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História Summertime Sadness - Exposed feelings


Escrita por: belongsory

Notas do Autor


Não sei como começar isso aqui, depois desse tempo todo sem att. Eu sei que demorei, mas é que aconteceram uns problemas que me deixaram desanimada pra fazer o que eu mais gosto... Então, mil desculpas pela demora...
Vou deixar vocês lerem, sem enrolação...
Até as notas finais <3

Capítulo 15 - Exposed feelings


A conversa que tivera com Robin no dia anterior não saía de sua cabeça. Eles não haviam se falado desde então, e isso fazia Regina sentir uma imensa vontade de jogar tudo pro alto, deixar o orgulho de lado e ir falar com o melhor amigo, pedir desculpas pelo que quer que tenha feito e retomar a maravilhosa amizade que tinham, antes de tudo aquilo ser arremessado água abaixo por causa de uma discussão idiota. Suspirou, tirando um de seus cadernos de dentro do armário e o segurando no braço esquerdo, estava começando a sentir falta do amigo; ele sempre a esperava recolher os materiais. Seus devaneios foram interrompidos ao sentir duas mãos agarrarem sua cintura. Ela sorriu, sabendo quem era, e então virou a cabeça, confirmando o que pensara.

— Um beijo pelos seus pensamentos. — aquela voz perto de seu ouvido seguida de um delicado beijo em seu pescoço a deixaram arrepiada. Girou o corpo, encarando os olhos azuis do namorado e passando seus braços ao redor do pescoço dele.

Daniel Colter era um pouco mais alto que Regina, tinha cabelos castanhos e seu rosto possuía traços finos. Ela sorriu, sentindo-o acariciar sua cintura com os polegares e fez o mesmo com a nuca do menino.

— Nada que precise se preocupar… — disse, sorrindo de lado e levantando as sobrancelhas. — Mas, mesmo assim, você pode ganhar o seu beijo.

Ele também sorriu, andando com a namorada até que as costas dela se chocassem contra um dos armários e abaixou o rosto, juntando seus lábios. O beijo era diferente dos que estava acostumada a receber no namorado, era mais urgente, duro, e os dedos de Daniel estavam começando a machucar sua cintura, tamanha a força que ele a apertava. Regina sabia que aquilo era um pouco do que teria se os dois dormissem juntos, e também sabia que precisava se decidir logo, Colter era seu namorado, mas nunca fora de esperar muito.

— Você vai a festa hoje à noite, não vai? — o garoto perguntou, assim que se desencostaram seus lábios, porém, continuava apertando a namorada contra os armários.

— Eu lhe disse que iria. — sorriu, virando a cabeça para o outro lado e acariciando a nuca dele novamente, vendo-o sorrir também. — Você chamou alguém das minhas turmas?

Regina questionou, perguntando em geral, mas seu interior queria saber de alguém específico. Preferiu guardar as palavras que usaria antes, para não acabarem brigando por uma crise de ciúmes bobos.

— Não sei, , chamei tanta gente… — ele fez uma careta, tentando lembrar se tinha convidado alguém do ciclo de amizades da garota em sua frente, mas, ninguém passava pela sua cabeça. — Só que não importa muito, com certeza vão ter os penetras… — os dois riram.— Tenho que ir, nos vemos mais tarde. — Daniel inclinou-se, capturando os lábios da jovem outra vez, dando-lhe um beijo de despedida.

Regina sorriu uma última vez e respirou fundo, vendo o namorado andar confiante pelo extenso corredor da faculdade.

 

***

 

— Parceiro, o que deu em você hoje?

A voz de Killian Jones tirou Robin de seus pensamentos, fazendo-o olhar para o homem que acabara de sentar-se ao seu lado, num dos bancos vazios da mesa em que permanecia desde o começo da aula. Suavizou a expressão e encarou os olhos azuis do colega de classe, percebendo que não escutou nenhuma palavra da frase que lhe foi dirigida.

Inferno! Esteve tão focado em Regina o dia inteiro que não prestou atenção nem nas próprias aulas. Aquilo, com certeza, lhe traria problemas depois.

— O que disse? — o loiro questionou, querendo que o garoto repetisse a pergunta, formando linhas em sua testa, tamanha a expressão de interrogação em sua face.

— Jesus, Robin, tá mal mesmo! — Killian gargalhou, batendo sua mão direita nas costas do amigo. — Eu perguntei o que deu em você hoje. Esteve quieto o dia todo… Me fala, qual é a garota que está te fazendo ter devaneios?

Robin riu também, fazendo suas covinhas aparecerem e olhou para baixo, fitando a mesa. O moreno meneou a cabeça, procurando pelos olhos do outro, com uma expressão divertida no rosto.

— Briguei com Regina… — revelou, depois de algum tempo, levando uma das mãos para trás da cabeça, bagunçando os cabelos loiros. — Foi algo bobo, mas estamos sem nos falar até agora…

Jones abriu a boca, pronto para perguntar alguma coisa, mas foi interrompido pela chegada de outra colega de classe do loiro ao seu lado, que logo foi sentando no banco vago da direita, jogando a mochila jeans por cima da mesa e os cabelos castanhos com algumas mechas vermelhas para trás.

— Parou de falar com a sua namorada? — foi o que ela perguntou, tendo a atenção de Robin voltada para si. Seus olhos verdes brilhavam, a face estava avermelhada e ela respirava fundo, como se tivesse corrido para chegar até ali.

— Ela não é minha namorada, Ruby. — respondeu, reconhecendo a amiga, vendo-a fazer uma careta.

Ruby Lucas era uma garota de personalidade forte, que dificilmente se apegava às coisas materiais; muito carinhosa e carente de autoconfiança por dentro. Criada pela avó, e sem vontade nenhuma de seguir os mesmos passos que sua antecedente, comandando a lanchonete e a hospedaria, decidiu fazer o primeiro curso que havia conseguido, conhecendo Robin e Killian na primeira aula de Direção Teatral aquele ano.

— Como assim não é sua namorada?! — exclamou, juntando as finas sobrancelhas, completamente surpresa pela revelação do fato. — Vocês vivem agarrados por aí…

O loiro balançou a cabeça outra vez, abrindo a boca e fechando-a novamente, sem saber como explicar o que tinha acontecido.

— Somos melhores amigos… Ou, éramos… Enfim, é complicado. — coçou os cabelos outra vez. — Ela começou a falar do Colter, que eles vão dormir juntos. Não me controlei, quando vi, já estávamos brigando…

Killian levantou as sobrancelhas e soltou uma risada alta, apoiando o braço esquerdo na mesa, enquanto olhava para os dois amigos, que tinham as faces perdidas.

— Isso não é obvio? — questionou, retoricamente, levantando a mão na direção do garoto em sua frente. — Você ficou com ciúme da Regina, por isso a discussão toda.

— Não viaja, Killian. — revirou os olhos, buscando ajuda de maneira silenciosa a garota ao seu lado.

— Não começa, está escrito na sua testa… — riu outra vez, voltando sua mão para as costas do loiro. — Você gosta dela.

Robin sabia que aquilo não era uma pergunta. Assustou-se, arregalando os olhos. Regina sempre fora alguém presente em sua vida, alguém essencial, que esteve o tempo todo ao seu lado, apoiando-o em todos os momentos, fazendo-o sentir-se bem somente em saber que ela está bem. Deixando-o feliz com apenas um sorriso. Regina Mills era alguém que abalava suas estruturas de uma maneira avassaladora, e ele ao menos percebia isso, até agora.

Olhando para o amigo novamente, ele se calou, voltando a abaixar a cabeça, sem nada a dizer. Killian cruzou os braços e olhou para Ruby, arqueando a sobrancelha direita, como se dissesse que tinha razão. A garota revirou os olhos, como o loiro tinha feito, e voltou a pegar sua mochila.

— Gostaria muito de continuar ajudando o Romeu aqui, mas… — ela começou, levantando-se do banco e sentindo os olhares dos dois garotos sobre ela. — Minha namorada me espera, só vim ver se vocês estão bem.

— Namorada? — perguntou Killian, fechando o cenho. — Você não estava com Graham?

A menina bufou, ajeitando a mochila em um dos ombros, jogando os cabelos para o outro lado.

— Graham e eu terminamos semana passada, já superei, estou com a Mulan agora… — sorriu verdadeiramente, lembrando-se da companheira e começando a caminhar para fora da sala.

— A guerreira da Disney? — Robin gargalhou com a fala do amigo, observando a morena fazer uma expressão de desgosto, sem parar de andar. — Achei que só a Rose estivesse na vibe de desenho animado.

— Vai à merda, Killian! — foi o que Ruby disse, antes de sair do lugar, deixando os dois gargalhando sozinhos.

 

***

 

*Here – Alessia Cara*

 

A bebida no copo de Regina parecia balançar no ritmo da música que tocava no último volume do rádio do outro lado da sala. Ela via todas aquelas pessoas dançando, bebendo, falando alto e correndo por todo o lugar, mas ela permanecia parada, num canto perto de um abajur de luz amarela, abraçada ao próprio corpo, sentindo-se totalmente incomodada. Havia perdido Rose há alguns minutos para um garoto ruivo e um copo de cerveja, não sabia onde seu namorado tinha se enfiado e o som repetitivo fazia uma pressão em seus ouvidos, começando a lhe dar uma forte dor de cabeça. A única coisa que pensava era que ela não queria estar ali.

Naquele momento, seus pensamentos se voltaram para Robin, em como ele estaria do mesmo jeito que ela, isolado em um canto, fazendo piada no próximo que vomitasse no tapete por não aguentar beber mais. Regina não entendia como as pessoas podiam gostar de algo tão fútil; pensar em ingerir uma quantidade absurda de álcool e ir se arrastando de volta para a casa quando a festa terminasse a fazia revirar os olhos. Realmente, tudo aquilo não era pra ela.

Quando um menino que ela não conhecia acabou desmaiando em uma das poltronas ao seu lado, ela decidiu que iria embora, não ficaria em um lugar que não estava se sentindo bem, apenas para agradar ao namorado – esse que ela nem mesmo sabia em que lugar estava –.

Disposta a voltar para o seu dormitório o mais rápido possível, a garota partiu em busca de Daniel, torcendo mentalmente para encontrá-lo logo e poder dar uma explicação sobre não permanecer até o fim da festa. Atravessou a sala e entrou na cozinha daquela grande casa, que não estava muito diferente do outro cômodo: geladeira e armários abertos, bebidas entornadas e espalhadas, pessoas rindo e jogando comida no teto enquanto sentavam-se no balcão da pia, empurrando umas as outras, falando coisas que nem ela entendia; uma verdadeira mixórdia.

Logo avistou a outra porta, passando por ela poucos segundos depois de atravessar o mar de pessoas que participavam daquela confusão. O copo vermelho escorregou por sua mão, derramando o resto do líquido dele no chão, sem fazer nenhum barulho por causa do som alto. Sua boca se abriu e seus olhos ficaram arregalados e vermelhos, podendo sentir as lágrimas começarem a tapar seu campo de visão. Estava estagnada, encarando a ação em sua frente, sem acreditar que aquilo estava acontecendo. Ela já não sabia se o que estava doendo mais era a sua cabeça ou seu coração, recentemente partido pela visão de Daniel beijando outra garota.

Não demorou muito para que os olhos azuis de Colter avistassem Regina. Ele se assustou, soltando-se da menina loira e alta que estava curtindo trocar salivas. A morena começou a andar de costas, sem desgrudar os olhos do namorado, com os lábios trêmulos e as primeiras lágrimas descendo por suas bochechas. A decepção era perceptível a quilômetros de distância. E ela apenas pensava em como fora burra.

Humilhada, era como estava se sentindo. Totalmente humilhada por Daniel Colter, quem ela amava e achava que ele a amava de volta. Seus pés pareciam ter criado forças sozinhos, fazendo-a andar para fora daquela casa, esbarrando nas pessoas que cruzavam seu caminho, sem se importar que a vissem chorando. Seus passos eram rápidos, mas não o suficiente para impedirem o adolescente de segurar em um de seus braços, fazendo-a parar de andar.

— Rê, por favor, me deixe explicar… — Oh, aquele velho clichê, não! Regina apertou os olhos, fazendo força, a fim de fazer Daniel a soltar.

— Me largue, Daniel, eu sei o que eu vi! — exclamou, respirando fundo, sem coragem de olhá-lo. — Você sabe o que acho sobre traição, jogou nosso namoro no lixo.

As lágrimas não paravam de cair, a dor estava dilacerante. Ela não queria ouvir nenhuma explicação do garoto, apenas queria acabar logo com aquilo e ir embora.

Ele apertou mais o braço dela, na tentativa de fazê-la olhá-lo nos olhos.

— Regina, nós… — tentou falar, porém foi interrompido no mesmo instante.

— Não existe mais “nós”, Daniel! — ela exclamou, grossa e magoada, levantando seus olhos até os dele. As íris azuis estavam mais escuras e um pouco vermelhas em volta, por causa das lágrimas que também se formavam nos olhos do rapaz. A morena se perguntava o motivo de chorar, quando parecia estar se divertindo ao beijar aquela garota. — Agora me solte, está me machucando! — completou, intercalando olhares entre ele e o próprio braço.

Daniel, abalado, fez o que ela disse, soltando o braço devagar, vendo-a afastar-se dele, começando a andar para bem longe da casa.

As lágrimas brotavam e desciam com mais velocidade, acompanhando o ritmo dos seus passos, correndo por aquele gramado verde, deixando para trás um relacionamento baseado em mentiras.

Seu ex-namorado havia feito aquilo que ele prometera que não faria; havia a traído, magoado, humilhado, mentido e partido seu coração. Sem dó, nem piedade.

A imagem do sorriso sacana que Daniel esboçava enquanto beijava aquela garota loira não saia da cabeça de Regina, ficava girando em um looping eterno, fazendo seu coração doer, lembrando-a que nada dura para sempre e que tudo o que o amor faz é quebrar, queimar e acabar.

A visão embaçada pelo choro não facilitava em nada na caminhada, fazendo a morena pisar num buraco do gramado e torcer o pé, caindo no chão e gemendo de dor. Levou as duas mãos ao tornozelo e começou uma massagem improvisada, sentindo as lágrimas descerem ainda mais rápido do que antes, por causa da dor em seu pé e em seu coração. Enquanto tentava, num ato baldo, fazer o incômodo melhorar, sentiu uma mão tocar seu ombro por trás, apertando os dedos contra a sua blusa, e ela não reconheceu a voz doce que perguntou:

— Você está machucada?

Regina virou a cabeça quando terminou de ouvir a frase, com cenho fechado. Seus olhos logo capturaram um par de olhos verdes brilhantes e a imagem de uma garota morena, com algumas mechas vermelhas do cabelo caindo por seus ombros. Mills não se lembrava de ter visto aquele rosto em nenhuma de suas aulas.

— Torci o tornozelo. — reclamou, desviando o olhar para a própria perna e encarando a garota novamente. — Não consigo me levantar.

— Eu fiz um curso de primeiro socorros. — disse, sorrindo de lado, enquanto examinava a luxação. — Acho que posso ajudar. — Regina também sorriu, apesar da dor que estava sentindo, observando a menina ao seu lado olhar ao redor. — Tem um banco ali, vamos, eu te ajudo a chegar lá… Assim fica mais fácil de cuidar do seu tornozelo.

A morena assentiu, vendo a outra abaixar-se e colocar um de seus braços ao redor do seu pescoço, levantando-a do chão. Ela grunhiu, fechando os olhos quando uma dor aguda a atingiu, e com a ajuda da menina de olhos verdes, conseguiu ir até o banco, sentando-se ali.

A garota agachou-se em sua frente, levantando com cuidado o pé de Regina e retirando suas sapatilhas, observando o tornozelo inchado. Precisava imobilizar até que ela pudesse ir a enfermaria ou voltar ao dormitório e cuidar daquilo devidamente. Não havia trago nada consigo, não imaginava que alguém iria se machucar bem em sua frente, então, tinha que improvisar.

Olhou para si própria e teve uma ideia. Tirou a blusa quadriculada vermelha de meia manga que usava por cima de sua regata preta e a dobrou no meio duas vezes, levando ao pé da menina, enfaixando da melhor maneira que conseguiu.

— Pronto, acho que isso vai servir até você chegar no seu dormitório e trocar por uma tala.

Regina sorriu outra vez, observando o trabalho bem-feito. Os movimentos do seu pé estavam limitados, mas, pelo menos, havia parado de doer.

— Obrigada, mas, eu não peguei o seu nome… — falou, levantando as sobrancelhas, tentando descobrir se já conhecia aquela garota.

— Me chamo Ruby. — sorriu outra vez, levantando-se do chão. A morena também sorriu, observando todo o vermelho espalhado pelo cabelo e roupas da menina. O nome lhe caía perfeitamente bem.

— Sou Regina.

— Eu sei quem você é! — riu, divertida, deixando Regina sem graça. Pensava que as duas estudavam juntas e que não se lembrava dela. Antes que pudesse dizer alguma coisa, a outra completou: — Tenho aula de Direção Teatral com Robin, ele fala bastante de você.

Claro! A amizade que seu melhor amigo havia lhe contado ontem, na padaria, era ela, Ruby.

— Prazer em conhecê-la, então. — também riu, apoiando os braços no banco, tentando se levantar. — Muito obrigada por me ajudar.

Ruby cruzou os braços, balançando a cabeça, ainda com um sorriso no rosto.

— Não foi nada! Consegue se levantar? — questionou, preocupada, aproximando-se um pouco mais, na tentativa de dar apoio caso a garota precisasse. Regina impulsionou o corpo para fora do banco e no mesmo momento que colocou o pé no chão, a dor em seu tornozelo voltou, fazendo-a voltar a se sentar, gemendo e fechando os olhos. — Já vi que não… Acho que não consigo te carregar até os dormitórios sozinha, precisamos chamar alguém mais forte.

— Tipo quem? — a morena perguntou, voltando a olhar para Ruby, que mordia o lábio inferior, pensando numa solução. — Estão todos na festa.

A garota de olhos verdes sorriu, num sobressalto, tirando o telefone celular do bolso e começando a discar um número conhecido.

— Nem todos… — foi o que murmurou, levando o aparelho para perto da orelha.

Regina estava exausta. Queria mais do que tudo ir logo para seu dormitório, mas seu tornozelo doía demais e, mesmo que ela não quisesse, teria que esperar a ajuda que Ruby havia pedido.
A morena com mechas vermelhas se afastou poucos metros dela quando ligou para pedir ajuda, e quando voltou, com o celular já desligado, a informou que o auxílio estava vindo. Regina agradeceu, e sentada no banco, tentava se distrair, para que as lágrimas não voltassem a descer pelo seu rosto. Aquela noite não tinha como ficar pior.
Poucos minutos se passaram, Regina e Ruby estavam em silêncio. A outra até tentou puxar assunto algumas vezes, mas as respostas monossilábicas de Regina eram um sinal, muito bem compreendido, que ela não queria conversar. Talvez a dor realmente estivesse grande demais.
Mais alguns minutos se passaram, até Ruby ver a figura alta e máscula de Robin se aproximar do local que ela havia indicado na ligação. O loiro prontamente reconheceu a amiga, e a chamou:
— Então, Ruby, onde está a sua amiga que precisa de ajuda? — perguntou, simpaticamente.
Regina, que se quer havia notado que ela levantara, procurou pela menina, e a viu alguns metros a frente do banco, conversando com uma figura masculina, a qual ela conhecia muito bem. É claro que ela havia ligado para Robin, como pode ser tão tola? Robin e a morena olhavam pra ela, e ela desviou o olhar deles. Precisava de forças, não aceitaria a ajuda dele.
O casal de amigos se aproximou do banco, e ambos viram Regina tentando se levantar. Ruby deu mais uns passos e segurou no braço na estudante:
— Onde você vai? — estranhou a garota.
— Vou embora, não preciso da ajuda dele. Obrigada, Ruby. — falou a morena, de forma brava, tentando desvencilhar seu braço do apoio oferecido por Ruby. Assim que soltou-se, deu o primeiro passo e um grito de dor involuntário saiu por seus lábios, e Robin correu para segurá-la.
— Deixa de ser teimosa, Regina, eu posso te ajudar. — afirmou o loiro, em um tom manso de voz, tentando esconder a preocupação que sentia ao ver a amiga machucada.
— Eu não quero a sua ajuda. — a jovem resmungou, com raiva, buscando não deixar que a dor estivesse estampada em sua voz e em suas feições. A ironia é que, apesar de ser uma ótima atriz, a morena falhou miseravelmente em ocultar a dor que sentia.
— Você não consegue andar sozinha, Ruby não consegue te carregar. Desculpa, mas parece que eu sou a sua única opção. — Robin disse, com um tom terno, pois sabia que se a provocasse, ela negaria ainda mais a ajuda dele.

A morena ficou em silêncio por alguns segundos, buscando pensar em mais alguma alternativa para chegar no seu dormitório. Infelizmente, nenhuma opção se fazia presente em sua mente. Robin parecia estar certo, por mais que ela odiasse admitir. Teria que aceitar a ajuda dele se quisesse ir para casa. Isso, porque, ela achava que aquela noite não tinha como fica pior. Mas tinha, ah, se tinha…
— Tudo bem, eu aceito a sua ajuda. — verbalizou, brava, em um tom pouco mais alto que um sussurro, mas o suficiente para Robin ouvisse. Um alívio percorreu o corpo do homem, Regina havia conseguido ser sensata, mesmo que estivessem brigados.

 

***

 

*The Words – Christina Perri*

 

A porta do dormitório foi aberta e Robin entrou por ela, carregando Regina no colo, que permanecia calada, encarando qualquer coisa que aparecesse em sua frente só para não olhar para o garoto em seu lado.

Também sem dizer nada, ele colocou a amiga na cama, e sem fitá-la, andou até o pequeno banheiro que havia do lado direito do quarto, voltando alguns segundos depois com uma tala, um spray anti-inflamatório e um analgésico nas mãos. Entregou o remédio a ela e colocou os outros dois objetos no colchão, enquanto dirigia-se ao frigobar para pegar uma garrafa de água, a entregando também e começando a cuidar do tornozelo machucado.

Regina finalmente o olhou, enquanto tomava o comprimido, ele estava retirando a blusa de Ruby enrolada no seu pé e nem movia a cabeça para cima tentando ver o seu rosto, aquilo estava a matando. A saudade que sentia era absurda, mas o orgulho era maior, o que a impedia de pedir desculpas pela briga idiota que tiveram.

— O que aconteceu com você? — Robin perguntou, levantando a cabeça e encarando aqueles olhos cor de havana, no momento, um pouco vermelhos por causa do choro. Ele nunca havia se sentido tão mal quanto estava agora. Vê-la chorar e com dor causavam um aperto forte em seu peito. Naquele instante, ele percebeu em como sentiu falta de fazer aquele simples ato; observá-la.

Ela fungou, começando a falar.

— Acabei caindo quando saí da festa, estava escuro, não enxerguei muito bem onde pisei. — resolveu omitir metade da história, numa maneira de evitar que seu melhor amigo despejasse meia dúzia de “eu te avisei”, assim que ela terminasse de contar todos os fatos.

O loiro apenas assentiu e continuou cuidando do tornozelo da garota. Os dois estavam inquietos, pensando em algo para falar, abrindo a boca e fechando-a em seguida, sem coragem de dizer nada. Quando acabou seu trabalho, colocou, delicadamente, o pé da melhor amiga sobre a cama e levantou-se, começando a caminhar em direção a saída.

A figura de Robin partindo desesperou Regina. Ela não queria que ele fosse embora, queria pedir desculpas e voltar com a amizade maravilhosa que tinham, mas os dois eram orgulhosos demais para que isso acontecesse.

Quando chegou perto da porta e girou a maçaneta, o garoto virou o rosto, a encarando. Seu rosto demonstrava tristeza, e ela apertava o lençol da cama com a ponta dos dedos, achando que aquilo faria toda a situação mudar. Ele suspirou, virando o corpo totalmente e começando a falar.

— Me desculpe por ter sido um idiota, Regina. — começou, sem deixar de olhá-la nos olhos, dizendo tudo o que estava guardado no seu coração. — Se estamos assim, a culpa é minha. Me deixei levar pelo ciúme… Sei que está magoada comigo, e que não quer me ver nem pintado de ouro, mas preciso dizer o que está entalado aqui… — sua voz falhou e sua visão começava a ficar embaçada pelas lágrimas. A garota engoliu em seco. — Se agi daquela maneira, é porque… É porque eu meio que acho que gosto de você. — Regina arregalou os olhos e abriu a boca, entendendo o que ele estava dizendo. Seu coração batia mais forte e vários pensamentos sem sentido embaralhavam sua cabeça.

Robin respirou fundo e abaixou a cabeça, virando-se para a porta outra vez, abrindo-a e saindo do quarto, sem deixar que a morena dissesse alguma coisa.


Notas Finais


"Eu meio que acho que gosto de você." Robin pra Regina.
"Eu meio que acho que gosto de você." Lizzie pra Jojo. Haha, acho que os otps começam assim.
Enfim, gente, desculpem a demora mais uma vez... Me digam o que acharam, por favor...
Um beijo, até o próximo (sem demorar outra eternidade)


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