História Summer Love - Untimely

(...)

– Louis, tem certeza de eu vou gostar do apartamento? – Entramos no carro e ele deu a partida. O local não é muito longe, vamos chegar logo..

– Vai e se não gostar eu tenho mais dois pra mostrar.

– Posso te perguntar uma coisa?

– Claro.

– Andou falando pro Niall que eu tô gorda?

– Era melhor do que dizer que você está grávida.

– Mas Harry disse que eu tô malhada.

– Acha que ele acreditou em quem?

– Não sei, mas ele acha que você não gosta de mim.

– Ainda bem que ele sabe. – Riu.

– Não gosto disso.

– Relaxa que ele não vai descobrir.

– Tô falando de você não gostar de mim.

– Estava brincando. – Louis alisou minha mão.

– Não gosto dessas brincadeiras, me deixam triste.

– Tá, desculpa, não está mais aqui quem falou. – Ele parou o carro. – Chegamos.

– Você me ama?

– Amo. – Ele beijou minha testa.

– Tá bom, cadê Harry?

– Já está lá dentro. – Descemos e entramos.

– Tem certeza de que vou gostar?

– Você vai amar. – Pegamos o elevador.

– Vou confiar.

– É suíte dois quartos, não sei se é assim que fala, quando tem dois quartos dividindo um banheiro.

– Ah, deve ser bonita.

– Eu escolhi esse pra ser mais fácil com o bebê. – Paramos em nosso andar.

– Obrigada. – O abracei de lado.

– Então, só que tem um problema. – Ele abriu a porta do meu apartamento e eu me apaixonei por ele. – Niall mora aí do lado.

– O que? Vamos embora, agora!

– Não, aqui é um ótimo apartamento. – Ele começou a me mostrar o lugar. – Ele só vem pra cá de noite, nem tem como vocês se encontrarem.

– Como tem certeza? Não quero ficar aqui.

– Conheço a rotina dele, sai de manhã bem cedo e só volta de noite.

– Vou confiar em você.

– Eu sei que você amou o apartamento, ele é lindo. – Harry estava no quarto.

– É verdade, ele é muito bonito.

– Aqui pode ser o quarto da pequena.

– Pode. – Olhei as paredes.

– Da pra gente pintar, ou colocar um papel de parede.

– Prefiro papel de parede.

– Da pra por e um carpete grande também, só que dá trabalho pra limpar.

– Preciso de coisas fáceis, vou morar sozinha. – Ele andava pelo quarto como um decorador.

– O piso é de madeira, acho que não precisa mudar.

– Também acho.

– Esse quarto é maior que o outro, por isso acho melhor ser o do bebê, já que você vai morar aqui sozinha.

– É, mas eu tô preocupada com outra coisa... – Alisei meu rosto.

– Relaxa que você não vai encontrar Niall, ele quase não fica aqui.

– Mas eu tenho medo.

– Arruma um homem, aí ele nem vai perceber, sabe que Niall é desligado.

– Não vou fazer isso, eu o amo.

– Não disse pra namorar, arruma um segurança.

– Não, tenho trauma com seguranças.

– Eu arrumo um que não é seu pai. – Ele riu. – Desculpa.

– Brincadeira idiota.

– Então... – Louis passou os dedos nos lábios. – Quando se muda?

– Depois que ela nascer. – Sorri.

– Então, pode assinar o contrato. – Ele me entregou um papel.

– Espera aí, quanto tá?

– Super barato, é o mais barato que eu achei e que é bom.

– Tudo bem. – Me apoiei na parede. – Assino na onde?

– Aqui e aqui – Ele apontou nos lugares para assinar.

– Pronto. – Assinei e o entreguei o papel.

– Foi bom fazer negócios com você, já pode trazer os móveis. – Ele me deu a chave.

– Harry resolve isso.

– O caminhão já está ai embaixo... – Harry foi até a janela.

– Já? – Arregalei os olhos.

– Sim, o quarto da sua filha e a sala está no caminhão, o resto tem que comprar.

– Bom, você resolve isso porque quero voltar pra casa.

– Okay, eu dou uma ajeitada aqui pra você.

– Obrigada. – Beijei sua bochecha. – Louis, me leva pra casa?

– Claro, vamos lá. – Dei a chave pro Harry.

Saímos do apartamento e descemos. Louis me levou até em casa depois foi embora. Depois de entrar, fiquei sentada no chão da sala, alisando minha barriga. Estava com tanta dor no pé que tive preguiça de subir pra me trocar. Então, esperei alguém aparecer pra me levar. Acho que não tem ninguém em casa, ela está um silêncio, só deve ter a empregada e olhe lá. Onde foi todo mundo? E por que ninguém me avisou que ia sair? Parece que esse povo não gosta de mim. Custava ter avisado? Claro que não! Também vou sair.

Levantei, troquei de sapato e peguei um dos carros. Entrei e segui devagar, já que Gio chutava bastante. Parece que ela sabe que está acontecendo alguma coisa, isso me deixa até surpresa. Liguei o rádio pra ver se acalmava ela, mas parece que ela ficou mais agitada. Estacionei o carro na guia pra não sofrer um acidente, quando ela sossegar eu volto dirigir. Aproveitei pra ficar curtindo a música e cantando pra mesma. Tomei o maior susto quando bateram no vidro do carro, olhei pro lado enquanto o abaixava devagar e Kian estava lá me encarando com os braços cruzados, nem reparei que parei na frente do trabalho dele.

– Oi?

– Está dirigindo? Ficou louca?

– Não, por que? Não posso? – Foi minha vez de cruzar os braços.

– Você está gravida e não dirige muito bem, vamos combinar.

– Kian, vai se ferrar!

– Desce, eu vou chamar um táxi pra você.

– Não.

– Summer!

– Kian!

– Desce! Se não vou lugar pro papai.

– Kian, ele não é seu pai. – Abaixei o tom de voz.

– Eu sei, nem seu.

– Cala a boca! – Levantei o vidro e liguei o carro.

– Vou chamar a polícia e dizer que você está dirigindo sem carteira.

– Problema seu!

– Deixa de ser chata. – Ele entrou no carro. – Isso não é hora de fazer birra, você está grávida.

– Sai, eu vou pra casa.

– Não, você tá nervosa, te conheço.

– Não tô, rala daqui.

– Não vou, agora desce. – Ele puxou a chave da ignição.

– KIAN! Tá vendo Gio? Seu tio é retardado.

– E sua mãe é uma desnaturada.

– Não é verdade, amor.

– É sim, parece que quer matar você e ela.

– Para. – Comecei a chorar.

– Vem cá. – Ele me abraçou minha cabeça. – Eu amo vocês, só quero que se cuidem.

– Nós estamos bem.

– Eu sei, mas eu tenho medo.

– Não precisa.

– Mesmo assim é bom, preocupação à mais sempre é bom.

– Deixa eu voltar pra casa?

– Vai de táxi, por favor.

– Mas eu consigo voltar pra casa.

– Eu sei, você chegou até aqui, mas mesmo assim.

– Gio, pede pro tio.

– A primeira frase dela vai ser "Kian gostoso".

– Não vai.

– Vai sim, eu vou ensiná-la.

– Mas ela vai falar "mamãe" primeiro, depois "papai".

– Pra isso ela tem que conhecer o pai.

– Ela vai, um dia.

– Tem que logo, assim é melhor.

– Eu tenho medo.

– Eu sei, no seu tempo, não quero te apressar.

– Mas eu quero me apressar.

– Fale antes dela nascer.

– Não.

– Summer, você quer esconder de um pai que não sabe que é um?

– Sim.

– Não pode.

– Não tenho coragem.

– Um dia você vai ter, mas tem que ser logo.

– Calma, ainda falta 2/3 meses.

– Isso passa voando.

– Eu sei.

– Ainda bem que você sabe.

– Vou pra casa.

– E eu vou trabalhar, antes que eu perca ele, toma cuidado. – Ele beijou minha cabeça e minha barriga.

– Tchau Kian.

– Tchau princesa. – Ele saiu do carro, depois que me entregou a chave do mesmo.

O liguei e segui pra casa. Gio fez o favor pra nós duas e só começou a se mexer quando sentei no sofá, onde aproveitei pra comer o resto da minha melancia. A porta da frente foi aberta e papai e Liam passaram por ela, os dei "boa tarde" e voltei minha atenção pra TV. Eles retribuíram e entraram no escritório. Abaixei um pouco o volume da TV, pra ver se dava pra ouvi-los. Provavelmente, é sobre a empresa, o que não me interessa nada. Queria que eles tivessem vindo aqui pra ficar falando comigo, o que vai acontecer daqui a pouco. Aumentei um pouco o volume e fiquei trocando de canal. Deixei em um canal de música, me lembra meu passado, que não faz tanto tempo assim. Sinto falta das baladas, das viagens e de tudo mais. Bem mais das viagens, acho que não as aproveitei como deveria. Também apenas me drogava e nem lembrava das coisas. No outro dia, tinha que ficar vendo as fotos no celular, ainda bem que me livrei de tudo aquilo. Dizem a maternidade muda as pessoas, no meu caso, com certeza.

(...)

Ainda não estou acreditando na mensagem que recebi de Niall. Isso me deixou muito acabada, nunca pensei que ele diria essas coisas. Ele me xingou de tudo que é nome, que eu só voltei a falar com ele pra fazer o mesmo sofrer. Nunca pensei nisso, eu sempre quis voltar a falar com ele por saudades, mas agora Niall não quer mais isso e deixou bem claro. Não sei se ligo pra ele, ou deixo isso pra lá. Acho que é melhor ficamos separados, como ele pediu no meio dos xingamentos. Ainda não acredito, ele disse coisas tão idiotas. Nunca chorei tanto em toda minha vida, isso não deveria ter mexido comigo. Deve ser porque eu o amo muito e achei que poderíamos voltar, mas agora sei que isso não é possível. Nunca será. Ele também disse nas mensagens que ama aquela outra lá. No fundo, eu sabia que era verdade, mesmo ele dizendo que me ama todas as vezes. Burra! Para de pensar nisso Summy, você vai ter uma filha linda, vai ser feliz. Não precisa de Niall, nunca precisou. Você é forte, muito forte, eu acredito em você. Respirei fundo, tentando parar de chorar, forcei um sorriso e repeti várias vezes que tudo daria certo. Estranhei ao meu celular começar a vibrar, era Niall e mais mensagens rudes. Bloqueei o contato e desligue o celular.

Deitei na cama e cobri minha barriga, já que Gio começou a se mexer. Peguei uma das minhas câmeras e a filmei se mexendo. Era tão bonito que me fazia esquecer de Niall. Queria postar isso em alguma rede social, mas ele vai ver e eu não quero. Com certeza, Niall viria atrás de mim e tentaria me matar. Estou melhor sem ele, mesmo não querendo admitir isso, mesmo sabendo que é mentira. Mas se ele quer que fiquemos separados, ficaremos.

A porta do meu quarto se abriu revelando Kian e os meninos. Limpei as lágrimas e os encarei. Os meninos vieram até mim e me abraçaram. Retribui e chorei mais um pouco, Kian tentou me confortar, mesmo não sabendo o que está havendo, mas ele não conseguiu, ninguém ali conseguiria. Amanhã é um novo dia, Summy, vai dar tudo certo.

O celular de Louis começou a tocar e ele atendeu.

– Não, não sei, sei lá, quer que eu passe? Okay, tá bom. – Louis me estendeu o celular. – Pra você.

– Alô?

– Summy? Por favor, me perdoa pelo o que aconteceu.

– Não quero falar com você, eu já entendi tudo.

– Não, você acha que entendeu, mas não... Não fui eu, amor.

– Não me chama assim, você perdeu esse direito. – Voltei a chorar. – Faz igual a outra vez e me esquece.

– Por favor, não diz isso Summy, não fui eu que mandei aquilo, foi a louca da Sabrina!

– Para de fazer isso! Para de mentir pra mim, não posso passar por isso Niall. – Coloquei uma mão na minha barriga.

– Eu não tô mentindo! Me diz o que ganharia com isso? Summer, eu te amo e quero você comigo pra sempre!

– Para, para! – Comecei a sentir dor no útero. – Me levem pro hospital. – Pedi aos meninos.

– O que tá acontecendo, amor? Fala pra mim.

– Ai meu Deus. – Comecei a sangrar. – Não! Isso não. – Kian saiu correndo pra fora do quarto.

– Summer? Fala comigo!

– Agora não! – Desliguei e Liam me pegou no colo.

Segurei o pescoço de Liam e o apertei com força, pois as dores haviam aumentado. Fomos para o carro onde papai nos esperava, fiquei agarrada a Liam e gritando de dor. Papai deu a partida com pressa, ele dirigia muito rápido. Kian segurou minha mão e ficou repetindo que tudo daria certo. Sorri e tudo começou a ficar longe. Não vou desmaiar, isso não pode acontecer.

Apertei a mão de Kian com força, chegando a estralar seus dedos. Papai estacionou no carro e me pegou no colo, saindo correndo pra dentro do hospital. O abracei e disse que o amava. Me levaram pra sala do médico, onde ele e nem os meninos poderiam entrar.

– Summer, você está entrando em trabalho de parto. – O médico colocou uma máscara. – Vamos ter que fazer um parto prematuro, vai dar tudo certo, confia.