História Summer Camp - Four

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Bárbara nunca havia gritado tão alto em toda a sua vida como neste momento.

Ambos horrorizados, saíram correndo daquele local o mais rápido possível. Domados pelo medo, esbarravam em tudo, e se arranhavam com os matos da floresta.

Após comunicarem com todos o ocorrido - incluindo a diretora e os funcionários - todos foram em direção ao local da morte. 

A garota pouco tempo depois identificada, se chamava Melanie Johnson do primeiro ano. Os amigos também muito horrorizados e tristes pela forma cruel que a amiga morreu, disseram que Melanie havia sumido esta manhã, pois estava procurando o seu celular perdido na noite anterior.

BÁRBARA P.O.V.

A sensação de ter visto uma pessoa morta naquele estado é tão estranho e ao mesmo tempo horrível, isso vai ficar na minha cabeça pelo resto da minha vida, será um trauma eterno. Nunca conseguirei esquecer de seus olhos sem vida, sua pele pálida, e o seu sangue jorrado por toda parte. Justin provavelmente iria ficar no mesmo estado, afinal, fomos os primeiros a encontrar a garota.

Mas, algo ainda ficava martelando em minha cabeça, o que o sinal de telefone tinha haver com aquilo? São inúmeras possibilidades.

Após um tempo pensando cheguei a conclusão de que o assassino matou Melanie, e logo depois, para não ligarem para a polícia ou algo do tipo, cortou o sinal de telefone.

Mas, quem faria isso?

Com esses pensamentos, acabei adormecendo.

[...]

- Bárbara, acorda! - uma voz que não identificava devido ao sono, dizia.

Me remexi, confortando-me e virando para o outro lado.

- Por favor, quero conversar com você. - agora identifiquei. Era Sheroon falando.

- Agora não, estou com sono, me deixe dormir. Só dormir.- disse sonolenta.

- Tudo bem... - ela disse e se levantou saindo da cabana e trancando a porta.

[...] 

Acordei e já era noite. Sheroon não estava no quarto. Decidi sair um pouco, para ver a situação do lado de fora.

Levantei da cama, escovei meus dentes e meu cabelo, logo depois saindo.

A pouca iluminação estava me deixando confusa. Fui apalpando os grossos troncos de árvore -no qual só via a sombra- e forçando a visão para tentar enxergar alguma coisa.

Não tinha ninguém, eu não via ninguém: no refeitório, na mesas ou perto do lago, eu estava sozinha.

- Finalmente a sós querida Bárbara.- assim que me virei dei de cara com uma figura encapuzada. Não permitia ver o rosto.

- Q-que...quem é vo-você?- eu gaguejava. Minha respiração estava descontrolada, meu coração pulava forte, e uma fina camada de suor preencheu a minha testa.

- Eu sou o seu pior pesadelo. - eu conseguia ver o seu sorriso maléfico, mesmo no escuro.- olhe em sua volta, querida.

Olhei para trás. Pessoas, todas as pessoas do acampamento estavam mortas de todas as piores maneiras possíveis. Algumas boiavam mortas no lago, outras com muitas queimaduras, e outras esfaqueadas e mortas no chão. Entre elas, vi Sheroon violentada sangrando no chão, também morta.

- Vou ser bonzinho com você... doce Bárbara...- ele veio caminhando em minha direção.- essa pessoas não tiveram chance de escolher, mas você vai.- ele chegava cada vez mais perto.- Qual dessas maneiras, você gostaria de morrer?- Me desesperei mais ainda.

Perto o bastante de mim, a figura encapuzada retirou o capuz...

- Jus...Justin?- perguntei incrédula.

- Surpresa.- Ela começou a rir alto.

Como um tapa, levantei ofegante do meu colchão, tentando processar o meu sonho, ou melhor, pesadelo. Eu soava muito, e minha boca estava seca.

Olhei para o lado, e Sheroon dormia tranquilamente. Aos poucos, minha respiração foi voltando ao normal e fui me acalmando.

Fui até o banheiro, retirei minha roupa e adentrei no box, ligando o chuveiro no quente em seguida.

Tentei relaxar, tirando todas as preocupações que rondavam a minha mente. O que era quase impossível.

Após um banho relaxante, escovei meus dentes, coloquei uma calça moletom e uma blusa bem leve.

Voltei para a cama e olhei o horário. Já era 4 da manhã. Tinha bastante tempo para dormir.

Já havia passado horas, e nada do sono vir. Eu não conseguia pregar os olhos devido àquele sonho maldito. Olhei no relógio novamente e já era 6:30.

Levantei novamente, fiz minhas higienes e troquei de roupa. Saí da cabana e fui até o refeitório para tomar meu café da manhã. Só havia eu, e mais algumas meninas, que provavelmente também não estavam conseguindo dormir.

Peguei meu café, um pedaço de bolo, e uma salada de frutas. Enquanto comia, lia um livro.

- Também não conseguiu dormir direito?- olhei para a pessoa, e era Justin.

Então, me senti mal pelo sonho que tive. Justin é uma pessoa tão doce... nunca faria mal a ninguém, até onde eu sei.

-Não, as imagens da garota morta, ficam me perturbando.- menti. Bom, não menti totalmente, afinal também era isso.

- Eu posso me sentar?- ele perguntou.

- Claro, senta aí. - dei espaço para que ele sentasse ao meu lado, e assim ele fez.- Isso tudo é tão estranho, não acha? É assustador também, afinal, há um assassino no acampamento. Estou me sentindo em um seriado se suspense. - ri pelo nariz e balancei a cabeça negativamente.

Ele riu, e me encarou.

- sim, é, é bem estranho. - ele deu de ombros.

Eu e Justin ficamos nos encarando, sem saber o que dizer. Ele é tão lindo, sua beleza me fascina, mas não iria dizer isso, é claro que não.

Desviei o olhar e comecei a puxar assunto com ele. Descobri que ele mora com a mãe e mais dois irmãos, os pais dão separados. Ele é muito bom em basquete, era capitão do time na sua antiga escola. Contei também algumas coisas sobre mim, e minha vida.

O tempo foi passando e mais pessoas chegaram para tomarem o seus cafés. 

- Justin, você quer dar uma volta? As pessoas estão chegando para comer, acho que estamos usando suas mesas a toa.- ri baixo.

- claro, vamos lá.

Dessa vez fomos para o lado direito do lago, pois o lado esquerdo não traziam boas lembranças.

-Você já namorou alguma vez? - disse puxando assunto. E só aí, percebi a minha pergunta, Bárbara burra, burra, burra.

- Ham... já, algumas vezes. Mas nenhum namoro deu certo, digamos que eu gostava de ser livre.- agora entendi, ele é do tipo galinha.- mas e você, já namorou?

- Não, nunca.

Tentei trocar de assunto depois deste, ele deve achar que eu quero namorar com ele, não que eu não queira, mas é que isso soou bem ruim, pelo menos para mim.

Andamos até a metade do lago, e voltamos para trás, não queríamos passar pelo lado esquerdo, até porque não sabíamos se o corpo ainda jazia lá, já que não conseguiram comunicar a ninguém da cidade sobre a morte.

-Justin, eu vou voltar para a cabana, tenho que acordar a Sheroon, senão ela fica sem café da manhã.- falei rindo no final.

- Tudo bem, eu acompanho você até lá.-ele me seguiu até minha cabana.- Então... tchau Bárbara. - ele me deu um beijo na bochecha.

-Tchau Bieber. - disse ainda sem reação sobre a sua demonstração de carinho.

Entrei na cabana e Sheroon não estava mais lá. Então resolvi voltar atrás e ir com Justin até o refeitório novamente.

Sai da cabana trancando-a. Caminhei de volta ao refeitório a procura de Sheroon e Justin. Sorri ao avistar Sheroon sentada em uma das mesas conversando alegremente com Tyler. E meu sorriso se desfez totalmente, ao ver Justin e Lindsay aos beijos.