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História Suicide Place - Hope


Escrita por: HeJuice

Capítulo 5 - Hope


 Já havia três horas que estávamos naquela sala de espera. As pessoas passavam de um lado para o outro e nos encaravam com um olhar estranho, provavelmente por causa de nossas roupas, mas eu estava pouco me fodendo para isso, a única coisa que me preocupava era o estado da Candice.

Chaz andava de um lado para o outro, passava as mãos pelos fios rebeldes de seus cabelos e encarava o relógio. Faltava pouco furar o chão. A impaciência dele estava me deixando ainda mais irritada e preocupada, mas quem sou eu para falar alguma coisa?

Ninguém dava noticia, ninguém dava as caras.  Dos médicos que levaram Candy nenhum deles voltou para dar noticias. Nem mesmo um enfermeiro. O que me preocupava também era o resto do pessoal, ninguém havia ligado, ou coisa do tipo, eu estava totalmente sem noticias.

Levantei do sofá e caminhei até Chaz, o mesmo estava totalmente desnorteado e se assustou quando encostei em seu ombro.

―Eu vou lá fora tomar um ar fresco. ― falei.

Ele apenas assentiu. Caminhei até o exterior do hospital e sentei no meio fio. Minha cabeça estava doendo, assim como todo o meu corpo, era uma fadiga fora do normal. Mas eu tenho que permanecer firme, não posso vacilar, pois existem pessoas em situações piores que as minhas e precisando da minha ajuda.  Olhei para um dos lados e vi a ambulância que nos trouxe estacionada e do lado de fora um cara de branco. Deveria ser um dos peões.

Levantei do meio fio e caminhei disfarçadamente até a ambulância. Quando cheguei perto do cara e toquei seu ombro  o mesmo se assustou e quase engoliu o cigarro que tentava acender.

―Você teve noticias dos outros? ― fui objetiva.

―Não senhora. ― jogou o cigarro no chão e o apagou com o pé.

―Pode fazer contato com um deles?

―Vou tentar fazer contato com um dos seguranças. ― assenti.

Ele se afastou e pegou o telefone discando algum numero.  Fiquei parada esperando impacientemente um parecer. Mas só depois de cinco minutos que eu o recebi. O peão se aproximou de mim novamente  e me encarou.

―Um dos nossos falou que os patrões estão vindo para cá. Eles passaram na casa para esconder tudo e trocar de roupa.

Respirei mais aliviada.

―Você ainda está com um deles na linha?

―Não, senhora.

―Ok. ― bufei.

                        ***

Eu ainda estava do lado de hora do hospital quando vi os carros se aproximando. Eles estacionaram alinhadamente e desceram dos carros. Justin foi o primeiro a correr ao meu encontro.

―Você está bem? ― perguntou enquanto me abraçava.

―Sim. ― respondi cansada. ― Ai. ― reclamei.

―O que aconteceu? ― se afastou.

―Meu ombro dói. ― fiz cara feia.

―Por que você ainda não viu isso? Você está nessa porra de hospital para que? ― foi ríspido.

―Menos, Justin. Eu estou aqui pela Candy. Tá legal? ― falei no mesmo tom.

Ele bufou alto e passou as mãos pelo rosto.

―Ok. ―Relaxou os músculos. ―Vamos para o carro, trouxe roupa para você.

Assenti e o acompanhei até um dos carros. Entramos no mesmo e fechamos a porta.

―Cadê a roupa? ― logo falei.

―Aqui. ― me entregou uma pequena mala.

A pequei e passei para o banco de trás. Fui tirando a roupa com cuidado, meu ombro doía pra caramba e eu não estava nem um pouco a fim de piora-lo.

―Você tem noticias da Candice? ― me encarou pelo espelho retrovisor interno.

―Não. ― fiz cara feia. ― ninguém disse nada. ― gemi. ― acende a luz, por favor. ― pedi.

Ele acendeu e eu quase tomei um susto ao olhar para meu ombro.

―Droga. ― falei.

―Eu avisei. ― ele olhou para trás.

―Não começa Justin. Agora não é hora nem lugar. ― bufei.

―Faz o seguinte. ― tirou a jaqueta. ― veste essa blusa. ― ele tirou a blusa azul que estava vestindo. ― Não vai te machucar. ―  a jogou para mim.

―Valeu. ― agradeci.

―Não sei como vocês, mulheres, conseguem vesti roupas tão apertadas. ― me encarou pelo espelho retrovisor interno, enquanto vestia a jaqueta apenas. ―Vocês ficam gostosas, mas isso é de outro mundo. ― riu.

―Você vai ficar só de jaqueta? ― perguntei enquanto vestia sua blusa.

―Vou. ― deu de ombro. ― não dá para eu vesti essa sua blusinha apertada. ― riu fraco. ― por quê?

―Não quero que você ande assim. ―acabei de ajeitar a blusa. ― há mulheres naquele hospital e vão ficar te olhando. Seu corpo não passa despercebido pelos olhares femininos. Na verdade, você não passa despercebido.   

―Tá com ciúmes é? ― riu de lado.

―Tô, qual o problema? ― o encarei.

Balançou a cabeça negativamente e abriu a porta do carro saindo logo em seguida. Não dei bobeira e sai também.

―Já falei. ― o prensei contra o carro. ― tenho ciúmes do que é meu. ― ele sorriu cafajeste.

―Ui. ― debochou.

Eu o olhava com um olhar psicopata. Fechei a jaqueta com força quase o enforcando, logo depois abaixei um pouco o fecho. Ele me olhou um pouco assustado, mas isso logo mudou quando colocou um sorriso debochado nos lábios.

―Assim está melhor. ―sorri sem mostrar os dentes.

―Você é louca. ― riu e tentou se afastar do carro.

―A onde você vai? ― o prensei contra o carro novamente.  ―Tá faltando uma coisa.

Não respondi o que era, mas fiz melhor, eu o mostrei.  O beijei com urgência entrelaçando meus dedos em seus cabelos. Ele como um bom “aproveitador” apertou meus glúteos com força e aprofundou o beijo.

Vi que o negocio estava ficando muito “pra frente” e nos separe rapidamente.

―Agora não é hora e nem lugar. ― passei o indicador sobre seus lábios.

            Peguei uma de suas mãos entrelaçando nossos dedos e caminhamos até o interior do hospital.    

                                   ***

            A  passos largos chegamos ao interior do hospital, logo na entrada encontramos o pessoal.  Aproximamo-nos rapidamente deles.

            ―Tiveram noticias da Candice? ―Justin perguntou.

            ―Ainda não, mano. ―Chris respondeu. ―Chaz está uma pilha de nervos. O cara não diz uma palavra.

            ―Essa demora não deve ser algo bom. ― falei.

            ―Também acho. ― Vick concordou.

            ―Bom, eu vou à emergência com a Ly. ― Justin falou. ―A burra levou um tiro de raspão no ombro e até agora não cuidou do ferimento.  

            ―Burra é sua bunda. ― dei um soco em seu braço.

            Justin revirou os olhos e foi me puxando até a enfermaria. Quando chegamos à ala desejada fomos até uma recepcionista que ali estava.

            ―Pois não. Em que posso ajuda-lo? ― a recepcionista falou assim que chegamos no balcão.

            Porem a pergunta foi para Justin, e não para mim. Ela falava como se eu não estivesse ali.

            ―Nós fomos vitimas de um assalto, um dos assaltantes atirou e a bala passou de raspão no ombro dela. ― Justin falou da forma mais educada possível. Parecia até outra pessoa.

            ―Ah. ― ela respondeu com frustração. ― é só seguir por ali. ― apontou para a nossa esquerda. ― há um enfermeiro de plantão.

            ―Obrigado. ― Justin deu um sorriso forçado.

            Caminhamos até a tal sala. Lá dentro era amplo e  só havia uma pessoa bem lá no canto. Bati na porta para chamar a atenção.

            ―Com licença. ― falei.

            Um homem alto, moreno de sol que vestia um jaleco branco virou para mim e logo sorriu.

            ―Pode entrar. ― pediu.

            Sorri sem mostrar os dentes. Justin me acompanhou, e é obvio que ele já estava olhado o enfermeiro de cara feia.

            ―O que aconteceu com você? ― perguntou vindo ao meu encontro.

            ―Bala de raspão. ― Justin respondeu rapidamente.

            ―Ah, sim. ― falou. ― sente na maca.

            Soltei a mão de Justin, coisa que foi mega difícil, e caminhei até a maca. Sentei e logo em seguida o enfermeiro veio até mim.

            ―Tire a blusa, por favor. ― pediu.

            Justin rosnou.

            ―É para que ver o ferimento. ― o enfermeiro logo falou.

            Fiz o que ele pediu. Apesar de a blusa  ficar enorme em mim foi difícil de tira-la.  A entreguei para Justin, que já estava grudado na maca.

            ―Com licença. ― o enfermeiro pediu. Assenti.

            Ele desceu a alça do meu sutiã, do lado do ferimento, e começou a passar gaze com soro.

            ―Ai. ― reclamei.

            ―Calma, já está acabando. ― assenti.

            Ele limpou todo o ferimento e jogou as gazes no lixo.

            ―Pronto. ― falou. ― poderia prender o cabelo dela? ― olhou para Justin.

            O mesmo trincou os dentes e assentiu. Justin pegou meus cabelos e o deu um nó na tentativa de fazer um coque frouxo.

            ―Muito obrigado. ― agradeceu.

            ―Não a de que. ― Justin respondeu entre os dentes.

               O clima estava pesado naquela sala.

            ―Agora peço que aquente firme, pois vai doer um pouquinho. ― falou enquanto preparava uma injeção.

            Murmurei. Eu simplesmente odeio injeções. Ele aplicou no machucado causando uma dor insuportável. Na tentativa de aliviar mordi meus lábios e apertei os olhos com força.  

            ―Shiuu. Calma. ― falou com voz rouca. ―Já acabou.  ― respirei mais aliviada. ― Agora é só esperar alguns segundos para começar fazer efeito. Vou dar alguns pontos  você já pode ir.

            ―Ok. ― confirmei.

            A injeção começou a fazer efeito e ele não perdeu tempo e começou a dar os pontos. Isso não demorou, afinal o ferimento era pequeno. Em cinco minutos tudo já havia acabado e eu estava vestindo a blusa novamente.

            ―Vocês moram na cidade? ― ele perguntou.

            ―Não. Somos da capital. ―Justin respondeu.

            ―Ah, sim. Então quando der sete dias você pode retirar os pontos.

            ―Está bem. Muito obrigado. ― falei.

                                                           ***

            Estávamos andando pelos corredores de volta para recepção, onde provavelmente os outros estavam.

            ―Não gostei daquele cara. - Justin resmungou. ― Ele ficou olhando para seus peitos.

            Bufei alto e revirei os olhos.

            ―Justin, para de nóia. Ele não estava olhando para meus seios.

            ―Você que pensa. ― me olhou de canto de olho.

            Revirei os olhos e apresei em andar mais rápido. Eu estava muito ansiosa para saber sobre o estado da Candice.  Logo que viramos um corredor avistamos os outros, e do lado oposto vinha o medico que levou Candice. Apresei em chegar perto.

            ―Quero saber quem é o responsável pela paciente Candice Bieber. ― o medico perguntou assim que chegamos.

            ―Sou eu, doutor. ― Chaz respondeu rapidamente.

            ―Pode me acompanhar? Precisamos conversar sobre a paciente.  ―O medico disse.

            ―É grave? ― perguntei.

            ―Prefiro falar com o responsável primeiro. Depois ele dá a noticia para vocês. ― respondeu.

            ―Posso acompanha-lo? ―Justin perguntou. ― Sou irmão dela.

            ―Sim, pode. Mas só os dois.

            ―Vamos parar de enrolação. ― Chaz falou aflito. ― todos  somos uma família. Seja qual for a noticia que tem que dar, pode falar na frente de todos. ―Encarou o medico.

            ―Tudo bem. ― o doutor respirou fundo.  ― colocamos a paciente está em coma induzido. Só  a tiraremos  do coma daqui a alguns dias.

            ―O que? Mas por quê? ― Chaz perguntou.

            ―Ela sofreu uma lesão na coluna por causa da queda. Se fosse só isso poderíamos dar um diagnostico mais preciso. Mas a paciente estava gravida e isso muda tudo.

            ―Como está o meu filho? Diz pra mim que está bem. ― Chaz perguntou desesperado.

            ―Infelizmente não conseguimos salvar o bebê. Por causa da queda ela sofreu um aborto, por isso o sangramento excessivo. Quando ela chegou aqui não havia nada a ser feito em relação a ele. Eu sinto muito.

            Eu não estava conseguindo processar a informação direito, mas o Chaz processou mais rápido do que todos nós. Vi seu corpo estremecer e  cair sentado no sofá com a cabeça entre as mãos. Ele olhava somente para o chão, mas dava para saber que ele estava chorando por causa da sua respiração.

            ―Vocês tem que esperar até ela sair do coma para sabermos o que acontecera. ― o medico chamou nossa atenção.

            ―Já não basta ela ter perdido o nosso filho. ― Chaz encarou o medico. ― ainda tem mais?

            Seus olhos estavam vermelhos, assim como seu rosto, por conta das lagrimas.

            ―Ela caiu de uma altura muito grande e isso afeitou a coluna. Nós desconfiamos que a medula foi  afetada gravemente. Isso pode deixa-la sem o movimento de algumas partes do corpo.

            ―Mas a lesão foi aonde mais ou menos? ― Ryan perguntou.

            ―Não dá para saber especificamente. Mas não fui muito em cima. Se ela perder os movimentos será da cintura para baixo.

            ―E isso pode ser reversível? ― Adam perguntou.

            ―Não sabemos ainda. Temos que esperar ela acordar para saber. ― assentimos. ―peço que tenha calma e paciência. Eu estarei no hospital, qualquer coisa é só me procurar.  

            ―Ok. ― agradeci.

            Ele se afastou e sumiu depois da curva do corredor.

            Voltamos nossa atenção para Chaz, mas o mesmo levantou rapidamente e saiu rasgando.

            ―Deixa que eu falo com ele. ― Donna falou.

            Assenti.

            ―Droga. ― Justin deu um soco na parede. ―Isso é tudo culpa minha. ― bagunçou os cabelos com raiva.

            ―Calma  Justin. Ficar se culpando não vai adiantar nada. ― falei e caminhei até ele.

            ―Claro que foi, Lilyan. ― me encarou. ― Foi eu quem permitiu que ela entrasse nessa vida. Eu poderia ter impedido. Eu tive duas oportunidades e eu não fiz a coisa certa. ― passou as mãos pelo rosto. ―Que droga.

            O encarei sem dizer nenhuma palavra. Confesso que naquela hora eu estava sem o que dizer. Essa não é uma situação em que você passa a mão no ombro da pessoa e diz um “ vai ficar tudo bem.”. Isso é uma mentira totalmente deslavada, pois nada vai ficar bem. Nada nunca fica bem.

            ―Justin, olha para mim. ―o chamei. Mas ele se negou a olhar. ― Justin, olhe nos meus olhos.

Ele levantou o rosto e me encarou fixamente. Um fenômeno raro estava acontecendo, o grande Bieber estava em seu momento de fraqueza, estava tão indefeso quanto um bebê recém-nascido. Justin estava chorando e tinha medo em  sua expressão.

―Não vai adiantar nada ficar jogando a culpa em si próprio. ―  Limpei as lagrimas dele com delicadeza. ― Nada acontece por acaso. ― o encarei. ― Se você não tivesse sido cafajeste naquela festa, você nunca teria me conhecido. E se isso não tivesse acontecido nada que nós vivemos, os filhos que tivemos, os  amigos que fizemos  e a vida que construímos, tudo isso não existiria. ― beijei suas lagrimas. ― Por isso não se culpe, tenha fé que tudo irá melhorar.

Assentiu e me abraçou forte.

―Eu vou está sempre com você. ― sussurrei em seu ouvido. Ele assentiu. ― Temos que ser forte, pois agora quem precisa de nossa ajuda é o Chaz e a Candy.

―Tem razão. ― me encarou.

Sorri e o beijei com calma.


Notas Finais


Primeiro, desculpa pelo cap ser curtinho. Mas o proximo será extenso. Segundo, vamos ter esperanças meus caros. Candy vai precisar muito.
bjs até o proximo cap com bastante badalação
#comentem
leiam minha nova fic conjunta
link: https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-sara-sampaio-hope-5504540


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