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História Summertime - Capítulo 25 - Frank


Escrita por: radfuhkiero

Notas do Autor


Oioi!!!
Eu sei que me atrasei um dia aqui, era para eu ter postado ontem, mas eu tinha deixado pra postar de noite mas acabaria ficando toda enrolada e não deu. Desculpa <3
Mas bom.... Cheguei! Como vocês estão?
Ahm, como eu tô com pressa eu vou indo, vejo vocês lá embaixo!
Boa leitura amorzinhos <3

Capítulo 25 - Capítulo 25 - Frank


    Cinco dias. Exatamente cinco dias que eu estava pior do que um dia eu jamais estive, e dessa vez eu não tinha meus melhores amigos, claro, eu tinha Katherine, ela fazia de tudo para me ver sorrir, ela tinha me dado férias adiantadas com o argumento de que eu não estava em condições de sair em público, o que era a mais pura verdade. Mas ainda assim eu não queria preocupá-la, então quando ela vinha fazer suas visitas diárias eu fazia de tudo para parecer melhor do que eu realmente estava, se eu conseguia enganar ela eu não sabia, mas eu tentava. Eu não comia, não sorria e não falava direito, eu apenas chorava e, quando eu não o fazia, ficava deitado, olhando para o nada, pensando naquele último beijo que ele me deu.


   E caralho, que beijo, parecia que até agora eu ainda podia sentir seus lábios contra os meus, sua língua investindo dentro de minha boca, nossos gostos se mostrando naquela mistura mais que perfeita. Eu nunca tinha esquecido dessas características tão marcantes de todos os nossos beijos, era impossível esquecer, mas tudo parecia um pouco apagado, não tão forte quanto tudo estava agora. Isso me fazia uma bagunça maior ainda porque, mesmo eu querendo muito aquilo, estar com com saudade daquele toque e querer senti-lo mais que tudo, eu me lembrava a todo instante que aquilo fora um deslize seu, ele era casado com Bert, e ele nunca mais seria meu.


    Esse pensamento já estava mais que repetitivo, eu sabia, até eu já estava cansado das minhas lamentações, mas tinha algo dentro de mim que não me permitia mudá-lo ou parar de dar atenção a ele em segundo algum. Por isso eu passava o dia inteiro, literalmente vinte e quatro horas por dia, remoendo todos os sentimentos que o pensamento acarretava em mim.


   Toda essa minha linha de raciocínio iria continuar se não fosse a campainha tocando, o som fez minha cabeça latejar, infelizmente eu não consegui pará-lo rapidamente, atendendo a porta, pois meus movimentos haviam se tornado lentos com a junção do excesso de medicamentos e a falta de alimentos que meu organismo enfrentava. Mas daqui a algumas horas eu já estaria bem novamente… E então eu voltaria a tomar mais alguns comprimidos e dormir até o horário que eu acordar, para, incessavelmente, repetir esse ciclo. Levantar da cama, me medicar, deitar, mais um pouco daquelas drogas e depois talvez repetir esse ato mais uma vez no dia para, finalmente, dormir.


   Voltando a atenção à porta eu fui o mais rápido que pude para destrancá-la, eu tinha certeza que a pessoa do lado de fora era Katherine, o barulho de seu salto batendo contra o chão do lado exterior de minha porta denunciava sua presença.


    Um sorriso involuntário  surgiu em meus lábios, ela era a única capaz de extrair uma reação dessas durante esses dias, eu praticamente contava os minutos para que Kat viesse a minha pequena moradia. Como minha segunda mãe, bem melhor que a primeira eu deveria ressaltar, suas preocupações sempre me incluíam em um dos primeiros lugares, por isso ela frequentava tanto meus pequeno cantinho naquela cidade enorme. “Abre logo essa porta meu filho”  escutei sua voz, impaciente mas mesmo assim doce, como sempre, me fazendo aumentar a velocidade de meus passos um pouco para atender ao seu pedido o mais rápido possível. E mesmo meio confuso eu destranquei a porta assim que possível, os braços da mulher rodearam meus ombros em um abraço rápido e desajeitado enquanto ela entrava em minha casa, segurando uma sacola, provavelmente cheia de comida, sua bolsa de alguma marca aleatória que cobra muito dinheiro por acessórios que, para mim, não fazem a menor diferença, e sua jaqueta grossa. Ela parecia estar prestes a sucumbir, então eu rapidamente me prontifiquei em ajudá-la, pegando logo em seguida tudo de suas mãos e colocando em cima do sofá um tanto antigo ao meu lado.


   – Bom dia! – Animada ela começou, eu me impressionava com seu bom humor sempre renovado, cativando todos ao seu redor, em dias melhores era até possível acreditar que ela chegava a brilhar de tão radiante que ela ficava. Era horrível saber que as merdas que andavam acontecendo comigo também a afetavam, já não bastava eu estar me afundando cada vez mais, eu tinha que puxar alguém comigo… Mesmo que não mudasse tanto assim os sentimentos dela era possível perceber uma certa mudança no jeito que ela fazia as coisas, que ela falava, que ela ria, parecia sempre haver uma ponta de preocupação que fazia tudo parecer mais cinza, mais apagado. – Sim, eu sei que já se passa do meio dia… – Katherine parou e pensou um pouco, rindo docemente em seguida, antes de voltar a mim e continuar a falar – Mas eu também sei que o senhor acordou agora a pouco, então eu não estou totalmente errada… Ou estou? – Sua pergunta parecia ser mais para ela mesma, como a maior parte daquela pequena conversa que havia se iniciado com sua entrada em meu apartamento, do que para mim, mas mesmo assim eu senti vontade de respondê-la.


    – Não está, não – fui capaz de sorrir um pouco por causa do olhar que ela lançou a mim, era alguma mistura entre estranhar minha fala repentina e, ao mesmo tempo, gostar de eu tê-la feito – O que que foi? – Eu sabia a resposta, claro que eu sabia, ela não esperava por aquilo, mas mesmo assim eu preferia me manter na defensiva, pois, caso meu súbito aumento de felicidade fosse passageiro como eu suspeitava, ela não iria se frustrar ainda mais comigo.


   – Nada querido, nada… – A resposta veio mais rápido do que eu imaginava, ela ainda mantinha seu ar brincalhão enquanto falava, mas ainda assim ela pareceu meio decepcionada com a minha atitude. Eu sabia que isso aconteceria, mas eu não poderia permitir que ela criasse esperanças em cima de algo que não tinha chances de dar certo – Bom, mas o que importa é que eu trouxe seu almoço… Sem carne como sempre – de dentro da sacola que ela trouxe foi tirada um suporte de plástico com o prato que ela havia preparado, como sempre a comida parecia estar maravilhosa, mas eu não conseguia sentir fome. Eu me forçaria a comer um pouco, não faria desfeita a todo o seu trabalho, mesmo que só um pouco, eu sabia que ela ficaria feliz nem que eu comesse apenas uma garfada de tudo aquilo… Pelo menos de fome eu não morreria – Ainda está quente – ela abriu o pote de tamanho médio, o posicionou na mesa que eu usava para comer, esperou que eu me sentasse e me cedeu um garfo e uma faca – Espero que goste!


   Cortei um pedaço e levei até minha boca, parei minha mão a alguns centímetros antes de meu lábios, senti rapidamente o cheiro da comida e então eu mordi. Ambos eram ótimos, tanto o odor quanto o sabor. Mastiguei com calma, transformando o alimento sólido em algo um tanto pastoso para, assim que achei o suficiente, engolir. Repeti o ato por mais cerca de quatro vezes e me senti já satisfeito, olhei para Kat esperando que ela entendesse isso, ela assentiu um pouco receosa e tirou o pote de minha frente sabendo que eu não mais comeria, nem adiantava pedir.


   – Desculpa, eu sei que comi pouco… – “Tudo bem” ela me interrompeu antes que eu pudesse me redimir adequadamente, eu não tentei discutir contra isso, apenas lhe lancei um olhar cheio de culpa – Estava ótimo – falei, a coisa mais verdadeira que eu tinha falado em todo o dia, estava mesmo maravilhoso, se fosse em outros tempos eu comeria tanto daquilo que depois eu não seria capaz mais de andar adequadamente.


   – E você, como está? – Delicadamente ela perguntou, e eu recuei, me encolhi na cadeira inconscientemente, mas ela avançou, deu um passo à frente e pousou a mão em meu ombro direito, apertando levemente o local  – … Então?


   – É… Como ontem, antes de ontem e cinco dias atrás – minha intenção não foi ser grosso ou coisa do tipo, mas do jeito que eu falei pareci um pouco, talvez isso tenha acontecido pela amargura em minha voz e pela risada seca que eu soltei ao terminar de falar – Mas… E você? – Tentando consertar a merda que eu havia feito, ela tinha o olhar meio triste agora, falei o mais calmo possível, no final direcionando um pequeno sorriso a ela, esperando que tudo ficasse okay.


   – Ah meu filho, eu estou bem, mas disso você já sabe – todas as vezes que ela me chamava de filho eu me sentia diferente, um diferente bom, era ótimo escutar essas palavras de alguém depois de tantos anos, mesmo que essa pessoa fosse minha chefe e não minha mãe – Mas eu estou aqui para saber de você, não o contrário…


   – Vamos assistir alguma coisa na tv antes de você ir embora? – Eu a cortei pois senti que ela iria fazer mais alguma pergunta, e também senti que eu não estaria apto psicologicamente para responder o que ela queria no momento. Seu olhar desconfiado pairou sobre mim mas eu tentei disfarçar me levantando não tão rapidamente da cadeira, os remédios ainda não permitiam movimento ágeis, e me soltando em cima do sofá, batendo no estofado ao meu lado na intenção que ela se acomodasse lá – Eba! – Uma falsa animação me tomou quando ela fez o que eu queria, em poucos segundos eu já tinha minha cabeça sobre seu colo, o corpo parcialmente deitado na extensão restante do sofá, enquanto metade das minhas curtas penas ficavam para fora e eu as mexia no ar.


   Ficamos um bom tempo daquele jeito, ela acariciava meus cabelos enquanto eu assistia o filme de terror que eu havia colocado mais cedo, vez ou outra eu conseguia perceber que, mesmo não admitindo, Katherine se assustava com as cenas mais fortes. Era engraçado o jeito que ela dava pequenos pulos que seriam imperceptíveis se eu não estivesse deitado em seu colo, e ela tentava disfarçar, mas ainda assim eram notados por mim.


   – Frank, querido, agora eu tenho que ir, está na hora de reabrir a cafeteira – ela anunciou já se levantando, consequentemente fazendo com que eu a seguisse, pegando a bolsa e seu casaco. Rapidamente ela depositou um beijo em meus cabelos e foi até a porta, a abrindo logo em seguida, mas parando antes de atravessá-la – Até amanhã!


    Eu me despedi dela à distância e só quando eu escutei o som de seu salto ficando mais baixo eu me levantei para trancar a porta do meu apartamento.


   Voltei a assistir o filme, mesmo que eu já tivesse visto ele milhares de vezes, como qualquer outro terror, eu não me senti entediado. Meu olhos como sempre estavam vidrados na televisão enquanto eu ficava deitado, quase encolhido, no sofá. Eu não me encolhia por medo, claro que não, eu sabia de cor todas as falas desse filme, era um clássico, mas eu estava com frio.


   Eu deveria levantar e pegar uma coberta, mas não, eu fiquei lá, tremendo um pouco pela temperatura baixa e que parecia cair cada vez mais. Não era preguiça o que eu sentia, era algo a mais, eu simplesmente não conseguia me levantar para fazer qualquer coisa, minha vontade era a de ficar deitado até o almoço de amanhã, quando eu teria que levantar para abrir a porta para Kat mais uma vez. Isso não era algo incomum de eu sentir, na verdade acontecia com bastante frequência, principalmente nessa última semana, então por horas eu ficava imóvel sobre minha cama, sofá ou, até mesmo, o chão.


   E do nada Gerard voltou a minha cabeça… Não foi exatamente do nada, no filme um casal trocava juras de amor e por isso eu lembrei da época que namorávamos e éramos idiotas como os dois jovens retratados no filme. Mal sabiam eles que o amor machuca, que ele não é tão bonito assim, que ele não traz coisas boas como é dito nos livros… Ou talvez ele fosse tudo isso sim, talvez amar seja maravilhoso, como para mim foi por um tempo, e talvez eu só tenha essa visão amargurada das coisas por culpa própria, eu me deixei iludir pelo cara bonitão… Como ele poderia querer algo sério comigo?

  

   Oh, merda! Eu não acreditava que estava chorando novamente, não fazia nem ao menos vinte e quatro horas desde a última lágrima gasta e lá estava eu de novo. Os olhos ardendo enquanto as lágrimas rolavam, a boca tremendo, junto a todo o meu corpo, por eu tentar reprimir os soluços. Mas um conseguiu escapar, no momento em que a campainha, talvez a pessoa que estivesse do outro lado tenha conseguido escutar, eu esperava que fosse Katherine, já estava na hora da cafeteira fechar, então tinha uma grande chance de ser ela.


   Me levantei, peguei a chave em cima da mesinha de centro, e fui até a porta. A abri.


   Não era Katherine quem estava do outro lado, mas sim Gerard. 


Notas Finais


E então??? Espero mesmo que tenham gostado, volto semana que vem com essa visita do nosso querido Gerard hahahayaya
Bjsss, até o próximo <3


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