História Suki Kirai - 08 - Especial Dia das Mães

Dia das mães, o dia em que você homenageia a mulher mais importante da sua vida. Bom, para mim é um pouco diferente, já que minha mãe morreu a uns doze anos, logo depois que Hanabi nasceu.  Dês daquele dia, todo ano vamos no cemitério com flores e fazemos um piquenique com algumas das várias receitas que eu tinha aprendido com ela.

Caminhávamos pela cidade, eu estava em busca de uma floricultura. Assim que avistei uma, fiz sinal para meu pai e Hanabi esperarem e corri para ela. Assim que entrei me aproximei do balcão, uma garota loira estava de costas, arrumando alguma coisa.

-Com licença... –chamei, a garota se virou com um enorme sorriso, que morreu assim que olhou para mim.

-Hyuuga? –perguntou um tanto seca, o que me fez arquear uma sobrancelha.

-Você me conhece? –assim que perguntei, prendi a respiração. Aquela cabeleira loira, olhos azuis e beleza estonteante só poderia pertencer a uma pessoa. –Yamanaka?!

-Shh. –ela colocou o dedo indicador nos lábios. –Por favor, não conte para ninguém! Meus pais são donos de várias floricultura e as vezes me fazem trabalhar nelas para que eu aprenda a ser responsável!

-Não se—

-Por favor! –implorou me interrompendo.

-Não se preocupe. –dei o meu melhor sorriso. –Vai ser segredo!

-Obrigada! –ela sorriu de forma doce. –Então, o que deseja?

-Lírios rosas, por favor.

-São flores lindas. –ela comentou enquanto caminhava até uma prateleira. –É para sua mãe?

-Sim.

-Aposto que ela vai adorar. –ela fazia um lindo arranjo com as flores, assim que colocou o laço me estendeu.

-Quanto é?

-Esse é por conta da casa. –a loira deu uma piscadinha e sorriu.

-Tem certeza?

-Sim!

-Obrigada! –sorri.

 Pelo visto eu estava enganada sobre ela, talvez ela só agisse daquela forma na escola para ser aceita no grupo. Me despedi e sai procurando por meu pai e Hanabi, avistei eles conversando com alguém, quando me aproximei vi que era Sasuke...Por que aquilo não me surpreendia mais?

-Você colocou algum rastreador em mim? –perguntei assim que me aproximei.

-Dessa vez foi coincidência. –ele se defendeu.

Como assim “dessa vez”?!

-Ele estava comprando doces para o irmão. –Hanabi explicou sorridente e o moreno balançou a cabeça positivamente.

-Sasuke. –meu pai o chamou. –Gostaria de conhecer minha esposa?

-O que?! –perguntei incrédula, arregalando os olhos.

-Sim, sim, essa é uma ótima ideia! –Hanabi falou empolgada, com as bochechas levemente coradas.

-Ah, não precisa...Não quero me meter em uma visita tão intima.

Pelo visto ele ainda tinha um pouco de noção!

-Aposto que ela adoraria te conhecer. –meu pai continuou.

-Eu nã—

-Vamos, Sasuke, vai ser divertido você ir com a gente! –Hanabi falou já segurando no braço dele, que olhou na minha direção e soltou um longo suspiro.

-Tudo bem. –respondeu e recebeu sorrisos da parte de Hanabi e meu pai, apenas lancei um olhar furioso na direção dele e comecei a andar na frente deles.

****

Assim que chegamos, Hanabi saiu arrastando Sasuke na direção do tumulo de nossa mãe.

-Por que vocês insistem em incluí-lo nas coisas como se fosse da família? –resmunguei.

-Ora, Hinata, ele é um rapaz bom. –meu pai comentou.

-Bom?!

-Sim, ele é muito gentil...Só falta você perceber isso. –sorriu.

 Fechei a cara e fiz bico, como assim “gentil”?

-Olha, mamãe, trouxe um amigo! –Hanabi falava na frente do tumulo. –Sasuke, se apresente!

-É um prazer conhecê-la Sr. Hyuuga, me chamo Sasuke Uchiha. –ele fez uma pequena reverencia.

-Não precisa de tanta formalidade, rapaz. –meu pai falou rindo e bagunçando os cabelos negros do garoto.

Coloquei o vaso de flores, incenso e alguns bolinhos no lugar reservado. Fizemos as nossas orações e assim que terminamos meu pai e Hanabi foram procurar um lugar para o piquenique.

-O que eu faço, mãe? Está tudo tão confuso... –murmurei e suspirei.

-Eu sinto muito. –escutei uma voz masculina e olhei para trás, vi que Sasuke ainda estava ali. –Não queria me intrometer.

-Não foi culpa sua... –respondi me levantando. –...Não dessa vez. –alfinetei, mas estranhamente ele ficou quieto. Olhei na sua direção e vi que ele encarava um ponto qualquer no chão. –O que foi?

-Nada. –respondeu.

-Você pode conseguir enganar as outras pessoas, mas não consegue me enganar. –falei me abaixando um pouco e ficando na direção da sua visão, o que fez ele desviar os olhos para mim.

-Eu só estou me sentindo um idiota por me irritar com minha mãe, enquanto você...

-Você já é idiota por natureza. –falei tentando quebrar aquele clima, isso fez ele sorrir minimamente. Já era alguma coisa!

-Eu estou me abrindo com você e é isso que recebo em troca? –perguntou com aquele tom irônico de sempre.

-Sou uma psicóloga careira! –brinquei e dei uma piscadinha, o que fez ele rir. –Mas como estou boazinha hoje, irei ajudar mesmo assim!

Ele piscou algumas vezes e encarou o chão novamente.

-Minha mãe nunca foi muito presente. –falou. –Ela vive viajando com meu pai pelo mundo por causa do trabalho: ela uma modelo e ele um fotografo. Nunca tiveram muito tempo para a gente, sempre fui criado por babás naquela mansão enorme...E então eles voltaram, falando que queriam aproveitar um tempo com a gente e isso me irritou! Eles nunca se importaram e agora voltam como se fossem os melhores pais do mundo! –a irritação na voz dele era visível, o que me surpreendeu.

-Talvez eles tenham percebido a burrada. –falei encarando o céu. –E queiram tentar reparar isso, mas se você se fechar em um casulo pode acabar machucando eles, mesmo sem querer. –olhei na direção dele que me encarava com uma expressão que não consegui identificar. –E cá entre nós: antes tarde do que nunca, não é? –dei o meu melhor sorriso.

-Nunca imaginei que estaria recebendo um conselho seu. –ele comentou. –Obrigado! –sorriu, não aquele sorriso debochado ou irônico, que eu sempre recebia e sim um sorriso puro! Isso fez meu rosto esquentar de uma forma anormal.

- B-bem, melhor irmos! –falei começando a andar rápido. –Eles já devem ter achado um lugar para o piquenique.

-Sabe, até que você não é tão irritante... –ele comentou caminhando ao meu lado, com as mãos no bolso e olhando para o céu.

-O sentimento é recíproco. –falei. O que fez ele rir, uma risada contagiante que me levou a rir junto com ele.

É mãe, parece que você continua fazendo coisas incríveis mesmo não estando mais com a gente...Transformar inimigos em amigos, o que mais falta acontecer?