História Summer Love - The Beach

Botei minha mão em seu rosto aproximando-me do mesmo e dei um pequeno sorriso. Nossos lábios estavam quase se encontrando, quando fechei os olhos e disse baixinho:

– Deixa para a próxima. 

Antes dele responder, me afastei de seu corpo e fui caminhando até a beira da praia e sentei diante da mesma, deixando o vento gélido batendo pelos meus cabelos e os movimentando, logo coloquei uma parte dele atrás da orelha. Fechei os olhos e o único barulho que adentrava os meus ouvidos era o das ondas se movimentando por conta do vento. Assim que abri os olhos, Justin passou ao meu lado tirando suas roupas e entrou no mar apenas de cueca, me deixando com uma cara um tanto surpresa, o provocando risos.

– Por que não entra? - disse um pouco alto por conta da pequena distância.

– Você é maluco. - fiquei o observando de longe.

– Vem logo!

– Não vou nem fodendo. - ele começou a jogar água em cima de mim, filho da puta – Dá pra você parar?

– Você me recusou um beijo e agora vai recusar entrar na água comigo? - ri por sua indignação.

 – Eu não vou, Justin. - ele ficou jogando mais água, até que me levantei – Porra, tá bom. 

Comecei a tirar as roupas, ficando apenas de calcinha e sutiã. Por mais que Justin já tivera me visto de biquini antes, agora as coisas estão um pouco diferentes entre nós e eu estava bem ali a sua frente meio que sendo o seu foco, sem ninguém ao redor, me causando um pouco de vergonha do meu corpo. Entrei na água em seguida dando um mergulho, assim que voltei a superficie fui até o Justin, ficando de pé e cruzando os braços, tentando esconder meu corpo o máximo que posso.

– Para com isso. - ele descruzou os meus braços – Você é linda.

– Como sabe que tenho vergonha do meu corpo?

– Você me disse quando estava bêbada. 

– O que mais eu disse?

– Não me lembro. - ele me jogou na água rapidamente e eu o segurei.

– Para seu viado, ta frio pra cacete. - tentei o derrubar também mas não consegui.

– Já podemos voltar se quiser, só queria te ver seminua mesmo. 

– Você é ridículo - voltei na mesma hora – Não estou sabendo lidar com isso.

– Logo você se acostuma. - ele veio atrás de mim.

– Agora como eu vou me secar?

– Espera secar sozinha, ué.

– Mas ta muito frio. - eu estava tremendo demais, cruzei os braços novamente por conta da friagem – Se eu pegar uma pneumonia você vai ver só.

– Você é muito fresca. - ele se sentou na areia.

– Já são quase onze horas, preciso mandar uma mensagem para a Allison. - me sentei ao lado dele, logo pegando o meu celular que estava junto das roupas jogadas do nosso lado.

– Avisa que vamos ficar aqui por um bom tempo.

– Bom tempo nada, já quero ir pra casa.

– Para de reclamar. - peguei suas roupas e comecei a me enxugar com as mesmas – O que você ta fazendo? Para com isso! - ele tentou tirá-las de mim.

– Só se você me disser o que te falei naquela noite.

– Eu já disse que eu não lembro.

– Você lembra sim, dá pra me dizer? - ele respirou fundo.

– Tudo bem. O que quer saber? - larguei as roupas dele, que por sinal eu já estava quase completamente seca por causa delas.

–  Tudo, ué.

– Você me contou do seu pai. - engoli a seco.

– O que eu disse sobre ele exatamente?

– Que ele era alcoólatra. Que morreu por estar dirigindo bêbado.

– Entendi... - de cara já fiquei sem reação pelo o que acabara de ouvir – Só isso?

– Praticamente só, e também que ele não era um bom pai. Imagino que não queira falar sobre isso. Por que não me fala da sua mãe? Você me disse que é bem apegada a ela.

– Sou sim. Ela me criou sozinha desde a morte do meu pai, aliás, ela sempre cuidou de mim praticamente sozinha, pois ele era bastante ausente. - ele pegou na minha mão, notei que não sabia o que dizer. – Mas isso não me atinge mais, tá? Não precisa ficar "comovido".

 – Você tenta ser fechada.

– Tento ser superficial, na verdade.

– Como assim, "superficial"?

– É uma pessoa meio que fechada, entende? Demonstra coisas bem diferentes do que sente e por aí vai. Eu também não deixo ninguém quebrar as minhas barreiras.

– Por que não?

– Ai, para. Não quero ser dramática. Vamos falar de outra coisa.

– Tudo bem. Você também me disse que já teve depressão.

– Ah, sim. O que mais?

– Não vai me explicar sobre a depressão?

– Já te expliquei sobre o meu pai, já é demais por hoje.

– Que saco você, assim fica difícil de te conhecer melhor.

– O que eu posso fazer? Aos poucos você vai me conhecendo, já te disse o suficiente. Você nem me fala sobre você.

– Claro, não tem nada pra falar.

–Me fala da sua família.

– Meus pais são separados, nesse ponto minha história é um pouco parecida com a sua. Pois meu pai também foi ausente e eu era mais apegado a minha mãe, ainda sou, na verdade. - meu olhar estava direcionado a sua boca o tempo todo, estava prestando atenção em cada palavra que saía pela mesma – E eu tenho dois irmãos mais novos, o Jaxon e a Jazmyn.

– Entendi. Eu não tenho irmãos, as vezes sinto vontade de ter um.

– Se quiser te dou um dos meus, eles são bem pestinhas. - rimos – Brincadeira.

– Aceito. E os seus amigos? Você me disse algo sobre viver saindo pra se divertir com eles.

– Pois é, costumamos festejar, principalmente nas férias. Aliás, eu vou sair com eles algumas vezes dessa semana, pois fiquei de pagar tudo. Você quer ir?

– Posso ir sim, mas por que tem que pagar tudo?

– Ah, longa história. - ele se inclinou, deitando sob a areia. Decidi deitar em seu peito. – Acha que até o final da noite eu consigo um beijo seu?

– Sem chances.

– Ah, que vacilo. - o silêncio veio a tona por uns instantes.

– Você já se apaixonou?

– Mais ou menos. Já tive algumas namoradas, mas nunca era nada demais. E você?

– Não. - menti.

– Nossa, talvez até eu tenha mais coração que você.

– Ah, cala a boca. - não duvido nada.

Já havia secado completamente, então vesti minhas roupas e me pus a deitar com o Justin novamente. Mandei mensagem pra Allison dizendo que ainda estava com ele e que não tinha previsão do tempo que ia voltar, e a essa hora do campeonato, provavelmente ela está com seu novo amigo cujo eu nem perguntei o nome. Eu e o Justin adormecemos e quando acordei já eram seis horas da manhã.

– Migo, acorda. Já é dia. - disse sentada ao lado de Justin cutucando o mesmo, que estava dormindo de um jeito um tanto bonitinho.

– O que? Como assim? - ele acordou assustado, se sentando. Sua cara e seu cabelo bagunçado me fizeram rir.

– A gente perdeu a hora, vamos embora. - passei a mão pelo seu cabelo, o arrumando. Enquanto ele coçava os seus olhos e passava as suas mãos pelo o rosto.

– Calma, olha que vista linda. - o sol estava nascendo e as águas do mar ficaram laranjas com o seu reflexo sob ela, gerando uma vista realmente maravilhosa.

– Está linda mesmo. - uns segundos se passaram até eu perceber o quão gay aquela cena estava, então levantei logo e o apressei – Vamos logo, você nem se vestiu ainda.

– Que saco, eu to com preguiça.

– E eu com fome, vamos logo, Justin. 

– Ai, ta bom. - resmungou, se levantando e colocando as roupas.

Fomos até seu carro que admito, estava bem longe dali. Conversamos bastante durante o trajeto e parece que estamos nos entendendo um pouco melhor. Ele quis me levar para tomar alguma coisa de café da manhã mas eu não sabia se Allison estava preocupada comigo, então quis ir para o hotel logo. 

Chegando lá, nos despedimos e assim que ele foi embora, subi para o meu quarto. Entrei no mesmo jogando minhas coisas pelo cômodo e assim que cheguei no quarto que eu e Allison costumamos dormir, dei de cara com ela deitada com um rapaz, ambos completamente nus.

– Porra Allison! - gritei fazendo com que os dois acordassem na hora.