1. Spirit Fanfics >
  2. Summertime Sadness >
  3. Love in Color

História Summertime Sadness - Love in Color


Escrita por: jongiette

Notas do Autor


Olha quem resolveu aparecer depois de meses...
Agora é real oficial ♡
Consegui refazer os capítulos perdidos, dar um jeito no livro e finalmente estou de férias.
Aproveitem o capítulo e matem as saudades.

Capítulo 41 - Love in Color


Fanfic / Fanfiction Summertime Sadness - Love in Color

Jiyong

Mais uma noite insone. Nem sequer sei a que horas parei de trabalhar. Me mantenho completamente focado em todas as gravações, garantindo sua completa perfeição para que fossem entregues na primeira hora da manhã.

Rabisco no papel algumas palavras para o agradecimento que deveria estar no booklet do álbum, enquanto ouvia as canções já mixadas. Por algumas horas, deixo de lado o meu lado super estrela, meu lado namorado e me torno apenas o compositor e produtor daquelas músicas. Quis deixar meu lado pessoal fora dali, talvez não conseguisse concentração suficiente para o trabalho se ficasse trazendo á tona todos os pensamentos que tive desde a reunião com Yang, os quais Seungri fez questão de externar em alto e bom som. Eu tinha sido um completo egoísta, agi de maneira tola, satisfazendo meu ego enquanto esquecia que além de um segundo artista da empresa estar envolvido, mudaria completamente a rotina de Bhea, sem o menor aviso prévio. Fui descuidado e mais uma vez, coloquei GDragon á frente dela.

Já passava de uma da manhã quando decido uma pequena pausa para tomar água e esticar as pernas. Pego o celular na mochila, lembrando que não havia ligado nenhuma vez para Bhea, imagino se ela estaria dormindo. Entretanto, enquanto discava os números percebo um erro na gravação de Last Dance e desisto da folga, precisaria regravar meu primeiro verso, a voz estava embargada demais. Me irrito com Youngbae por ter deixado tamanho erro passar e esqueço que deveria ligar para minha namorada, antes dela ir dormir zangada.

Bhea

Depois de muito bater o pé, consigo a ajuda de Seungri para me levar á um hotel e me manter escondida ali até o dia seguinte. Depois de uma noite quase inteira acordada, pensando em milhares de coisas, acordo com o barulho de batidas incessantes na porta. Imagino se a recepção teria esquecido que o quarto estava ocupado, ainda era muito cedo para que eu tivesse que levantar e ir trabalhar. Abro a porta, ainda esfregando os olhos, antes que me desse conta, sinto meu corpo sendo empurrado novamente para dentro do quarto.

- Que história é essa de hotel, Bheatriz? - Youngbae tira os óculos de sol, com uma expressão bastante zangada.

- Seungri abriu a boca? - Pergunto, ainda sonolenta, sem me dar conta do principal problema existente ali.

- Ontem á noite. - Ele responde. - Jiyong ainda está no estúdio, terminando o álbum.

E então, foi fácil de entender que em momento algum meu próprio namorado percebeu a minha ausência desde a reunião. Os amigos dele apareceram, se importaram e tomaram alguma iniciativa. Mas talvez, o ego dele não se importasse que o mais novo negócio da empresa saísse um pouco dos eixos.

- O que aconteceu ontem? Você sumiu e a empresa inteira saiu atrás.

- Eu virei mais uma aquisição da YG. Perdi a essência que jurei manter.

- Bhea.. - Tae tira o casaco, jogando o mesmo no chão enquanto caminha para sentar na cama. - Ninguém se mantém o mesmo depois de entrar para o mundo midiático, mesmo que tente muito manter tudo igual.

- Seungri disse isso.

- Jiyong foi muito egoista no que fez, você não estava pronta pra isso. Eu entendi o porquê, sei que ele precisa te ter do lado dele, sempre. Mas não era pra você estar no olho desse furacão.

- O problema não é estarmos assumidos à público. - Respondo, negando com a cabeça. - Yang e ele trataram de tudo como um negócio.

- E o que vai fazer?

- Vou tentar mostrar o quão errado ele está.

- O BIGBANG te apoia na decisão. - O sorriso meigo aparece. - Só não o magoe, Ji realmente tem sentimentos.

Dean

Por que tudo estava tão barulhento? É a pergunta que faço á mim mesmo ao abrir os olhos. Não tinha a mínima noção de que horas eram e meu primeiro pensamento foi que estaria muito atrasado para ir com Bhea para o trabalho.

Então me dou conta que não havia mais uma Bhea, não havia mais um relacionamento, sento, encontrando-me no sofá da sala, rodeado por uma bagunça sem tamanho de garrafas vazias, roupas espalhadas, chaves e muitos papéis. Faço uma pequena prece para que não houvesse nenhuma garota no quarto enquanto caminho lentamente pelo corredor. Minhas costas doíam, deveria lembrar que aquele sofá não servia para dormir. Dou uma pequena olhada em minha aparência antes de tentar entender a zona da sala. Eu estava péssimo, com os olhos inchados, vermelhos e até irritados, dava pra ver que tinha passado uma noite inteira sofrendo.

Meu principal objetivo naquele instante se torna coletar todas as lembranças do dia anterior, começando pela discussão com Youngdon, aproveitando para entender o que realmente tinha acontecido, pois em um piscar de olhos, minha namorada escapou por meus dedos.

A maldita campainha começa a tocar, com aquele som estridente que parecia ecoar por toda a cidade e apesar de gritar que já estava indo abrir, continuou a tocar.

- Eu posso saber o que as duas estão fazendo aqui?

- Recomponha-se. - Hayi entra, sem pedir licença, passando pelas peças de roupa no chão.

- Sério isso, Dean?

- Você sabe que horas são? - Pergunto á Jennie.

- O suficiente para um banho. - Ela responde.

- A ressaca já atacou? - A menor pergunta, procurando sentar no sofá.

- Pode ter certeza que sim.

- A saudade apertou? - O questionamento continua.

- Claro que sim. - Dou um risinho pelo nariz, achando a pergunta irônica demais para a minha situação.

- Vamos te ajudar á ter sua garota de volta. - Jennie sorri.

- Á troco de que?

- Á troco de ver nossa amiga com alguém que não seja um egoista nato que enfie ela nesse mundo esquisito que vivemos sem ao menos perguntar se poderia.

- Os hormônios a deixam sincera demais.

- E por que estão interessadas nisso? - Sinto a náusea vir novamente, odiando toda a tequila existente no mundo.

- Queremos nossa amiga feliz. E só pela sua cara, já sei que sofreu a noite toda. - Jennie completa, balançando duas garrafas vazias.

- Dei uma festa ontem. Comemorei a solteiricie.

- Por isso que seu melhor amigo me ligou perguntando se você estava vivo? - Hayi joga, encarando o fundo dos meus olhos - Mentiroso!

- E então? - Jennie está impaciente. - Temos um trato?

- Eu realmente vou ter a Bhea de volta?

- Você vai fazer ela feliz? - Hayi pergunta.

- Prometo que sim.

- Então tem a minha palavra - Ela estica a mão, fechando o acordo.

Jiyong

Eu não conseguia enxergá-la, me apoio na bancada enquanto continuava acompanhando o falatório dos dois. Bhea andava de um lado para o outro naqueles saltos de barulho irritante, ainda com os termos de atualização de seu contrato em mãos, lendo e relendo tudo por várias vezes. Não era ela, mesmo estando á sua frente, havia algo diferente em sua essência, algo que não estava ali no dia anterior. Desde que chegou á YG de braço dado com Youngbae, pude sentir algo diferente, começando pela maneira que me olhou.

Passei a noite em claro, finalizando o bendito álbum novo sem ao menos ter tido tempo de ligar para perguntar se ela estava bem, apenas continuei com o modo trabalho ativado. Bhea não estava habituada á isso, em pouco mais de um ano, passei por curtas turnês de no máximo dois meses, mas nunca estive por tanto tempo isolado no estúdio.

- Como assim preciso de um ensaio fotográfico? - A única voz feminina na sala se faz presente, parando a caminhada de um lado para o outro. - Não faço parte da equipe de artistas.

- Talvez sejam necessárias ou solicitadas algumas fotos oficiais para alguma espécie de divulgação ou de matéria sobre você. - Yang responde, diretamente.

- Não vejo necessidade também. - Respondo, cruzando os braços na frente do corpo, tentando apoiá-la de alguma maneira.

- Pode ser pensado depois? - Yang questiona. - Você pode participar, Jiyong.

Percebo que as coisas estavam tomando um rumo mais profissional por ali, que meras fotos passaram a significar ações na empresa. Talvez aquilo começasse á incomodar Bheatriz. Tento fazer contato visual com o presidente para controlar a língua dele antes que causasse algum estrago.

- Acho que marquei todas as alterações que precisam ser realizadas. - ela entrega as folhas á Yang, sem olhar na minha direção - Posso voltar ás minhas atividades rotineiras?

- Por enquanto, sim. - Ele responde, confirmando com a cabeça. - E eu acho que você tem um álbum para finalizar, Jiyong.

Antes que possa reagir, Bheatriz já esta fora da sala, consigo ouvir seus saltos pelo corredor e caminho imediatamente atrás dela para que pudéssemos conversar antes que as coisas ganhassem uma forma desagradável.

- Bhea? - chamo, vendo - a parar no meio do caminho.

- Esqueci alguma coisa na sala de reuniões? - Ela pergunta, sem me dar muita atenção.

- Não acha que precisamos conversar? - Insisto, me aproximando lentamente.- Sobre o que aconteceu? Você sumiu ontem...

- Já expliquei onde estava á Yang.. E pelo visto não teve muita importância pra você.

- Não faz assim...

- O seu público não rejeitou a notícia, estou cuidadosamente lendo o contrato exigido, já voltei para o treinamento idiota que o Yang pediu. O que mais é preciso? O que mais você quer que eu entregue? O que mais de mim, você precisa, Jiyong?

- Isso não é um negócio, Bhea? Não deveríamos tratá-lo como um.

- Você que começou com isso.

- Não te vi depois da reunião de ontem.

- Não viu? Te avisaram que eu fugi da empresa? Que eu não dormi em casa e que Youngbae foi me buscar? Enquanto você jantava com a Chaerin...

- São negócios, Bhea.

- Assim como esse relacionamento.

Quis perguntar onde estava a minha namorada, mas temi levar um tapa ou coisa pior. Ela realmente estava bastante irritada comigo.

- Acabou?

- Jiyong! Suas roupas chegaram! - Meu assistente aparece no final do corredor, acenando com algumas sacolas na mão.

- Vá GDRAGON, conversamos depois.

- Mesmo?

- É, pode ser.

Dou as costas para ir em direção á minha sala sabendo que poderia me arrepender da decisão mais tarde. Ainda havia muito á ser feito, cabelo, escolha de roupas e precisaria correr ao escritório do Yang para jogar o álbum na mesa e sair dali para, pelo menos, dois dias de folga. Havia algo errado no comportamento dela, não precisava ser um gênio para reconhecer que Bhea estava em fúria por dentro e que talvez as coisas tivessem desandado de vez. TOP também estava na sala de preparação, escolhendo os novos looks.

- Problemas no Paraíso? - Ele pergunta.

- Acho que sim.

- Dê um tempo á ele. As coisas aconteceram em um piscar de olhos.

- Olha quem fala, já viu o tamanho da barriga da sua noiva?

Meu comentário o faz rir e parar de me criticar por algum tempo. Eu tinha ciência do falatório que corria pelos corredores, sobre o meu egoísmo com Bheatriz, sobre a maneira que deixei meu ciúme e meu desespero falar mais alto do que o cuidado com a imagem dela. Era um pouco tarde para arrependimentos.

- Pode ir no ensaio do jantar de casamento comigo? - Seunghyun pergunta. - Não tem muitos convidados, apenas minha mãe, minha irmã e os pais dela.

- Quando é? - Giro na cadeira para ficar de frente para ele. - Não vai ficar estranho se eu for?

- Hoje á noite. Estou nervoso, o pai dela ainda não vai muito com a minha cara.

- Você engravidou a filha dele...

- Enfim, Bhea e você são padrinhos da pequena Marie Curie, não é estranho de modo algum.

- Não põe esse nome na criança...

Percebo um avanço na relação dos dois, independente do noivado e da gravidez. Eles haviam se tornado cúmplices, formavam um sólido par, procurando uma forma de crescer e resolver os problemas juntos. Não os via correr para a asa do Yang ou das amizades quando o problema chegava. O que mostrava que apesar da minha idade, Bheatriz e eu pareciamos ainda duas crianças.

- Você vai?

- Claro, claro. Estarei lá por você. - confirmo com a cabeça, tentando deixar meu egoísmo de lado.

- Obrigado!

Mantenho meu silêncio, esperando poder demonstrar algum apoio á ele sempre que possível, ainda éramos um time apesar de tudo. Separo alguns relógios que haviam me agradado e que agregariam perfeitamente minha coleção, imagino se haveria espaço no closet para mais alguns.

- Ja escreveu algo para seu solo?

- Apenas alguns esboços.

- Hayi disse que você é o próximo da lista do Yang.

- Talvez Taeyang entre antes, ele anda melhor preparado.

- Vai ficar com essa? - TOP aponta para a camisa estampada com rosa e azul.

- Não, já peguei tudo o que precisava. Pode ficar.

Pela primeira vez, compras não me animaram e muito menos me deixaram espairecer por alguns instantes antes que precisasse colocar os pés na realidade. Esse era o problema, não estava bem um pouco afim de encarar uma namorada zangada.

- Tudo pronto por aqui, Jiyong? - Hani aparece na porta, com uma pasta em mãos.

- Trabalhando comigo agora? - Pergunto, estranhando a assistente de Bhea ao meu lado.

- Fui designada como assistente do casal Kwon.

- Parte do meu castigo, então.

- Pode ser que sim. - A menor sorri, feliz em me torturar, assim como a chefe dela.

- Pode levar o pendrive que tá na minha mesa pro Yang?

- O Santo Graal naquele pen drive?

- Basicamente meus últimos dois anos de sanidade e esforço estão ali dentro. Seja cuidadosa.

A peste de cabelos Verde sai correndo em pura animação para carregar a droga do pendrive direto para as mãos do presidente. Era isso, meu trabalho e minha obrigação estavam entregues. Não precisaria mais perder noites em claro com esse hiatus por pelo menos mais um mês, logo as promoções começariam e eu não teria tempo sequer para um copo d'água. Me dou o luxo de tirar um cochilo até precisar me preparar para o jantar com família da Hayi, não sabia desde quando estava sem dormir apropriadamente. Apenas visto um agasalho qualquer por cima do jeans e penteio os cabelos para trás, saindo para o estacionamento antes que alguém me arrumasse alguma tarefa para fazer.

Bhea já estava parada em frente ao meu carro, em sua melhor forma de mocinha casta de família. Com um vestidinho florido, os cabelos perfeitamente penteados e sapatilhas de boneca. Bem obra daquele projetinho barrigudo de gente.

- Seu mal humor melhorou? - Pergunto.

- Ainda não acredito, você realmente não entendeu nada, Jiyong?

- O que me falta entender? Você não explica. Apenas espera que eu seja adivinhando tudo.

- Você pensou em mim? Pensou no que poderia acontecer comigo? Em um milésimo de segundo?

- Não. Eu não pensei.

- Então estamos resolvidos.

- Você quer cair fora por acaso? Tempo recorde, hein? - Dou risada, esperando o baque.

- Vocês não podem brigar em outra hora? - A noiva do hyung aparece, vestida de boneca igual á amiga.

- Hayi, pode esperar um pouco lá com o TOP?

- Sua amiga e eu estamos tentando terminar aqui.

- AISH. - Hayi revira os olhos, saindo zangada.

Sento no capô do carro, ainda com um pouco de dificuldade por causa do quadril e da perna, odiava as consequências daquele acidente que mesmo depois de meses, permanecia me enchendo o saco. Espero a briga começar, espero que todo o meu esforço seja jogado pelos ares.

- Yang já decidiu o que vamos fazer pelo resto da vida?

- Não é assim.

- E como é? Ensaio de fotos, assistentes, agenda marcada...

- É só até você habituar á fazer tudo sozinha. Depois ele vai te dar liberdade.

- Eu nunca deveria ter ido naquele maldito encontro. É sempre assim, você continua mais do mesmo. - Bhea respira fundo - Você mentiu, sobre ter ficado com a CL, já sei do seu histórico. Nem a Hayi escapou.

Coloco a mão sobre a boca dela no mesmo instante, para que a revelação não fosse ouvida por outros.

- Shhhh. Não precisa sair espalhando. - Volto a me afastar, passando a mão pelos cabelos mais uma vez, demonstrando a minha falta de paciência. - Antes de ontem, não deveria ter tido uma continuidade. Estávamos lá para uma despedida, fomos prontos para um último momento como casal e em nenhum segundo nenhum dos dois pensou em como seria se voltassemos a ficar juntos. Sim, eu agi em meio ao meu desespero e não pensei em você.

- Como sempre.

- Não pensamos em como íamos contar ao Yang, em como você poderia resolver com Dean. Em nenhum instante paramos para pensar se, no fundo, nossos problemas teriam alguma solução plausível. - Vejo Bhea desmontar um pouco o arsenal de armas apontadas para mim, a fim de me ouvir um pouco. - Sinceramente? Tô cansado dessa vida. Sempre soube que esse dia chegaria, mas nunca pensei que seria durante o meu auge. Cansado de ser tratado como um negócio, de ser jogado de um lado para o outro como um videogame que o Yang controla com o joystick. De não poder ter opinião própria e de nem ao menos ter o direito de não gostar de alguém. Não existe uma pessoa, nenhuma que consiga entender o que passa aqui dentro, que me veja totalmente como Jiyong e ignore por completo o que eu sou nos palcos. Você é a que mais se aproxima disso e talvez ainda não estivesse pronto para abrir mão de você. É egoísta da minha parte, mas talvez esteja na hora de aprender que não tenho tudo o que quero e nem posso ter tudo.

- Você é uma pessoa, tem direito de viver como uma.

- Não é tão fácil como eu gostaria que fosse. Acredite. E sim, já fui uma pessoa vazia que passei o rodo por metade da Ásia. Não vou começar um clichê, nada do tipo, você me mudou ou coisa assim. Não somos desses, nunca fomos. Mas sim, ter um sentimento totalmente real por alguém que via o meu lado humano contribuiu muito para o desenvolvimento de uma pessoa decente.

- E então? Quer repensar a decisão?

Olho em volta, estávamos há exatas vinte e quatro horas oficialmente públicos. O que há uns meses atrás teria me feito pular de alegria, me fazia duvidar sobre o que de fato estávamos fazendo ali. Ainda haveria alguma salvação para aquela bagunça que causamos? Será que ainda existiria um conserto para tamanha infantilidade? Rodo o círculo prateado que envolvia meu dedo, respirando profundamente enquanto deixava um flashback do último ano inundar meus pensamentos.

- Jiyong? - Seunghyun aparece no meio dos carros, provavelmente estaríamos atrasados para o jantar com os Lee.

- Só mais um minuto e estaremos indo. - Respondo. - Eu acho que precisamos repensar isso, nos dois. Fui extremamente imprudente trazendo isso á público antes de estarmos totalmente certos sobre isso.

- Você está duvidando?

- E você não? Durante todo esse ano ouvi suas reclamações sobre a minha falta de tempo, meu estilo de vida e meu passado. Talvez dessa vez você esteja certa, Bheatriz. Talvez você de fato, tenha esperado muito de alguém como eu.

Dou a conversa por encerrada e desço do capô, abrindo a porta do carro para entrar, duvidando se ela iria ou não comigo. Como o esperado, Bhea caminha á passos firmes para o carro do casal perfeito estacionado do outro lado, sem ao menos olhar para trás. Não me esforço para ir atrás, apenas entro no carro e dou partida para fora dali. Alguém precisava trazer a verdade á tona, por mais dolorida que fosse. Ignorei as lágrimas idiotas que teimaram em escorrer pelo meu rosto enquanto dirigia até minha antiga casa. Ainda odiava aquele lugar, cada pedacinho dele, mas precisava me recompor antes de encontrar os pais da Hayi, estaria 100% bem para apoiar meu irmão. Até lá, me deixo sentir e paro de lutar contra o choro que parecia inundar meus pensamentos desde o instante que acordei. Estaciono na vaga de sempre, a marca de Dragão no piso de cimento ainda estava ali, reluzente.

- Tudo bem? - Seunghyun aparece ao meu lado, quando saio. - Bhea parecia chateada.

- Nada de novo. Ainda não reformaram? Achei que Hayi colocaria abaixo. - Abaixo no retrovisor, tentando disfarçar a expressão chorosa.

- Por favor, pareçam um casal unido e feliz. - A menor passa ao nosso lado, com um tom nada amistoso. - Vem, TOP, precisamos terminar de bolar um história decente.

Olho em volta, observando detalhadamente o que um dia foi minha casa.

- Saudades do seu Reino? - Bhea aparece, encostando no carro.

- Perdi o amor por ele, quando perdi a rainha. - Respondo, sem dar muita atenção.

- Eu amava aquele Jardim, pena que anda mal cuidado. - Ela fica na ponta dos pés para ver o Jardim adiante, onde costumávamos ficar nas noites em que estava em casa. - Foi ali, lembra?

- Claro que sim.

- Você prometeu que seria pra sempre.

Paro por um instante, pela primeira vez, pondero minhas palavras antes de falar. Penso e repenso, deixando- a sem resposta alguma.

- Vocês podem vir aqui? - Hayi grita, na sala de entrada.

- Não queremos estressar a Frida. - Rio.

- Não é Marie? - Bhea dá de ombros e me acompanha na entrada.

O interior continuava intacto, parecia que eu tinha saído de casa já poucos minutos e logo voltaria. As mesmas obras de arte pelas paredes, o mesmo tapete e até a mesma gota de vinho que derramei no sofá há meses atrás. Me surpreendo, imaginei que não encontraria um tijolo sequer no mesmo lugar. Nada ali fazia o estilo dos novos proprietários e estando á poucas semanas para o casamento e quatro meses para o nascimento da bebê, tudo deveria estar bastante adiantado.

- Jiyong, oppa. Não se ofenda.

- Gostaríamos de devolver o presente. - TOP toma a frente, com as chaves na mão. - Sei de todos os motivos que te levaram a nós dar essa casa, entretanto, continua sendo o seu lar.

- Conseguimos um bom apartamento, bem espaçoso para a bebê e por enquanto é o suficiente.

- Você precisa voltar pra cá, cara.

Fico estático. Por alguma razão mais memórias voltam aos meus pensamentos, demonstrando que nunca deveria ter saído dali. Cada detalhe, cada centímetro era completamente desenhado e planejado para mim. Ainda assim, não estico a mão para receber as chaves, não parecia o certo a fazer.

- Então, de volta ao palácio. - Bhea me dá um empurrãozinho para frente, sem muito sucesso.

Procuro o dragão em mim, procuro minha força e meu lado soberano para esticar a mão, pegar de volta o meu lar e falho miseravelmente.

- Vou precisar fazer algumas cópias para mim. - Bhea pega o molho de chaves, despreocupadamente. - Poderia pedir uma equipe para arrumar o jardim?

- Claro, peço sim. - dou um meio sorriso, correspondendo aos largos e abertos sorrisos do casal perfeito.

- Meus pais chegam em alguns minutos. Finja não ser um babaca promíscuo e perca um pouco a pose.

- Sim senhora.

Procuro minha namorada, se é que ainda podia chamá-la assim, encontrando-a na varanda. Hesito em passar o braço em seus ombros ou pegar sua mão, mantendo apenas as mãos no bolso do jeans.

- Você vai entrar em turnê. - Ela sussurra.

- Sim.

- E agora somos um casal público.

- Somos.

- E não pensamos no caos de nossos problemas, antes de voltarmos.

- Em nenhum deles.

- Vamos dar um jeito? - O tom de pergunta aparece, ela vira para me olhar, esperando uma resposta concreta.

- Vamos. - Abraço seus ombros. - Eu ainda sou o GDragon, lembra?

O revirar de olhos, seguido da risada, me faz ter esperança de que as coisas melhorariam.

- Você me deve um tapete. - Ela resmunga.

- Sessão de fotos de casal amanhã? - Tento fazer um pequeno escambo. - Pegar ou largar.

  - Aish, é o jeito..


Notas Finais


Me contem nos comentários o que vocês acharam do novo capítulo.
Quem vocês shippam?
Se interessariam em um spin off TOPHAYI?
Até o próximo ♡


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...