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História Suicide Soul - Back it up


Escrita por: HeJuice

Capítulo 19 - Back it up


5:00 a.m.

 

        O dia já estava amanhecendo  e ate agora nenhuma noticia, ninguém vinha falar nada sobre o que estava acontecendo com ela. Eu estava quase furando o chão de tanto andar de um lado para o outro, desde que cheguei  não sai dessa recepção.

            ―Justin. ―alguém tocou meu ombro.

            Virei rapidamente para ver quem era, era Candice.

            ―como ela esta? ― perguntou.

            ―ela ainda esta no centro cirúrgico, ninguém disse mais nada. ―passei as mãos pelo rosto.

            ― você foi em casa? ― neguei. ― Justin, você precisa trocar essa roupa, precisa descansar.

            ―Eu não vou a lugar algum. ― fui rude.

             Ela deu um passo para trás e encolheu os ombros.

            ―eu só quero te ajudar. ― falou  de cabeça baixa.

            ― eu não preciso de ajuda, eu preciso de noticias, noticias sobre  ela. Eu preciso dela. ―me alterei.

            ― Hey, calma ai, Drew. ―Chaz chegou junto com os outros.

            ―não vai adiantar em  nada esse seu nervosismo, o  jeito é esperar. ―Ryan falou.

            ―falar é fácil, quero ver se você conseguiria manter a calma quando sua mulher  esta em um centro cirúrgico entre a vida e a morte. ― falei nervoso.

            ―Drew,  vai para a casa e esfria a cabeça, troca essa roupa e depois você volta. ― Chris me aconselhou 

            ―Eu não vou a lugar algum.- falei.

            ―Justin, olha a sua roupa .esta lavada  com sangue, você não pode ficar assim em um hospital. Daqui a pouco os tiras  vão bate aqui e  começa a fazer perguntas. ― Adam falou.

            ― eu já disse que não vou a lugar algum enquanto eu não tiver noticias dela. ―me expressei.

                                               ***

   10:00 a.m.

 

            Estávamos todos na sala de espera quando um homem de branco, o mesmo que mandou eu  voltar para casa,  se aproximou de nós. Levantei e fui ao encontro dele.

            ―como ela esta? ― já fui logo perguntando.

            ―a cirurgia acabou agora. Ela esta sendo levada para o C.T.I.

            ― podemos vê-la? ― perguntamos.

            ― não, infelizmente vocês não poderão vê-la. ―falou. ― eu preciso falar com o senhor sobre o estado da paciente. ― se referiu a mim.

            O acompanhei ate um corredor aonde ficava os leitos, eu pensei que ele me levaria ate o C.T.I para vê-la, mas o mesmo parou no meio do caminho.

            ―achei melhor virmos ate aqui , pois na recepção havia muita gente. - falou.

            ―eu quero saber como ela esta.

            ― a cirurgia foi muito  delicada e para diminuir  os riscos a colocamos em coma induzido. ―falou.

            ― e quando ela sai do coma?

            ―daqui a uma, duas semanas. Isso tudo vai depender do organismo dela. Mas ela terá algumas sequelas.

            ―sequelas? Que tipo de sequela?

            ― ela pode ficar com alguma deficiência motora,  pode  ter perda de memoria entre outras coisas. O legue de suposições é grande.

            Confesso que  eu não estava conseguindo organizar meus pensamentos. Era muita coisa em um curto espaço de tempo, ontem pela manha ela estava bem, sorrindo e brincando e agora ela está em coma correndo riscos. 

 ― eu posso vê-la?  ― perguntei.

            ― o senhor não esta vestido apropriadamente para entrar no CTI, o máximo que eu posso fazer com você é te deixar vê-la pelo vidro.

             Eu não tinha muita opção a não ser aceitar. Ele me conduziu ate o vidro do CTI, de lá pude vê-la deitada em um dos leitos ligada por vários aparelhos.

                                                           ***

            Voltei para a recepção e a minha expressão poderia ser considerada uma mensagem subliminar.

            ― o que ele disse? ― Candice já foi logo perguntando.

            ― a cirurgia foi muito delicada, e para amenizar as sequelas a colocaram  em coma induzido. ― falei passando as mãos pelos cabelos.

            ― como assim coma? ―Chris falou.

            ― quando ela sai do coma.

            Eles começaram a me encher de perguntas.  Respirei fundo para não pirar com tantas vozes na minha cabeça.

            ― eu não sei. Na verdade nem o medico sabe. ― falei. ― ele falou que fez isso para diminuir as sequelas.

            ― sequelas? Que tipo de sequelas? ― Vick perguntou.

            ― deficiência motora, perca de memoria. Ele falou que o leque de possibilidades é enorme.

            ― então quer dizer que a Ly pode ficar paraplégica. ―Candice falou levando a mão até a boca. ― Chaz, eu não quero que ela fique sem andar. ― afundou o rosto no peito do Chaz.

            ― calma, calma. ― ele a acalmou.

              Eu parei e analisei o que a Candice acabara de falar. Eu não acredito que ela corre o risco de ficar paraplégica, ela é tão ativa, como vai ser da vida dela? Como ela vai reagir se isso acontecer?

            Quando eu ia voltando a realidade, senti algo empurrando meu peito.

            ― está satisfeito. ― Adam me deu outro empurrão.  ― esta satisfeito com o que você fez com ela?

            ― qual foi da sua?

            Comecei a revidar  da mesma forma.

            ― Ei, vamos parar por aqui. ― Chris  s pôs em nossa frente. ― não é hora nem lugar para brigas.

 

            1:00 p.m.

 

                        Cheguei em casa e subi direto para meu quarto. Joguei as chaves do carro em cima da cama e rumei para o banheiro, tirei a roupa e entrei no box ligando o chuveiro logo em seguida. Deixei a agua cair sobre meu corpo enquanto eu tentava organizar meus pensamentos.

            “ ― Justin, você tem certeza que isso é seguro? ― perguntou de cabeça baixa.

            ― sim, por quê?  ― me aproximei mais.

            ―sei lá, estou com um pressentimento ruim, meu coração esta apertado. ―me olhou. ― vamos adiar.

            ― ei, fica tranquila, pois eu tenho tudo sobre controle. ―a puxei pela cintura.

            ― mas...

            ―shiuu. ― coloquei o dedo indicador em seus lábios interrompendo sua fala. ―eu não vou deixar nada de ruim acontecer com você.”

 

            Passei as mãos pelo rosto e joguei minha cabeça para trás.

            Desliguei o chuveiro e enrolei a toalha na cintura e com outra rumei para o quarto secando os cabelos. Fui até o closet aonde peguei uma cueca e uma bermuda. As vesti e me joguei na cama. Não sei em que momento aconteceu, só sei que apaguei.

 

                                                           ***

 

             Acordei com uma dor na coluna insuportável, talvez por causa do mal jeito que eu dormi. Levantei um pouco e analisei o quarto, confesso que eu o estranhei um pouco. Parecia que eu não dormia nesse quarta a meses, mas foram só alguns dias. Foi estranho dormir e acordar sem tê-la ao meu lado.

            Peguei o controle  cliquei no botão para as cortinas se abrirem, mas quando os raios de sol me atingiram eu arrependi amargamente. Olhei no relógio de cabeceira e vi que já era meio dia. Não acredito que dormi quase vinte e quatro horas.

            Levantei e fui para o banheiro fazer a higiene matinal e tomar um banho para tentar tirar a preguiça que estava em meu corpo.

                                               ***

            Depois de tomar banho e me arrumar, desci para o primeiro andar e na cozinha encontrei Pattie sentada à mesa. A mesma logo que me viu se levantou e veio até mim me abraçando logo em seguida.

            ― vim assim que  eu soube. ― falou perto do meu ouvido.  ― passei no hospital e os médicos explicaram o estado dela. ― se afastou.

            ― então estou vendo que não tenho nada a dizer. ― fui caminhando até a mesa e sentando a mesma.

            ― mas é claro que tem. ― se sentou a mesa. ― como você está?

            ― mal, muito mal. ― a olhei rapidamente. ― como você quer que eu esteja sabendo que a minha mulher está em coma e sujeita a varias coisas.

            Comecei a arrumar meu café.

            ― vejo que a conversa surtiu efeito. ― falou.

            ― o que?

            ― deixa para lá. ― deu de ombros. ―  você vai visita-la?

            ― sim, mesmo sabendo que não vão me deixar entrar, mas eu vou. ― falei com um pouco de desanimo.

            ― Aí que você se engana. ― sorriu. ― eu conversei com o medico e ele disse que liberara sua entrada, porem tem que ser breve.

            Confesso que meu animo levantou naquela hora. Mesmo eu sabendo que não ia ver acordada, toca-la já era um belo começo.

           

                                                           ***

            Antes de ir para o QG, fui para o hospital vê-la. Cheguei ao mesmo, passei pela recepção rapidamente pegando o crachá e subindo para o C.T.I. , quando  a porta do mesmo fui impedido.

            ―  o senhor não tem permissão para entrar. ― uma enfermeira me barrou.

            ― mas o medico dela disse que eu poderia entrar. ― protestei.

            Ela me olhou desconfiada.

            ― pode perguntar para o medico se quiser. ― falei.

            Lançou-me mais uma vez o olhar de desconfiança. A encarei arqueando a sobrancelha com uma expressão de “ vai lá e pergunta”. Ela se retirou para procurar o medico. Olhei para trás para ver se ela não estava olhando e aproveitei para entrar rapidamente no C.T.I.

            Caminhei até o leito onde ela estava e parei bem próximo a ele. Ela estava com a cabeça um pouco enfaixada, e braços e pernas retos.  Toquei de leve seu rosto, o mesmo estava um pouco gelado. Abaixei e beijei seus lábios de leve. Era estranho beija-la e não ser correspondido.

            ― o senhor não deveria esta aqui.

 Uma voz fez com que eu me afastasse. Olhei e era aquela enfermeira impertinente.

― o senhor não sabe o significado da palavra esperar? ― me encarou seria colocando as mãos na cintura.

            Revirei  os olhos.

― o senhor se retira já. ― ordenou.

― eu vou, mas fique sabendo que é por que eu quero.  ― falei.

Aproximei-me mais uma vez da Ly e lhe dei outro beijo.

― o senhor não pode fazer isso, na sua boca pode conter bactérias. ― a enfermeira chata falou novamente.

Afastei-me e a encare. Confesso que me controlei bastante para não mostrar o dedo do meio e descarregar vários palavrões.

***

 

            Estacionei o carro em frente o QG  e entrei rapidamente, eu já estava muito atrasado. Mas eu não podia deixa de vê-la.

            ― pensei que não viria mais. ― Ryan falou assim que eu entrei na casa.

            ― passei no hospital antes. ― falei enquanto cumprimentava cada um.

            ― e como ela está? ― Candice perguntou.

            ― em coma. ― fui curto e grosso.

             Não queria ficar prolongando esse assunto.

            ― agora, vamos ao que interessa. ― falei me sentando em uma das poltronas. 

            ― a parada é a seguinte. Fomos enganados. ― Chris foi direto. ―  aquilo era só uma isca. Não tinha praticamente arma nenhuma ali dentro.

            ― eles fizeram isso, pois sabiam que havia pessoas de olho na carga. ― Ryan se pronunciou.

            ―  aquilo foi tudo jogo para despistar. ― Chaz começou. ― eu não sei como não desconfiamos nisso. É tão obvio. ― Passou as mãos pelo rosto frustrado.

            ― e o que mais me dá raiva é que nós fazemos isso a todo o momento para despistar as drogas da policia. E acabamos caindo na mesma jogada. ― Ryan jogou a cabeça para trás.

            ― e quando as cargas vão passar? ― perguntei.

            ― elas já passaram. ― Adam se pronunciou. ― passaram essa madrugada. E com certeza a essa hora já deve está chegando no destino.

            Joguei a cabeça para trás e passei as mãos pelo rosto com raiva eu não acredito que coloquei a vida da minha mulher em perigo “ atoa” . não acredito mais ainda que eu, sendo um dos maiores chefes de máfia, cai em um esquema desses. Eu não acredito, eu não acredito.

            ― Justin, você não vai falar mais nada? ― Chris perguntou.

            ― falar o que? ― o encarei. ― está tudo na cara, nós falhamos. ― levantei. ― nós falhamos e a Lilyan está em coma no hospital. ― comecei a aumentar o tom de voz. ― tem mais alguma coisa a dizer além disso.

            ―podemos da o troco e roubar uma das bases deles aqui nos arredores. ― Chaz sugeriu.

            ― e causar uma guerra? ― Ryan falou. ― não podemos arriscar.

            ― deixa isso quieto. Eu não estou a fim de entrar em conflito, pelo menos não agora. ― falei.

            ― ainda mais com os Dragons. Entrar em brigas contra eles é pedi para perder. ― Chris falou. ― não que somos inferiores e incapazes, mas eles dominam um vasto território. E os seus súditos são bem treinados.

            ― tivemos uma amostra disso aquele dia. ― Adam resmungou.

                                                           ***

 

            Duas semanas depois...

 

            Já havia se passado duas semanas desde o fracasso da nossa missão, duas semanas que ela estava naquela droga de coma. Todos os dias eu  ia visita-la, e todos os dias me enganavam com a mesma mentira, dizendo: “ela esta bem” , “ esta cada dia melhor”, “ esta correspondendo”.

            Bando de putos mentirosos. Todos os dias eu ia lá e ela estava do mesmo jeito. Não mexia perna, braço, boca, nada. Ela estava como um vegetal.

            Pattie pedia para eu ter paciência, calma, e que isso tudo fazia parte do processo de  recuperação. Mas isso já estava impossível.  Nem quando ela foi embora há anos atrás eu fiquei assim, talvez pelo fato de não houver um contato muito próximo igual dessa vez.

                        Eu estava preocupado, receoso, ansioso. Eu estava sentindo falta dela, do cheiro, toque, beijo, de tê-la em meus braços. O desespero em mim era tanto que eu não dormia mais em casa, todas as noites eu dormia no quarto dela, na casa dela.  Dormia junto as roupas e perfumes dela. Eu estava como um viciado atrás de droga, meu corpo clamava por ele de uma forma absurda.

 

            Alguns dias depois...

 

            Estava sentado a mesa para começar a tomar meu café da manhã. Tecnicamente era hora de almoçar, mas eu não estava com fome, ia comer somente para poder me aguentar de pé.  

            O telefone começou a tocar, mas eu ignorei e esperei que uma das empregadas atender. 

            ― querem falar com você. ― Scarlet chegou perto de mim e entregou o telefone.

            ― Alô? ― falei assim que peguei o telefone.

            ― precisamos que o senhor compareça ao hospital, para tratarmos de assuntos sobre a paciente Lilyan Green Belman. ― uma voz feminina falou do outro lado da linha.    

            ― aconteceu alguma coisa com ela? ― perguntei preocupado.

            ― não temos permissão para passar nenhuma informação pelo telefone. O senhor terá que comparecer ao hospital para ter mais informações.

            ― está bem. ― desliguei o telefone.

            Levantei da mesa rapidamente deixando o que estava comendo para lá. fui até o escritório peguei as chaves do carro e rumei até a garagem. Entrei no carro e dei partida saindo em alta velocidade.

                                               ***

             Fiz o trajeto da minha casa ate o hospital em uma velocidade absurda. Em poucos minutos eu já estava na recepção esperando o medico para conversarmos.

            Não demorou muito e ele apareceu com uma prancheta nas mãos. Logo fui ao encontro dele.

            ― o senhor pode me acompanhar? ― falou.

            Assenti e não hesitei em segui-lo. Fomos andando pelos corredores e ele não dizia uma única palavra. Aquilo já estava me irritando.

            ― você não vai falar o que esta acontecendo com ela? ― falei.

            ― é melhor que veja.  ― paramos e apontou para uma direção.

            Olhei para a direção indicada e pelo vidro  eu a vi. Ela estava com os olhos abertos e fazia movimentos leves.

            ― quando ela saiu do coma? ― Perguntei.

            ― A dias que eu estou falando que ela está melhorando, mas o senhor insiste em não acreditar. ― me encarou. ― estávamos diminuindo a dosagem dos remédios aos poucos. Já faz quase vinte e quatro horas que ela esta consciente. Mas eu ainda não fiz os testes para ver se ela ficou com alguma sequela.

            ― e por que ainda não fez? ― o encarei.

            ― eu estava a espera do senhor. ― respondeu.

            ― então o que esta esperando? Vamos! ― ameacei entrar no quarto, mas fui impedido.

            ― não podemos, pelo menos não hoje. Você pode causar um grande impacto sobre ela. Amanha pela manha o senhor retorna. Daremos alguns calmantes a ela, nada forte, é só para não corremos risco dela sofrer fortes emoções.

 

                        No dia seguinte...

            Fui pontual. As exatamente onze horas,  horário marcado pelo medico, eu estava no hospital esperando para que ele fizesse os testes.

            ― vejo que é pontual. ― chegou me cumprimentando.

            ― se você disse onze horas, é onze horas. ― falei.

            ― pois bem, vamos vê-la?

            ― foi para isso que eu vim. ― falei.

            Caminhamos até o corredor onde ficava o quarto dela. Chegamos a porta do mesmo e antes de entrar ele me deu algumas recomendações. E finalizou com um “ se contenha. “ . Bufei e entramos.

            ― bom dia, menina bonita. ― falou quando entramos no quarto. ― como está se sentindo?

            ― desconfortável. ―respondeu. ― isso tudo é necessário? ― olhou para os aparelhos.

            ― infelizmente sim. ― riu fraco. ― vejo que esta falando normalmente. Isso é muito bom. ― olhou na prancheta. ― eu vou lhe fazer algumas perguntar e testes, ok?

            ― ok. ― confirmou.

            ― primeiramente, você está me ouvindo bem? ― perguntou.

            ― sim.

            ― tem certeza? ― perguntou, assentiu. ― ótimo.

            Ele tirou um aparelho do bolso. No mesmo havia uma luzinha, na qual ele passava em frente o olho dela.

            ― segue meu dedo com os olhos sem mexer a cabeça. ― assim ele fez. ― ótimo. Consegue me ver perfeitamente?

            ― sim.

            ― então, qual é a cor da minha camisa?

            ― azul bebê. ― falou.

            ―tem certeza? Eu acho que ela é azul marinho.

            ― não, é bebê. ― confirmou mais uma vez.

            ― esta bem, você acertou. ― sorriu. ― vou fazer um desenho na sola do seu pé e você vai me dizer se esta sentindo ou não e qual desenho é. Ok?

            ― ok.

            Ele descobriu o pé dela e começou a desenhar com uma caneta.

            ― está sentindo?

            ― sim.

            ― ótimo. ― me lançou um olhar rápido.

            Eu estava em um canto perto da porta.

            ― e o que eu estou desenhando?

            ― um triângulo. ― respondeu.

            ― tem certeza?

            ― sim.

            ― ótimo. ― parou. ― vejo que já descartamos muitas possibilidades. ― sorriu. ― agora vamos testar a sua memoria.

            ― ok.

            ― qual é o seu nome?

            ― Lilyan Green Belman.

            ― tem certeza? ― assentiu. ― bom, e você me reconhece? ― negou. ― não me reconhece? Como não?

            ― eu nunca te vi na minha vida. ― falou.

            ― mas nós nos conhecemos a um maior tempão. ― insistiu.

            ― eu  não te conheço. ― repetiu.

            ― está bem, é verdade. Você não me conhece. ― admitiu. ― mas você o reconhece? ― apontou para mim.

             Ela sorriu ao olhar para mim, e eu não hesitei em corresponder. Aproximei-me.

            ― é claro que reconheço. ― sorriu.

            ― qual o nome dele?

            ― Justin, Justin Drew Bieber. ― sorriu.

— e o que ele é seu? —perguntou olhando para ela.

— o amor da minha vida. A razão pela qual eu suporto tudo. — sorriu para mim.

Isso estava me fazendo respirar mais aliviado, tudo esta indicando que ela não tem nenhuma sequela.

             — parece que você o ama muito. — o médico falou.

  — e por que não amaria? — sorriu.

            — Bom, agora vou te fazer uma ultima pergunta. Qual é a ultima coisa que você se lembra?

            — eu estava voltando para Atlanta com Justin. — respondeu.

             — De que voltaram?

— você falou que seria uma pergunta.

  — é que eu sou curioso. Quero saber mais. — brincou.

  —  de jatinho.

             —  que luxo. — ele olhou de relance para mim. — e de onde vocês voltavam?

             — Los Angeles.

            — Los Angeles? —perguntamos juntos.

             — Sim, Justin você não se lembra? Nós estávamos voltando de Los Angeles. Estávamos no apartamento da Pattie. — falou.

            — e o que vocês estavam fazendo lá? — o médico perguntou.

            Eu estava totalmente confuso, e tentando me localizar nisso tudo. Como assim Los Angeles? Eu não fui a Los Angeles com ela. Isso só podia significar uma coisa, mas eu não quis afirmar nada antes de saber mais.

             —  fizemos coisas que não precisam ser especificadas. Se é que você me entende. — falou para o medico, porem olhando para mim e lançando um sorriso.

            — então quer dizer que vocês saíram de Atlanta, para fazer “ coisas” em Los Angeles?

             — não.

            — Não?

            — eu não estava em Atlanta, eu estava em New York na casa dos meus tios. Justin e eu nos encontramos em Los Angeles, no apartamento da Pattie, que é mãe dele. E só depois voltamos para Atlanta. —explicou.

            Agora a merda está confirmada. Ela perdeu parte da memória, uma grande parte por sinal. O médico me olhou e eu retribui com um olhar que indicava que alguma coisa estava errada, muito errada.

            —Agora, alguém pode me explicar como eu vim parar aqui? — chamou nossa atenção.

            ― vamos deixar isso para outro dia. ―falou. ―agora iremos nos retirar. ―olhou para mim.

            ―Mas já? ―fez biquinho. ― e sem se despedir de mim? ―olhou-me.

            ― despedida rápida. ―o medico falou. ―e sem fazer “coisas”, por favor.

            Ela sorriu e o medico se retirou nos deixando a sós. Aproximei-me dela e sem me dar chance de falar  me puxou para um beijo. Eu estava sentindo falta do beijo, da boca, do cheiro, de tudo nela.

            Segurei seu rosto de leve e o acariciei com o polegar, enquanto ela segurava a barra da minha blusa. Aprofundei um pouco mais o beijo passando a outra mão pela sua nuca e segurando seus cabelos de leve. Ela foi me puxando e começou a deitar na cama. Eu a queria mais do que tudo naquele momento, mas eu não podia.

            Ouvi alguém bater no vidro da  janela que dava acesso ao corredor. Afastei e olhei para trás, era o medico. Ele fez um sinal batendo no pulso, significando que mina hora já havia terminado.

            ― eu tenho que ir.  ―lhe dei um selinho.

            ―não vai. ― falou manhosa. ―fica aqui.

            ― não posso. ― falei baixinho.

             ―me leva embora.

            ―não posso, e você não pode. Tem que ficar e se recuperar.

            ― eu quero saber como eu vim parar aqui. ―falou.

            ―depois. ―lhe dei um selinho.

Tentei me afastei, mas ela me impediu me puxando de volta.

 ― ai. ― gemeu de dor.

― machucou? ―perguntei. Ela negou.

Sua boca tomou meu lábio interior o mordendo e chupando de leve. Logo depois iniciamos outro beijo, e confesso que nenhum de nós queria termina-lo. Mas o medico entrou no quarto e nos fez parar.

―amanha eu volto. ―dei-lhe um selinho.

―amanha? ― resmungou.  ― é muito tempo.

― será menos de vinte e quatro horas, eu prometo. ― falei. ― de manha bem cedo eu volto, ok? ― concordou.

 Nós nos retiramos e paramos no corredor um pouco afastado da porta do quarto.

― vejo que ela está melhor do que eu pensava. Esta falando, se movimentando, e não perdeu a memoria, pois ela descreveu tudo com muita precisão.

― É ai que você se engana. ― falei. ― ela não esta nada bem, ela perdeu boa parte da memoria.

― como assim?- perguntou confuso.

― aquilo que ela descreveu foi a quase cinco anos atrás. Na memoria dela ela ainda tem dezessete anos, e não vinte um. 


Notas Finais


a mente da Ly parou no capitulo MAKE LOVE da primeira temporada. então tudo o que aconteceu depois desse cap ela nao lembra... então nao lembra que teve filhos, nao lembra que o victor esta morto, nao lembra que o JUs a traiu, nao se lembra do Gabriel, nao lembra da que voltou a falar com a Candy. nao sabe nem que Kevin e Donna existem. TÁ TENDO
mas fiquem calmos. isso nao é definitivo.
sentiram falta de duas criancinhas? então, eu disse que a volta deles estava proxima. eles apareceram daqui a dois ou trÊs caps, se nao me engano. mas enquanto isso curtam os velhos tempos de Jusly kkk essa perca de memoria da ly vai dar cada treta kkk
bom, #comentem
bjs


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