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História Summertime - Cap 3 - Gerard


Escrita por: radfuhkiero

Notas do Autor


Oioiiiii!!!! Como vocês estão? Espero que bem.
É então, perceberam que eu consegui dar uma adiantada no capítulo??? Eu só iria postar sábado, mas consegui arranjar um tempinho para alegrar a noite de vocês (hauahaua até eu ri dessa agora).
Antes de começar o capítulo eu queria agradecer ao novo favorito 💜 e a pessoa linda que comentou no capítulo anterior 💙
É isso, vejo vocês lá embaixo e boa leitura.
(hoje eu postei o capítulo certo!!!! Hauahuaya)

Capítulo 3 - Cap 3 - Gerard


[Segunda-feira 10:33a.m.] Gerard: Bom dia, Frank! Dormiu bem? Espero que sim :) … Queria saber se hoje, quando estiver com um tempo live, você quer ir tomar um sorvete comigo?

[Quarta-feira 13:19p.m.] Gerard: Oi, Frank! Tudo bem? Ontem de noite assisti a um filme de terror, como disse que gosta desse tipo de filme, me lembrei de você.

[Sexta-feira 22:17p.m.] Gerard: Espero que você esteja bem, Frank :)

   Soltei o celular em cima das cobertas desarrumadas de minha cama e logo depois esfreguei meus olhos tentando espantar a preguiça que me dominava e me fazia ter vontade de apenas virar para o lado e voltar a dormir. Eu estava claramente irritado com a falta de resposta, a última mensagem havia acabado de ser mandada por mim, como uma tentativa final de falar com o pequeno garoto que ocupava minha mente desde o dia em que o reencontrei, se ele não respondesse essa eu iria simplesmente desistir. Claro, ele era atraente para cacete, se eu pudesse teria o agarrado em frente a todos no jantar, mas por ser uma pessoa civilizada não o fiz… Esse não era o único motivo por eu não ter avançado em Frank, pois se ele não quisesse nada comigo, eu pelo menos teria um amigo com quem passar o tempo.

   Parei de pensar nas mensagens e tirei as pesadas cobertas de cima de meu corpo pálido, logo depois me sentando com as pernas para fora da cama, enquanto me espreguiçava lentamente, minha vida não poderia parar por conta de uma amizade falha e eu tinha de me animar, pois hoje o dia seria importante. Seria meu primeiro dia de trabalho como professor de artes na escola da cidade… Isso até que era bom, eu voltaria a ter minha independência econômica após deixar Nova York e voltar para minha cidade natal… Isso era bom, mas, sempre haveria um “mas”, não era o que eu queria fazer.

   Nunca fui igual às outras crianças, enquanto elas queriam ser astronautas, jogadores de futebol, veterinários e médicos eu sempre quis fazer HQs. Mostrar meus desenhos e histórias para o mundo, encantar as pessoas com minha criatividade, criar heróis e vilões, colorir todo um mundo alternativo onde tudo é possível e, por fim, ser reconhecido por fazer algo que realmente me traga satisfação, alegria e prazer… Mas em algum ponto de minha trajetória eu me perdi, não sei ao certo onde, pois olhando para meu passado tinha a impressão de que todos meus passos haviam sido pensados, planejados e executados corretamente e mesmo assim não cheguei onde queria. Claro houve obstáculos, que em minha perspectiva só teriam me atrasado, como minha depressão que tinha atingido seu auge logo após deixar a casa de meus pais há cerca de dez anos, mas que hoje em dia se encontrava controlada, graças a alguns remédios que me mantinham estável.

   Comecei a andar em direção ao banheiro de meu quarto, tirando no meio do caminho minha boxer azul escura que era a única peça de roupa que me recobria o corpo.

Quando entrei debaixo do chuveiro, a água quente bateu em minhas costas, imediatamente relaxando todos os meus músculos e fazendo com que uma parte de toda minha frustração sumisse. Ensaboei todo meu corpo com calma, sentindo a pouca sujeira ser levada embora, deixando minha pele limpa e com um leve cheiro de menta que durante o dia se misturaria com o cheiro da nicotina de meu cigarro favorito.

   Depois de terminar meu banho, me vesti com uma blusa social preta, com as mangas dobradas até a área de meus cotovelos e uma calça justa e igualmente preta. A combinação realçava o tom claro de minha pele e meus cabelos pretos que estavam pouco mais compridos que o habitual, mas talvez eu começasse a deixá-los assim daqui para frente. Olhei pela última vez meu reflexo no espelho, arrumei meu fios negros e logo depois os desarrumei, deixando-os com uma aparência mais despojada do jeito que mais me agradava e me virei, pronto para sair de meu quarto e tomar um farto café da manhã com minha mãe que já me chamara inúmeras vezes e me esperava impacientemente no andar inferior.

   Andando em direção a cozinha, senti o cheiro da comida e principalmente do café, minha bebida favorita, que nunca poderia faltar em minhas manhãs, pois, se não bebesse minhas várias doses matinais, meu humor se tornava horrível.

Adentrei a cozinha e me sentei atrás do balcão claro da cozinha enorme e exageradamente arrumada de minha mãe, tendo a visão privilegiada das costas da pequena senhora que se curvava em frente ao fogão enquanto terminava de fazer panquecas.

   – Bom dia, filho! – Ela colocou o prato de panquecas e uma grande caneca de café a minha frente, beberiquei um pouco do líquido quente que desceu facilmente por minha garganta fazendo com que eu sorrisse com a sensação de ter minha bebida favorita me dando as energias necessárias para começar o dia. Resmunguei um “bom dia” bem-humorado e como resposta recebi um beijo delicado em minha bochecha, que ficou marcada pelo batom cor-de-rosa que minha mãe usava – Como você está lindo hoje! Meu bebê está pronto para o primeiro dia de trabalho?

   – Totalmente! … Até porque não é meu primeiro trabalho, só é o primeiro dia de trabalho nessa escola – Assim que terminei de falar a vi pegando os remédios que eu tinha de tomar todas as manhãs nesse mesmo horário, o tom divertido que eu havia usado antes desapareceu quando voltei a falar – Mãe, a senhora sabe que eu não sou mais uma criança, posso pegar meus remédios sozinho, mas que saco! – Não que eu não gostasse de ser mimado ou que ela fizesse as coisas para mim, mas toda minha grosseria surgia quando se tratava de meus remédios, pois sentia que quando ela fazia isso era porque não confiava em mim, era como se o tempo não tivesse passado e eu ainda fosse aquele garoto estúpido que tentou acabar com a própria vida se enchendo com os medicamentos controlados que é obrigado a tomar até hoje.

   – Querido… Desculpe-me, eu me esqueci – Donna me abraçou enquanto afagava meus cabelos lentamente, me acalmando e fazendo com que eu me sentisse culpado por ter usado aquele tom de voz mais seco com ela.

   – Eu que peço desculpas, mãe… Não queria ter falado assim com a senhora.

   – Vamos deixar esse assunto pra lá? Fingir que nada aconteceu? – Como sempre ela trouxe o clima agradável de volta à conversa, fingindo um tom mais autoritário, mas, mesmo assim, com o olhar divertido, eu dei um pequeno riso com sua atitude – E agora tome seus remédios – a senhora bem-humorada colocou as mão na cintura, fingindo-se de brava e caindo na risada logo depois. Quando seu riso cessou tomei os remédios acompanhados de o último gole de café que restava em minha caneca.

   – Mas e então, mãe, como a senhora dormiu? – Perguntei ganhando a atenção de minha mãe novamente, mas dessa vez não com a mesma alegria que antes.

   – Não muito bem, meu filho, você sabe que depois que ele se foi tem sido difícil, principalmente antes de dormir… Sabe, querido? Eu sinto falta de minhas conversas com seu pai, do calor dele, de seu sorriso… – Os olhos de minha mãe já se enchiam com lágrimas que sempre eram trazidas à tona com toda a nostalgia que as memórias boas de meu pai traziam a ela, apertei com carinho suas mãos que estavam apoiadas no balcão – Mas o que importa é que nós vivemos uma bela vida, não é mesmo? … Pena que tudo tem um fim, o que nos resta é lembrar de tudo com carinho e ficar feliz por esses momentos terem acontecido.

   – Vivemos uma bela vida ao lado dele, sim… Ele foi um ótimo pai, sempre me apoiou, nunca deixou que um mal atingisse a senhora... – Desta vez foi ela quem me dirigiu um sorriso carregado de compreensão – Ainda sinto falta dele, mesmo que eu não morasse com vocês há tempos eu estava acostumado com as ligações matinais e bem-humoradas que ele me fazia todos os dias, para perguntar como as coisas estavam indo, se eu precisava de dinheiro, se eu estava tomando meus remédios corretamente… Sinto falta dele, mamãe.

   – Eu também, filho, eu também… – Ela enxugou minhas bochechas, que nesse momento eram molhadas por minhas lágrimas, com os polegares e depois depositou um pequeno beijo em minha testa, fazendo com que um pequeno sorriso voltasse aos meus lábios – Isso mesmo, quero meu querido sorrindo! Nada de choro nessa casa! – Aumentei a curva em meus lábios e mostrei totalmente meus dentes em um sorriso sincero, ela soltou meu rosto e direcionou seu olhar ao relógio de parede – Querido! Já está na hora de ir! Levante-se, você não quer chegar atrasado em seu primeiro dia de trabalho, não é mesmo?

   – Meu deus, mãe! Por que a senhora não me avisou antes? – Meus olhos saltaram de meu rosto quando vi o horário, eu estava realmente em cima da hora, seria preciso que eu corresse até a escola para que eu chegasse no horário – Porra… Caralho, que merda! Não posso chegar atrasado. – Eu falei enquanto me levantava e tentava ajeitar minha camiseta de uma melhor forma por dentro do cós de minha calça.

   – Ei, olha a boca, Gerard! – Donna me repreendeu com seu melhor tom de indignação e deu um leve tapa em minha nuca, resmunguei desculpas enquanto a abraçava e depois fui em direção a porta, já me preparando psicologicamente para deixar meu sedentarismo de lado e correr até meu novo local de trabalho – Bom trabalho, nos vemos de noite, querido!

   Com minha mão direita acenei para minha mãe e com a esquerda fechei a porta logo depois que a pequena senhora correspondeu ao ato, mandando um pequeno beijo no ar para mim. Comecei meu caminho, correndo totalmente desengonçado enquanto minhas calças insistiam em descer, fazendo com que eu tivesse de fazer todo o percurso segurando-as para que eu não ficasse apenas de cueca no meio da rua.

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   Em menos de vinte minutos eu já estava em frente a escola grande de muros acinzentados, em minha adolescência o lugar parecia mais aterrorizante, agora ao meu olhar não se passava de uma escola comum como todas as outras… Talvez naquela época eu achasse tudo mais medonho por conta das pessoas as quais eu tinha de aguentar todos os dias, enquanto elas faziam piadinhas com meu jeito estranho de ser e minha sexualidade, que nunca foi segredo para ninguém, e eu apenas ignorava e tentava seguir minha vida, me entupindo de antidepressivos para não estagnar em minha cama e nunca mais levantar.

   Adentrar aquele local depois de dez anos era realmente estranho, todos os sentimentos ruins voltavam, e com eles meu rosto já se umedecia com as gotículas de suor que começavam a escorrer por conta de todos os momentos ruins, que eu não revivia em minha cabeça há muito tempo, voltavam a minha memória. Espalmei meus bolsos traseiros em busca da minha cartela de calmantes que, por eu ser uma pessoa um tanto sistemática demais para alguém de minha idade, eu havia trazido, já preparado para esse turbilhão de emoções que eu sabia que voltariam.

   Andei, já um pouco mais calmo, pelos corredores cheios de adolescentes e crianças que me dirigiam olhares curiosos, se perguntando quem era o cara branquelo, de cabelos negros e desconhecido que estava circulando, enquanto fingia não estar abalado pelo passado, pela escola sem graça que eles eram obrigados a frequentar todos os dias. A sala da diretora era no mesmo lugar de sempre, no final de um enorme corredor ao lado de inúmeras fileiras de armários que um dia já foram azuis, mas hoje em dia eram acinzentados.

   Passei pela grande porta dupla e dei de cara com uma mulher, com aparentemente seus cinquenta e poucos anos, que olhava uma agenda revestida de couro vermelho até que eu emiti um pequeno som para chamar sua atenção, o que deu certo, pois ela tirou os olhos das pequenas folhas e passou a me olhar um tanto duvidosa.

   – É… Com licença – eu disse, mexendo em meus cabelos para tentar disfarçar o desconforto que o olhar daquela mulher me causou – Eu vim ver a diretora… Sou Gerard Way, o novo professor de artes – sem ao menos me cumprimentar ela virou as costas e adentrou a pequena sala de sua superior.

   Quando ela voltou, minutos depois, permitiu que fosse encontrar a diretora, mas antes que eu me afastasse totalmente da mulher, pude escutar ela resmungando algo sobre como eu era estranho e como o mundo estava perdido por pessoas como eu poderem lecionar, mas eu apenas ignorei, pois sabia que preconceito era algo mais que comum nessa pequena cidade que eu havia morado a maior parte de minha vida, e que eu era conhecido por todos pelo simples fato de eu ter me assumido gay sem me importar com a opinião alheia.

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    O sinal bateu, finalmente me vi livre para fazer alguma coisa que não fosse lidar com adolescentes esquisitos. Algumas garotas tentaram se mostrar boas demais, tentavam chamar minha atenção com aqueles sorrisos falsos, vozes manhosas e decotes enormes, o que era inútil e, com certeza, passageiro, pois se conheço bem essa cidade, assim que elas chegarem em casa falando sobre o novo e bonito professor os seus pais acabarão com todo o ânimo dizendo aquela frase tão típica das pessoas intrometidas de minha cidade natal, “Gerard Way é gay”.

   Saí pelos portões da escola e comecei a andar em direção a minha casa, onde eu vou me jogar no sofá e esperar que minha mãe termine de cozinhar o jantar.

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   Já largado confortavelmente no sofá de minha sala, enquanto assistia um de meus desenhos favoritos na televisão, decidi olhar pela milésima vez no dia meu celular e checar se não haviam notificações.

   Um grande sorriso se formou em meus lábios quando, ao desbloquear a tela do aparelho, vi uma mensagem de Frank, e minhas feições se alegraram ainda mais quando li o conteúdo da mensagem.

[Sexta-feira 16:56p.m.] Frank: Oi Gee (posso te chamar assim?) … Tudo bem? Me desculpa por não ter te respondido antes? Eu juro que não queria, mas eu tive alguns problemas e acabei ficando meio mal… Já estou melhorando… E sobre o sorvete, quando eu melhorar totalmente eu te mando uma mensagem para combinarmos tudo certinho, que tal?… Bom, tchau, xoxo :)


Notas Finais


O que acharam????? Se quiserem interagir, falar se estão gostando, tiverem alguma dúvida ou qualquer coisa, podem comentar viu? Hauahauaha
Bom foi isso, espero que tenho gostado. Boa noite. Até a próxima 🦄🦄🦄


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