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História Summertime - Capítulo 22 - Frank


Escrita por: radfuhkiero

Notas do Autor


Isso mesmo, voltei um dia antes do esperado de novo, me desculpem, mas eu simplesmente fico ansiosa pra postar e não consigo me segurar hauahauauaua
Aiai o que será que espera vocês nesse capítulo?? Não vou falar nada, mas... Mas não vou falar mais nada, tem que ler pra descobrir rsrsrsrs
Bom, obrigada pelos novos favs e pelos comentários e não tenho mais nada pra falar, só que amo vocês!
Então, boa leitura, até lá embaixo
Bjssss <3

Capítulo 22 - Capítulo 22 - Frank


    De um mercado para uma cafeteira, eu não havia evoluído muito no mercado de trabalho nos últimos anos, o salário era um pouco melhor, mas eu ficava bem mais cansado ao fim do dia. Servir mesas o dia todo, anotar pedidos e administrar o caixa era exaustivo agora que eu estava mais fraco, no começo era fácil, mas se eu não tinha energia nem para ao menos levantar da cama cedo, trabalhar era quase impossível para mim, eu só o fazia porque precisava de dinheiro. Ser veterinário ainda era meu sonho, mas eu já havia deixado de lado e me conformado de que não  iria acontecer, que meu destino era trabalhar em lugares como o atual… Isso era triste, mas não totalmente ruim, eu pelo menos teria dinheiro para pagar o aluguel.


   Mas pelo menos dessa vez minha chefe era ótima, não uma megera igual aos meus empregos anteriores, praticamente uma mãe que eu nunca tive. Era a única pessoa que realmente se preocupava comigo recentemente, ela sempre trazia alguma coisa para eu levar para minha casa e jantar, me dava presentes nas datas especiais, me levava no médico quando eu aparecia mais abatido que o normal e quando eu, sem querer, deixava alguma dificuldade ser percebida ela era a primeira a tentar me ajudar. Até financeiramente ela já havia se proposto para me ajudar, mas eu neguei é claro, eu não poderia aceitar mais aquilo dela, eu poderia estar totalmente fodido, mas eu ainda tinha uma parte dos meus valores.


    Quem era eu para falar de valores? O cara que sai transando por aí com qualquer um para esquecer um ex namorado, chegava a ser ridículo falar de valores na minha situação atual. Mas eu ainda era um cara honesto e não tinha perdido meu medo de atrapalhar os outros, na verdade atualmente esse era meu maior medo, não tinha muita coisa para eu me preocupar, então eu só não queria que os outros ficassem em cima de mim. E até agora isso estava dando certo, ninguém percebia que eu estava cada dia fisicamente pior e que, mentalmente, eu já estava esgotado e não tinha como piorar.


    – Frank, querido, eu vou ter de sair, okay? – Minha chefe e dona da cafeteira, Katherine, saiu de dentro da cozinha, falando alto daquele jeito tão típico e carinhoso dela – Volto no final do dia  – ela tirou o avental, o estendeu em cima do balcão e então veio até mim e depositou um beijo em minha testa, bagunçou meus cabelos e saiu andando com sua bolsa clara em mãos.


   Katherine era uma mulher bonita, quando mais jovem deveria ser uma daquelas mulheres que atraiam todos os olhares para si, mas não só por causa da aparência, mas sim porque ela parecia brilhar com seu sorriso maravilhoso estampado. Ela tinha por volta de seus cinquenta anos, cabelos castanhos escuros, olhos azuis e pele clara, já manchada por alguns pontos mais escuros, trazidos pela idade junto as rugas. Ela era uma mulher realmente adorável, sua personalidade era incrível, mas infelizmente ela nunca pode ter um filho e talvez por isso ela me tratasse como tal, seu marido também, os dois faziam com que eu me sentisse alguém com pais, mas isso doía um pouco, me fazia lembrar de que os meus verdadeiros haviam me desprezado por quem eu era.


   Se eu tivesse continuado em casa, não tivesse sido expulso, eu provavelmente não estaria no estado que estava hoje, porque querendo ou não eu não havia desabado apenas por Gerard, eles também tinham sua participação na catástrofe em que eu tinha me transformado. Não tanto quanto o término, eu sempre soube que eles não davam a mínima pra mim… Eu não sabia ao certo o que pensar quando essas coisas vinham em minha cabeça, eu não poderia culpar totalmente Gerard por meu fracasso cada vez mais eminente, mesmo querendo, mas eu sabia que existiam outros fatores nisso. Meu ex era o principal, mas não o único.


   O movimento hoje estava fraco, poucas pessoas haviam entrado por aquela porta durante as horas em que eu estava lá, eu cuidava de tudo a partir do meio dia, até o fechamento do café às oito e meia da noite. Era um horário bom, eu gostava muito dele, eu poderia me recuperar da ressaca antes de ter de tentar me consertar em algo.


   A palavra tentar vinha me atormentando novamente, eu vivia tentando, tentando superar, tentando sobreviver, seguir em frente, não pensar, trabalhar, viver. Tudo rodava em torno de tentar. Todas elas dependiam de minhas pílulas, uma parte de tomá-las e outra de não, mas para manter a sanidade eu tinha de optar pela primeira.


   O efeito do remédio sempre começava a sumir às sete da noite, então até chegar em casa e me encher de bebida barata eu não estava mais sob influência dos remédios. Isso significava que sim, eu já estava mais consistente do que eu queria, já eram oito da noite, Katherine não voltara ainda e, já achando que não teria mais cliente algum hoje, eu escutei a porta sendo aberta, dois homens entraram dando risada, não ergui minha cabeça até que eles viessem até o balcão.


  – Olá! Eu vou querer um cappucino de caramelo e um café para o meu marido – um deles falou e o cara ao seu lado deu risada novamente e, pelo barulho que ecoou pelo ambiente, ele beijou o topo da cabeça do outro.


   – Cla… – eu perdi a fala. Ao olhar para frente meu coração parou, do nada eu não conseguia respirar, não poderia ser ele.


   Gerard, sim, Gerard.


   Ele estava bem na minha frente, era o cara que não falara o pedido, ele continuava idêntico a antes, agora até um pouco mais bonito. E eu não podia acreditar naquilo, parecia que o mundo havia parado.


   Os cabelos negros um pouco mais compridos, seu rosto um pouco mais magro e anguloso, os olhos ainda eram iguais. Desci meu olhar, passeando por seu corpo, ele estava ainda mais gostoso que antes, tudo nele parecia melhor… Mas esse pensamento acabou quando eu vi a aliança em seu dedo e lembrei, eu não era a pessoa quem tinha o par daquela. Ele era marido de Bert.


   Eu nunca tinha visto Bert pessoalmente, ele parecia ser alguém bom, mesmo eu não conseguindo pensar isso dele… Ele tinha tirado Gerard de mim e isso voltou a martelar em minha cabeça.


   O homem que eu tanto amava estava olhando para mim cheio de surpresa, mas esse mesmo homem tinha quebrado meu coração que até hoje não tinha começado a melhorar. Não mesmo, eu ainda sentia muita mágoa dele, mais do que eu achava que poderia sentir.


   Sim, eu estava prestes a chorar lá mesmo, as memórias daquele dia voltavam a minha cabeça, a dor voltou a ocupar totalmente o vazio que antes me preenchia ou fingia preencher… E se era apenas uma ilusão esse nada dentro de mim eu o queria novamente, mesmo sempre tendo reclamado dele. A dor estava mais visível, com o tempo eu tinha aprendido a mascará-la, mas eu não conseguia suportar olhar para ele e fingir que aquilo não doía imensamente.


   – Frank… – Gerard falou em alto e bom som, parecendo até um pouco aliviado, eu desviei o meu olhar dele antes que começasse a chorar na sua frente. “Já trago os pedidos” falei rápido e sai, fui até a máquina de café e comecei a fazer o que eles queriam. Minhas mãos tremiam, eu não conseguia raciocinar, eu realmente não imaginava reencontrar ele desse jeito, eu esperava nunca mais o ver – Obrigado – agradeceu ele assim que eu coloquei as bebidas na frente de cada um, ele sorriu agradecido para mim mas eu não consegui lhe dirigir um.


   – De nada, Gerard – falei baixo por educação, era difícil falar o nome dele depois de tanto tempo, eu não estava preparado para aquilo, em meus pensamentos eu nunca mais teria de me dirigir a ele novamente.


   Então me retirei e esperei eles terminarem. Way me encarava de longe, ele não tirava seus olhos de mim, eu me sentia incomodado, principalmente por ter que me controlar ainda mais para não deixar com que ele percebesse o quanto eu estava me segurando para não chorar lá igual todas as noites nos últimos três anos. Era difícil, praticamente impossível, mas eu consegui me controlar até o momento que eles pagaram o que tinham consumido.


   – Frank… – Gerard falou novamente, antes de ir embora, ele olhou para mim, calmo, e continuou – Eu posso te dar um abraço?


   Um abraço? O filho da puta não me via há três anos, tinha pisado em todos os meus sentimentos e traumas, me largado quando bem entendera e agora queria a porra de um abraço? E qual era meu problema por querer aceitar? É claro que eu queria, a coisa que eu mais queria era ter ele de novo a mim, mas ao mesmo tempo eu só desejava que ele sumisse.


   – Claro – respondi baixinho, um nó havia se formado em minha garganta e conforme ele se aproximava eu perdia o ar, era impossível respirar quando aquele seu cheiro tão característico, que eu tanto amava, ficava cada vez mais forte.


   Ele parou na minha frente, nós dois não sabíamos ao certo o que fazer, eram muitos sentimentos de uma vez só, ele passou alguns segundos apenas me encarando enquanto eu correspondia. Correntes elétricas pareciam percorrer meu corpo apenas com aquele ato, ter seus olhos verde-oliva sobre os meus novamente era, para mim, uma mistura de alívio e tristeza. O primeiro porque eu ainda queria ele com todo o meu coração, queria que todos aqueles seus olhares mais significativos fossem apenas para mim como um dia foram. E também me trazia sentimentos ruins porque eu sabia que não, eles não eram meus há um bom tempo e nunca mais seriam, eu tinha de me acostumar com isso de uma vez por todas.


   Seus braços finalmente circundam minha cintura, firmes e fortes, parecia que ele queria fundir nossos corpos de tanto que ele me apertava a ele. Em um primeiro momento eu não consegui corresponder, fiquei parado, mas um tempo depois eu passei meu braço por seu pescoço, como sempre eu precisei ficar nas pontas dos pés, e por fim eu sorri. Eu com certeza ainda o amava. Mas meu sorriso sumiu ao que nos separamos, meu coração estava a mil, batia tão freneticamente que chegava a doer e eu só queria continuar naquele abraço, eu não me sentia protegido daquele jeito há muito tempo.


   Bert se encontrava totalmente confuso, esperava respostas que eu não daria, Gerard que se lidasse com aquilo, ele que explicasse para seu marido o que estava acontecendo lá. Eles trocaram olhares que provavelmente era uma conversa silenciosa na qual eles decidiram ir embora, se despediram rapidamente de mim e saíram.


   Eu comecei a chorar assim que eles pisaram para fora da pequena loja, escorreguei até o chão, eu tremia tanto que não conseguia sustentar meu peso sobre minhas pernas. Encolhido perto do balcão eu permiti que as lágrimas inundassem meus olhos e descessem por minhas bochechas. Soluços infantis saíam altos por minha garganta, eu tentava controlá-los, mas era impossível, meu peito se comprimia tanto que respirar era difícil.


   Ver Gerard eu uma coisa que eu não estava preparado, no começo eu havia até que lidado bem com a sua presença, mas quando a ficha caiu foi impossível não desabar. Ele não tinha o direito de aparecer assim e fazer tudo o que já estava ruim piorar, eu não merecia isso. Ainda mais ver ele feliz ao lado de Bert, isso só me dava mais certeza de que eu não havia sido bom o suficiente para ele, para fazê-lo feliz, a culpa era minha de eu estar naquele estado.


   Dentro da minha cabeça estava tudo tão confuso que eu parei de pensar, não me importei de resmungar palavras incoerentes e tirar um calmante de meu bolso, logo depois o tomando a seco, com apenas um pouco de saliva que eu consegui acumular dentro de minha boca.


   Apaguei. Eu estava tão emocionalmente, fisicamente e mentalmente cansado que eu apenas dormi quando o remédio começou a agir em meu metabolismo, cai no sono lá mesmo, no chão dá cafeteria e só acordei quando Katherine me cutucou, parecendo preocupada.


   – Frank, querido… Venha, vou te levar para casa e depois você me explica o que aconteceu – ela falou e me ajudou a levantar, saímos da cafeteria, a trancamos e fizemos o trajeto para minha casa em total silêncio dentro de seu carro.


Notas Finais


E então, o que acharam??? Podem comentar, vocês sabem que eu amo!
Gerard é sem noção, não? Um abraço???!!! O puto fica todo esse tempo AAAAAA até eu fico coisada com isso hauahauauaua
E ele só fode ainda mais a cabeça do coitado, chega desse jeito é covardia contra o nenê... Mas nossa linda Katherine está aí pra ajudar o nosso lindo... E ah, eu esqueci de perguntar, ou esqueci que perguntei, o que acharam da Kat??? Hein? Espero que tenham gostado desse anjo!
Até o próximo amores!!! Obrigada por lerem, bjssss <3


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