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História Summertime - Capítulo 37 - Frank


Escrita por: radfuhkiero

Notas do Autor


Oioi, boa noite❤
Espero que gostem desse capítulo e, como eu não tenho nada pra falar aqui em cima, até lá embaixo!
Boa leitura, bjsssss!

Capítulo 37 - Capítulo 37 - Frank


    Acordei. Visão embaçada pelas horas e mais horas de sono, mas pelo menos bem descansado e com o humor renovado, em poucos minutos desperto, ainda com os meus olhos fechados, eu comecei a planejar o que faria hoje, de início pensei em marcar algo a mais com Ray e com Jamia, depois cogitei também apenas ficar em casa, curtir o dia com Gerard ao meu lado, conversar um pouco com Donna. Qualquer uma dessas coisas estaria de bom tamanho e me agradaria, até mesmo dormir o resto do dia eu aceitaria pois a cama estava extremamente confortável e quentinha, o clima gélido do lado de fora da janela me incentivava mais ainda a me esconder debaixo das cobertas, o que eu não fiz, já que assim que eu me mexi e abri os olhos notei que meu namorado não estava deitado junto a mim. Tendo percebido isso eu me levantei, não liguei para a mudança repentina de temperatura e nem como o chão estava muito gelado e eu sem meias, ao julgar pelo horário supus que ele já estaria fazendo companhia a sua mãe em qualquer outro cômodo pela casa e eu claramente fui atrás dele.


   Os encontrei conversando na sala, mas logo que cheguei perto deles eles pararam de falar, ficaram tensos e para tentar disfarçar meu incômodo com aquilo eu desejei bom dia a eles, recebendo as mesmas palavras em troca só que eles estavam muito desanimados, e tive certeza que tinha algo de errado. Primeiramente por Gerard estar mordendo o próprio lábio com tanta força, os dedos inquietos brincavam nervosamente sobre suas coxas, os pés batendo freneticamente sobre o tapete de cor clara e seus olhos que não repousavam de maneira alguma sobre mim… Isso realmente me assustou.


   – O que foi? Por que vocês estão assim? – todo meu mal pressentimento sobre aquilo não me deixou ser mais discreto com minha pergunta, quando eu percebi eu já havia a feito e meu namorado parecia muito receoso em respondê-la, mas ele o fez.


   – Frankie, meu amor… Como eu posso te dizer isso?... – cada vez eu ficava mais confuso, até mesmo a possibilidade dele me deixar novamente passou por minha cabeça, mas ao que ele continuou a falar ela foi totalmente excluída – Sua mãe, coelhinho, faleceu essa madrugada… Eu não sei os detalhes, apenas nos contaram isso… Eu… Eu sinto muito…


   No momento em que raciocinei essas palavras eu não soube ao certo como reagir, de algum jeito eu sabia que não demoraria para isso acontecer, eu só não imaginei que seria exatamente na noite em que nos acertamos, que eu finalmente a tinha como uma mãe, mesmo eu continuando com um pé atrás, ainda assim eu estava confiante de que eu teria ao menos alguns dias com ela. Era tudo que eu queria de certa forma. Mas não, muito pelo contrário, nós não teríamos tempo algum, e repentinamente meus olhos já se enchiam de lágrimas e, na mesma velocidade que isso acontecera, Gerard correu até mim e me abrigou entre seus braços.


   Por mais estranho que fosse eu não comecei a chorar, eu pensei que iria, mas não, lágrimas não começaram a escorrer. Isso não significa que eu não estava triste, porque eu estava, tinha um novo tipo de vazio dentro de mim e ele era dolorido, muito dolorido. Mas eu apenas não senti essa vontade, e me segurei, retribui o abraço de Gerard o mais forte que pude, e, com a voz fraca, o perguntei quando seria o velório.


   – Ainda hoje… Durante o final da tarde – em toda minha vida eu comparecera a poucos eventos do tipo, por isso eu não tinha noção de quanto tempo demoraria para essas coisas acontecerem, eu julguei o tempo um tanto rápido demais, mas se era assim eu não iria contestar – Nós iremos?


   – Sim, Gee… Iremos… – respondi-o com calma, respirando fundo, ainda apertando seu corpo contra o meu. E eu não queria soltá-lo, mas ao mesmo tempo eu tinha que fazer algo para relaxar, se não eu não teria forças para aguentar até o final do dia – Mas… Agora preciso tomar um banho… Você vem comigo? – por mais que parecesse que por trás eu tinha alguma intenção, que eu queria transar com ele, não, eu queria apenas entrar em contato com a água morna e não sair de perto dele. E Gerard entendeu isso, confirmou e passou a me guiar até o banheiro.


   Chegamos lá e nos despimos, pouco a pouco, ele me ajudava a tirar as peças de meu corpo e eu o ajudava, assim como toda hora ele me mandava sorrisos reconfortantes e eu correspondia a todos. Mas o silêncio predominava, e isso era bom, muito bom, ele entendia meu luto, sabia que eu precisava desse tempo de paz para lidar com tudo da minha própria maneira, sem me desesperar como eu já havia feito tanto nos últimos tempos. Entramos debaixo do chuveiro e ele o ligou, a água começou a cair sobre nós dois, e, em instantes, ele começou a me beijar, calmamente, sem propriamente todo aquele desejo sexual, apenas um ato de carinho para me reconfortar entre todo aquele turbilhão de coisas que estavam acontecendo nos últimos tempos.


    Tanta coisa havia mudado em menos de dois meses, antes eu apenas sobrevivia, remédios e álcool faziam parte de toda minha rotina, eu vivia para saudades de Gerard e ressentimentos. Mas do nada ele voltou, foi tão repentino que eu me encontrei perdido por um tempo, mas agora éramos um casal novamente e estávamos super bem, um dia melhor que o outro ao lado dele… Estava tudo perfeito, até a ligação de dois dias atrás, não que tenha estragado tudo, eu apenas não estava preparado e por isso eu desabei, foram tantos acontecimentos fortes em tão pouco tempo que eu simplesmente não tive estruturas para me segurar. Porém agora era diferente, eu tinha consertado meu principal erro passado em apenas um dia, um peso imenso havia saído de minhas costas com a conversa que eu tive com Linda, então sim, eu me encontrava mais equilibrado dessa vez para não acabar me afogando em lágrimas como das últimas vezes.


   E continuamos a nos beijar, minhas mãos presas a seus cabelos enquanto as suas passeavam por minhas costas, e enquanto nossas línguas dançavam juntas em uma valsa profunda a água escorria por entre nossos corpos, ele sempre me deixaria sem ar, principalmente quando ele colocava todo seu amor por mim neste ato como fazia agora. Gerard era delicado, calmo e intenso, tudo isso ao mesmo tempo, prolongando nosso ato até meus pulmões não aguentarem mais e eu ter de nos interromper para respirar, mas voltando ao que fazíamos antes assim que era possível, juntando nossas bocas novamente, e fazendo isso várias e várias vezes até que meus lábios ficassem dormentes. Sim, passamos muito tempo em meio a essas carícias, o chuveiro nos molhando a todo instante, mas não passamos disso, não mesmo, quando finalmente nos demos por satisfeitos eu sorri verdadeiramente para Gerard, ele falou que me amava e passamos a realmente tomar banho, às vezes ele fazia alguma brincadeira infantil para que eu me sentisse melhor, nem sempre funcionava, mas eu tentava não demonstrar isso, porque ele tentava rir e esquecer um pouco minha mãe que agora provavelmente já estava dentro de seu caixão.


   Com certeza uma grande parte, quase toda para ser sincero, vinha dele… Ele havia me visto derramar tantas lágrimas, passou tanto tempo ao meu lado me mantendo em pé que eu faria qualquer coisa para que ele também se sentisse melhor, mesmo que a pessoa quem estava pior ali fosse eu.


   Terminamos nosso banho, então em seu quarto nos trocamos, roupas inteiramente pretas, como não fiquei muito atento aos detalhes, e quando percebi, ele já estendia sua mão para que eu a pegasse e fossemos em direção ao carro para, em seguida, irmos ao cemitério. Donna foi junto, eu ofereci o banco ao lado do seu filho para ela, mas a senhora recusou e rapidamente se acomodou no banco de trás enquanto eu tomava meu lugar e, mesmo que o caminho fosse extremamente curto e as ruas estivessem vazias, coloquei o cinto de segurança. A mão de Gerard foi sobre minhas coxas o caminho todo, acariciando o local enquanto guiava o carro com calma. Não conversamos durante o  caminho, a única coisa que era audível no carro eram nossas respirações pesadas, tensas e isso me deixava ainda mais ansioso que o normal, mas não ansioso de um jeito bom, era novamente algo que revirava meu estômago e me deixava sem ar, um sentimento horrível que me dava vontade de vomitar tudo que estava em meu estômago. Haviam horas que eu poderia jurar que meu coração iria parar, porém isso não aconteceu, eu apenas me mantive olhando para a rua durante todo o percurso em uma tentativa de acalmar meus nervos, infelizmente a cada metro que o carro percorria isso se tornava mais difícil.


   Chegamos após alguns pouquíssimos minutos, ainda do lado de fora eu já pude perceber que quase a cidade toda estava aglomerada lá a espera do caixão, todos com vestes escuras assim como nós três que agora saímos de dentro do automóvel, e assim que Gerard veio ao meu lado, passou seus braços por meus ombros e beijou meus lábios rapidamente antes de sussurrar algumas palavras de incentivo a mim. Os olhares de todos estavam cravados sobre nós dois, a maioria nos olhava com nojo, horrorizados, e eu tentava não me incomodar com o quanto eles pareciam me queimar apenas com os olhos, mas era impossível. Então eu me encolhi tentando me esconder, de certa forma, e ele notou isso puxando-me mais para perto de si e encolhendo meu corpo em seu peito, continuou a andar comigo colado a ele, sem se deixar estremecer por todo aquele julgamento alheio. Eu fiquei mais aliviado quando consegui encontrar Ray e Jam no meio daquela pequena multidão, eles já vinham em nossa direção e eu me apressei em ir rapidamente até eles com Gerard me seguindo.


   Jamia foi a primeira a me abraçar, a pequena garota, praticamente do meu tamanho, desejou seus pêsames mas logo eu afirmei que estava tudo bem, que sim, eu estava triste, mas as coisas iriam se estabilizar novamente. Depois veio Ray, meu amigo não falou nada, ele me conhecia melhor que ninguém e sabia que eu não precisava de palavras naquele momento, que apenas aquele abraço apertado já estava de bom tamanho para que eu me sentisse melhor… Com as pessoas que eu amava ao meu redor o choque da notícia estava passando, a vontade de chorar não vinha, nem viria, eu simplesmente não sabia direito o porquê, mas não era por ser insensível, eu só estava… Estava mais estável emocionalmente. Mas sim, as coisas começaram a descongelar, mesmo que até agora eu não tivesse notado que elas estavam tão gélidas, sem cor e extremamente lentas.


   A cerimônia passou diante de meus olhos sem que eu nem ao menos percebesse, Frank estava lá, ele, por mais incrível que pareça, estava realmente triste e isso era perceptível pelo seu jeito de se portar, por instantes até cogitei ir até ele e tentar confortá-lo mas isso morreu assim que ele percebeu nossa presença lá e desviou o olhar como se fosse um pecado estarmos ali. Não prestei muita atenção nisso, me foquei em minha mãe, muitos pensamentos passavam por minha cabeça, o principal deles era o de eu estar aliviado de ter a desculpado antes que ela partisse, se eu não tivesse o feito o peso em minhas costas estaria mais pesado do que nunca, e eu não gostaria disso, já era difícil lidar com o anterior e se ele aumentasse seria insuportável. Então ocorreram as orações, o caixão foi enterrado e tudo acabou, as pessoas começaram a ir embora pelos portões negros e eu continuei ali, encarando o túmulo de minha mãe, agachei-me diante deste e me despedi uma última vez, sendo que desta eu me pus a chorar, não algo tão cheio de desespero como foi quando eu recebi a notícia de que ela estava doente, mas deixei com que várias lágrimas caíssem enquanto eu falava minhas palavras finais para a mulher que por muito tempo eu fingi que não existia.


   – Gee, vamos embora? – “Claro Frankie, vamos sim, aí minha mãe já prepara algo para…”. Foram segundos para que ele respondesse minha pergunta, mas ele não entendeu ela plenamente, eu não queria ir para a casa de sua mãe – Não… Eu quero dizer, vamos pra nossa casa, Nova York… Podemos?


   – Oh! Claro… Você quem manda, pequeno… – eu agradeci ele, se fosse outra pessoa provavelmente eu teria de ficar pelo menos mais algumas horas nesta cidade e, com isso, eu não me sentiria confortável, eu queria ir para meu apartamento e descansar lá – … Espera… Você disse nossa? Então você vai pro meu apartamento? – claro que ele não deixaria isso passar despercebido, nem eu havia reparado no que eu falei, mas ele sim e ressaltou isso, ele pareceu tão surpreso e feliz com o que eu falei que foi impossível negar e eu confirmei, eu iria com ele para onde ele quisesse.


   Depois disso nós nos despedimos de Donna, Ray e Jam, fiz eles jurarem que iriam nos visitar assim que pudessem, e para minha surpresa eles ficaram até no assunto de se mudarem para lá também, para assim ficarmos mais próximos novamente. Fiquei ansioso com isso, tenho que admitir, seria incrível ter eles por perto todos os dias, mas eu não tive tempo o suficiente para pensar nisso, logo eu e Gerard já estávamos no carro novamente, sem nossas malas, sem nada, voltando para casa.


Notas Finais


Bommm eu não sei se consegui expressar tudo certinho o que o Frank tava sentindo, não sei se ficou confuso demais... Realmente não sei, só espero que tenham gostado!
Me deixem saber o que acharam, comentem! Hauahahahha
Até o próximo! ❤


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