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História Suicide Soul - Get Lost


Escrita por: HeJuice

Capítulo 24 - Get Lost


Eu estava totalmente sem chão, estava em uma sinuca de bico.

            ― e ai, o que você me diz? Vai acetar, ou não? ― ele perguntou fazendo com que eu tirasse os olhos das crianças.

            Naquele momento eu estava sem saber o que responder, eu estava me vendo sem saída.

            ―Jacke, Jasmine. ― os chamou. ― eu acho que já esta na hora de subir. Esta muito tarde. ― falou.

            ― sim, papai. ― responderam em uníssono.

            ― se dispensam dela e acompanham a Rose. ― falou e os dois concordaram.

            Eles se aproximaram mais de mim e eu abaixei para poder ficar do mesmo tamanho que eles.

            ― boa noite. ― Jasmine falou e me abraçou.

            Ela tinha um cheirinho bom de morango, suas mãos pequenas, quentinhas e macias tocaram minha pele e fez com que meu coração batesse mais forte.  Engoli o choro a seco.

            ― boa noite para você também, minha pequena. ― acariciei seus cabelos e lhe dei um beijo da bochecha.

            Afastou-se e foi a vez de Jacke se aproximar.

            ― boa noite. ―Sorriu. E me abraçou.

            Ele já tinha um cheirinho de canela e chocolate quente, suas mãos um pouco frias― que me fazia lembrar as do Justin. ―  e cabelos macios.

            ― não chora mais não, esta bem? ― falou quando afastou-se. Assenti tentando novamente engoli o choro.

            ― esta bem. ― dei um leve sorriso.

             Ambos caminharam até a empregada e a seguiram. A porta bateu e ficou somente aquele homem e eu.

            ― já tem uma resposta para me dar? ― questionou tirando-me do transe.

            ― como você os conseguiu?

            Essa foi a única coisa que me veio a cabeça.

            ― essa é uma  longa historia. ― riu fraco.

            ― pode começar a contar. ― limpei as lagrimas com força. ― eu tenho todo tempo do mundo. ― sentei no sofá novamente.

            Ele caminhou até onde eu estava e sentou no sofá em frente ao meu.

            ― sabe, algumas pessoas mudam quando veem muito dinheiro. ― ajeitou o blazer.

            ― esse não é o meu caso, pode apostar. ― falei seca.

            ―  eu percebi isso. ― riu de lado. ― você recusou meio bilhão.

            Quando ele pronunciou essas palavras meus olhos se arregalaram. Como ele sabia da historia do meio bilhão?

            ― já seu irmão é totalmente diferente. ― me encarou. ― aquele ali era um amante do dinheiro. Gostava tanto da coisa que se comprometeu a vender a própria irmã em troca de uma quantia em dinheiro, quantia essa bem generosa por sinal.

            ― então era você? ― falei desacreditada. ― você quem queria me comprar. Como pode?

            ― no jogo da vida temos que jogar com todas as cartas. ― falou.

            ― mas por que você fez isso? O que eu tenho de tão interessante?

            ― você não, apesar de ser uma mulher com belos atributos físicos desde aquela época. E agora mais do que nunca. Mas meu foco nunca foi você, e sim com quem você estava.

            ― Justin..- falei em um sussurro.

            ― perfeitamente. ― concordou. ― eu vi em você a oportunidade para acabar com o Bieber, destrui-lo da forma mais cruel possível. Eu queria que ele ficasse sem nada, que tirasse tudo o que ele mais amava.

            ― mas naquela época o Justin não nutria nenhum sentimento por mim. Então, por que me escolheu?

            ―Não? Você atiçou o Bieber de uma forma que até eu fiquei surpreso. Ele não queria admitir, mas ele se envolveu com você desde a primeira noite, se envolveu tanto que te tirou daquela boate. ― colocou as mãos no joelho.

            ― Foi ai que eu vi a oportunidade. Seu irmão ficou possesso com isso, e eu aproveitei a oportunidade para lhe lançar uma proposta. E como um bom ambicioso, ele aceitou de pronto. E como você já sabe, começou fazer da sua vida um perfeito inferno, e a do Bieber também . ― riu.

            ― mas você tem que me agradecer por isso, sabia? Se não fosse por esse meu plano você e aquele verme do Bieber não tinha se aproximado e dado no que deu. ― ele me olhava com um olhar analisador. ― Bieber estava disposto a te proteger, e provou isso quando entrou em um galpão em chamas.

            Ele levantou de onde estava e foi até um barzinho, onde pegou uma dose de o que parecia ser Rum.

            ― mas por conta disso seu irmão começou a falhar. E como solução eu tive que invocar um fantasma do passado que estava guardado em minha coleção de servos.

            ― Anastásia. ― deduzi.

            ― o que melhor para estragar um relacionamento do que uma ex? ― deu um gole na bebida e sorriu. ― ela também é um amante do poder, e que facilita as coisas. Não é igual o seu irmão, um fraco.

            Começou a preparar outra dose da bebida, só que agora em um copo diferente.

            ― ela chegou como um fantasma. ― pegou o copo. ― aliais, ela era um fantasma. ―  balançou a cabeça e riu fraco. ― e tenho que confessar, a volta dela abalou tudo o mundinho do “ The Bizzle”. ― caminhou até a mim e estendeu o copo.

            ― não, obrigada. ― rejeitei.

            Ele continuou com o copo estendido para mim. Como eu não estava na condição de retrucar resolvi pega-lo por pura educação.

            ― alguns dizem: Agua mole e pedra dura, tanto bate até que fura. Estou certo? ― olhou para mim. Assenti. ― e ela conseguiu, fez com que o Bieber te traísse e como brinde te humilhar.  E você com seu orgulho foi embora. Sozinha e gravada. ― bateu palma.

            ― você não sabe como eu fiquei feliz quando descobri que você estava gravida. ― sorriu. ― você fez um trabalho melhor que eu pensava. Fiquei tão feliz que ofereci dinheiro pelos bebês. ― sentou novamente no sofá. ― Justin estava vulnerável e sozinho, era a oportunidade certa. Até que uma coisa deu errado, ele se arrependeu. ― falou com repulsa.

            ― se arrependeu e foi até você. Matou meu peão nesse jogo e ainda conseguiu ficar com a dama  premiada. ― balançou a cabeça. ― o casalzinho voltou para o seu lindo lar e pensou que teriam uma vida tranquila se casando e tendo seus filhos. ― levantou a cabeça e riu. ― mas vocês se esqueceram que minha dama ainda estava no jogo, e para dar o Xeque-Mate eu, o rei, teve que entrar em ação e pegar os herdeiros.

            Eu estava chocada com tudo o que ele dizia. Estava criando um medo ainda maior por ele. Aquele homem era um psicopata nato.

            ― você não sabe o quão feliz eu fiquei ao ver o estado do Bieber quando ele descobriu que os filhos estavam mortos e você havia fugido. ― gargalhou alto. ― aquilo foi o ápice. ― colocou a mão no peito tentando conter a risada. ― Mas agora minha vingança vai se concretizar, eu terei tudo que o Bieber mais ama na vida. Já tenho os filhos, agora só falta a dama. ― me estendeu as mãos.

            ― você nunca me terá. ― fui rude.

            ― não? ― arqueou a sobrancelha. ―você  só tem uma opção pra ficar ao lado dos seus filhos. ― caminhou para perto de mim. ― Largar tudo e viver ao meu lado.

            ― e o que te faz pensar que eu vou aceitar essa proposta? ― falei ameaçadora.

            ― primeiro, essa é a única forma de você ficar com seus filhos. Segundo, você não vai conseguir sair daqui. Meu nome é Javier, mas pode me chamar de Don. O líder do El Perro.

 

            Pov. Justin

           

            Estava em meu escritório tentando arrumar um jeito de localizar aquela louca quando ouvi um alvoroço por trás da porta.

            ― eu preciso falar com ele e não é você quem vai  em impedir. ― uma fez feminina conhecida falou.

            ― o senhor Bieber não te deu permissão. ― um dos seguranças falou.

            ― e eu lá preciso de segurança. ― a porta do escritório foi aberta com força.  ― Bieber, preciso falar com você. ― Donna caminhou até minha mesa. ― agora. ― bateu as mãos na mesma.

            Olhei para o segurança e assenti, era o sinal de que estava tudo bem e eu iria recebe-la. Ele se retirou nos deixando a sós.

            ― da próxima vez, sem escândalos. Por favor. ― falei.

            Era por volta das duas da manha e essa louca entra na minha casa esbravejando.

            ― se esses seus seguranças pararem de ser idiotas eu paro numa boa. ― falou cruzando os braços.

            ― diga logo o que você quer. ―encurtei a conversa.

            ― a Lilyan me ligou. ― foi direta.

            ― o que? Como? Quando?

            ― foi a horas atrás...

            ― e o que ela disse.

            ― ela falou alguma coisa sobre os J’s. Ela disse que havia encontrados.

            ― como assim ela os encontrou? ― perguntei sem entender direito.

            ― eu não sei. Também achei aquilo muito estranho, já que há muito tempo ela não os encontra e agora, justo agora, eles aparecem.

            ― isso só pode ser armação. ― falei.

            ― É claro! Tenho medo que agora, como ela esta muito confusa a pessoa consiga pega-la. ― falou preocupada.

            ― ela disse onde estava?

            ― não. ― passou as mãos pelos cabelos. ― tentei ver pelo numero que ela me ligou, mas o mesmo é restrito. E para completa meu equipamento de rastreamento esta todo em Miami. ― bufou.

            ― eu acho que eu tenho alguém que pode resolver isso. ― falei já pegando o celular.

            ― quem? ― perguntou confusa.

            ― Chaz.

 

            Pov. Lilyan

 

            Eu me vi sem escolhas e a única solução foi aceitar a proposta daquele maníaco. Essa era a única forma que eu vejo para ter meus filhos por perto. Mas será temporário, eu vou consegui sair daqui e levar meus filhos comigo.

            Um dos mordomos da casa foi me conduzindo por um imenso corredor para me mostrar aonde seria meus novos aposentos. Tudo nessa casa esbanjava luxo, e me dava medo. Aquilo não era um lugar para uma criança crescer, apesar de todo o luxo e conforto a casa tinha um com fúnebre, não se via cores vivas em nenhuma parte. Era tudo em tons escuros.

            Paramos em frente a uma enorme porta de madeira, o mordome abriu revelando um imenso quarto.

            ― aqui está a chave, senhorita. ― falou sem demonstrar emoção. ― se precisar de alguma coisa há um telefone em seus aposentos. – fez uma reverencia e se retirou.

            Entrei no quarto e o mesmo esbanjava luxo. O mesmo era enorme, chegava ser do tamanho da suíte do Justin, ou maior. Na parede aonde ficava a cama havia duas portas que iam do teto ao chão, ambas cobertas por cortina. Entre elas ficava uma cama de casa imensa, a mesma parecia aquelas de princesa tem um véu que recai sobre a mesma.

            Havia um guarda-roupa imenso embutido na parede, o mesmo ocupava a parede inteira. Ele era de m modelo antigo, suas portas tinham molduras bem trabalhadas, e brilhava, brilhava muito.

            No resto do quarto havia sofá, penteadeiras com varias coisas em cima, tapetes felpudos pelo chão. Enfim, o quarto parecia de princesa.

            Caminhei até uma da porta e a abri. Atrás da mesma tinha um banheiro imenso e bem iluminado. Acabei de entrar e comecei a me despi calmamente e entrei no box. Os registros eram dourados e o chuveiro enorme, liguei a agua quente e fria ao mesmo tempo.

            A agua morna começou a cair sobre meu corpo e fechei os olhos.

 “Ele não perdeu a oportunidade e uniu nossos lábios com  urgência, nossas línguas em uma luta feroz por espaço, ele segurou meus cabelos com força, segurei o seu rosto com força para não deixar que ele separasse nossos lábios. Ele começou a  andar, tropeçamos em algumas coisas, mas não caímos. Fui conduzindo-o para o quarto, quando chegamos ao mesmo ele foi me empurrando para a cama, mas eu desviei e fui o empurrando para o banheiro. Quando chegamos ao mesmo fui empurrando-o para o box, o abri e o empurrei para debaixo do chuveiro, o mesmo estava desligado ainda, então abri um dos registros sem olhar qual era.

         ― AI, AI! – Justin exclamou em meus lábios e me empurrou saindo debaixo do chuveiro, fiquei sem entender o motivo de seu ato.

         Ele saiu do box com raiva me deixando sozinha no mesmo, fui ai que eu fiquei mais confusa ainda, o que eu fiz dessa vez? Fui até o chuveiro para desligar o mesmo, quando minha pele entrou em contato com a agua entendi tudo. A água estava pelando, eu abri somente o registro de água quente. O fechei rapidamente.

         ―puta que pariu. – exclamei baixo. – o que você foi fazer Lilyan? – passei a mão pelos cabelos.

         Sai do box correndo, peguei uma toalha perto da pia, a molhei com agua gelada e sai do banheiro,  encontrei Justin sentado na cama.  Me aproximei dele e pude ver o estrago, as costas dele não estava com queimaduras, mas estava vermelha igual camarão.

         ― desculpa. – falei baixo. “

            Sorri com a lembrança que me veio. Mas logo depois o sorriso se desfez.

            ― quando eu vou te ver novamente, Justin. ― suspirei cansada e fechando o chuveiro.

            Sai do box e peguei uma das toalhas brancas que estavam em cima da pia. Comecei a me secar com aquela toalha felpuda. Logo depois enrolei outra no corpo e rumei para o quarto novamente enxugando.  Fui até o guarda-roupa, abri o mesmo e me assustei.

            ― WOW! ― exclamei.

            O mesmo estava repleto de roupas, parecia que esse quarto era de alguém e eu sou a intrusa.  Arrisquei pegar uma das roupas.  Do cabide peguei uma calça jeans uma blusa justa, só para ver se era do meu corpo.  Antes de vesti-las abri a gaveta, na mesma havia verias lingeries, peguei uma preta.

            ― esse lugar está me dando medo. ― falei ao perceber que a mesma estava até com etiqueta.

            Vesti e comecei a vesti as roupas que havia pegado. Quando acabei de vestir ambas as peças analisei meu reflexo no espelho.

            ― como? ― questionei confusa.

            Ambas estavam bem ajustadas em meu corpo e eu consegui vesti-las com facilidade. Isso estava me assustando ainda mais.  As tirei rapidamente ficando somente com a lingerie. Caminhei até a cama e deitei na mesma, cobrindo-me com o edredom macio.

 

            Pov. Justin

 

            Acordei por volta das seis da manhã e não consegui mais dormi. Levantei e fui direto para o banheiro tomar uma ducha. Deixei a agua gelada cair sobre mim. Minha noite foi terrível, não consegui dormi direito, ela não estava do meu lado e o pior, não consegui falar com Chaz de madrugada.

            Desliguei o chuveiro e enrolei uma toalha na cintura, fui até a pia e comecei a fazer minha higiene, quando ouço meu celular tocar. Rumei pro quarto com a escova de dentes na boca e peguei e peguei o celular, o mesmo estava em cima da cama.

            ― Alô, Chaz?

            ― sim, sou eu. O que você queria comigo, só vi sua chamada agora.

            ― É, seu irresponsável. Eu precisava de você aquela hora. ― falei com a escova na boca.

            ― o que?

            Fui até o banheiro tirei a escova da boca e lavei a mesma.

            ― Seu irresponsável, eu estava precisando de você urgente. ― repeti.

            ― calma, mano! Candy e eu saímos, por isso não vi sua chamada.

            ― em uma situação dessa você e a Candice ficam dando voltinhas por aí? ―  o repreendi.

            ― calma, mano. Fomos resolver umas coisas.

            ― não importa. O que eu tenho pra falar com você é serio e urgente.

            ― pode falar, estou todo ouvido.

            ― a Lilyan ligou pra Donna.

            ― O QUE? ― gritou.

            ― meu ouvido, porra.

            ― ok, desculpa. Mas quando isso aconteceu?

            ― ontem a noite.

            ― e conseguiram entrar em contato com ela novamente?

            ― é ai que você entra. Ela ligou de um celular com o numero restrito.

            ― se eu disser que meu aparelho de rastrear celulares esta estragado você acreditaria?

            ― O QUE? COMO VOCÊ PODE DEIXAR UM APARELHO DESSES ESTRAGADO, CHAZ?

            ― foi mal, irmão. Mas a culpa não foi minha, a Candice o quebrou quando descobriu que eu estrava hackeando o celular dela.

            ― eu não quero saber, você vai concertar essa porra o mais rápido  possível, está entendendo?

            ― ok.

            Desligue o celular e joguei em cima da cama. Passei as mãos pelos cabelos frustrado e voltei para o banheiro.

            Quando sai fui direto para o closet, vesti uma muda de roupa rapidamente e desci para a cozinha.

            ― bom dia, Justin. ― Lupy me cumprimentou assim que eu passei pelo patente da porta.

            ― bom dia, Lupy. ― sentei a mesa.

            ― seu café já esta pronto. ― falou colocando as coisas na mesa.

            ― obrigado. ― agradeci e comecei a arruma-lo.

 

            Pov. Lilyan.

            Acordei naturalmente. Espreguicei e analisei tudo ao meu redor. Bufei.

            ― coragem, Lilyan. Você esta fazendo isso por eles.

            Levantei e fui direto para o banheiro fazer minha higiene matinal e tomar um banho. Quando sai do banheiro fui direto para o guarda-roupa e comecei a ver as que tinham.

            Peguei um vestido azul claro, com a saia meio rodada. Vestido, era o que predominava naquele guarda-roupa.  Vesti e analisei o em frente o espelho, ficou muito bom.

            Comecei a procurar por sapatos. Já que tinha roupas, tinham que haver sapatos. Fui acha-los na parte de baixo do grande guarda-roupa, e nossa, havia vários.  Peguei uma sapatilha branca que combinava com o vestido.

            ― agora é definitivo, esse homem é louco. ― falei ao acabar de calçar e o sapato caber perfeitamente em mim.

            Penteei os cabelos e sai do quarto. Fui fazendo o caminho inverso que o mordomo e eu fizemos noite passada. Quando cheguei ao grande salão logo dei de cara com uma das empregadas.

            ― siga-me, a cozinha é por aqui. ― falou logo assim que olhou para mim.

            Ela me conduziu por um caminho um pouco longo. Essa casa é enorme. Chagamos a uma enorme sala de jantar, aonde havia uma mesa enorme com aproximadamente vinte cadeiras ou mais. Porem havia somente um lugar posto.

            ― sente-se. Trarei o seu café em um instante. ― a empregada falou.

            ― ok. ― assenti e sentei a mesa.

            Ela se retirou. Fiquei analisando tudo em silencio. Não demorou para uma copeira e a empregada que me trouxe até aqui com bandejas nas mãos. Colocaram-nas em cima da mesma  e destamparam.

            ―obrigada. ― agradeci e elas se retiraram.

            Arrumei meu café rapidamente e comecei a comer em silencio. Aquele silencio era altamente incômodo.

            Pov. Justin

            ― o Chaz já conseguiu o aparelho? ― Donna perguntou me  encarando.

            ― não. ― sentei na cadeira. ― A Candice o destruiu ao saber que ele estava hackeando o celular dela.

            ― já era de se esperar. ― balançou a cabeça. ― foi por isso que eu enviei o celular para o Kevin, deve chegar a Miami em três dias.

            ― três dias? Era mais fácil você ir até lá e entregar pessoalmente. Demoraria menos. ― falei levantando.

            ― calma, Bieber. Esta tudo nos esquemas. Kevin desenvolveu um aplicativo que deixa o numero restrito visível. O que nós não temos é um rastreador.

            ― isso nós temos. Só precisamos do numero, dai é só ligar para o mesmo e rastrear.

 

            Pov. Lilyan

 

            Depois que eu tomei meu café fui explorar aquela imensa propriedade, para ser mais precisa, eu estava atrás de duas pessoas.

            Fui andando pelos inúmeros corredores que havia na casa, a mesma parecia um labirinto, até que parrei em frente uma grande parede. Na mesma havia um quadro enorme e no topo duas colunas. Uma estava escrito Jacke e outra Jasmine. Aquilo era uma espécie de lista de a fazeres, tudo estava cronometrado, havia hora para começar e terminar.

            Aquilo assustava, eles eram pequenos e a única coisa que deveriam fazer era brincar e não praticar outras línguas ou coisas assim. Eles tinham apenas três anos, falando nisso, o aniversario dos dois está próximo, só não consigo me recordar quando.

            Olhei para o relógio e em seguida para o quadro. Eram nove horas e pelo horário dos dois, Jasmine estava no inicio da aula de ballet e Jacke de piano.

            ― meu Deus, esse homem é louco. ― balancei a cabeça.

            Quando ia virar para procurar algum dos empregados comecei a ouvir um som de piano.

            ― Jacke... ― sussurrei.

            Fui me deixando guiar pelo som da musica suave até que cheguei em frente uma porta de madeira, como as outras. Abri vagarosamente e entrei sem que fizesse  barulho. A sala branca e com vários instrumentos. Mas o que chamava atenção era um piano de calda na cor preta, o mesmo brilhava por causa do verniz. Nele Jacke estava sentado e ao seu lado uma mulher de meia idade com os cabelos presos em um coque alinhado. Os mesmo compartilhavam o piano enquanto tocavam uma canção.

            Fui aproximando lentamente para que ele não percebesse minha presença, mas foi em vão. Ele se virou para mim e sorriu, retribui. Mas quando ia se levantar para vir ao meu encontro, a mulher o segurou.

            ― ainda não acabamos de tocar, Jacke. ― falou para o pequeno.

            ― sim, senhorita Blanco. ― falou e voltou a tocar.

            Caminhei até um sofá uma um banco que havia perto dos instrumentos de corta e lá sentei. Fiquei apreciando meu pequeno dedilhar seus pequenos dedos nas teclas brancas e negras no piano até a canção terminar. Quando terminou os aplaudi.

            ― bravo, bravo. ― levantei da cadeira aplaudindo.

            ― Gracias, Gracias.  ― levantou do banco e fez uma reverencia.

            Humilde e modesto igual ao pai. Pensei.

            ― você toca muito bem. ― o elogiei.

            ― obrigado. ― voltou a falar na mesma língua que eu. ― você sabe toar?

            ― não, não. ― falei. ― meu forte é, ou era, a dança. ― sorri.

            ― você é uma bailarina? ― perguntou surpreso. Assenti. ― mamãe também é bailarina, papai sempre nos fala. ―você sabia que a Jasmine pratica ballet?

            Aproximou-se de mim.

            ― não. ― falei segurando as lagrimas. Minha menininha está seguindo os mesmos passos que a mãe.

            ― você vai morar com a gente? ― sorriu.

            ― sim, mas só por um tempo. ― sorri e o peguei no colo. Ele estava um pouco pesado e grande.

            ― eu gostei de você, sabia? ― sorri e agarrou meu pescoço. ― você é cheirosa. ― falou chegando meus cabelos. Sorri.

            ― obrigada. ― respondi rindo. ― você também é cheiro. ― cheirei seus cabelos e lá depositei um beijo. ― e muito lindo também.

            ― ah, puxei meu pai. ― falou convencido.

            Mal ele sabe que é a mais perfeita copia do Justin, seu verdadeiro pai.

            ― Jacke, ainda temos muito que estudar. ― a mulher chamou minha atenção.

            ― esta bem. ―desceu do meu colo. ― vem, você tem que me ouvi tocar. ― foi me puxando — você pode escolher. — falou sentando ao lado da senhora.  

             — o que você sabe tocar? — perguntei apoiando os braços no piano.

            Ele pegou as partituras e colocou  em cima do piano. Meus olhos se arregalaram, ele realmente sabia tocar aquilo tudo?

            — toque a sua predileta. — falei.

            Ele sorriu e começou a procurar entre os papéis ate que pegou uma. Ele colocou no suporte e começou a tocar junto com a mulher. Quando eles deram o primeiro acorde eu reconheci a canção.

             Era a canção que mamãe tocava e cantava para mim. Esse garoto é igual o pai dele mesmo, agora ferrar com meu coração. Involuntariamente comecei a canta-la, claro, em inglês.

            No meio da canção ele começou a me acompanhar e assim fomos até o final.

            — não sabia que você gostava dessa canção. — falei respirando fundo.

             — Rose sempre canta para  eu dormir. — falou olhando para as teclas.  

             — Jacke,  agora temos que ir. Seu professor de inglês já deve ter chegado. — a mulher falou.

            — ok. —  desceu do banco. — tchau. — estendeu os braços para me abraçar.

            — tchau, até mais. — abaixei e lhe abracei.

           Sai da sala de música e fui andando pela casa até que ouvi uma música suave, era própria para praticar ballet.

       A porta estava entreaberta e da fresta dava para ver espelhos, terminei de abrir a porta.

             — com licença. — falei ao entrar.

            Jasmine estava com uma roupa rosa de ballet e uma mulher mais velha com roupa preta.

            — oi. — Jas parou e cumprimentou com um sorriso no rosto.

              — atrapalho? — perguntei.

            Jasmine olhou para a mulher de preto a mesma assentiu.

            — acho que não há mal nisso, já que já estamos terminando. — sorriu e piscou para minha pequena.

            Sentei em um canto da sala e ela voltou a dançar.

             Ela  é tão pequena e ao mesmo tempo faz coisa de gente grande.

             — Jas, cuidado com os pés. — a professora falou.

            Os movimentos da pequena eram leves e podemos dizer que precisos também.

             — dobre a perna. — alertou. — agora finalize.

           Quando a música acabou ela fez um agradecimento e parou.

            — muito bom, muito bom mesmo. — falei e caminhei até ela. — você é muito boa. — sorri.

            — obrigada. — sorriu de volta.

            — bom, eu acho que não faz mal terminar alguns minutos antes. — piscou. — vou deixar vocês conversarem. — se despediu e retirou-se da sala.

            Essa professora de ballet era bem mais educada que a professora do Jacke.

            — você dança muito bem, até melhor que eu. —ri.

            — É sério? — perguntou sentando no chão.

            — sim, sim. — confirmei e sentei ao seu lado.

            — papai falou que quanto mais eu treinar, mais chances de ser uma bailarina de sucesso eu vou ter. — falou esticando as perninhas.

             Meu Deus, esse homem está fazendo uma lavagem cerebral nos meus filhos.

            — sabia que eu quase entrei para a Juilliard ?

             — sério? — falou surpresa.  Assenti. — e você treinavam muito?

             — sim.

            — e por que você não estrou?

            — coisas aconteceram. — retorci os lábios.

            — mas meus pés doem muito. — falou olhando para seus pés.

             — sabe… — estendi os braços para que ela se aproximasse. Assim fez. — algumas pessoas dizem que os pés das bailarinas são feios. Sabe por que?

             — não. — respondeu curiosa.

            — por que elas treinam muito. — falei tirando com cuidado suas sapatilhas.

            — meus pés são feios? — perguntou esperançosa.

            Olhei seus pés. Os meus eram delicados e vermelhos, por conta do sapato que tenho que admiti, não é nada confortável.

            — não, seus pés são bonitinhos. — falei.

            Ela abaixou a cabeça cabisbaixa.

            — o que foi?

             — então quer dizer que eu não vou ser uma grande bailarina? — olhou-me.

            —  é claro que não, meu amor. — a puxei e a pus entre minhas pernas. — isso é o que o povo diz. Não quer dizer que todas sejam assim. — falei massageando seus pés.

            — então eu vou ser uma grande bailarina ? —  sorriu.

            — sim, mas você não precisa se preocupar com isso agora. Você é muito  pequena. — afaguei seus cabelos.

             — mas eu já estou grande. — virou  pra mim. — Jacke e eu vamos fazer quatro anos daqui a cinco dias, sabia?

             Cinco dias, esse é o tempo que eu tenho para tirar meus filhos daqui

             

 

             

 


Notas Finais


5 dias.. sera que ela consegue? #comentem


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