquema. Já o Adam, não sei por onde está e nem me interessa saber. ―parou perto do seu carro. Assenti e entrei.
Adam com toda certeza foi fazer a troca, a essa hora ele já havia pego o dinheiro, que eu havia deixado em seu carro, na noite passada, e estava indo pegar a Camila. Justin deu partida e saiu cantando pneu.
―Dar para ir mais devagar? Eu acabei de sair do hospital. ― falei segurando o banco com força.
― Dá para ser menos chata? ― bufou. O encarei. ― Nem adianta me olhar com essa cara, se queria ir devagar, pedisse para aquele medico, aposto que ele iria super devagar.
―Nossa, que infantilidade, Bieber. ― resmunguei. ― eu só estava brincando.
―Mas ele não levou na brincadeira. ― rebateu.
Bufei alto.
― Tá satisfeita? ― diminuiu um pouco a velocidade.
― Estou com fome. ― reclamei passando a mão pela barriga.
―Além de chata e oferecida, agora é esfomeada também? ― me encarou debochado.
― Idiota. Quero ir ao McDonald’s. – cruzei os braços.
― Não, já estamos quase chegando em casa e você ouviu seu pretendente, garotas bonitas devem comer direitinho. ― debochou. ― então tu vai comer coisas saudáveis, está entendendo?
― Você é insuportável. ― bufei e joguei a cabeça para trás. ― EU ESTOU COM FOME. ― disse o encarando. Ele deu uma freada brusca e virou na direção contraria. ― Onde você está indo?
― Você não disse que estava com fome? Então! – me olhou rapidamente. ― Vou de dar comida. ― olhou para frente.
Depois de quinze minutos ele parou em frente ao McDonald’s, ele desceu do carro e eu fiz o mesmo, mas quando meus pés tocaram no chão uma dor de cabeça me atingiu. Coloquei a mão da mesma e esperei que a fisgada parasse.
― Ué? Não vai vir? ― perguntou debochado.
Bufei alto, respirei fundo e voltei a andar na direção dele. Entramos no estabelecimento e sentamos em uma mesa perto janela. Foi só sentarmos que uma garçonete veio a nossa mesa.
― O que você vai querer Jay? – a garota com decotão ignorou minha presença e começou a se insinuar para o Bieber.
― O de sempre para mim. ― ele respondeu olhando o decote da vadia. O cretino nem disfarçava.
― Vou poder te encontrar depois? ― a vadia perguntou com uma voz super vadia e se inclinou para frente, fazendo os seios quase saltar para fora.
Bieber é um cafajeste de marca maior. Eu ali e ele fazendo questão de olhar ainda mais o decote da puta. Bufei e olhei para fora, na tentativa de ignora-los, mas estava difícil, a garota estava quase sentando no colo dele. Respirei fundo e dei um chute na canela dele por debaixo da mesa, ele me olhou e fez cara feia, retribui da mesma forma.
― Hoje não! – ele finalmente respondeu, a cadela gemeu frustrada. Oferecida!
Ela já ia saindo quando Bieber a puxa novamente. Ela vira com aquela cara de vadia e o encara.
― Mudou de ideia, baby? ― disse mordendo os lábios. Ele respondeu com um sorriso cafajeste, que era a sua marca.
― Não, baby. ― respondeu em um tom sedutor. ― Eu vou querer um Mc lanche feliz para ela. – olhou para mim com um ar de deboche e eu o encarei seria. ―sabe como é, temos que incentivar as crianças a comer. – debochou e a vadia riu.
Ah Justin, você me paga! Quem você acha que é para tirar sarro da minha cara?
― Você não diz isso quando estamos na cama transando? – o encarei.
Eles me olharam e eu lhes lancei um sorrisinho vitorioso, ao ver a cara de tacho que a vadiazinha fez.
― Trás igual ao meu para ela. – Justin falou.
A garota anotou o pedido no papel, a contra gosto, olhou-me de cima em baixo e saiu, nos deixando a sós na mesa. Ficamos em silêncio, Bieber mexia no celular, enquanto eu ficava ali, olhando para ele sem ter nada para fazer. Não demorou e nossos pedidos chegaram, Justin os pagou e levantou da mesa, fazendo com que eu levantasse junto.
Caminhamos até o carro e entramos. Bieber mal entrou e já saiu cantando pneu. Enquanto ele dirigia eu comecei a devorar meu lanche, meu estomago estava revirando de fome.
―Você vai passar mal sabia? – ele falou enquanto eu comia o lanche.
― Cala boca! ― falei de boca cheia. ― Aquela piranha não gosta de mim, olha o tamanho do meu hambúrguer. – falei mostrando e ele riu.
Depois disso rapidamente chegamos em casa. Tudo que eu precisava era de um banho, o cheio de fumaça e hospital estava impregnando em mim. Entrei na casa e fui logo para meu quarto, onde fui direto para o banheiro. Me despi rapidamente e entrei no box, ligando o chuveiro na água quente e deixando ela cair sobre meu corpo, tudo que eu precisava era de relaxar.
O banho foi demorado, quando sai me enxuguei rápido, vesti uma lingerie qualquer e uma blusa. Como eu estava com pavor de ficar sozinha resolvi ir para o quarto do Bieber.
Sei lá, mesmo ele não estado no mesmo ambiente que eu só de sentir o cheiro dele já fico mais segura.
Sai do meu quarto e levei comigo meu celular, sim, Adam me deu um novo dias depois que o Bieber quebrou o meu. Entrei no quarto e ouvi o barulho de água, com certeza ele estava tomando banho, ignorei e me joguei na cama. Quando meu corpo tocou os lençóis macios e o cheiro dele invadiu minhas narinas me permitir fechar os olhos e deixar que o me dominasse.
Uma transa com ele não seria nada mal. Pensei
Balancei a cabeça para aqueles pensamentos saírem na minha mente. Eu não posso me apegar a ele, daqui a alguns dias eu estarei bem longe daqui, e tudo que vivi até agora não passarão de meras lembranças e nada mais.
POV. Adam
Já estava no carro a caminho do local da troca quando senti meu celular vibrar. Tirei minha atenção do que estava fazendo e olhei para ver do que se tratava. Era uma mensagem de Lilyan.
Está tudo ok? ― zangadinha
Sim, já estou a caminho. ― eu
Aonde ele marmou para ser a troca? ― zangadinha.
Despenhadeiro. ― eu
Não acha isso muito arriscado? Acho que ele está tramando alguma coisa. ― Zangadinha.
Arriscado minha vida já é, mas vou tomar cuidado. Pode ficar tranquila, pois eu darei conta. ― eu
Assim que você chegar me avisa. ― zangadinha.
Já cheguei! ― eu.
Quem está aí? Você está vendo ela? ― zangadinha.
Tem três carros com o farol baixo. Chegou a hora da verdade. ― eu.
Se cuida! Não vou me perdoar se algo acontecer com você. ―Zangadinha
Ok! ― eu.
Guardei o celular no bolso e sai do carro. Caminhei até o porta-malas e peguei a mala. Respirei fundo e rumei na direção dos carros, parei em frente a um e esperei alguém sair de dentro dele. A primeira coisa que eu vi foi um pé, que estava causado com um sapato social muito bem engraxado, parecia ser Victor. Sim, era ele.
― Pensei que minha querida irmãzinha viria também. ― Victor falou com o mesmo tom sarcástico de sempre.
― Não vim aqui para falar da Lilyan, e sim dos negócios que temos. Onde está a garota? ― cortei o assunto e fui direto ao ponto.
Ele riu e assentiu positivamente.
―Gosto de pessoas assim! É direto, sem enrolação! Pena que escolheu o lado errado.
― Aonde esta a garota? ― falei mais uma vez.
― Primeiro o dinheiro. ― rebateu.
― Primeiro a garota. Não confio em você. – ele sorriu fraco e com um estalo de dedos deu ordem para que dois homens altos trouxesse a garota, a mesma estava o a cabeça tampada e se debatia tentando se soltar das mãos dos grandalhões. – tira o pano, preciso ter certeza que é ela. – ele riu e fez sinal para os homens tirarem o pano. ― bom, muito bom. Agora passa ela para cá.
― Tsc, Tsc… o meu dinheiro primeiro. – falou.
Joguei a mala para ele, que a abriu e conferiu se o dinheiro de maneira rápida. A mala foi entregue para um dos guarda costas.
– Foi bom fazer negocio com você ― deu ordem que jogassem a garota em minha direção.
Ela me abraçou. Victor entrou novamente no carro, o mesmo deu partida e foi embora , seguido dos outros. Vi que ele lançou algo da janela, de primeiro não me preocupei, até ver uma pequena chama consumindo o inicio do rastro de um liquido.
―Droga! ― exclamei ao ver a chama consumindo o liquido rapidamente. ― Temos que sair daqui. ― puxei Camila para irmos na direção do carro. ― Oh, droga! ― exclamei novamente. ― estamos sem saída. ― falei ao olhar na minha volta e ver que ao nosso redor estava todo tomado pelas chamas.
― O que vamos fazer? ― Camila perguntou desesperada.
―Temos que sair desse circulo antes que as chamas cheguem até o carro.
― Ok! ― concordou.
―Quando eu disser “ já”, nós vamos. ― ela assentiu. Olhei mais uma vez ao nosso redor e a situação estava cada vez pior. ― Já!
Começamos a correr no sentido contrario do carro, onde havia menos fogo. Corremos, corremos e corremos muito. Conseguimos sair do “circulo” e o carro explodiu. Foi por pouco, muito pouco. Protegemos nossos olhos para não sermos atingidos por algum estilhaço.
― Você está bem? ― perguntei.
―Sim. ― respondeu ofegante.
―Isso é bom, muito bom. ― falei da mesma forma.
***
Quando pus os pés na minha casa, pude respirar mais aliviado. Passou, mais uma missão foi cumprida. Olhei para Camila, que vasculhava toda a sala com os olhos.
―Deve está cansada, né? ― me aproximei dela.
― Estou! ― sorriu fraco. ― tudo o que eu preciso é de uma boa noite de descanso.
― Tem toalhas limpas no banheiro, pode tomar banho. ― assentiu. ― o quarto de hospedes já esta arrumado só esperando por você.
― Muito obrigado! ― agradeceu. ― pode me dizer onde fica o banheiro?
―Primeira porta a esquerda! – assentiu e se foi.
Fiquei observando-a subir as escadas, ela me fazia lembrar uma pessoa, mas eu não lembro quem. O rosto dela me é familiar. Mas a quem ele pertence? Por mais que eu tente não consigo me lembrar de quem seja.
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