Já eram sete da manhã e daqui a pouco eu tinha que está no galpão, apesar de ter passado só dois dias desde a inauguração, tinha um turbilhão de coisas para fazer e resolver. Eu estava arrumando o meu café correndo, quando Justin chegou a cozinha e me abraçou por trás.
― Bom dia. ― me cumprimentou com um beijo rápido.
― Bom dia. ― respondi e voltei a arrumar o café.
― Desse jeito você vai se atrapalhar mais. ― ele riu fraco e sentou a mesa.
― Não jogue pragas, Justin. ― o repreendi. Ele riu mais uma vez.
Não demorou e Jasmine e Jacke entram na cozinha, ambos já estavam vestidos com o uniforme e mochila nas costas.
― Bom dia pra vocês também. ― falei ao sentar-se à mesa.
― Bom dia. ― responderam em uníssono.
― Toma Jack. ― lhe entreguei o celular novo.
Desde o dia do castigo Jack estava sem o celular, e o mesmo estava subindo pelas paredes, pois não tinha como se comunicar com Alisson. O resto das coisas Justin deixou ele usar, como vídeo game e sair, mas o essencial, celular e computador, não.
― Por que o Jack ganhou celular novo e eu não? ― Jas reclamou.
Revirei os olhos e tentei ignorar.
― Por que o papai metralhou meu celular. ― Jack respondeu.
― Hã? Como assim? ― Jas me olhou. ― Papai tem um metralhadora?
― Ele tem muito mais que isso. ― murmurei.
― Não foi uma metralhadora, Jasmine. ― Justin tomou a palavra. ― foi uma simples pistola. ― rolou os olhos e voltou a comer.
― O senhor tem uma arma? ― perguntou mais uma vez assustada. ― co-co-como? ―olhou pra mim.
― Para proteção, Jas. ― bufei. ― é legalizada.
― Mas onde ele conseguiu? ― perguntou.
― Chega de perguntas. ― Justin falou e levantou-se da mesa. ― Sua mãe já te respondeu. Isso já basta. ― olhou para ela. ― agora já para a escola. Vocês já estão atrasados. ― ordenou.
― Mas eu ainda nem terminei de comer. ― Jack resmungou.
― Pensasse nisso antes de acordar tarde, moleque. ― Justin deu um tapa leve na cabeça de Jack. ― Agora anda logo. Vai comento do carro e cuidado, para não sujar o estofado.
― Sim, papai. ― os dois responderam e levantaram.
Ambos vieram até meu lado da mesa e deram um beijo na bochecha.
― Se cuidem. ― falei.
― Sim. ― responderam em uníssono.
― Não vão se despedir de mim? ― Justin perguntou. ― eu sou pai de vocês, sabiam? Eu sou responsável por vocês estarem aqui.
Jacke foi o primeiro, se aproximou dele e ambos fizeram um toque, que tinham inventado desde quando Jack era pequeno. O mesmo sempre foi bastante apegado ao Justin, mas de um tempo parta cá eles tem se afastado um pouco, também o trabalho está exigindo bastante de Justin e Jack se ocupa com a escola, amigos, esportes, e é claro Allison. O corte de cabelo, que antes seguia sempre o de Justin, agora ele tem uma marca própria, deixou os cabelos crescerem um pouco e anda mais com ele amarrado em um pequeno rabo de cavalo, digamos que está seguindo a vibe do Gabriel.
Jasmine se aproximou de Justin e lhe deum um beijo na bochecha. Jas ainda é a princesinha do papai, Justin tem um cuidado as vezes até excessivo com ela. É sempre assim, solta o garoto, e prende a garota. Pais. A mesma já está bem grandinha, assim como Jack, e como toda garota dessa idade, adora se produzir. Essa vai dá trabalho para o grande Bieber, que é bem capaz de tranca-la em uma torre para evitar olhares dos marmanjos.
― Jas, minha filha, você não acha que essa roupa está muito curta? ― Justin chamou sua atenção.
― Ah, papai. Está de bom tamanho. ― resmungou e foi embora, antes que Justin a fizesse subir e colocar uma burca. Nunca duvide de Justin Bieber.
Assim que eles saíram da cozinha Justin olhou imediatamente para mim.
― Eu não sei de nada. ― levantei da mesa.
― Não sabe? Aquela roupa está muito curta. ― se queixou.
― Tchau, Justin. ― lhe dei um beijo estalado e sai da cozinha.
― Lilyan, você está incentivando a garota a encurta a saia? ― veio atrás de mim.
― Eu? Eu não. ― neguei.
― Aham sei. ― falou desconfiado.
***
― Lilyan. Lilyan. ― Gabriel entrou na minha sala, esbaforido.
― O que foi, homem. ― levantei da cadeira e fui até ele.
― Dá uma olhada nisso aqui. ― ele me entregou o jornal da cidade.
“ L.L Arts o novo berço da arte. Galpão inaugurado a poucos dias no coração da grande Atlanta já abriga vários artistas. O lugar é incrível e lhe dá a total liberdade para criar e inovar. “
A manchete estampava a primeira página.
― Ó meu Deus! ― olhei para ele. ― isso é incrível. ― o abracei com força.
― Eu sei. ― falou rindo. ― primeira página, Ly. ― olhou para o jornal sorrindo.
― Sim! ― falei na mesma empolgação. ― Vick já leu isso?
― Sim. ― riu. ― foi ela quem me mostrou. Eu não tinha lido o jornal da manhã.
― Isso merece ser emoldurado. ― ergui o jornal e o encarei.
― Será a primeira de muitas, Ly. ― ele falou.
― Sim. Pode ter certeza que será. ― sorri empolgada.
***
Já estávamos no turno da tarde, alguns alunos estavam chegando e outros indo embora, pois já havia terminado seu turno. De uma galeria vi Jack chegar junto com Allison e mais alguns colegas, eles estavam tão felizes. Jack, se matriculou aqui, para fazer aulas de grafite e dança de rua, já Jas faria Ballet, mas mais daria aula do que outra coisa, afinal ela pratica desde pequena e eu tenho fé que ela vai para Julliard.
― Ly. ― Vick me chamou tirando-me dos meus pensamentos.
― Sim?
― Você viu a grade de professores? Tem um monte na fila de espera, todos querem fazer parte da nossa equipe. ― sorriu.
― Isso é bom. ― sorri.
― Temos que ver universidades para fazermos convênio. ― me lembrou.
― Tem razão. Mande cartas e e-mails para universidades de artes, conservatórios e galerias. Temos que ter parceiros. Estou pensando em mais para frente fazer parceria com a Julliard.
― Isso seria incrível. ― Vick concordou sorrindo.
― Bom, agora eu tenho mais coisas para ver. ― entreguei-lhe uma prancheta. ― tenho um jantar para organizar. Afinal, você, Ryan e Mike vão, não é?
― Lógico que vamos. ― falou. ― estou louca para ver quem é esse namorado da Pattie. ― riu.
― Eu também. ― sorri. ― só que já estou prevendo muita confusão. ― bufei.
―Justin já deve está armando uma. ― ela riu.
― Exatamente. ― concordei. ― tenho que perguntar ao Gabriel se ele vai ou não. ―retorci os lábios.
― Eu acho que ele vai, ele é muito amigo da Pattie e claro que deve está ansioso para saber quem é o namorado misterioso.
― É, você tem razão. Mas não custa nada perguntar, sabe como é né. Gabriel é imprevisível. ― sorri. ― sabe onde ele está?
― A aula dele termina daqui a cinco minutos. ― olhou no relógio.
― Ok, eu vou lá pergunta-lo. ― assentiu e me despedi.
Fui andando pelas passarelas até chegar as salas da área de artes cênicas e pude vê-lo saído de uma delas
―Gabriel! ―o chamei.
Ele olhou para os lados procurando de onde vinha a voz, acenei e ele me viu. Logo veio em minha direção.
― Algum problema? ― perguntou, quando chegou perto de mim.
― Não. ― sorri fraco. ― Eu só quero lhe fazer uma pergunta.
― Então faça.
― Quero saber se você vai ao jantar da Pattie no sábado.
― Então Ly... ― coçou a cabeça. ― Eu acho que não vou. Não sei, mas... não me sinto a vontade.
― O que? Como assim não vai? ― perguntei incrédula. ― Pattie é sua amiga e você é da família. Como assim não se sente a vontade? ― o encarei.
― Eu...
― Nada disso. Você vai e pronto. Sem discursões. ― falei e sai, antes que ele retrucasse e se safasse desse jantar.
***
A tarde passou voando e meu expediente já havia terminado. Entrei em meu carro e fui direto para a casa da Candy, sei que é sexta a noite e muita gente sai, mas eu tinha que pedir ajuda, pois estou totalmente perdida para organizar esse jantar da Pattie, que afinal, é amanhã.
― Dai-me força, meu Deus. ― bufei.
Estacionei em frente a casa de Chaz e Candice e pedi para abrirem o portão, eles abriram e eu entrei andando. Quando cheguei a porta da casa, Candy já estava a minha espera.
― Que bom que veio, Ly. ― me cumprimentou. ― já estava pensando que você não viesse mais. ― me deu passagem e eu entrei.
Dentro da casa estava quentinho e bem iluminado, Chaz brincava com Hope no tapete, que estava repleto de brinquedos.
― Oi, Ly. ― ele me cumprimentou.
― Oi, Chaz. ― sorri. ― eai, princesinha da tia. ― falei para Hope, que levantou e veio correndo ao meu encontro.
― Titia. ― me abraçou e me deu um beijo melado. ― o que você trouxe para mim? ― perguntou assim que nos afastamos.
― Hope! ― Chaz e Candy a repreenderam.
― Hmm... titia deixou a barra de chocolate no carro. ― retorci os lábios. ― mas eu acho que tenho bala por aqui. ― comecei a procurar em meus bolsos. ― achei. ― tirei duas balas de caramelo do bolso da calça. ― toma, pequena.
Ela pegou a bala e voltou correndo para o tapete.
― Já falei para não fazer isso. ― Chaz a repreendeu. ― você tem a mesma bala aqui em casa.
― Até parece que passa fome. ― Candice completou.
― Deixa ela, Candy. ― falei. ― é criança.
― Bom, temos assuntos a tratar. ― Candy me puxou e fomos andando até a cozinha, onde sentamo-nos à mesa. ― eu já encomendei a comida no Solther’s, vai chegar umas duas horas antes do jantar, e isso é ótimo.
― Te amo, amiga. ― falei. ― não sei o que seria de mim sem você. ― a abracei. ― da decoração da mesa eu já cuidei, tá, foi a Lupy que resolveu isso para mim, mas ok. ― ri.
― Lupy tem bom gosto? ― perguntou.
― Que pergunta. ― bufei. ― é claro que tem.
― Não sei, ué. Lupy já está bem velhinha e está começando a trocar as coisas.
― É verdade. ― retorci os lábios. ― Rose e Nora a ajudam, mas quem disse que ela gosta?
― Acho que já está na hora dela se aposentar. ― Candy sugeriu.
― Ah, mas sei lá. Acho que não conseguiremos ficar sem ela. ― resmunguei. ― somos muito apegados.
― Bom... você quem sabe. ― ela deu de ombros. ― eai, Pattie já deu o ar da graça?
― Ela teve uma reunião com acionistas e por isso nos deixou no comando. ― expliquei.
― Eu estou roendo as unhas. ― riu. ― quero saber quem é esse namorado misterioso. – me olhou. ― como você acha que ele é?
― AH, sei lá. ― dei de ombros. ― acho que ele é um daqueles coroas em forma. Cabelo grisalho, terno italiano, sotaque. Estilo George Clooney. ― rimos.
― Também imagino ele assim. ― riu. ― Pattie merece uma pessoa a altura. Ela não se relaciona com ninguém desde quando separou do papai. ― falou pensativa. ― e outra, Pattie tem bom gosto, papai é um pitel. ― rimos.
― Mas temos que esperar até amanhã para sabermos qual é o verdadeiro rosto desse namorado misterioso. ― a olhei.
― Que venha amanhã. ― rimos.
***
― Justin. Justin. ― o chamei, de dentro do banheiro. Bufei, ao ver que ele não ia responder, e sai indo para o quarto, onde dei de cara com ele. ― Ah, você está aí.
― O que aconteceu com o seu cabelo? ― me olhou, assustado. ― Isso é algum tipo de moda? ― falou, em relação aos bobes que ainda estavam no meu cabelo.
― Não brinca comigo, Justin. ― passei por ele, pisando firme e entrei no closet.
― Eu acho melhor você se arrumar rápido, pois já está quase todo mundo lá em baixo, só falta o Adam, Pattie e o namorado misterioso.
― Você deveria está me ajudando, e não me apresando. ― sai do closet com dois pares de sapatos nas mãos.
― Eu não. ― se jogou na poltrona, eu já ajudei bastante entretendo o pessoal. ― ajeitou a gravata.
Bufei e revirei os olhos.
― Com um marido igual a você eu estou muito bem arrumada. ― sentei na cama e comecei a calçar o sapato preto fechado.
― Ainda bem que você sabe. ― riu. O encarei, séria. ― Bom, eu acho que eu vou descer. ― levantou da poltrona.
― Vai! Imprestável! ― resmunguei.
― O que você disse? ― me encarou.
― Foi o que ouviu. ― levantei da cama e passei por ele indo direto para o banheiro.
O quarto ficou em silencio, isso significava que Justin tinha saído. Bufei e encarei meu reflexo no espelho. Limpei minha pele e a preparei para receber a maquiagem, que fiz em uma agilidade absurda. Não coloquei nada chamativa, afinal, quem deveria ter todas as atenções era Pattie e não eu, por isso fiz um jogo de sombra na cor bronze, blush levemente rosado e batom matte, porque ninguém é de ferro.
Bom, eu já estava quase pronta, só faltava alguns detalhes e um muito importante, os cabelos. Comecei a tirar os bobes da cabeça, e quanto terminei dei uma penteada de leve, conservando os cachos e o ajeitei. Perfeito.
Voltei para o quarto só para colocar as joias. Peguei o colar com o pingente das crianças e o coloquei, meu anel de diamantes, que Justin me deu, em nosso aniversario de casamento, e ajeitei a aliança e coloquei meus brincos, também de diamantes. Eles eram bem simples, mas muito bonito, era uma joia delicada. Ajeitei o vestido em frente ao grande espelho e me analisei por completo, estava perfeito. Meu vestido rosa de manga comprida, sem decotes na frente, e as costas de fora, é perfeito. Ajeitei os cabelos mais uma vez e sai do quarto, fechando a porta.
Das escadas eu já podia ouvir as vozes na sala. O povo para falar. Cheguei e encontrei os adultos sentados no sofá, e as crianças em outros cantos, os pequenos é claro que estavam brincando.
― Pensei que tivesse morrido lá em cima. ― Justin falou, assim que cheguei perto dele.
― Ah, mas fala sério, valeu a pena é? ―girei em torno de mim mesma.
― Wow! Gata! ― Candy falou, batendo palmas.
― Obrigada. Obrigada. ― agradeci fazendo uma reverencia. ― Você também está linda. ― falei e ela agradeceu.
Candy estava com um vestido amarelo de alça sem decotes, e com detalhe na gola em metais, assim como na cintura. Todas estavam lindas. Vick usava um vestido verde água tomara que caia e uma jaqueta branca e Donna um vestido com uma estampa geométrica em tom degrade, que era tomara que caia. Lindas.
Já os homens apostaram em calça social, ou jeans, de tom escuro, camisa social e blazer. Estavam lindos também. Na sala estavam além de mim, as gatas e as crianças, Ryan, Justin, Chaz, Chris e Adam. Gabriel, Jeremy com a mulher e Pattie com o namorado ainda não haviam chegado.
― Onde estão os outros? ― perguntei, sendo-me no braço da poltrona onde Justin estava sentado.
― Papai daqui a pouco está chegando. ― Candy respondeu. ― ele virá sozinho, mamãe disse que está indisposta.
― Gabriel ficou até mais tarde no galpão e disse que se atrasaria um pouco. ― Vick comentou.
― Pattie daqui a pouco deve está aí. ― Donna deu de ombros.
― Ok! ― respirei fundo o jeito é jogar conversa fora. ― peguei uma taça de licor, que estava na mesa de centro e coloquei uma cereja no mesmo.
― Só não rola ficar bêbado. ― Chris falou. ― não antes de conhecermos o famoso namorado da tia Pattie.
Todos rimos.
***
Já havia se passado meia hora, Jeremy já havia chegado e só faltava Pattie, o namorado e Gabriel, os atrasados.
― Mamãe, eu estou com fome. ― Hope reclamou. ― A vovó Pattie não chega nunca. ― se jogou no sofá.
― Calma, garotinha. ― Candy a pegou e a pôs em seu colo. ― parece que tem um rombo na barriga. ― rimos.
― Candy, ela é pequena e tem muito apetite. ― Vick falou.
― Vem aqui com o titio. ― Justin a chamou. Hope pulou do colo de Candy e correu até Justin, sentando no colo dele logo em seguida. ― você tem razão, eu também estou morrendo de fome.
― Justin! ― o repreendi.
― Toma, come isso. ― Justin tirou o morango do licor e já ia dando para a Hope comer.
― Justin. ― tirei o morango na mão dele. ― você tem merda na cabeça?
― O que tem demais? Ela tá com fome. ― deu de ombros, todos riram.
― Por favor. ― falei com um dos garçons que estava oferecendo bebida a todos. ― traga algo para ela comer? Obrigada. ― ele assentiu e saiu.
― Justin, eu acho que você tem merda na cabeça. ― Chaz falou, rindo.
A campainha tocou e rapidamente um dos contratados foi abrir. De trás da porta estava Pattie, sozinha.
― Com licença. ― ela falou e entrou.
― Ué? ― Justin logo falou. ― Seu namorado não era para está junto com você? ― a encarou.
― Sim, mas ele teve um imprevisto e vai se atrasar um pouco. ― ela falava, enquanto cumprimentava todos os presentes.
― Nossa, que pontual. ― Justin falou, debochado, e riu. ― imagina quando vocês casarem? Ele que se atrasará. ―dei-lhe um tapa no braço.
― Não se preocupe, Pattie, ele não é o único atrasado. ― sorri, sem graça. ― Gabriel também está atrasado.
Ela sorriu sem mostrar os dentes.
― Eai, tia, está gostosa, hein. ― Chris comentou.
― Olha o respeito, moleque. ― Jeremy foi quem o repreendeu.
― Muito obrigada. ― ela agradeceu, e sentou no sofá, perto de Chaz.
Pattie estava realmente muito bonita e elegante, ela vestia um vestido preto até um pouco abaixo do joelho, o mesmo era justo e tinha um ombro só. Estava simples e linda.
Não demorou muito e a campainha tocou novamente.
― Deixa que eu atendo. ― Pattie levantou do sofá.
― Não precisa, Pattie, eles atenderão. ― falei.
― Não, eu insisto. ― falou, e foi até a porta.
― Para essa insistência toda aposto que é o tal namorado. ―Justin resmungou.
Todos nós voltamos nossa atenção para a porta, Pattie abriu revelando quem estava atrás dela.
― Ah, é só o Gabriel. ― Chris resmungou baixinho.
― Já estava mais do que na hora, Gabriel. ― Donna falou. ― está mais do que atrasado, mas não mais do que o namorado da Pattie. ― brincou e todos rimos.
― Eu acho que não. ― Pattie falou, enquanto caminhava, junto a Gabriel, para juntos de nós. ― Acho que já podemos jantar.
― Ué? Não vai esperar seu namorado? ― Justin alfinetou.
― Não. ― Pattie respondeu simples. ― porque ele já chegou. ― sorriu.
― Onde? ― Justin começou a olhar para os lados. Todos nós estávamos confusos nesse momento. ― ele é um fantasma? ― riu.
― Ele está bem aqui, Gabriel Haltez. ― falou simples.
― O QUE? ― Todos nós falamos em uníssono e espanto.
― Co-co―como? ― eu me perguntava tentando me localizar, aquilo estava muito longe da minha compressão. ― quando? ― os encarei.
― É serio isso? ― Jas perguntou, confusa e surpresa.
― Sim. ― Pattie respondeu simples, enquanto Gabriel sentava em uma poltrona e ela no braço da mesma.
― Você só pode está de brincadeira com a minha cara. ― Justin se pronunciou. ― Como esse fedelho pode ser seu namorado? ― a encarou.
― Mais respeito, Justin Bieber. ― ela o repreendeu.
― Mais respeito é o caramba, ele tem idade para ser seu filho. Ele deve ter o que? Dois anos mais novo que eu?
― Para sua informação eu tenho a mesma idade que você ― Gabriel pronunciou pela primeira vez desde que chegou.
― E isso muda alguma coisa? ― Justin respondeu com ironia. ― só ressalta minha tese.
― Justin, vamos parar. ― Jeremy falou sério. ― Sua mãe tem todo o direito de se relacionar com quem ela bem entender.
― Obrigada, Jeremy. ― Pattie agradeceu.
― Mas poderia ser alguém pelo menos dois anos mais novo que ela, e não a metade. ― Justin retrucou mais uma vez.
― Já chega, Bieber. ― Jeremy falou com mais autoridade, fazendo com que o grande Justin Bieber se calasse.
Eu não sei com eles estava conseguindo discutir, porque eu ainda estava em estado de choque. Isso era muito surreal para a minha compreensão. Eu nunca cogitei essa possibilidade, nem em meus devaneios mais sórdidos.
― Eu acho que vocês nos devem uma explicação. ― Candice falou. ― porque isso está muito surreal para nossa compreensão. ― completou. Você tirou as palavras da minha boca, amiga.
― Sobre o que vocês querem saber? ― Pattie perguntou, de maneira divertida.
― Ah... TU-DO? ― Donna falou.
― Comece respondendo uma coisa. Desde quando isso existe? ― Vick questionou.
― Nós começamos a nos relacionar mais intimamente quatro meses depois que eu fui morar na casa da Pattie em Los Angeles. ― Gabriel respondeu.
― O QUE? ― Justin gritou, assustado. ― isso já faz mais de cinco anos. Como vocês tiveram a coragem de nos esconder isso por tanto tempo?
― Por causa disso. ― Pattie apontou para Justin. ― Você acha que se nós contássemos naquela época isso seria bem aceito? Olha só sua reação Justin, se eu contasse quando começamos era bem capaz de você mandar matar o Gabriel, ou coisa pior.
― Ainda bem que você sabe. ― Justin resmungou.
― Então a Pattie era a namorada misteriosa? ― Chaz fez a pergunta, ainda tentando acreditar na mesma.
― Sim. ― ele confirmou.
― Então agora faz sentido, quando ele dizia que ela sempre estava lá. ― Vick se pronunciou. ― Pattie sempre estava em todos os eventos. Como não descobrimos antes?
― Talvez por que isso é muito surreal. ― falei. ― eu estou super apoiando vocês, mas não posso deixar de dizer que isso é muito louco. ―completei.
― Lilyan! ― Justin me encarou.
O olhei com uma cara de “ o que foi?”
― Tio Gabriel e vové Pattie. ― Jack se pronunciou. ― gostei. ― sorriu e olhou para o casal centro das atenções.
― Muito obrigado por me trair, Jack. ― Justin rosnou.
― Para de ser infantil, Justin. ― o repreendi. ― Sua mãe tem todo o direito de se relacionar, ela é um ser humano como todos nós. Aceite!
― Falou tudo, Ly. ― Gabriel concordou.
― E você, cala a boca, fedelho. ― Justin o calou.
― Que louco, Gabriel vai ser seu padrasto. ― Ryan riu.
― Vai ter que tomar benção para ele agora, irmão. ― Chris debochou, e Chaz, Ryan, Adam e ele riram, fazendo com que Justin ficasse furioso.
― Temos que pensar positivo, pelo menos é uma pessoa conhecida. ― Adam falou, debochado.
Justin lançou lhe um olhar fulminante.
Para aliviar o clima eu sugeri que fossemos jantar, já que ninguém mais aguentava de tanta fome, por conta do atraso. Caminhamos todos para a sala de jantar, Justin e eu fomos os últimos a chegar na mesma, já que eu estava travando uma batalha, silenciosa, com o grande Bieber, que estava a ponto de voar no pescoço de Gabriel e estrangulá-lo. Sentamos a mesa, Justin na cabeceira e eu a sua direita. Todos conversavam, tentando ao máximo agir com naturalidade, excerto Justin, que estava com uma expressão cerrada de fúria.
― Ei. Ei! ― Candice chamou a atenção de todos. ― Antes de iniciarmos o jantar, não podemos perder os bons modos e costumes. ― olhou para todos. ― Vamos fazer uma oração, para agradecer por todos estarmos juntos e pelo casal. ― apontou para Pattie e Gabriel. ― Que tal Gabriel fazer a oração, já ....
― Eu farei. ― Justin a interrompeu. ― Afinal, eu sou o anfitrião. ― sorriu sem mostrar os dentes. Lancei lhe um olhar sério, eu já estava prevendo confusão. ― Deem as mãos. ― ele pegou a minha mão e a de Pattie, que estava a sua esquerda. ―Não ouviram o que eu disse, deem as mãos, vamos agradecer pelo casal. ― olhou para Pattie, com ironia.
Assim fizemos, demos as mãos e fechamos os olhos. Eu estava esperando tudo dessa oração.
― Senhor, agradecemos pelos nossos dias, pela família, pelo alimento, e também agradecemos pelo novo... ― ele respirou fundo, para depois prosseguir. ―casal. ― pronunciou com dificuldade, e eu senti uma indiferença camuflada. ― quero te pedir que ilumine a mente da minha mãe, pois já está de idade avançada de não raciocina bem.
― Justin. ― Pattie e eu o repreendemos.
― Shiuuu, calada as duas. ― falou e prosseguiu. ― pois foi ludibriada por esse oportunista, que deseja corromper e escarnecer dessa pobre e indefesa senhora. Amém.
Abrimos os olhos e os meninos estavam rindo, enquanto Pattie, Gabriel e eu o encarávamos.
― O que foi? ― Justin olhou para nós, como se tivesse a consciência mais leve que uma pena. Sínico.
E o jantar prosseguiu, assim como as indiretas, Justin estava insuportável, mas Gabriel e Pattie não estavam dando ouvido, o que era bom. Depois de tanta conversa, e indiretas, terminamos o jantar e voltamos para a sala de estar. Todos estávamos degustando um bom vinho, excerto as crianças, que estavam na sala de televisão, pois alegaram não aguentar conversa de adulto.
― Que dia você pretende voltar para Los Angeles? ― Perguntei para Pattie.
Desde que Justin assumiu a presidência da empresa, a cede mudou para Atlanta, para ficar mais pratico, caso contrario, teríamos que nos mudar para Los Angeles. Pattie morou uma temporada no Hawaii, mas logo retornou para a cidade onde tudo acontece, afinal, ela já estava acostumada.
― Pretendo voltar daqui a dois dias. ― respondeu.
― Estou vendo que vou ter que ficar sozinho. ― Gabriel resmungou, todos rimos.
Gabriel mudou-se para Atlanta a pouco tempo, ele morava em New York, pelo menos era o que ele dizia.
― Tenho coisas a resolver na filial de lá. ― concluiu.
― Ah, temos que combinar para sair. ― Candice propôs. ― quanto tempo que não fazemos isso. ― Tipo encontro de casais. ― sorriu.
― Eu acho que alguém vai ficar de fora. ― Chris falou e olhou para Adam, com de deboche.
Rimos.
― É aí que você se engana. ― Adam rebateu. ― eu irei, e acompanhado. ― deu uma piscadela. Franzi o cenho.
― Aí meu Deus, até que enfim desencalhou? ― Ryan fingiu espanto. Todos rimos.
― Ainda não é nada concreto. ― ele sorriu fraco. ― mas estou bem envolvido.
― HMMMM.... ― os garotos, excerto Justin, resmungaram e riram.
― Bom, eu acho melhor nós irmos embora. ― Vick levantou. ― já está tarde, e amanhã conversaremos melhor, porque eu não aquento mais nenhuma novidade. ― riu.
― Mas espera um pouco, justo agora que eu tinha um comunicado a fazer. ― Gabriel falou.
― Então diga. ― falei.
―Na verdade é um pedido. Eu estava esperando a ocasião certa. ― levantou de onde estava sentado. ― e já que a família toda está reunida, agora é uma ótima hora.
Todos nós estávamos prestando atenção em casa palavra e eu já havia deduzindo onde ele queria chegar com aquilo.
―Bom, como vocês ficaram sabendo, Pattie e eu já namoramos a um bom tempo. Mais de cinco anos, não são cinco dias, nem cinco meses. E eu tenho certeza que entre nós não há nenhuma duvida sobre o que sentimos um pelo outro. Somos adultos e maduros.
― Discordo totalmente, você ainda é um moleque perto dela. ― Justin alfinetou.
― Cala a boca, Justin. ― falamos em uníssono.
― continua, Gabriel. ― falei.
― Bom, já somos bem grandes, já sofremos decepções amorosas. Sem ofensas, Jeremy. ― ele se desculpou.
― Não é nada, até que depois da separação, Pattie e eu convivemos melhor do que quando éramos casados. ― Jeremy brincou.
― Bom, já que é assim, você vai apoiar o meu pedido. ― Gabriel sorriu. ―Pattie Mallette, você aceita casar comigo? ― ele fez o pedido e abriu a mão, revelando uma aliança.
Ok! Foi muito tiro para um dia só, ou melhor, uma noite. Gabriel e Pattie namorando, Adam tem uma namorada e Gabriel pede Pattie em casamento. Ok, o dia já pode terminar, antes que alguma coisa possa acontecer.
Todos na sala estavam estáticos, ninguém entendi mais nada, todos esperavam uma resposta da parte de Pattie, que estava com a mão sobre a boca e os olhos brilhando, por conta das lágrimas.
― Sim. ― a resposta finalmente saiu dos lábios dela. Todos nós aplaudimos, excerto Justin, afinal, ele sempre era a exceção.
Enquanto nós parabenizávamos o casal, Justin virava a garrafa de vinho, pela goela a baixo, e eu tive que tira-la de suas mãos. Tá legal que foi um baque para ele, afinal, foi para todos nós, mas se embriagar não seria a opção do momento. Aliais, eu nem sabia mais qual era a melhor opção. Tudo estava tão insano pra minha compreensão.
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