História Suicide Place - É hora de ficarmos unidos

Justin permanecia com a mesma cara de tacho, aquela famosa expressão de quem não sabe o que está se passando ao seu redor, e eu, bom, eu estava furiosa segurando a camisa e esperando uma resposta.

— Então, Justin. Vai responder ou não? — exijo mais uma vez.

— Do que você está falando? — perguntou mantendo a mesma expressão, de quem não sabe de nada.

— Do que eu estou falando? — ri debochada. — é disso que eu estou falando. — esfreguei, literalmente, a camisa na cara dele. — é isso aí.

Levantei da cama com raiva e comecei a andar de um lado para o outro sem saber direito o que estava fazendo, e realmente eu não estava sabendo, afinal, muitas coisas estavam se passando pela minha cabeça.

Parei a uma certa distância dele e o encarei, ele olhava pra camisa com um expressão de interrogação no rosto.

— O que é isso? — perguntou.

— O que é isso? —perguntei rindo. — é exatamente isso  o que eu estou querendo saber. — parei e o encarei.

— Você não está pensando que eu…

— Não sei, me diz você. — o fuzilei.

— Ly você sabe que eu não faria isso com você. — veio vindo ao meu encontro, só que eu desviei.

— Realmente eu já não sei mais, Justin. — bufei e abaixei a cabeça. — Isso só está confirmando outras coisas

— passei a mão pelo rosto. — Você chega em casa mais tarde do que o normal, sai sem dizer onde vai, telefonemas estranhos.

— Lilyan, isso nunca foi uma surpresa para você. — me encarou. — ou você se esqueceu que temos uma vida dupla, e eu tenho que me dividir, entre ser ser um CEO e um chefe do  tráfico?

— Eu sei, eu sei. — falei irritada. — Mas o  combinado  era de ser sem segredos, então por que me esconde coisas? — o encarei

— O que? — perguntou desacreditado. — o que eu estou te escondendo? — se aproximou.

— Uma mulher estranha te ligou a dias atrás, eu atendi, Justin. — explodi. — e ela disse na cara dura que  era só com você. — ele enrugou a testa. — tá surpreso? — falei irônica. — e seu atraso, e essa marca?

— Isso com certeza deve ter sido um acidente. — ele respondeu.

Balancei a cabeça e ri desacreditada.

— Acidente? — o encarei incrédula. — essa foi ótima.

— Lilyan, vamos ser racionais, que motivo eu teria para te trair? — me encarou.

— Não sei, já faz mais de dez anos que nos conhecemos, com certeza deve está enjoado da transa. — me afastei. — fora que meu corpo não está mais igual quando eu tinha dezessete anos.

— Lógico, está melhor. — ri sem ânimo.

— Me poupe, Justin. — ri. —vamos evitar conflitos.

— Ótimo. — ajeitou a postura.

— Sai do meu quarto. — apontei pra porta.

— O QUE? — me olhou incrédulo. — você não está falando sério né? — riu

— Sai! — ordenei mais uma apontando para a porta.

— Eu vou sair. — murmurei um “ótimo”. — mas fique sabendo que é para evitar mais conflitos, porque sinceramente, o dia foi longo demais.

Acenei com a cabeça. O vi pegando travesseiros, coberto, celular e saindo pela porta. Quando a porta bateu pude respirar melhor e começar a refletir sobre a situação. Foi visível que para algumas das perguntas ele não quis dar resposta, mesmo as tendo e isso só faz aumentar a pulga atrás da minha orelha. Eu realmente não consigo acreditar que nessa altura do campeonato ele esteja me traindo. Pow, logo agora?

POV. Justin Bieber

Caminhei até um dos quartos de hóspedes mais afastados entrei e joguei os travesseiros e cobertas em cima da cama e olhei para o celular, para ver se havia alguma chamada, e não tinha nada.

Nessa altura do campeonato uma  desconfiança por parte dela não seria nada bom, mais uma coisa pra me preocupar.

Bufo e passo as mãos pelos cabelos, jogo o celular na cama e me jogo nela.

— Onde eu consegui aquela maldita mancha de batom? — perguntei para mim mesmo já fazendo uma retrospectiva de tudo que eu fiz no dia, para pelo menos encontrar algo que respondesse minha pergunta.

Fechei os olhos e respirei fundo.

Flashback on

Era hora do almoço, estava no meu escritório revendo alguns papéis do novo projeto para o governo quando Samanta, a nova estagiária, bateu na porta.

— Entre! —ordenei.

Ela abriu a porta e caminhou até minha mesa depositando algumas pastas.

— Ah, mas trabalho. — falei fingindo frustração.

— Sinto muito. — ela falou em um tom divertido.

— Sem problemas, Sam. —sorri e levantei da cadeira — está na hora do meu almoço, então depois que eu voltar dou uma solução para esses problemas. — sorri fraco.

Peguei meu paletó, que estava nas costas da cadeira, e minha maleta.

— Enquanto eu estiver fora quero que ligue para o departamento de finanças e mande revisar o orçamento, seguindo as alterações que eu fiz no projeto.

— Sim, senhor.

— E convoque uma reunião com os arquitetos e engenheiros, não gostei de algumas coisas que eles apresentaram.

— Sim, senhor.

Samanta anotava tudo rapidamente no tablet enquanto andávamos até a saída do escritório, saímos do mesmo e continuávamos andando, enquanto eu ia ditando algumas tarefas que ela teria que realizar enquanto eu estivesse na hora do almoço.

Depois de ditar tudo  entrei no elevador e segui para a portaria.Como eu havia mandado instalar mais um elevador, para os últimos andares, não tive incômodos em minha descida, o que aumentou a agilidade. Quando cheguei ao térreo sai do elevador e fui caminhando até a saída do prédio suspendendo a manga da blusa, pois eu estava farto daquele terno no dia ensolarado na qual estávamos.

Sai do prédio e logo avistei o meu carro de longe, fui descendo as escadas e antes de terminar de descer-las uma das funcionárias esbarrou em mim. Se fosse em outros tempo eu brigaria, mas percebi que ela estava muito apressada e desajeitada, pela maneira como andava, segurava as coisas e pedia desculpas por ter me esbarrado.

Entrei no carro e segui até onde eu iria almoçar.

Flashback off

— Só pode ter sido essa garota. — murmurei. — mas eu duvido que Lilyan vai acreditar numa história dessas. — ri e neguei.

Respirei fundo e fechei os olhos, o melhor a fazer naquele momento era fechar os olhos e dormir, pois o dia tinha sido bastante intenso.

***

Acordei com o celular despertando bem próximo ao meu ouvido, fiz uma cara feia e abri os olhos, tratando logo de desligar. Levantei da cama e fui até o banheiro do quarto e fiz minha higiene matinal.

Como não estava meu quarto, então consequentemente não havia roupas minhas, tive que sair com o pijama mesmo. Andei pelo corredor até chegar a porta do meu quarto e constatei que a mesma estava trancada. Respirei fundo  e desci as escada, indo até o escritório, aonde entrei e sentei na cadeira que ficava disposta atrás da mesa.

Bufei, encarei os papéis a minha frente e fiquei olhando para eles, esperando algo acontecer ou pelo menos um pensamento, que não fosse o da briga de ontem e a pilha de serviços que eu tenho, ocupar minha mente, e foi nesse meio tempo que o telefone tocou. Despertei rapidamente dos meu pequeno transe e o atendi.

— Bieber. — Falei.

— Justin, tenho boas notícias. — era a voz de Chris do outro lado da linha.

— Estou precisando mesmo.

— Descobrimos informações sobre Anastásia.

Me ajeitei na cadeira e pedi para que ele prosseguisse.

— Ela realmente está casada com. Smith.

— Filha da puta. —rosnei. — Ele será o porta de entrada para ela. —bufei. — Desde quando eles estão casados?

— Cerca de seis meses.

— Isso é tempo pra caralho.

— Sim, realmente. — ele concorda. — não estou nos reconhecendo, Drew, perdemos esse furo, estamos caindo.Definitivamente não podemos mais ficar afastados do mundo do crime. —ele respirou fundo. — o circo tá se fechando pro nosso lado, ela tá criando estabilidade e fiquei sabendo também que alguns membros do Perro estão querendo fazer parceria com membros dos Dragons, você tem noção que se isso acontecer estamos fudidos?

Bufo e passo as mãos pelos cabelos os bagunçando. Isso não é nada bom,se ela conseguir fazer aliança com os Dragons isso vai ser prejudicial para nossos negócios, eles são gigantes, e se por mais que os Perros estejam abaixo de nós, uma aliança com os Dragons os fortaleceria, sendo capaz até de nós engolir, ainda mais depois que aconteceu aquele incidente na boate.

— JUSTIN! — ele grita do outro lado.

— Eu ainda estou na linha, porra. — resmungo.

—  Você tem certeza que tem tudo sobre os esquemas?

— Sim. — afirmo. — eu tenho mantido contato com ela, que me assegurou que nos favorecerá com o irmão.

— Você tem certeza que ela é confiável?

— Bom, a plena certeza ninguém consegue  ter, mas ela já deu mais do que uma prova de que está do nosso lado, ou você se esqueceu das informações que ela nos deu?

— Tem razão. — ele.concordou. — mas temos que marcar uma reunião com ela, cara a cara para tratar dessa aliança de uma ver por toda. Pois pelo.que eu sei Anastásia já está tentando chegar até ele.

— Essa vadia não vai  conseguir. — Afirmei.

— Se ela não conseguir ele consegue.

— Acho que ele não.seria tão petulante a ponto de colocar a cara a tapa, pelo menos não agora.

—Mas temos que ficar de olho. Eu já pedi para pesquisarem mais sobre aquele assunto, acho que consigo fazer um dossiê completo em duas a três semanas.

— Isso chega a quase um mês. — bufei. — tente agilizar isso. Vou tentar marcar uma reunião com ela  nesse período.

— Faça isso, quando mais rápido melhor.

— E lembre-se, não quero que todos saibam de nossos esquemas. Sobre ele fica somente entre nós e sobre ela só o Ryan pode saber. Chaz é da nossa confiança, mas tem a boca muito solta e Candice é astuta, e sabe né, ela não vai segurar a língua e contará tudo para Lilyan.

— Entendi. — ele concordou. — Vou desligar, daqui a pouco tenho que resolver algumas coisas.

Concordei e finalizei a ligação. Respirei fundo e levantei, caminhando até a porta de saída para o escritório. Olhei para as escadas e vi Jasmine descendo ainda de pijamas.

— Não vai para a escola hoje? — perguntei.

— Ainda tá cedo. — ela deu de ombros e passou por mim.

Subi as escadas e caminhei até a porta do quarto, a mesma dessa vez estava aberta.  Entrei e ouvi barulho de água, Lilyan estava no banho. Fui até lá e abri a porta, fui tirando minha roupa e entrei no box, como ela estava de costas assim que virou tomou um susto.

— O que está fazendo aqui? — perguntou enquanto tentava esconder seus seios.

— Tomando banho, ora. — peguei a bucha e coloquei sabonete, começando a me esfregar logo em seguida.

Ela continuou me encarando por algum tempo, mas depois parou e saiu do box, me deixando sozinho. Terminei meu banho rápido e sai enrolado em uma toalha. Cheguei ao quarto e ela estava sentada na cama passando creme nas pernas, fui até o closet peguei uma boxer, a vesti e saí com um dos ternos já selecionados antecipadamente.

Ela ainda permanecia no mesmo lugar, rodeei a cama e parei perto de uma das pernas dela, sem aviso a puxei chamando sua atenção, e antes dela se pronunciar segurei seu tronco.

— O que é isso, Justin? — ela resmungou, tentando sair dos meus braços.

— Shiuuu….— fiz sinal pra ela ficar quieta. — só olhe em meus olhos, ok? — segurei seu rosto e forcei ela olhar pra mim.  — Eu te amo, viu?  Aquela marca na minha roupa foi um acidente e você sabe disso, sabe porque você me conhece muito bem, e se eu tivesse mentindo você já teria descoberto, porque você não tem vocação pra ser otária. — ela voltou a respirar com mais calma.— Sobre as ligações, fique tranquila, daqui a pouco você saberá o motivo delas.

— E porque eu não posso saber agora? — Questionou.

— Tudo tem um tempo… e agora é tempo de nos unir, sem brigas. Certo? — ela assentiu.