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História Summertime - Capítulo 6 - Frank


Escrita por: radfuhkiero

Notas do Autor


Olha quem chegou, eu!!! (incluam purpurina nisso, sei lá, só quero uma chegada triunfal) hauahauhahaha
Como vocês estão bebês do meu coração?? Espero que bem... Bom é isso, não sei muito o que falar aqui em cima, então é isso, espero que gostem do capítulo e espero comentários.
Falando em comentários, eu não posso deixar de agradecer pelas palavras fofas que algumas de vocês me deixaram no capítulo passado e, também, pelos novos favoritos, tudo isso é muito importante para que eu continue a escrever essa história <3

Capítulo 6 - Capítulo 6 - Frank


    – O que você estava falando mesmo? – Perguntei calmamente para Ray, ele rolou os olhos insatisfeitos e pareceu se irritar um pouco com o quão aéreo eu estava hoje, talvez fosse a quinta vez no dia que eu fazia essa pergunta a ele, mas eu não conseguia me concentrar em nada.


   – Frank! Mas que merda… o que você tem hoje?


   – Gerard Way, o que mais poderia ser? – Ele riu sarcasticamente enquanto eu colocava mais um dos chicletes que eu tinha ganhado do mesmo na boca – Eu estou… Ansioso, okay?


   – Mas é apenas um sorvete, vocês só vão na sorveteria conversar! Não tem o porque de todo esse drama – ele gesticulava mais que o normal e isso era um sinal claro para mim que o conhecia há anos de que ele já estava irritado com “todo esse drama” que eu fazia, mas eu não conseguia evitar quando se tratava daquele ser alto de cabelos extremamente escuros e olhos verde-oliva.


   Durante o final de semana eu tinha recebido a prova concreta de que existia alguém mais insistente que eu, o que anteriormente eu julgava impossível, e esse alguém era Gerard. Ele passou dois dias inteiros enchendo meu celular de mensagens até que eu aceitasse tomar um sorvete com ele em plena noite de segunda feira. Claro que eu queria acompanhá-lo, quem em sã consciência não gostaria de sair com ele? Mas eu, como sempre, tinha medo de que algum amigo de meus pais nos visse e eu acabasse, na melhor das hipóteses, muito ferido. Por causa disso eu não tinha tocado no assunto por mais de uma semana em que tínhamos trocado mensagens, com esperança de que ele esquecesse, mas ele não esqueceu.


   – Eu sei, Ray… Mas eu não consigo evitar quando se trata dele… É muita informação para alguém tão pequeno, entendeu?


   – Eu poderia jurar que agora você estava falando do pau dele – eu tinha de admitir que se eu não estivesse tão tenso eu teria dado risada junto a ele, Ray não parava de gargalhar de sua própria piada e eu já tinha medo de que ele morresse ali mesmo, sem ar, mas antes que isso acontecesse ele se acalmou aos pouco – Falando sério agora, não precisa ficar assim, vai dar tudo certo – ele limpava as lágrimas dos olhos enquanto ainda soltava alguns sons estranhos por causa de todo o acesso de risada anterior, mas quando se acalmou por completo eu pude perceber pelo tom de voz que começou a usar, que as palavras que viriam a seguir seriam extremamente sérias e talvez um pouco difícil de digerir – Eu sei que toda essa preocupação não é pelo Way e sim por seu pai, mas Frank… Você não pode se esconder a vida inteira, se ele descobrir alguma coisa foda-se, a vida é sua e você merece ser feliz, se apaixonar, ter um grande amor! Não é aquele homem que te agride por qualquer coisa que vai te impedir de viver, você não pode permitir isso… – ele parou um pouco para respirar e procurar as palavras certas a serem usadas – É horrível ver meu melhor amigo se fechando cada vez mais… Quando nós fomos naquele jantar eu tive esperança de que alguma coisa fosse mudar, o jeito como você olhou para o Gerard e o jeito como ele te olhou realmente me deu esperanças de que finalmente as coisas melhorariam, mas se você continuar a viver a favor do medo do que aquele filho da puta pode fazer com você, nada vai mudar e talvez você perca sua grande chance de se libertar disso tudo – ele finalizou sua fala com um grande suspiro e eu não tinha coragem de olhar diretamente para ele, porque eu sabia que ele estava certo, mas eu não queria enxergar isso antes.


   – Obrigado, grandão… – foi a única coisa que eu consegui falar por longos minutos até pensar em tudo que ele tinha falado, e eu tentaria mudar, por ele e por mim mesmo, pois eu sabia que já não era o mesmo garoto que ele tinha conhecido na pequena loja de discos antigos da cidade há aproximadamente dez anos – E uma última coisa… como você sabe das agressões? Eu nunca contei sobre elas para ninguém.


   – Frank, nós somos praticamente irmãos, eu te conheço melhor do que você imagina… Claro que no começo eu acreditava nas suas desculpas, mas depois de um tempo eu percebi que era ele quem causava todos os seus hematomas… E também que seria impossível existir alguém tão atrapalhado ao ponto de aparecer quase todos os dias com machucados novos – concordei, mas logo depois o perguntei porque ele nunca tinha me falado que sabia, e então ele me olhou e passou a mão em meus cabelos, os bagunçando e depois me puxou para um abraço que era mais que bem-vindo no momento – Isso é óbvio… Se você não se sentia confortável para me contar por vontade própria eu não iria te forçar a falar do assunto.


   – Obrigado – novamente eu o agradeci e me soltei de seu abraço.


   – Não precisa agradecer, eu sempre vou estar do seu lado, você é meu irmão… E agora tira essa cara triste, quero te ver sorrindo, sem desculpas, vai logo! – Estampei um sorriso sincero o deixando satisfeito e pronto para voltar ao trabalho já que uma cliente vinha em nossa direção provavelmente para pedir alguma informação.


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   Já eram seis e meia da tarde, eu tinha acabado de tomar um banho e agora me encontrava em frente ao meu guarda-roupa procurando alguma coisa decente para usar, eu tinha de ser rápido pois tinha marcado de encontrar Gerard às sete horas. Escolher uma roupa decente para encontrar ele era a parte mais difícil, meu guarda-roupa era monocromático demais, todas as roupas pareciam iguais e isso nesse momento me irritava, eu queria estar diferente e bonito para ele, mas as camisetas eram praticamente iguais, tinham estampas de banda e eram escuras, sempre.


   No meio de tudo aquilo eu pude ver uma blusa de minha adolescência e decidi que a usaria, ela era cor-de-rosa, intacta por conta do pouco uso, e nela estava escrito uma frase que já tinha me rendido algumas brigas com meu pai, “homophobia is gay”. Lembro-me de ter escrito isso por puro impulso, sem pensar antes, mas que assim que vi o resultado eu decidi que aquela era minha peça de roupa favorita. Mesmo que eu só tinha a usado uma vez, há muitos anos, ela ainda cabia perfeitamente pelo fato de eu não ter crescido nem ao menos um centímetro desde aquela época.


   Vesti aquela peça um pouco inusitada demais, junto com uma calça preta qualquer, muito justa e

rasgada nos joelhos, assim como todas as outras que eu tinha, e coloquei um sapato qualquer totalmente sujo e rabiscado. Então pronto, eu estava pronto para sair e acabar com toda aquela minha ansiedade, eu só esperava que tudo desse certo.


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   Finalmente avistei ele lá, parado em frente a sorveteria enquanto olhava para a tela do celular e batia seu pé incansavelmente sobre a calçada sem graça do local.


   Puta merda… Ele estava lindo. Os cabelos mais bagunçados que o normal, calça preta que deixava uma parte muito interessante de seu corpo bem marcada, usava uma jaqueta de couro que o deixava ainda mais atraente ao meu olhar e por baixo desta vinha uma blusa igualmente preta e simples, sem estampa alguma.

Antes que eu terminasse de examiná-lo detalhe por detalhe ele voltou seu olhar a mim e sorriu, um lindo sorriso de canto que foi imediatamente correspondido, minha vontade era a de sair correndo e me jogar em seus braços, sentir aquele aroma tão característico dele e atacar seus lábios ainda inexplorados pelos meus. Mas não foi isso que fiz, apenas andei tentando parecer calmo até ele e assim que o alcancei me pus sobre as pontas dos pés e depositei um beijo em sua bochecha, repetindo o ato de quarta feira.


   – Frankie, você demorou… Pensei que nem apareceria mais – Gerard falou e mais uma vez arrumou/desarrumou seu cabelo – Mas o que importa é que aqui está você… Bela camiseta.


   – Eu não seria louco de não aparecer… E obrigado – mais um de seus sorrisos foi direcionado a mim e então com casualidade ele pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos, “vamos entrar?” ele perguntou antes de começar a se mover em direção ao pequeno estabelecimento, e ainda que surpreso por sua ação eu o respondi – Claro!


   – Eu estava pensando em comprarmos o sorvete e irmos dar uma volta, o que acha? – Olhou diretamente em meus olhos enquanto fazia a pergunta, mas desviou rapidamente quando escutou a voz do atendente perguntando o que iríamos preferir – Eu vou querer de iogurte e você, Frankie?


   – Chocolate! – sem querer, com toda minha animação que não aparecia há muito tempo, imitei uma pequena criança e arranquei uma risada discreta de Gerard, o cara atrás do balcão anotou nosso pedido e passou para seu ajudante – E acho que uma volta seria legal – falei e vi o mais velho tirando algumas notas de seu bolso e entregando ao atendente, sem nem ao menos me consultar antes – … Hey, Gee! Deixa que eu pago o meu.


   – Não Frank, não se atreva! Eu te convidei então eu vou pagar – sua voz soou firme, mas, mesmo assim, carinhosa e mesmo eu não me sentindo confortável com a situação me mantive quieto. O rapaz atrás do balcão o entregou o troco e depois os dois sorvetes – Vamos?


   Antes mesmo que pudéssemos alcançar o exterior ele voltou a entrelaçar nossas mãos. Elas eram totalmente diferentes, juntas se encontravam em total contraste, enquanto dele era totalmente pálida e gelada, a minha era um pouco mais morena, colorida pelas várias tatuagens e quente… Mas mesmo totalmente diferente elas combinavam, de algum jeito aquela mistura estranha era bonita de se ver.


   Com o tempo que eu tinha passado observando nossas mão nós dois já estávamos um pouco distantes do pequeno estabelecimento, caminhando lado a lado enquanto desfrutávamos do silêncio, do doce e do calor um do outro. Subi meu olhar por seu braço até chegar em seu rosto, e notei que ele olhava a mesma junção inusitada que eu prestava atenção anteriormente.


   – Frank, vamos parar aqui um pouco? – ele perguntou repentinamente enquanto passávamos em frente a um pequeno parque, que mais parecia uma praça, afirmei com um gesto meio estranho, mas que ele entendeu e andamos até um banco mais afastado onde nos sentamos – Então Frank, como foi seu dia?


   – Ah… Foi normal, nada de interessante ou que mereça ser ressaltado aqui – soltei uma pequena risada sem graça e depois apoiei minhas costas no encosto do assento – Só uma certa pessoa não deixou eu trabalhar normalmente e ficou enchendo meu celular com mensagens – o direcionei um olhar divertido, pois sim, após minha conversa com Ray passei o resto do dia trocando mensagens com Gerard, mensagens nas quais ele falava sobre a aula que estava dando e como aqueles adolescentes eram estranhos e pareciam animais, o que me divertia bastante.


   – Nossa! Quem faria uma coisa dessas? Falta de educação, não? – falou divertido e apoiou os cotovelos nos joelhos para poder olhar diretamente pra mim, minhas feições se tornaram descrentes e engraçadas, mas decidi entrar em seu joguinho, então voltei ao normal, fingindo que realmente não havia sido ele o remetente das mensagens.


   – Então, você acredita que eu não sei?!


   – Idiota – ele falou e soltou um riso anasalado e eu nada respondi, só me inclinei um pouco para o lado, acertando-lhe o ombro como se estivesse o repreendendo por algo, mas logo depois sorrindo em sua direção.


   Nada mais saiu de nossas bocas, apenas ficamos nos encarando com sorrisos nos rostos, os mesmos foram se desmanchando, não por estarmos ficando menos felizes ou algo do tipo, mas sim por ele estar se aproximando de mim lentamente. Meu olhar variava entre seus lábios finos e seus olhos repetidas vezes e ele fazia o mesmo enquanto trazia sua face para perto da minha. Bem lentamente uma de suas mãos foi para minha bochecha, e lá ele passou o polegar até o canto de minha boca onde parou por um tempo até a sua estar praticamente colada a minha.


   Poderia ser clichê demais falar isso, mas pareciam existir milhares de borboletas dançando em meu estômago… Sua respiração quente e úmida alcançava minha pele, causando-me arrepios e fortes espasmos pelo corpo todo… E o último clichê era: parecia que nada existia a nossa volta, éramos apenas nós dois, nenhuma outra informação chegava até mim a não ser a de que seus lábios estavam cada vez mais próximos aos meus, e de que eu desejava aquilo mais que tudo, eu precisava daquele beijo.


   Mas todo aquele momento foi pelos ares quando meu celular começou a tocar, sim, o maldito celular tocou na hora mais inconveniente possível. Nós dois nos afastamos rapidamente, totalmente constrangidos, tentando evitar qualquer troca de olhares.

Como eu não sabia ao certo o que fazer optei por atender o celular e ver quem era o filho da puta que havia atrapalhado tudo… Mas é claro, tinha que ser o Ray, olhei seu nome na tela antes mesmo de aceitar a chamada e como a minha frustração no momento era muita decidi recusa-la.


   – Gee… Acho que eu vou, okay? – pus-me de pé, minha vontade era de continuar ao lado dele, só que o tamanho da minha vergonha era muito maior – Muito obrigado pelo sorvete e nós nos vemos qualquer dia desses – falei apressado, tentando ao máximo partir logo ou que por algum milagre um buraco abrisse diante de mim e me engolisse para eu não ter de olhar para a cara dele tão cedo.


   – Frankie… – Ele me olhou um pouco decepcionado – Eu pediria para você ficar mais um pouco, mas eu sei que não vai adiantar nada… Mas eu posso te pedir uma coisa? – fiz um sinal positivo e ele prosseguiu – Durante as quartas eu não dou aula, você passaria a tarde comigo, lá na minha casa? Sei lá, para assistir a um filme, conversar, qualquer coisa… Só queria sua companhia.


   – Oh… Claro que sim, vou ver se posso sair do trabalho perto da hora do almoço e amanhã te escrevo para confirmar… Mas agora eu realmente tenho que ir, tchau – ruborizado eu me despedi dele com um curto abraço e segui silenciosamente até minha casa.

Cheguei em casa sorridente demais e para que nada estragasse isso fui direto ao meu quarto, onde fiquei horas pensando naquelas íris verde-oliva, até cair na inconsciência e reencontrá-las em meus sonhos.  


Notas Finais


THARAMMM!!!! O que acharam???! Espero muito mesmo que tenham gostado.
NÃO ME MATEM É NÃO MATEM O RAY POR CAUSA DO FINAL, POR FAVOR!
Foi isso, até a próxima quinta.
Bjs, amo vcs <3


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