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História Summertime - Capítulo 20 - Frank


Escrita por: radfuhkiero

Notas do Autor


Boa tarde amores! Como vão??
Então aqui estamos nós mais uma vez, com mais alguns novos favoritos que eu não posso deixar de agradecer, não é mesmo? Então obrigada!! Não imaginei que chegaríamos em metade da fic com esse número de favoritos...
Sim!! Metade da fic, estamos exatamente no meio, capítulo 20 de 40 hehe espero que vocês me acompanhem até lá hauahau
Bom... Vamos para esse capítulo logo, eu espero muito que ele esteja bom e que vocês gostem !!
Boa leitura e até lá embaixo
Bjssss <3

Capítulo 20 - Capítulo 20 - Frank


                   [três anos depois]


   Eu sei que eu só deveria tomar um comprimido daqueles, mas eu precisava de mais para me manter firme o dia todo, para que eu não desabasse no chão de uma hora para outra, que nem muitas outras vezes depois que eu tinha terminado com Gerard, e começasse a chorar ou qualquer coisa do tipo. Quatro. Eram necessários quatro deles, por dia, para eu ficar bem… Não tão bem, minha cabeça ficava um tanto quanto aérea, mas essa era a única coisa que me mantinha de pé.


   Não, eu não estava viciado nos remédios, eu só precisava deles, era um jeito de eu não dar tanta atenção a todo aquele vazio que apenas disfarçava meus reais sentimentos, até porque, com eles, eu não era capaz de me centrar em nada. Minha cabeça ficava nas nuvens, totalmente leve e nem no meu trabalho eu conseguia prestar atenção.


  Primeiramente, logo ao acordar e lavar meu rosto, tomei dois, ao almoço mais dois iriam ser ingeridos, acompanhados por vodka. Se era saudável beber logo cedo, principalmente acompanhado de medicação controlada, eu tinha certeza de que não, mas quem disse que eu me importava com a minha saúde? Por mim eu poderia ter morrido no dia em que Gerard terminou comigo, teria evitado muito sofrimento…


  Porque eu não conseguia tirar ele da minha cabeça? Mesmo agora, eu odiando ele com todas as minhas forças, assim como eu me odiava por me auto destruir daquela forma, mas eu simplesmente precisava daquilo, era a única coisa que eu realmente tinha vontade de fazer.


  E não, eu não fazia isso para chamar a atenção de ninguém, eu havia entendido, desde aquele dia, que eu sempre fui só mais um que ele comeu… Se ele algum dia chegou a gostar realmente de mim eu não sabia, mas eu ainda sentia aquela porra queimar dentro de meu peito, amor e ódio se chocavam a todo instante, e eu só queria conseguir esquecer ele… Como ele havia feito comigo.


  Depois de nosso término ele não tentou me mandar uma mensagem sequer, e meses depois, cerca de quatro, eu soube que ele havia se casado com Bert. E aquilo doeu, todas as vezes que eu tentava esquecer ele, me recuperar e dar a volta por cima eu me mostrava ainda mais fraco. Até que por fim eu parei de tentar, me deixei afundar, não tinha ninguém que se importasse mesmo, os amigos que eu já tive também se cansaram de mim, simples assim, mas eu tinha de admitir que fora totalmente minha culpa.


  Nesses três anos que se passaram depois daquele maldito dia eu só sabia fazer merda, uma atrás da outra… Três anos que eu não via o rosto de Gerard e eu ainda sofria por ele, todo santo dia eu chorava, não teve um anoitecer em que eu não bebia e chorava até cair no sono. A princípio eram só as bebidas, eu me contentava com isso para passar o dia indiferente aos meus sentimentos, mas aos poucos os remédios entraram e eu sentia cada vez mais necessidade deles, então eu aumentava minhas doses conforme eu achava preciso. Algumas vezes, quando as coisas pareciam um pouco mais difíceis de aguentar, eu também utilizava de alguns calmantes que eu comprava sem receita alguma.


  Nada que fosse me matar, disso eu tinha certeza, pois tentativas não faltaram e, infelizmente, todas deram errado. Não seriam esses meus medicamentos diários que me trariam a morte.


  Eu esperei um mês inteiro por Gerard, eu passava todos os dias encarando a tela do celular, esperando uma mensagem, uma ligação ou até mesmo um “Hey, coelhinho, eu me arrependi”, é claro que se ele quisesse eu voltaria, mas nada disso nunca aconteceu, então a única coisa que eu mantinha de nosso relacionamento eram as mensagens que tanto trocamos e aquela maldita foto.


  Quando eu já estava bêbado demais ao ponto de não mais pensar antes de fazer eu sempre me encontrava lendo aquelas conversas, relembrando de nossos bons momentos… E quando eu olhava a foto e lembrava de como eu estava feliz eu chegava a sorrir, aquele dia havia sido o melhor e o pior de toda a minha vida. Outras vezes eu pensava em ligar para Ray ou Jamia, desabafar com eles como eu costumava fazer antigamente, mas antes do telefone começar a chamar eu lembrava que eu havia estragado aquilo também quando, em um impulso, eu abandonei aquela cidade e vim para Nova York.


  Isso foi exatamente no dia que eu descobri que ele tinha se casado, eu simplesmente peguei minha carteira, celular e as poucas roupas que tinha e embarquei em um avião, sem passagem de volta. Depois disso eles me ligaram, algumas vezes eu atendi, eles perguntavam se eu estava bem e eu fingia que sim, mas quando eles falaram sobre uma suposta volta minha eu surtei, nós brigamos feio, falei para eles coisas que nunca ninguém deveria falar para as únicas pessoas que te apoiaram, então nunca mais tivemos contato.


  Cheguei em Nova York sem nem ao menos ter um lugar para dormir, mas isso foi logo resolvido, eu arranjei alguns empregos, nenhum fixo, pela cidade e consegui alugar um apartamento minúsculo no qual eu vivia até hoje. Meu trabalho no momento era ser garçom em uma cafeteria próxima ao prédio, não era um ótimo salário, mas era possível pagar as contas e alimentar minhas necessidades, como comida, cigarros, bebida e remédios. Era isso que importava.


  Relacionamentos? Nenhum, eu nunca tive coragem de me deixar apaixonar por alguém novamente, tiveram muitas tentativas, mas que nunca passaram do primeiro encontro. Mas isso não quer dizer que eu não transava, eu mais parecia uma puta do que um garçom, eu só não ganhava para aquilo. Uma vez por mês pelo menos eu saía e ia para a cama com qualquer um, sempre com proteção é claro, e mesmo que eu nunca sentisse prazer com aquilo eu fazia, para provar, a mim mesmo, que o que eu tive com Gerard não passara de sexo.


  Eu nem ao menos sabia como os caras a quem eu ia pra cama me achavam atraente, meus olhos sempre opacos demais por causa da ressaca, os cabelos no mesmo comprimento de antes, mas bem mais mal cuidados e sem brilho, a pele era até um tanto amarelada pela falta de nutrientes e vitaminas que eu consumia e meu corpo não tinha mais as curvas agradáveis de antes, tudo muito sem graça.


  Hoje eu não iria trabalhar, o final de semana havia chegado, durante a noite anterior eu havia saído com um cara aleatório, eu só sabia disso pois tinham muitas marcas por meu pescoço ombro e costas, mas se não fosse por isso, e talvez, uma leve dor no corpo, principalmente na bunda, eu não me lembraria. As palavras de meu pai haviam se tornado verdade, eu estava igual a uma puta que não lembrava para quem havia dado.


  Abri a geladeira, peguei uma garrafa de cerveja e voltei para a cama, o sabor não me agradava, não pela manhã, mas esse era o único jeito de não sentir ressaca, fazendo mais álcool entrar em meu organismo. Saquei meu celular do bolso e fui diretamente para a galeria do meu celular.


  Sim, eu iria para a única foto, minha foto e de Gerard.


  Eu parecia tão diferente agora, era até difícil dizer que éramos a mesma pessoa. O Frank da foto tinha um semblante feliz, pele amorenada, corpo esguio e eu não tinha mais nada daquilo, agora eu era um Frank que mais parecia um fantasma do que um humano, totalmente sem graça.


  As memórias daquele dia ainda estavam tão vivas dentro de mim que em segundos eu já estava chorando. Lágrimas e mais lágrimas escorriam depois de três anos… O que ele havia feito comigo?


  Ah sim, ele havia me destruído, e eu fazia questão de continuar o processo, cada vez mais acelerado.


  Me encaminhei para nossas conversas. Foi eu ver aquele apelido, coelhinho, que tudo em minha cabeça piorou, era uma confusão total. Todas aquelas mensagens carinhosas, tudo mentira, aqueles exatamente quatro “eu te amo” que trocamos não valeram de nada. Palavras ditas sem fundo algum de verdade, faladas apenas para iludir o baixinho indefeso, que cairia fácil na lábia do homem de cabelos negros e olhos verdes.


  Ah, aqueles olhos. Eu sonhava com aqueles olhos todas as noites, ele sempre estava lá, em algum lugar, as vezes em pequenos detalhes, mas sempre tinha um detalhe que me lembrava ele, e geralmente eram seus olhos. Sim, isso poderia parecer meio estranho, mas meus subconsciente pregava peças em mim o tempo todo, uma atrás do outra, e isso me deixava com raiva de mim mesmo. Por que eu não poderia simplesmente esquecê-lo?


  Lancei a garrafa de cerveja longe, ela bateu contra a parede, estourou e caiu no chão. De vez em quando eu tinha esses acessos de raiva, e era neles que eu recorria a mais remédios. Antes que eu começasse a surtar eu me levantei, coloquei os pés no chão, eu queria chegar em minha cozinha o mais rápido possível, ela não era longe, mas eu já estava afetado demais pelos remédios e bebidas para ter um bom equilíbrio e chegar seguro na cozinha. Eu me apoiava nas paredes durante o trajeto para evitar um acidente, se não fosse por elas eu provavelmente já teria caído com tudo no chão, e uma vez no chão eu só levantaria quando estivesse totalmente sóbrio novamente e sóbrio era uma palavra que eu evitava há três anos.


  Alcancei a gaveta de remédios, de lá tirei uma cartela de meus calmantes mais fortes, dela eu peguei dois e com a água da torneira mesmo eu os engoli, eu teria tempo de voltar para a cama, ele não faziam efeito tão rápido, mas eu decidi apenas sentar no chão e lá ficar até apagar de uma vez só, talvez dormir no chão por umas dez horas seguidas, sem sonhos, sem Gerard, apenas descansar um pouco meu cérebro e retomar um pouco da minha sanidade.


  Então eu apaguei, não sei quantas horas, eu apenas não vi mais nada por muito tempo, e quando acordei todo o meu corpo doía, minhas costas principalmente. Eu me estiquei, todas as minhas vértebras estalaram e eu ri daquilo, era um sinal de que eu ainda estava vivo… A dor física e psicológica também, mas eu tentava não me focar muito nelas, principalmente quando tudo que eu tinha ingerido nas últimas horas voltou com tudo.


  Corri até o banheiro, coloquei tudo para fora, esse tudo consistia praticamente em bebida e remédios. Eu tentava colocar meu cabelo para trás enquanto uma das mãos estava ocupada apoiando meu peso na beira do vaso sanitário.


  Aquilo era extremamente nojento, infelizmente não era algo que acontecia raramente, algumas vezes até cogitei ir ao médico ver isso, mas se fosse alguma coisa nada adiantaria, eu não faria nada para melhorar mesmo. Terminei de esvaziar meu estômago e me joguei no chão, minhas dores haviam aumentado, então eu apenas fiquei lá esperando as vertigens passarem, em estado catatônico. Eu pensava, enxergava e escutava, mas não me mexia.


  Isso demorou tanto para acontecer que eu quando eu vi eu já tinha sono novamente. Me levantei e fui para a cama, eu estava num estado nojento, mas eu não tomaria um banho agora, não tinha o porquê de fazer aquilo. Eu cheirava a álcool, minhas roupas grudavam no corpo e minha barba começava a crescer, mas hoje eu só iria dormir.


  Eu não tinha motivação para nada, quando eu não me sentia com raiva ou triste a única coisa que restava em mim era um vazio, imenso vazio que me sufocava, que fazia eu me sentir desprezível.


  Mas mesmo com a raiva e com a tristeza eu ainda desejava uma coisa, uma única coisa, todos os dias, eu chegava a rezar por aquilo, ninguém sabia porque eu pedia em silêncio, era a única coisa que não me deixava desistir de absolutamente tudo, a esperança de ter Gerard Way comigo novamente. Eu sei que era idiota, que ele havia me quebrado, mas eu sempre iria precisar dele para continuar, se não precisasse eu não estaria desse jeito. Se eu ainda não nutrisse alguma coisa por ele eu já teria o esquecido, já teria ido viver minha vida, assim como ele fez, mas eu não era capaz de tal ato, porque mesmo ele tendo me quebrado eu ainda o amava e amaria para sempre. 


Notas Finais


Oi de novo!!! E então, o que acharam??!
Eu sei que vcs não estavam esperando toda essa passagem de tempo, mas né hauahauauaua desculpa
Mas e então, mereço comentários?? Espero que tenham gostado!!
Até o próximo, bjsss <3


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