História Suicide Squad - Vitae

Suicide Squad

Capítulo 10 – Vida

 ChanYeol acordou um pouco tarde naquele domingo, então se apressou para tomar banho e descer rapidamente.

 Chegando na cozinha, foi recebido com um resmungo alto em um idioma desconhecido por si. Olhou para a mesa e quase todos estavam lá, só faltavam duas pessoas e todos estavam em silencio, vendo a líder resmungar algo, enquanto batia a porta do armário com força.

 - O que foi que aconteceu? – Perguntou se aproximando da mesa e toda a atenção foi voltada para si.

 - Interromperam o precioso sono da Loretta. – Elizabeth respondeu-o enquanto bebericava seu café e lia um livro. – Nossa ‘amiga’ deu notícias e quem foi acordada para ser avisada foi a Loretta enquanto ela dormia. – Olhou-o por cima do livro que lia enquanto explicava e então voltou a ler.

 - Resumindo, ela está de mal humor, assim como a Natasha. – Samantha complementou despreocupada, recebendo um tapa na cabeça de Natasha.

 - Tudo por sua culpa. – Ela grunhiu entre dentes.

 O resto só observou a cena sem falar nada, com medo de sobrar para eles.

 Loretta voltou a falar algo baixinho em grego e depois suspirou, voltando sua atenção ao ruivo parado perto das cadeiras. Ele engoliu seco, pensando ter sobrado para ele.

 - ChanYeol, você pode, por favor, chamar ou acordar a Hana lá em cima? Só falta ela. – Falou educadamente, recebendo todos os olhares. – Que foi? – Arqueou uma sobrancelha.

 Ele fez o que ela pediu, subiu todos os dois lances de escada e então parou no meio do corredor, se esquecendo de um detalhe importante. Qual era o quarto da japonesa? Decidiu ir no chute, já que estava com preguiça de descer todos aqueles degraus novamente e ir perguntar.

 Escolheu a terceira porta a esquerda. Chegou perto e percebeu que a porta tinha uma fresta estava grande, assim, ele observou o quarto por dentro. O bom é que ele tinha acertado em cheio qual era o quarto, o ruim, é que ela estava se trocando.

 Suas bochechas se tingiram de vermelho quando percebeu que gravava todos os detalhes do corpo dela.

 Hana já tinha vestido um short e o sutiã, e aparentava estar procurando a blusa, ela está virada de lado para porta, dando ao coreano uma meia visão. Ele notou a tatuagem um pouco grande na lateral do corpo dela, um dragão com a cauda um pouco enrolada. Ele se estendia majestosamente do início das costelas dela até o começo do busto, as suas escamas eram bem destacadas e não estava pintado, mas ainda sim tem seu charme. Em suas mãos, ele carrega um punhado de flores de sakura, elas sim tinham cor, a cor rosa característica da espécie e tinha um olhar feroz. Talvez aquela fosse a tatuagem mais bonita que já vira.

 Mas também não passou despercebido a cintura bem delineada dela, assim como a vista parcial da sua barriga, que é totalmente reta. Tinha que admitir, Hana Ichida tem um corpo muito belo e que poderia ser apreciado sem problema algum.

 Demorou um pouco para se tocar e parar de olhar aquela cena. Saiu dali e caiu deslizando na parede, as pernas bambas, coração acelerado e bochechas coradas. Sentia um incomodo no pé da barriga e no lugar que seria seu coração, ele bombeava sangue demais, bem mais do que deveria.

 Como iria olhar para ela sem se lembrar do que vira? Droga! Mas tinha que admitir novamente, Hana é linda.

 Mas o que estava pensando? Parecia que tinha virado um pervertido.

 Balançou a cabeça, tentando afastar aqueles pensamentos idiotas da cabeça. Levantou novamente, dando leves tapas nas bochechas para afastar o rubor e tomou coragem para bater na porta da garota, mais calmo e um pouco vermelho.

 Ela abriu o resto da porta, olhando o idol a sua frente e sorriu.

 - Bom dia, ChanYeol-ssi. – Passou pelo batente, carregando consigo seu notebook.

 O ruivo evitou olha-la nos olhos, assim, seu olhar foi parar no chão.

 - Bom dia. – Murmurou. – Estamos esperando você para começarmos a comer.

 - Ah, sim! – Exclamou feliz. – Já vou, me deixe só fechar a porta, sim? – Ele assentiu e ela virou-se fechando a porta com a mão esquerda, sendo que ela é destra, por causa do computador em seu braço direto.

 E então ele se permitiu olhar a camisa da garota, vendo o nome Luffy estampado nela e o número 56 em baixo do nome, como aquelas camisas de futebol, só que a camisa na cor branca e os nomes e números na cor preta. ‘Então ela gosta de animes’? Perguntou-se mentalmente, animando-se com a possibilidade de terem algo em comum e esquecendo da cena vergonhosa de alguns minutos atrás.

 - ChanYeol-ssi? – A menos passou a mão na frente de seus olhos, tentando chamar sua atenção.

 Balançou a cabeça, prestando a atenção nela agora.

 - Sim? – Perguntou receoso, será que tinha feito alguma cara estranha enquanto a olhava?

 - Vamos? Você ficou um bom tempo olhando desfocado para algum lugar que eu estranhei. – Deu ombros. – O que foi?

 Ele sorriu timidamente enquanto caminha ao lado dela.

 - Sua camisa. – Sorriu ainda mais. – Gosta de animes?

 - Deu para perceber. – Riu olhando para seus pés. – Na verdade, todas nós gostamos. – Contou suspirando feliz, se empolgando. – Meus animes preferidos são Ano Hana e One Piece.

 - Meu anime preferido também é One Piece! – Exclamou animado.

 E então surgiu uma longa, mas nem tão longa conversa, sobre animes, personagens preferidos, gráficos e jogos. Quando dois amantes de animes começam a conversar, nem espere que acabe tão cedo, afinal, é anime. A conversa durou até na mesa, ambos fizeram questão de sentar lado a lado para conversar mais, mas logo Hana lembrou o porquê de ter trazido o notebook para a mesa.

 - Já ia me esquecendo. – Desbloqueou o notebook e abriu na aba de jogo já aberta e um e-mail separado. – Loretta! Adivinha quem ganhou a versão demo de Modern Combat 6?

 - Não... – O sorriso da grega praticamente rasgava seu rosto de tão grande.

 Ela levantou-se rapidamente da cadeira e correu para o lugar onde Hana estava sentada, assim como Natasha, que sem querer inflar o ego de ninguém, talvez seja a melhor jogadora de Modern Combat daquela sala.

 - Como assim a versão demo? Já testou? – A russa também correu para lá.

 Quem não conhecia aquele lado de Natasha estranhou, afinal, o seu sorriso era tão grande quanto o de Loretta.

 - Ela joga também? – BaekHyun perguntou surpreso, afinal, é bem difícil enxergar esse lado dela.

 - Natasha talvez seja a melhor jogadora de jogos de tiros dessa sala. – Melissa conta passando geleia no pão. – Ela pode até ser horrível em jogos de luta ou árcade, mas em de tiro, ela é uma mestra.

 - Lembro-me do dia em que ela venceu todas nós em Call Of Duty. – Elizabeth estremece. – Quase senti minha cabeça a prêmio.

 - Por que? – Kai perguntou interessado.

 - Simples. – Samantha sorri. – Resolvemos tudo no vídeo game, quando alguém se desafia, a pessoa que ganha tem o direito a um pedido a que perde. Mas na maioria das vezes é uma punição.

 - Nunca acaba bem, dá até medo de lembrar. – Loretta pega o notebook da japonesa e deixa-o em cima do balcão. – Agora vamos comer que eu estou com fome. – Falou totalmente normal, nem parecendo que a alguns minutos atrás queria jogar uma faca no pescoço de alguém.

ΩΩΩΩ

 Sabe aqueles domingos em que você fica totalmente entediado e sem nada para fazer? Então, era isso o que aconteceu na mansão.

 A maioria estava jogado na sala, cozinha, até mesmo no chão, olhando para qualquer ponto daquele lugar e pensando em qualquer coisa. Na televisão não passava nada de interessante, eles poderiam estar ensaiando, mas o tédio atacou de tal forma que ficaram desaminados. As meninas compartilhavam do mesmo sentimento, tédio. Era isso que definia eles naquele momento.

 Samantha já estava até enjoando da sua própria respiração, que ela consegue ouvir graças ao silencio mortal que se instalou ali. Já estava a ponto de gritar, mas Loretta estragou a sua ideia assim que chegou na sala e começou a falar.

 - Hoje de noite vamos jantar fora, então levantem suas bundas gordas daí e vamos limpar a casa. – Falou enquanto chutava Samantha, que se encontra no chão, vegetando ali.

 - Mas Lotte, eu quero ficar aqui! – Protestou fechando os olhos e fazendo bico.

 - Esse ‘vamos limpar a casa’ nos inclui? – Chen levantou a cabeça, olhando a líder praticamente puxando o pé da mais nova dali.

 - Não.

 - Sim. – Kai contestou levantando do sofá. – Somos responsáveis pela bagunça também, então temos que ajudar.

 Vários murmúrios preencheram a sala, muitos eram sobre estar cansado ou com tédio, mas quem disse que a Dama ligou? Muito pelo contrário, puxou o corpo de cada uma pelo chão um pouco empoeirado, recebendo protestos vindo delas.

 No final, foram divididos em duplas e cada dupla ficou com uma responsabilidade dentro da casa. D.O e Loretta limpariam a cozinha; Samantha, Melissa limpariam o primeiro andar; BaekHyun e Kai arrumariam os quartos dos membros; Natasha e Elizabeth ficaram responsáveis pelo segundo andar, junto com a arrumação de seus quartos; SuHo e ChanYeol comprariam algumas coisas que Loretta necessita para a casa; Hana e MinSoo acompanhariam os dois, fazendo assim sua segurança; Xiumin e Chen limpariam o banheiro que eles usavam; Sehun e Lay arrumariam a sala de estar, junto com a de jantar.

 Após o almoço, todos começaram os seus trabalhos. Quatorze pessoas trabalhando juntas em uma mansão ia ser complicado, mas iam pelo menos tentar.

 A dupla da cozinha tirava toda a poeira ou sujeira de havia ali, limpando até em cima dos armários. E por causa dessa façanha, houve uma quase queda por parte de Loretta.

 Por ter muita poeira em cima dos armários, ela acabou espirrando, e desse espirro surgiu o desequilíbrio em cima da cadeira que usava como apoio para limpa-los. Para sua felicidade, D.O segurou sua cintura e ela conseguiu voltar a ter equilíbrio, parecia até uma cena de filme, mas quem disse que Loretta Averoff se importava?

 Já na equipe da sala de estar... os dois limparam tudo rapidamente, ignorando a cena que se desenrolava na cozinha, rindo internamente. Desse episódio, Sehun se lembrou do dia em que Sam conversou com ele na escada, sorriu bobamente e voltou a se concentrar no seu trabalho que era de varrer o chão.

 Entretanto, não era só ele que também se lembrava de momentos com alguém especial. Lay imediatamente se lembrou do dia em que abraçou a inglesa, a doce e frágil Elizabeth. Ainda podia sentir seu cheiro suave e a tonalidade dos cabelos ruivos dela sobre o luar. Simplesmente perfeita.

 Balançou a cabeça negativamente, tirando a cena de seus pensamentos, voltando a tirar o pó das coisas.

 Kai e BaekHyun observavam os quartos em que eles dormiam, mesmo separados, a bagunça neles era de impressionar. Parecia que todos os nove tinham se reunido e uma festa tinha sido realizada no quarto em que o trio dormia.

 - Acho que somos muito bagunceiros. – Pontuou BaekHyun olhando sua cama totalmente bagunçada.

 E isso é o que acontece quando você coloca Byun BaekHyun e Park ChanYeol juntos, eles tocam o terror.

 - Também tenho esse mesmo pensamento. – Disse Kai já dobrando um lençol da primeira cama que vira.

 Sam e Melissa enceravam o andar em que os meninos dormiam, o que parecia até fácil, mas elas tinham que varrer impecavelmente e ainda ter que esfregar o chão até a cor do piso de madeira reluzir a tal ponto que fosse possível ver o seu reflexo. Já estavam acostumadas, a mãe de Loretta dividia as tarefas exatamente assim na casa delas em LA e essa é a sua principal tarefa.

 Elas aceitavam sem reclamar, por que vinha a diversão depois. Quase uma hora se passou e então deram início ao seu plano.

 Correram ao segundo andar e pegaram dois meias, vestiram e já estavam prontas. O chão reluzia de tal forma, que Melissa via seu reflexo nele, tão nítido quanto água cristalina. Elas começaram a andar como se estivessem patinando no gelo – algo que sempre fazem – e ali fosse a pista na qual estavam se apresentando. Gargalhadas suaves como crianças preencheram toda a casa, chamando assim, a atenção daqueles que residiam temporariamente ali.

 BaekHyun, Kai, Xiumin e Chen – estes com luvas e botas de borracha junto com máscaras cirúrgicas – pararam para ver o espetáculo que aquelas duas faziam.

 Melissa é graciosa, parecia desfilar sobre a superfície recém encerada. Kai conhecia aquela suavidade como ninguém, somente quem já tinha feito certas coisas na vida tinha toda aquela elegância. Sorriu com isso, no momento certo iria questiona-la.

 Já Samantha alternava entre o leve e o agressivo, ela parecia em conflito, mas no final, sempre soltava uma gargalhada gostosa de se ouvir, como uma criança empolgada com algo. Empolgação que contagiou os outros a sorrir também.

 Por um instante, BaekHyun concentrou seu olhar na escada, a onde vinha uma russa com pressa, sem se importar com o mundo ao seu redor. Os longos cabelos castanhos voavam enquanto ela corria, e o coreano prestou atenção naquilo, totalmente imerso nas lembranças de Natasha frágil e divertida. Até que viu o momento em que ela escorregou e caiu por cima das duas mais novas ali presentes.

 Eles esperavam uma atitude ruim vindo da morena, mas foi completamente o contrário.

 Ela gargalhou.

 Tão alto que até os assustou.

 A risada dela simplesmente harmoniosa e simples, num tom certo e timbre perfeito. Deveria até ser crime alguém ter uma gargalhada tão perfeita como ela, nos pensamentos de Byun era isso o que ele pensava. Nem precisa dizer que ele sorriu feito um bobo ao ouvir, não? Chen saiu do banheiro do final do corredor até ele, caminhando com cuidado para não cair e levantou a mandíbula inferior dele, dando uma leve risada.

 Ok, admitia, estava quase babando e agradecia a Chen por ter feito aquilo.

 O que os outros não perceberam foi o olhar triste e vazio que Melissa teve ao olhar para a interação de Natasha e Samantha.

 A morena bagunçava os cabelos da loira, ainda no chão e sorria para ela.

 Como mãe e filha.

 Kai percebeu o olhar e o sorriso amargurado que ela tinha nos lábios, que logo foi trocado por um sorriso normal. Agora sim estava estranhando a loira. Decidiu que iria averiguar esses fatos mais tarde também.

 Depois de um tempo, eles voltaram a fazer o que estavam fazendo, cabendo agora Melissa e Sam lavarem os banheiros do andar de cima. 

[...]

  Próximo ás três da tarde, a casa estava um brinco. O chão literalmente reluzia e vários se jogaram no chão ou nos sofás, exaustos.

 Mas tinha uma pessoa que não estava ali, e Kai percebeu, pois era justamente ela com quem queria falar.

 Levantou do sofá confortável, indo para o jardim, onde acreditava que Melissa estava. Ninguém ousou segui-lo, afinal, estavam cansados.

 Encontrou a menina cambaleando, segurando seu braço direito com a mão esquerda e sussurrando algo indecifrável para ele em francês. Ela se escorava nas paredes brancas da mansão, aparentava estar bem mal, ao menos era o que aparentava, pois, a mesma estava de costas para ele. Correu até ela, chegando a tempo de segura-la antes de desabar na grama. Segurou-a por trás e lentamente levou o corpo dela para baixo em seus braços e se ajoelhou com ela em seu colo. A pele alva das suas bochechas se encontram vermelhas, ela suava e murmurava coisas sem nexo em francês.

 Kai se desesperou, não estava entendendo absolutamente nada, a alguns momentos antes ela ria sem problema algum e agora se encontrava à beira de um colapso.

 Colocou as mãos na testa dela, Melissa estava ardendo em febre, e isso o preocupava. Pensou em buscar ajuda lá dentro, mas não queria deixa-la sozinha ali. Ele sentia que mais que tudo nesse momento, Melissa precisava dele, só que não sabia como ajuda-la.

 Nunca tinha sentido uma sensação de impotência como agora. Foi assim que se tocou que a vida humana se esvai da mesma forma de vem, inesperada e rápida. Lembrou-se dos poucos detalhes que tinha sobre as histórias delas, quantas não estiveram na mesma situação que ele? Quantas não sentiram pessoas queridas partindo em seu colo como estava agora?

 - Como eu te ajudo? – Sussurrou totalmente perdido.

 Até que a sua salvação aparece em forma de pessoa.

 Loretta imediatamente encontra os dois e corre até eles. Já entendendo a situação, ajoelha-se ao lado de Kai e segura seu ombro, sorrindo agradecida.

 - Obrigado por se importar.

 Ele não entendeu o significado daquela frase naquele instante, sua mente processava muitas coisas ao mesmo tempo e todas elas se ligavam a Melissa.

 Kim JongIn não sabia que a partir daquele momento Melissa Cherry se tornaria seu maior enigma, junto aquela frase.