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História Suicide Place - Mark my words


Escrita por: HeJuice

Capítulo 6 - Mark my words


Depois daquela notícia bombástica que recebemos sobre o estado de saúde da Candice nós fomos obrigados a voltar para Atlanta, porém só retornou Justin e eu, Ryan e Victoria. Eu não queria voltar, queria ficar lá para dar apoio ao Chaz, que estava  inconsolável, mas tínhamos que resolver as coisas aqui, tinha drogas para distribuir, pontos para fiscalizar e sem contar os nossos filhos. Não podia simplesmente deixa-los, eles são pequenos e precisam que estejamos ao lado deles.

            Chris e Donna resolveram ficar na cidade. Adam estendeu o período de aluguel da casa e a deixou habitável para acolhe-los, porém ele não voltou para Atlanta, disse que teria assuntos do restaurante para resolver. Não entrei em detalhes, ele não me deve satisfação.

            Todos os dias ligávamos para saber do estado da Candice e quase todos às vezes era a mesma coisa, ainda em coma. As crianças perguntavam sobre ela e eu inventava histórias, comparava o estado com histórias de princesas e coisa do tipo. Sempre contava que ela estava igual bela adormecida. Eles aceitavam relutantes.

                        ****

            Dez dias haviam se passado e a notícias estavam melhorando, ela estava saindo do coma. Essa era uma noticia ótima, mas dava medo ao mesmo tempo. Havia chegado a hora de saber as consequências que isso causaria a ela.

            Justin, Ryan, Vick e eu resolvemos ir para Savannah antes dela sair completamente do coma, queríamos está lá para recebe-la de volta e dar apoio ao Chaz.

 

           Terminei de fechar a pequena mala de rodinhas que continha poucas peças de roupas minha e de Justin. As crianças ficariam com Rose e Lupy, como sempre, mas Pattie estava vindo para cá, ela queria receber Candice quando ela chegasse.

            — Está pronta? — a voz de Justin invadiu o quarto.

            — Sim. — confirmei pegando a mala e pondo no chão.

            Caminhamos até a frente de casa, onde já havia um carro preparado para nós. Já havia me despedido das crianças antes delas irem para a escola. Entramos no carro e seguimos para onde iríamos embarcar no jatinho que nos levaria até Savannah.

            Não demorou vinte minutos e já estávamos na pista de decolagem,  Ryan e Vick estavam a nossa espera. Descemos do carro,  e caminhamos até eles. O tempo estava  frio, o que pedia um casaco. Arrumei um casaco e entramos no jatinho.

             — Vocês ligaram para o Chaz avisando de nossa ida? — Ryan perguntou enquanto  se acomodava em uma poltrona.

            — Sim. Mas quem vai será o Chris, Chaz não sai do  hospital. Só vai em casa para dormir e nada mais. — falei.

            — Eu estou com medo do que está por vir. — Vick comentou.

            Somente assenti. Olhei para Justin e ele estava quieto. Todos esses dias ele estava assim, quieto, não comentava nada, demonstrava nada. Estava sofrendo calado, para manter a postura de imbatível. As vezes me dava nos nervos o silêncio dele, eu sou a sua companheira e estou aqui para ele desabafar, mas ele não se permitia.

                      ***

            Depois de duas horas chegamos ao nosso destino. Como combinado Chris estava lá a nossa espera e com boas noticias, Candice abriu os olhos na madrugada de ontem, mas não estava recebendo visitas. O medico conversaria com ela depois da manhã.

            Respirei mais aliviada com a notícia, porém aquele receio estava crescendo. O que será dela agora?

 

                     ***

 

                        Dois dias depois…

 

             Acordamos por volta de dez horas na  manhã, o tempo estava frio e era convidativo a ficar na cama. Para tentar despertar tomei uma ducha quente, pois com o frio que estava seria impossível suportar uma de água fria, a menos que eu queira um resfriado.

            Sai do banheiro e encontrei Justin ajeitando o casaco em frente o espelho. Passei por ele sem dizer nada e peguei uma muda de roupa na mala. Peguei um macacão jeans escuro, uma lingerie de renda branca e uma blusa de frio. Os vesti rapidamente e logo depois peguei o casaco. Penteei os cabelos e fiz uma maquiagem leve.

            — Justin. — o chamei.

            Ele estava sentado na cama mexendo no celular. Olhou-me.

        — Amor, sabe que eu odeio te ver assim. — falei indo até ele. — poxa, eu estou aqui para te ajudar e você fica sofrendo sozinho. Qual foi? Nós fizemos votos. Na alegria e na tristeza. Dias de glorias e dias de luta. Sempre juntos.

            O encarei nos olhos.

            — Fala comigo. — implorei. — não sofre sozinho, eu estou aqui para  você. — o beijei.

            Ele somente assentiu e não desfez a pose de alfa impecável.

            — Sorri pra mim. — pedi. — estou com saudades do seu sorriso. — falei.

            Ele sorriu fraco. Não era isso que eu esperava, mas aceitei.

            —Não era esse que eu queria não. — falei manhosa. — Mas ta valendo. — sorri. — vamos descer, pois estou com fome e daqui a pouco vamos para o hospital ver a Candy.

            Assentiu e levantou da cama. Caminhei até a porta, mas antes de cruza-la senti uma mão me segurar. Meu corpo foi puxado para trás e se chocou contra um corpo quente e de aroma inconfundível.

            — Eu te amo. — ele falou.

            — Eu também te amo. — nos beijamos.

                        ***

            Chegamos ao hospital e ficamos esperando na sala de espera do quinto andar, era o que a Candy estava. Chaz andava de um lado para o outro. Eu já tinha combinado e todos concordado de que eu entraria junto com o Chaz para conversar com o médico. E não demorou muito para ele chegar e nos chamar.

       O acompanhamos até o consultório onde entramos e sentamos nas cadeiras que haviam em frente uma mesa.

            — Bom, ontem fizemos alguns exames na senhorita Bieber para ver o grau da lesão na medula espinhal. E tenho o desprazer de falar que nossas suspeitas são verdadeiras.

             Quando ele falou isso meu coração bateu mais forte e eu tive que ser forte, pois Chaz não tinha mais condições disso. Ele passou as mãos pelo rosto e bagunçou os cabelos.

            — Fizemos o teste da sensibilidade ontem e ela disse que não conseguia sentir o que desenhávamos nas pernas e nos pés dela. O bom foi que ela perdeu somente da cintura para baixo.

        — Mas isso é reversível? — Chaz perguntou.

            — Pelo grau de lesão não. Esse quadro não tem como reverter com fisioterapia. Mas isso não quer dizer que não tenha cura. Há alguns anos atrás descobriram um tratamento para lesões desse tipo. Mas é um tratamento bastante caro e requer todo um procedimento doloroso e até um pouco desconfortável em algumas partes.

            Uma ponta de esperança brotou em nós. Isso tem uma solução.

             —Dinheiro não é o problema. — Chaz falou mais animado. — é só dizer o local que eu a levo.

            — Não é assim que as coisas  funcionam, meu caro. O tratamento não pode começar agora. O corpo dela não está preparado, eu recomendo que deixe o estado dela se estabilizar e depois comecei a fazer os exames para começar o tratamento.

            — Então vou ter que esperar?

            — Sim. — assentiu.

            — E ela já sabe que perdeu o bebê? — perguntei.

            — Ainda não. Não achei que essa seria uma notícia para dar sem alguém da família por perto para dar um apoio.

            — Podemos vê-la? — Chaz perguntou.

            — Sim. — sorriu. — ela já esta conversando e tudo mais. Para ter acesso ao quarto é só pedir o cartão de visitas na recepção do andar.

            — Sim. — concordamos.

                         ***

            Chegamos ao quarto numero 505 e batemos duas vezes. Ouvimos uma voz dizendo que podíamos entrar, abrimos a porta lentamente e vimos Candice deitada e uma enfermeira arrumando o soro em sua veia. Ela virou o rosto com dificuldade para nos olhar e sorriu fraco.

            Correspondemos ao sorriso e caminhamos até ela. Chaz logo a abraçou e a beijou.

            ―Eu fiquei tão preocupado com você. ― Chaz choramingou.

            ―Shiu. Eu estou bem. ― Candice falou com voz arrastada e passou uma das mãos pelos cabelos de Chaz.

            ―Eu também senti sua falta. ― falei sorrindo. Ela sorriu de volta. ― Como está se sentindo?

            ―Mais ou menos. ― sorriu fraco. ―Chaz, eu não sinto minhas pernas. ― tentou olhar para baixo.

            Nós nos entreolhamos.

            ―Isso é normal? ― perguntou.

            ―Candy, deixa eu te contar uma coisa. ― me aproximei da cama. ― Quando você caiu do contêiner uma coisa aconteceu. ― respirei fundo. ―  isso te causou uma lesão na medula. ― falei.

            ―Isso significa que...

            ―Sim, Candy. ― Chaz falou calmo. ― Você perdeu o movimento da cintura para baixo.

            Vi quando ela prendeu a respiração ao ouvir essas palavras. Fiquei esperando uma reação da parte dela e vi uma lagrima escorrer do lado esquerdo.

            ―Isso tem volta? ― perguntou com voz embargada.

            Assentimos negativamente.

            ―Chaz. ― falou chorando. ― como eu vou ensinar o nosso filho a andar de bicicleta? Como eu vou brincar com ele? ― chorou.

            Chaz me olhou com os olhos cheios de agua e eu assenti. Essa era a hora de falar toda a verdade para ela.

            ―Meu amor, me desculpa. ― Chaz começou a chorar. ― Desculpa por não ter te protegido. Desculpa por ter deixado você ir nessa missão, você era para ter ficado em casa esperando. Eu fui um irresponsável por deixar você, estando gravida, participar de uma missão como essa.

            Ele chorou abraçado com ela.

            ―Amor, não é culpa sua. ― Candy chorou também. ― eu fui por que eu quis.

            ―Candice, meu amor. ― Chaz colou sua testa a dela. ― escuta uma coisa. ― soluçou. ― Não há mais bebê. ― falou em um sussurro. ―Você sofreu um aborto quando caiu. Não há mais bebê.

            ―Não. Não. Não. ― ela começou a negar desesperada. ― Por favor, me diz que é mentira. ― olhou-me.

            Fiquei em silencio e abaixei a cabeça.  O desespero a tomou de uma forma surreal. Candy chorava como eu nunca tinha visto antes, o desespero era evidente e isso estava refletindo no aparelho que marcava as batidas do coração. Ele começou a apitar sem parar.

            ―ENFERMEIRA. ENFERMEIRA. ― chamei e ela veio rapidamente.

            Ela pegou uma injeção e aplicou na veia de Candice, e surtiu um efeito imediato.

                                   ***

                        Duas semanas depois...

 

            O tempo passou voando nessas duas semanas, ficamos em Savannah dois dias e depois voltamos para Atlanta, os motivos são óbvios. Família e negócios. Há três dias Candice recebeu alta e hoje eles chegam a Atlanta. Tivemos que rodar a cidade atrás de uma casa para alugar, pois seria quase que impossível da Candy morar em um lugar igual atual casa deles. Tudo precisava subir escadas.

            Encontramos uma casa em um bairro calmo, como Chaz havia dito. A mesma era de um andar apenas, os cômodos eram amplos e chamamos uma equipe para fazer um trabalho superficial adaptando lugares que ela utilizaria mais.

            Em todas as vezes que eu ligava para ela era a mesma coisa, ela se mantinha forte perto de Chaz, não queria demostrar ser um fardo, coisa que ela nunca seria, mas  sentia-se frustrada pelas limitações e triste por causa do bebê.

            Arrumei minha bolsa e desci correndo para a sala, onde encontrei uma criança eufórica, Vick tinha trago Mike para cá.

            ―Titi. Titi. ― Mike falou estendendo os bracinhos para mim.

            ―Oi, amorzinho. ― o peguei no colo.

            ―Boio. ― apontou para a cozinha, onde estavam os J’s comendo bolo.

            ―Você quer bolo? ―perguntei.

            Ele assentiu. Sorri e o levei até a cozinha.

            ―Lupy,  me dê um pedaço de bolo para esse garotão. ― pedi.

            ―Claro,  querida. ― falou.

            ―Mamãe, o bolo está gostoso. ― Jack falou com a boca cheia de bolo.

            ― Deu para perceber. ― ri.

            ―Aqui está. ― me entregou um prato com bolo.

            ―Obrigada. ― agradeci e comecei a dá-lo para Mike.

            ―Mamãe, quando tia Candy chega?

            ―Papai e os titios já foram busca-la, nós iremos encontra-la na nova casa. ― sorri.

            ―Vamos para lá agora? ― Jack perguntou.

            ―Primeiro vocês acabam de comer esse bolo e depois iremos. ― falei.

            ―Titi boio Candy. ― Mike falou com a boca suja de chocolate.

            ―Levar bolo para a tia Candy? ― perguntei. Ele assentiu. ―Boa ideia, rapazinho. ― baguncei seus cabelos loiros. ― Lupy, tem mais bolo? ― perguntei

            ―Sempre faço um extra. ― piscou.

            ―Você é demais. ― sorri. ― arrume-o que vou levar para Candy. ― assentiu. ― e vocês tratem de escovarem os destes, pois sairemos em quinze minutos.

            Jacke e Jasmine assentiram.

                       

***

            Arrumei Jacke, Jas e Mike no banco de trás do carro e logo assumi o volante.

            ―Eu quero ir na frente. ― Jack reclamou.

            ―Não, você vai atrás junto com sua irmã. Aqui não é lugar de criança. ― falei o encarando pelo retrovisor interno.

            Ele bufou alto.

            Não demoramos quinze minutos e chegamos à nova casa de Chaz e Candy. Em frente à casa já havia carros estacionados, eles já haviam chegado.  Desliguei o carro e desci,  desprendi as crianças do cinto e Jack e Jas correram na frente.

            ―Pode esperar. ― falei e eles pararam.

            Peguei Mike no colo, o mesmo estava eufórico. Bati a porta de trás e pequei o bolo no banco do carona. Fui caminhando na direção da casa.

            ―Agora sim. ― falei para os J’s. ―Não quero gritos dentro da casa. Respeite a tia de vocês, ela acabou de sair de um hospital e não quer ouvir gritos de crianças histéricas.

            ―Sim. ― reviraram os olhos.

            Caminhamos até a porta e entramos. Parece que as palavras de segundos atrás não valeram nada, pois eles saíram correndo ao encontro de Candy.

            Todos estavam na sala. Justin e Chris sentados em uma poltrona, Ryan, Vick e Donna em um sofá, e Chaz atrás de Candy que estava na cadeira de rodas.

Candy estava vestida com um vestido rosa bebê que era justo na parte de cima e soltinho na parte da saia, seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo e em seus pés uma sapatilha branca. Ela me olhou e sorriu, retribui.

―O meu povo. ― falei sorridente. ― trouxe bolo. ―mostrei a sacola. ― e é seu preferido. ― olhei para Candy.

―Chocolate, recheado com chocolate e com calda de chocolate? ― ela perguntou.

Assenti rindo.

Mike começou a  fazer força para ir para o chão. O entreguei para Vick.

―Tia Candy, o bolo esta bom. ― Jas falou lambendo os lábios.

Rimos.

―Vamos lá à cozinha pegar prato. ― Jacke a puxou pela mão. ― vamos tia. ― puxou para que ela levantasse. ― por que você não levanta? ― perguntou quando viu que ela não se mexia.

Essa inocente pergunta fez o clima na sala ficar tenso e eu tentava formular uma resposta para dar, porem não vinha nada.

―A tia tem que andar sobre essas rodas agora, meu amor. ― Candy falou calma.

―Por quê? ― perguntou confuso.

―As pernas da tia estão cansadas, sabe? E elas não querem mais funcionar. ― sorriu fraco.

―E por que não?

―Elas são preguiçosas e resolveram tirar férias. ― riu fraco.

―E quando elas saem de férias?

―Não sei. ― olhou para mim. ― eu não sei.

―Não tem problema. ― falei. ― eu pego o prato para vocês. ― sorri.

―Não, deixa. ― Candy me impediu de ir. ―Ei, gente. Eu não estou morta. Não precisa a cara de enterro. ― riu fraco. ― quero saber das novidades.

―Eu continuo lindo. ― Chris falou.

―Você sempre convencido. ― Candy falou rindo.

Todos rimos.

                        ***

            Dois meses depois...

 

POV. Candice

 

O fardo da inutilidade aumentava a cada dia, eu realmente não sei se vou suportar minha nova condição. Para tudo eu dependia de alguém, eu me sentia culpada por ter que submeter o Chaz a um fardo tão pesado que era cuidar de mim.

Poxa, a nossa vida era tão mais fácil “antigamente” e eu não sabia. De repente tudo mudou, não saio mais, não dirijo mais, não troco de roupa sozinha. As meninas e mamãe disseram que era para eu ir a grupos de reabilitação, pois a vida de um cadeirante não é assim como eu estou vivendo. Cadeirantes podem sim fazer as mesmas coisas que pessoas que tem as duas pernas em funcionamento, claro que com certas limitações, mas eram capazes. Era só querer.

Mas aí está. Querer. Uma coisa que eu não tenho.

Eu me acomodei de uma forma que nem eu mesmo me reconheço, eu sempre fui uma pessoa de atravessar obstáculos, mas agora parei de ante de um e não estou ligando a mínima para ultrapassa-lo. Essa não é a Candice que eu sou.

Além do mais eu ainda estou sofrendo a perda do meu filho. Poxa, eu sempre tive o sonho de ser mãe de um filho do homem que eu amo, e quando eu consigo me acontece isso. Isso é injusto. Tantas mulheres abortando e eu que tanto quero perco. Isso é injusto.

Esses dias Chaz me contou que tem um jeito de eu voltar a andar. Ele falou sobre um tratamento com medulas olfativas. Confesso que uma esperança me tomou, mas ele disse que eu teria que esperar, teria que fazer fisioterapias para ter a certeza de que minha lesão era irreversível e só assim começar o tratamento.

Pronto, já começou a ter condições. Por que não posso simplesmente ir lá fazer o tratamento e  voltar a andar?

Para fazer esse tratamento precisaríamos sair do estado e morar longe de todos, isso me deixava triste. Teria que me readaptar longe te todos, fora que comprometeria o trabalho do Chaz. Droga! Como eu odeio ser inútil.

                        ***

Um mês depois... 

 

            Pov. Chaz

            No meio da madrugada acordei com um barulho de choro sufocado. Não pensei duas vezes e acendi a luz do abajur e virei para o lado da Candy.  Ela chorava com a mão tampando o rosto.

            ―Candy, o que aconteceu? ― sentei na cama rapidamente. ―Fala pra mim. ― insisti.

            Ela continuava chorando e isso estava me deixando mais preocupado. Levantei da cama rapidamente e acedi a luz deixando o quarto claro por completo. Voltei para perto dela.

            ―Fala comigo, amor. ― falei.

            ―NÃO. SAI! ― gritou.

            ―O que esta acontecendo, Candy? Fala pra mim, eu estou aqui para ajudar.

            ―Eu não quero a sua ajuda. ― falou chorando. ― por que não vai embora? Eu sei que sou um fardo, não precisa falar que não é.

            ―Candy, eu nunca te achei um fardo. Eu te amo e estarei sempre ao seu lado. Entenda isso de uma vez por todas. ― falei com calma.

            ―Vai embora, Chaz. Eu sou uma inútil. Não sou sirvo nem para te dar prazer. O que você esta fazendo ao meu lado? ― falou chorando.

            ―Se eu tivesse do seu lado só por sexo eu já tinha te deixado. Mas eu estou aqui por amor. Amor, Candice. ― falei. ―Tudo vai voltar a ser como antes. Eu to arrumando as coisas para o tratamento. É só ter calma. ― respirei fundo. ― vamos ter uma família, você vai ver. Teremos filhos.

            ―Não me fale de filhos, Chaz. ― me encarou. ― Pode admitir que você ficou mais aliviado em saber que eu perdi o bebê. Você mesmo não o queria, e até falou para adiarmos por alguns anos. E olha o que aconteceu, foi adiado. Minha vida foi adiada.  ― começou a se descontrolar.

            Eu fiquei sem reação ao ouvir tais palavras, eu sei que disse aqui para ela naquele dia, mas foi sem pensar  e depois eu pedi perdão, e ela disse me perdoar. Agora ela joga isso na minha cara. Me fere saber que ela ainda guarda minhas palavras com ressentimento e amargura.

            ―Não, eu não fiquei feliz. ― a encarei. ―Eu estava feliz em ser pai, nós estávamos. Você se esqueceu das conversas que eu tinha com o bebê? Esqueceu-se das conversas sobre nosso futuro? Sobre família e sobre casamento?  

            Ela ficou calada.

            ―Eu estou aqui para cumprir minhas palavras. Eu estou aqui ao seu lado para isso. ― falei. ― eu vou cumprir o que te prometi. Não sou homem de dá pra trás. E você sabe disso.

            ―Já que eu não posso correr para o banheiro, ou para o closet, e chorar igual um bebê chorão que eu sempre fui. ― ela quebrou o silencio.  ― te peço que me deixe sozinha com minhas lagrimas. ― assenti. ― peço que não volte. Por favor.

            Respirei fundo e levantei da cama. Antes de sair a beijei na testa e  retirei-me do quarto a deixando sozinha como pediu.

            Caminhei para a sala rapidamente e peguei o telefone. Disquei o numero de um piloto que eu conhecia e esperei ele atender.

            ―Alô?  

            ―Peter? Aqui é o Chaz.

            ―Fala chefia. O que ordena?

            ―Preciso que esteja preparado para viajar depois de amanha. Ok?

            ―Qual o destino?

            ―Te passo as coordenadas por mensagem de texto.

            ―Ok.

            Desliguei o telefone e o joguei no sofá. Baguncei os cabelos e me espojei.

            ―Tudo vai voltar a ser como antes, meu amor. ― falei.

           

                                               ***

            Pov. Lilyan

 

            Era manhã e já havia deixado as crianças na escola, voltei para casa, pois tinha assuntos a tratar com o Justin. Cheguei e subi direto para o quarto, tomei uma ducha rápida e vesti uma roupa. Desci para o escritório e lá encontrei Justin sentado em uma cadeira.

            ―Pensei que havia esquecido da nossa reunião. ― ele falou.

            ―Nunca. ― ri de lado. ― do que se trata? ― caminhei até a mesa e sentei virada para ele.

            ―Nosso casamento. ― falou serio.

            ―Há? ― perguntei confusa.

            ―Temos que resolver nossos assuntos conjugais. ― me olhou de cima em baixo.

            ―Não estou entendendo. ― o olhei confusa.

            ―Porra, Lilyan. Eu to te pedindo sexo educadamente e você não entende. ― ele falou.

            ―Seja mais objetivo, como você sempre foi. ― levantei da mesa. ― quando quiser sexo me jogue na cama. ― o empurrei fazendo bater com as costas no encosto da cadeira. ― me domina. ― sentei em seu colo o prendendo. ―me beija com desejo. ―mordi seu lábio inferior. ―e me faz sua mulher. ― sussurrei em seu ouvido.

            ―Já que você quer do jeito mais selvagem. ― ele agarrou meus cabelos com força e o puxou. ― o seu pedido é uma ordem. ―o puxou me fazendo gemer.

            Quando ele ia começar a me beijar ouvimos dois toques na porta. Bufamos irritado. Logo agora que iriamos fazer um sexo selvagem uma pessoa acha de interromper.

            ―Quem é? ― Justin perguntou.

            ―Senhor Bieber, o senhor Somer está aqui e deseja falar com o senhor. ― ouvi a voz de Rose.

            Justin e  eu nos entreolhamos.

            ―Será que alguma coisa aconteceu com a Candy? ― sussurrei.

            ―Não sei. ― Justin respondeu no mesmo tom. ― vamos saber agora. ― assenti. ―mande-o entrar. ― falou alto.  

            Levantei do seu colo rapidamente e ajeitei a roupa. A porta abriu e Chaz entrou, pela cara não era coisa boa.

            ―O que aconteceu, Chaz? ― perguntei.

            ― Eu vim devolver isso. ― entregou para Justin uma caixinha preta.

            Justin a abriu e lá estavam duas pulseiras. A pulseira do The Bizzle.

            ―O que significa isso? ―Justin o encarou.

            ―Eu e a Candice estamos saindo do The Bizzle. ― Chaz falou. ― eu sei que fizemos um juramento, mas pra mim não dá mais. ― passou as mãos pelos cabelos.

            ―Vocês não podem sair. O The Bizzle não é a mesma coisa sem vocês. ― falei.

            ―É Chaz. Somos os fundadores. Não pode sair assim, porra. ― Justin falou serio.

            ―Mas para mim não dá mais. ―bufou. ―olha como minha vida está, mano. ― o encarou. ―Minha mulher perdeu nosso filho em uma missão e de bônus ganhou uma paralisia nas pernas. Minha vida tá o caos. Eu não aguento mais, estou me sentindo culpado por tudo isso. Ela entrou nessa vida por minha causa e olha o que aconteceu.

            Ficamos em silencio por alguns instantes.

            ―Mas fugir não vai adiantar nada. ― falei.

            ―Você fugiu quando forjaram a morte do J’s. ― falou.

            ―Mas eu tive meus motivos.

            ―Então, eu também tenho meus motivos. ― bufou. ―Eu vou embora para Candy fazer o tratamento. Não vou esperar mais e vou começar os exames já. Ryan conversou com o pai dele e ele disse que auxiliaria no tratamento. Tenho dinheiro suficiente para pagar o tratamento e sobreviver confortavelmente. Depois eu arrumo um emprego para repor o dinheiro.

            ―Parece que você já pensou em tudo. ― Justin falou.

            ―Sim. ― falou.

            ―Não. Você não vai. ― falei decidida. ―O lugar de vocês é no The Bizzle. Sai seria a mesma coisa de abandonar a sua família e você não vai fazer isso. ― o encarei.

            ―Eu não posso continuar, Ly. Será que você não entende? ― me encarou.

            ―Eu deixo vocês mudarem, mas sair do The Bizzle não. ― falei.

            Ele bufou.

            ―Mandaremos sua parte do lucro e você continua fazendo seu trabalho, só que de lá. Quando precisarmos de hacker ou clonagem você realizara. Ok? ― o encarei.

            Ele respirou fundo e assentiu.

            ―Ok. 


Notas Finais


bom gente.. é isso ai. Agora eu vou começar a fazer bastante passagens de tempo para agilizar esse processo da Candy. Não posso dar bobeira, pois essa fic tem duas partes. Em breve a forma de vida deles mudarão. <3

conforme as passagens forem grandes eu vou colocando a idade dos personagens principais para vocês se localizarem. Não se assustem kkkkk
que venha mais badalaçoes #comentem


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