História Summertime Sadness - Eu te amo

-Vocês o que? Não acredito que desviou o rosto- Camila bateu na própria testa.

-Eu não sei o que deu em mim. Mas também depois foi a vez dela de fazer isso- Dinah se sentou a baixo da árvore, sendo acompanhada por Camila.

-Era o mínimo que ela poderia fazer.

-Vem cá, a senhorita está de que lado?

-Ué, e tem lado agora?

-Desisto de conversa sobre mim.- olhou o horizonte. A casa dos jaureguis estava um completo silêncio.- As moças sairam?

-Que moças?

-As Jauregui’s né- revirou os olhos.

-Não sei, não falei com elas hoje não. Aliás são que horas?

-Vai dar seis. Demoramos demais comprando as coisas. Saímos daqui às três e pouquinha.

-Por que será, né?- olhou bem a amiga.

-Vai se fuder.

-Hm… vou pensar nisso.

-Por não vai lá. Dá uma olhada como a Lauren está?

-Não sei se devo.

-É claro que deve. Não foi você que passou uma noite inteira ao lado dela, nos momentos de tensão?

-Acho melhor esperar, não quero que ela ache que estou sufocando ela.

-Você é tão tola.

-Nossa…- a olhou com uma sobrancelha arqueada.- falou a menina que não beijou a…

-Oi- as duas mulheres olharam para frente.- Vocês não querem nos ajudar a comer o que compraram? Não estamos com tanta fome e achamos que tem muita coisa.

Dinah se levantou com um sorriso no rosto. Camila também se levantou acompanhando as moças. Ao chegarem perto do galinheiro viram uma mesa improvisada cheia de comida que ambas compraram. Tinha uma equipe com um pouco mais que dez pessoas.

-Oi.- Ally surgiu no campo de visão das outras mulheres.

-Olá- disse ambas as mulheres.

-Elas vão nos ajudar com isso aqui?

-Espero que sim.- Normani olhou Dinah de soslaio.

-Tudo bem. Meninos?- Ally disse com a voz totalmente suave, fazendo todos olharem- Essas são Camila e Dinah.-Todos sorriram e acenaram gentilmente.

-Eles foram treinados para fazer isso?

Dinah riu levando Normani junto.

-Até que não.

Todos se sentaram na mesa, mas as duas mocinhas que estavam sentadas de baixo da árvore antes, se sentaram num banco próximo.

Com um toque leve em Camila, Dinah sinalizou que Lauren estava saindo de casa.

-Pra onde acha que ela vai?

-Não sei. Ela parece meio abalada com algo- a latina colocou o prato de lado e seguiu até a morena.-Lauren?

A morena parou o que estava fazendo e olhou a latina. Seu rosto estava num tom rosado e seus olhos vermelhos por conta do choro.

-O que aconteceu?

A morena balançou a cabeça negativamente e entrou no carro. Não queria falar com a latina agora, porque sabia que ia descontar sua raiva toda nela. Sem entender nada Camila ficou ali parada vendo o carro ir embora.

Com batidas frenéticas na porta e totalmente impaciente Lauren esperou que o homem abrisse a porta. Feito isso passou por ele feito um furação. A casa estava silenciosa, a tevê se encontrava ligada, mas estava no mudo.

-O que foi em?

-Você não tem o direito Travis. Você não tem!- jogou o envelope em cima do centro.

-Eu não quero discutir com você sobre isso. Aparece no tribunal na semana que vem.

-Eu não vou nessa merda! Isso não tem nenhum cabimento. Dizer que eu maltrato meu filho e que sou mal influência? Que porra você fez por ele até hoje? Acha que trazê-lo pra cá nos fins de semana é o suficiente?

Travis suspirou, estava cansando, totalmente exausto da voz da mulher.

-Eu não vou discutir com você, ja falei. Parou pra pensar que estamos sozinhos?- Lauren desviou o olhar, examinando toda a casa- Passou pela sua cabeça que se eu quiser posso cometer uma atrocidade com você, se eu perde a cabeça?

Lauren engoliu em seco, não tinha parado para pensar naquilo. Tomou distancia o suficiente dele e respirou fundo. Ciente que estava totalmente exposta aquilo, não quis saber o que poderia acontecer. Só queria que o homem tirasse aquele pedido idiota do tribunal.

- Não quero entrar na justiça por uma acusação totalmente errada sobre mim.

-Errada?- ele sorriu debochando da morena- O que Steven vai aprender de bom vendo a mãe beijando outra mulher?- esperou que ela respondesse, mas sem resposta prosseguiu- Exatamente, ele vai achar que vai poder beijar outro homem. Não quero um filho viado!

-Vai se fuder. Eu não vou nessa merda. Foda-se você. Eu que criei ele sozinha até hoje.

Travis se movimentou e quase que no mesmo instante Lauren foi pro outro lado da sala.

-Se você não for, se prepara pra dar adeus a Steven.

-O que você ganha com isso? Nem aqui ele quer vir mais.

-Com certeza não, com um puta imunda que nem você fazendo a cabeça dele. E claro que ele não vai querer vir aqui.

-Eu não admito que você me chame assim!- Lauren deu um passo a frente- Você nem da atenção a ele mais e quer a guarda definitiva dele? Você nem sabe o que significa ser pai Travis.

-Eu não dou atenção pra ele!?- o homem ficou levemente alterado- Você deve lavar sua boca antes de falar de mim, sua egoísta de merda.- o homem deu alguns passos em direção a mulher -Não sou eu que vai distruir nossa família, me deitando com outro homem.

-Ele é uma criança. Ele não vê nada de mal nisso seu idiota.

-Eu vejo! E não vou aceitar que meu filho cresça no meio dessa abominação.

-Abominação? Não sabia que era da igreja agora. Não vou ao tribunal e espero que você retire essa merda da justiça.- andou até a porta. Mas antes mesmo de rodar a maçaneta as mãos do homem envolveu seus braços.

-Você vai aparecer lá ou eu não me chamo Travis.

-Me solta!- o empurrou.

-Eu estou falando sério Lauren!- soltou o braço dela. O seu rosto estava num tom rosado e os cantos dos seus olhos ganharam veias vermelhas.

-Não vou fazer Steven passa por isso, ele não merece todo esse transtorno. Ele é só uma criança. Eu não…

-Você vai nessa porra sim!

-Vai se fu..-um soco atingiu em cheio seu nariz, sentiu seu rosto dolorido, aquilo foi tão rápido que ela não teve nem tempo de se defender. A dor na região do seu nariz, se rransformou numa grande dor de cabeça.

O transtorno de Travis passou quando viu que o nariz da morena começou a sangrar sem parar.

-Lauren…

-Não encosta em mim!- abriu a porta e correu pro carro, mesmo meio sonsa.

Já dentro do carro deixou as lágrimas escorrerem, era a primeira vez que ele ia tão longe. Tomou um susto ao ser surpreendida com batidas na janela.

-Lauren! Abre a porta!

Levantou o olhar pro homem do lado de fora. Em uma ideia tola e rápida pensou em da ré e passar o carro em cima dela, mas isso só a faria ser como ele. Ligou o carro, fazendo o homem se afasta um pouco.

-Lauren! Por favor, vamos conversa, eu sinto muito.

A morena não queria saber de conversa num gesto, levantou o dedo do meio para o homem e saiu dali o mais rápido que podia.

°~°

-Tirando a parte que eu fui totalmente ignorada, eu fiquei preocupada. Por que ela sairia assim?

-Travis…?

-Será que ele fez algo?- Camila se jogou no sofá e observou Dinah digitar algo no celular.

-Eu não duvido nada. As pessoas mudam de aparência e poucas vezes de essência, mas isso não empede da essência de ser um cuzão de alguns está lá, dentro deles esperando um momento “certo” pra aparecer e dizer “Oi, eu sou um cuzão”.

Camila sorriu- Talvez essa essência dele nunca ficou lá dentro esperando o momento certo.

-Bom.. Amanhã você conversa com ela e eu.. Eu vou ir encontrar Normani.

-Uau! Até que fim as coisas começaram a andar. Já é o terceiro encontro de vocês.

-Não é uma encontro exatamente. Vamos sair com os amigos dela.

-Isso com certeza é um encontro. Ela quer te apresenta aos amigos pra vê o que eles acham de você.

-Puta merda, uma tapada talvez.

-Cala a porra da boca.

-Não acredito que você me mandou calar a porra da minha boca sua…

Chancho latiu, colacando as patinhas no sofá esfregou o fucinho na perna de Dinah.

-Ela está brigando com você, por querer me agredir.

-Hm… Acho que ela vai ter que aprender o que é brigar primeiro- a loira envolveu a carinha do bichinho com as duas mãos bagunçando todos os pelos daquela região.

-Chancho…. Nem sei mais de quem é esse apelido meu ou seu?

-Não faço a menor ideia, por via das dúvidas é das duas.

Chancho rosnou querendo morde a mão da loira.

-Tudo bem chega, você vai enlouquece minha cachorra.

-Ahh para de ser chata.- a loira se levantou recolhendo os copos e a vasilha.- Vamos lá Chancho.- o bichano levantou as orelhas e seguiu a loira.

-Traidora…

-Meu deus Lauren você quer me dizer o que realmente aconteceu?- Shannon olhou a região do nariz da morena vermelha.

-Eu escorreguei na hora de sair de lá e bati o rosto com tudo no cercado da varanda deles.- segurou firme o pano com gelo naquela região.

-Lauren.. Não minta pra mim. A uns dias atrás ele quase agrediu você e Steven. E agora você volta da casa dele assim?

Lauren suspirou com um pouco de dificuldade. Com um papel higiênico limpou o sangue que voltou a escorrer.

-Mãe foi um acidente, se ele tive realmente feito isso. Eu falaria pra você.

Shannon suspirou e sentou no sofá ao lado da filha, desistindo de tentar arrancar a verdade dela. Mesmo que seu instinto materno falasse que Travis realmente tinha agredido sua filha.

-Steven já já acorda. Ele dormiu assim que você saiu.

-Vou ir ao tribunal na semana que vem…

- Você sabe que isso vai mexer com o emocional do garoto.

-Eu tenho que ir ou ele vai ser definitivamente apenss filho do Travis.

-Você sabe que ele não faria isso de fato. Ele nem as cuecas sabe lavar, imagina cuidar de uma criança. Hambúrguer e pizza ia ser o café da manhã, almoço e janta. Todos os dias.

-É exatamente por isso que vou ir a esse tribunal.

-Isso vai ser exaustivo demais.

-Eu sei.. Mas é o que posdo fazer pra não perde a guarda do meu filho.

A morena tirou o pano do rosto e o colocou no criado mudo.

-Deu sorte de não ter ficado muito inchado. Mas está um pouco roxo.- encaxou a mão no queixo da filha visualizando o local- Vamos ao médico da uma olhada nisso.

-Não precisa, só foi um soco.

-Soco?- a mais velha a avaliou.

-Modo de dizer- desconversou.

A mais velha observou a filha antes de se levantar.

-Vou me deitar, está ficando tarde. Dorme com Steven hoje e vai logo pra cama. Amanhã cedo vamos ao hospital.

-Mãe..

-Sem discussões. Agora boa noite- se inclinou depositando um beijo na testa de Lauren.

A manhã seguinte Shannon tratou de retirar Lauren da cama cedo. O rosto da mais nova estava menos roxo, mas o nariz ainda insistia em sangrar quando ela mexia nele. Já no hospital o médico encarregando fez um chumaço com gaze umidecidas com soro fisiológico. A recomendou voltar caso continuasse a sangrar.

Em casa Lauren decidiu ir ajudar Shannon com o almoço. Steven tinha acordado quase na hora do almoço, questionou a mãe por está com um curativo no nariz. Dizendo que não é nada demais, Lauren conseguiu faze-lo assistir desenhos um pouco antes de irem almoçar.

Era um pouco mais que três da tarde,  a movimentação do lado de fora estava grande. Todos estavam trabalhando duro para construir o galinheiro o mais rápido possível. Camila e Dinah iam ajudando no que podiam.

Num descuido de Lauren, todo o que ela não queria aconteceu graças a está no lugar errado na hora errada.

-Oi..- Lauren disse ao receber o olhar avaliativo de Camila.

-O que aconteceu ai?- indicou a região em si.

-Cai.

A latina ficou em silêncio.

-Onde você foi ontem?

-Sai um pouco pra aliviar a mente um pouco.

-Devo acreditar mesmo nisso?

-Sim.- suspirou com um pouco de dificuldade por conta do chumaço.- Sem exigências. Lembra?

-Eu só estou preocupada.- Camila encostou as costas na parede- O que aconteceu ai?

-Bati o rosto na cerca.- pegou algumas roupas da maquina.

-Certo. Podemos falar sobre o papel que estava na mão ontem?

-Hoje não. Amanhã a gente conversa sobre isso.- se virou pra ela- Hoje só quero descansar e ficar do lado do Steven.

-Tudo bem. Qualquer coisa, sabe onde me encontrar.- foi até ela depositando um beijo na testa branquinha.

Como dito, Lauren depois de estender todas as roupas se sentou no sofá com Steven ficando ali até pegar no sono. Do lado de fora da casa os outros já se preparavam para irem embora.

-Minha casa?- Camila olhou Dinah.

-Não..- franziu a testa a fitando- encontro com a Normani, esqueceu?

-Completamente.- colocou a mão na cabeça e aproveitou para ajeita o cabelo- Podemos conversa mais tarde?

-O que foi?- a envolveu num abraço torto.

-Nada… esquece, mais tarde conversamos sobre isso. Não quero estragar sua noite.

-Tudo bem tampinha- bagunçou os cabelos da menor.- eu te levo até em casa.

Feito isso Dinah logo tratou de ir pra casa. Não demorou muito para tomar um banho e se arruma. Estava ansiosa para conhecer os amigos de Normani, apesar de um medo interno se fazer presente.

O local marcado era um pub moderno, os frequentadores eram um pouco mais novos que a galera de Normani. Só chegaram três juntos a Normani. Sarah, Mike e Fernando. As conversas do cinco estavam totalmente descontraída e leve, Dinah se sentiu totalmente a vontade no meio deles. E isso só melhorou com a chegada dos outros três. Julios, Lorraine e Stefani. Pra sorte de Dinah nenhum deles tinham um tipo de relacionamento, mas por outro lado ela queria que tivesse. Assim teria um pouco de certeza que Normani queria o mesmo que ela.

A pista de dança ficou pequena para eles, que dançavam qualquer ritmo. Sempre se misturando com outros grupos. As bebidas foram acabando rápido deixando todo o estoque deles vazio.

Já se passava de meia noite quando deram um ponto final na bebida e decidiram que era a hora de ir embora. Apesar da bebedeira, por algum milagre ninguém se encontrava bebado.

Depois de uns minutos de caminhada ambas pararam na porta da morena.

- Que tal você dormi aqui hoje?- Normani se virou pra Dinah com um sorriso.

-Hm… Não sei não.

-Ih, nem vem com isso- cruzou os braços.

- Que foi em?- a puxou pelo braço, envolvendo o corpo quente num abraço- Só ia propor que com comida, eu aceito.

Normani sorriu e relaxou o corpo dentro do abraço aconchegante da loira.

Como Dinah propôs ambas foram direto para cozinha, preparar algo. Fizeram frango frito e batata frita. Dinah adorou aquilo, já que seus dois alimentos preferidos seriam devorados por ela e uma Normani, que não estava com tanta fome assim.

Depois de comerem Normani se apressou em pegar um pijama limpo pra Dinah e uma toalha. Com as duas de banho tomado, agora só faltava Dinah pegar os lençóis para dormi no sofá.

-Você é muito tola. É claro que não vou te deixar dormi no sofá- Normani segurou sua mão e a puxou pro quarto- Tem espaço suficiente na cama.

-Olha… pedido irresistível. Se eu deitar ai não acordo nunca mais.- sorriu, gostando da ideia.

-Uma hora vai ter que acorda- ligou o ventilador e subiu na cama- pode subir, hoje é sua também.

Dinah se posicionou na cama deitando confortavelmente.

-Gostei disso. Isso é bom.

Normani sorriu. Deitou direito e se aninhou no colo de Dinah quando a loira finalmente ficou quieta. A loira sentiu seu peito se encher de amor por aquilo, não tinha passado nem três minutos e Normani já estava dormindo feito um anjinho.

“ Oi tampinha.”

Abaixou o olhar observando Normani dormi, sentiu vontade de abraça-la e protege-la de tudo.

“ finalmente”

“Desculpa, estava ocupada. Mas diz o que te preocupava mais cedo?”

“Hm… só não vou mexer com você, porque estou de mal humor hoje.”

“Me conta o motivo dele.”

“Lauren…”

“Imaginável”

“Depois dela ter saído daquele jeito ontem. Hoje ela estava com um curativo no nariz…”

“O que você quer dizer?”

“Alguns dias antes Travis tinha ameaçado ela.. E hoje ela me aparece assim.”

“Você acha que..”

“Sim..”

“O que vai fazer?”

“Não posso fazer nada ainda, ela não me disse se realmente é isso.”

“E nem vai dizer. Sabe disso né?”

“Sim, mas vou tentar descobrir de um jeito ou de outro. Aquilo tá muito feio pra ser apenas uma batida na cerca.”

“Não entendo as mulheres as vezes. Por que não o denuncia logo?”

“É complicado pra elas.. Ainda mais ele, que vive ameaçando ela por besteiras”

“Esse cara é um retartado, sempre foi e não vai ser agora que vai mudar.

📷 foto”

“Sabemos disso.

Uau! Olha só deram um grande passo”

“Cala a boca, a gente não transou”

“Percebi. Amanhã me conta o que aconteceu. Agora vou dormi, obrigada por lê minha situação. Te amo”

“Vou aproveitar e fazer o mesmo. Te amo”

Bloqueando o celular e o depositando no criado mudo, Dinah ajeitou o corpo com cuidado aninhando o corpo de Normani mais ao seu.

A loira acordou primeiro. A claridade que vinha da janela acertou em cheio seu rosto. Com cuidado se levantou e foi ao banheiro, utilizou um enxaguante bucal para fazer sua higiene matinal. Dentro do pequeno armário, avistou um pacote de fio dental. Ficou observando ele por um tempo, até que uma ideia estalou em sua mente. Pegou um pedaço que calculou em sua mante e saiu do banheiro, Normani continuava imóvel na cama. Dinah sorriu e caminhou até lá, com cuidado subiu de volta e ficou observando a morena, pra ter certeza que ela não acordaria. Feito isso pegou a mão direita dela cautelosamente e se preparou para amarra o fio dental. Fez todo o processo com cuidado e depois de feito, tirou uma foto enviando pra Camila.

“Que isso?” Camila enviou dez minutos depois.

“Uma aliança de compromisso”

“Eu estou rindo disso, desculpa. Mas não posso deixar de dizer que foi fofo.”

“Ain não enche.”

“Ela aceitou?”

“Não sei. Ela ainda não… ela tá acordando agora”

-Bom dia- Normani sorriu.

- Bom dia.

-Tá muito tempo acordada?

-Não, só a alguns minutos.

Normani se levantou indo direto pro banheiro.

“Ela viu?”

“Não, mas provavelmente vai vê no banheiro”

“Queria está ai pra vê esse momento”

“Eu também queria que estivesse, mas preciso encara essa sozinha.”

“Você vai se sair bem. Vou levantar pra fazer o café e vê se Chancho tem água e comida. Nos vemos mais tarde”

“Obrigada. Nos vemos lá”

Quase que no mesmo instante Normani saiu do banheiro. Com a sobrancelha arqueada e com um meio sorriso no lábio encarando a loira. Levantou a mão direita pra ela, num pedido silencioso por explicações.

-O que foi?

-Hm..- indicou o fio dental no dedo.

-Vem cá senta aqui.- bateu no lado vazio da cama.

Normani foi até ela, sentando onde foi indicada.

-Agora você pode dizer o que isso significa?

-Posso- sorriu a puxando para um pouco mais perto.

-Então comece.

-Como você pode vê, eu sou pobre e não tenho dinheiro pra comprar uma aliança de verdade- segurou a mão dela, observando o fio dental- mas.. Mesmo assim te dei esse fio dental com o maior carinho do mundo, pra quando você acordasse eu tivesse a coragem de olhar pra mulher mais linda do mundo e dizer pra ela o quanto eu a amo. Foram longos quatro anos segurando tudo isso dentro de mim por insegurança e talvez um pouco de medo da  sua reação, mas hoje decidir por tudo isso pra fora e te dizer que você Normani. Você é a pessoa que eu quero dividir momentos bons e ruins, quero poder ter certeza que vai ser a mim que você vai procurar quando tiver uma grande notícia pra contar, quero ser aquele ombro amigo nos seus momentos de tristeza e ser a primeira a te apoiar em todos os seus sonhos.

Normani levantou o olhar pra ela. A íris brilhava tanto, que aquilo transformou o nervosismo de Dinah em um sorriso.

-Não quero ser clichê e falar isso do modo tradicional. Mas podiamos rotular nossa relação, passar a ser o que eu falei uma para outra. Então, Normani…

Dinah foi interrompida pelo toque de celular da morena, que abriu um sorriso como um pedido de desculpas e se virou para o aparelho.

-Oi, bom dia…. Não…. Você e os garotos podem ir na frente, vou me atrasar um pouco…. Tudo bem, quando eu tiver a caminho te ligo, beijos. Tchau.

Normani a olhou.

-Ally- balançou o aparelho.

-Percebi.

-Então namorada, vamos tomar café?

Dinah abriu um sorriso imenso. A alegria estava quase transbordando por ele, de tanto que não cabia em si.

-Hm… você está esquecendo a melhor parte agora.

Normani a olhou incrédula.

-Sexo só depois do casamento mocinha.

Dinah riu e a puxou pra si.

-Não estava falando de sexo, estava falando disso aqui- com o dedo indicador guiou os lábios da morena até os seus. Iniciando um beijo lento e o encerrando em seguida com um selinho demorado- Agora podemos ir, namorada.

Normani sorriu pegando a mão dela, as tirando do quarto.

°~°

Quando chegaram todos já estavam pra lá e pra cá, erguindo o novo galinheiro. Ao vê as duas Ally se levantou e esperou que elas chegasse até onde estava.

-Aleluia chegou.- desviou o olhar pra Dinah- Sua amiga está a sua procura.

-Eu vou ir então- ela se virou pra Normani.

-Tudo bem meu anjo, vai lá.- num gesto rápido depositou um pequeno selinho nos lábios dela.

Dinah foi atrás de Camila, que se encontrava dentro do mini celeiro. A latina alimentava os porcos.

-Ei!

A pobre quase deixou o balde escapolir de sua mão. Olhou pra trás com o tipico olhar de que iria matar a amiga quando tivesse oportunidade.

-Mano- suspirou- Eu ainda te mato por fazer essas coisas comigo.

-Foi mal tampinha- sorriu chegando mais perto.- tenho uma novidade pra te contar.

-Você está sorrindo demais. O que aconteceu?

-Só sorrir agora pra você- franziu a testa.- Mas enfim..- levantou a mão direita mostrando o pedaço de fio dental.

-Que isso? Prendeu o dedo?

A loira revirou os olhos, a falta de atenção da outra lhe deixava exausta as vezes.

-Não idiota. Normani é minha namorada- abriu um sorrisão.

-Uau! Aleluia Jesus- fez como se tivesse comemorando um gol- Precisamos registrar esse momento.- retirou o celular do bolso tirando uma foto de ambas.

-Eu te amo pra caralho sua idiota- deu um pequeno empurrão no ombro do menor.

-Eu também te amo sua idiota.

-E a Lauren?

-Vamos conversa mais tarde.

-Espero que não tenha acontecido o que a gente acha que tenha acontecido.

-Eu também espero, mas acho pouco provável.

-Complicado amiga…- olhou a latina- Maaaas fique feliz por mim.

Camila abriu um sorriso amarelo pra outra mulher, que riu da reação dela.

-Steven!!- a voz de Lauren ecoou pela sala podendo ser ouvida no quarto do garoto.

Não demorou muito pra ele descer as escadas correndo. No meio da sala tinha uma grande caixa verde com um laço amarelo. Os olhinhos dele ganharam um brilho que iluminou a alma de Lauren. Ele correu até a caixa, Lauren segurou a mão dele o impedindo de abrir tão de pressa.

-Eu pensei no que me pediu. E mamãe me ajudou a traze-lo. Mas lembre que é seu e você tem que cuidar muito bem dele.

Num balançar frenético de cabeça o garoto concordou. Lauren liberou que ele abrisse. Desamarrando o nó, ele abriu a tampa da caixa. Revelando um cachorro negro, o achou a coisa mais fofa do mundo. As orelhinhas eram grandes demais para o tamanho dele, mas aquilo era o charme do bichano.

-Gostou amor?

-Sim!- pegou o bichinho no colo o acariciando.

-Ele estava na rua, dentro de uma caixa com mais três. Mas outras pessoas pegaram os outros dois. Ai eu trouxe esse.

-Ele é lindo! Eu vou cuidar dele.

-Muito bem amor. Sabe que nome vai colocar?

-Spark!

-Spark… até que é um nome legal. Vou deixar ele dormi no seu quarto por enquanto. Vai subindo com ele que daqui a pouco eu levo água e comida pra ele.

-Tá bom. Obrigado mãe.

-De nada meu anjo.

Assim que o garoto saiu de vista, Shannon entrou na cozinha.

-Seu nariz. Ele melhorou?

-Sim, não está sangrando mais.

-Ainda precisa de gelo, pra tirar esse roxo do seu rosto.

-Eu vou fazer isso mãe. Pode ficar tranquila.- Lauren passou por ela depositando um beijo na testa da mais velha.

Foi em buscar de duas vasilhas para por a água e a comida do cachorro.

-Ei..

-Oi- Lauren se virou pra latina.

-A gente pode conversa agora?

Lauren a olhou e resolveu procurar as vasilhas de novo.

-Aqui não. Me ajuda a achar duas vasilhas?

Sem responder a latina começou a ajuda-la. Não demorou muito para acharem duas vasilhas adequada para o tamanho do cachorro.

Com as coisas em mãos Lauren e Camila subiram em busca do cachorro. Steven estava sentado na cama brincando com o pequenino.

Com a ajuda da latina, Lauren arrumou um cantinho para Spark dormi.

-Ele pode dormi na minha cama hoje?

-Não sei não, você dorme todo sem jeito. É capaz de sufocar o bichinho.

Steven olhou pro cachorro dorminhoco e o pegou no colo, levando ele até a almofada velha que Lauren tinha posto no chão.

-Oi mila- disse colocando o cachorro na almofada.- Por que Chancho não vem mais pra cá?

-Hm… toda vez que ela vem, ela fica deitada na varanda esperando você aparecer pra brincar. Mas como você não aparece, acho que ela cansou de vir pra cá.

-Posso ir vê ela amanhã?

Camila olhou Lauren.

-Vou pensar nisso.

-Tá.

-A gente tá indo amor. Boa noite.- Lauren retirou os fios de cabelo que tampavam a testa do garoto e depositou um beijo ali.

-Tchau tampinha. Boa noite- Camila bagunçou os cabelos castanhos so menino.

-Tchau mãe. Tchau Mila.

As duas mulheres seguiram para o guarto de Lauren. Camila encostou no batente da porta e observou a morena se sentar na cama.

-Ele me ameaçou de novo- suspirou- mas dessa vez ele quer a guarda definitiva de Steven.

-Definitiva?

- É..

-Hm... - Camila andou até a morena, mas não se sentou na cama- seria meio insjusto ele ganhar a causa, uma vez que ele não cuida do menino direito.

-É eu sei, mas aqui em Crowley Corners as coisas conspiram ao favor dele o tempo todo.

-Você foi na casa dele no dia que saiu me ignorando não foi?

Lauren ficou em silêncio, sabia que se falasse a latina iria ter certeza que quem fez aquilo com ela foi Travis.

-Isso já diz tudo..- ajeitou o cabelo e se abaixou na frente da morena- Lauren.. Você não pode simplesmente deixar isso assim. Agressão contra mulher é crime e ele cometeu um crime. Olha pra isso aqui, ainda tá roxo.- os olhos da latina se encontraram com o mar nos olhos da morena- Se você não fazer nada, eu vou ser obrigada a ir na delegacia fazer isso por você.

-Não vai adiantar nada- limpou o canto dos olhos- ele só vai ganhar punição leves como fazer trabalho voluntário pro xerife em vez de ir pra festas.

-Sério isso?- franziu a testa- as policias daqui são cuzonas.- sentou ao lado da morena- Eu vou resolver isso então, ele não pode simplismente te bater e ficar assim.

-Não Camila, é complicado. Se ele fez isso comigo, eu nem sei o que ele faria com você.

-Eu não tenho medo dele, estou de saco cheio disso. Eu…

-Eu te amo, por favor não faz nada.

-Você só disse isso pra mim não fazer nada?- uma pontinha de desapontamento.

-Não porra.. - se sentou de frente pra ela.- Eu realmente te amo, e não importe o que ele faça. Eu vou continuar te amando.

-Lauren…

-Shiu. Por favor, se ele fazer algo com você, eu nunca vou me perdoa.

Camila ficou em silêncio. O cômodo inteiro ficou em um silêncio chato e tenso. A latina suspirou.

-Tudo bem. Então eu vou ter que me afastar de você e do Steven?

-Não..- franziu o cenho.

-Ele não tinha dito que era pra mim fazer isso?

- Foda-se ele, estou disposta a ir adiante.

-Eu não quero que nada aconteça com você- acariciou o rosto da morena colocando o cabelo dela atrás da orelha- Eu me sentiria uma pessoa horrível, caso aconteça de novo.

-Não vai acontecer.- depositou no lábio da outra um beijo.

Camila ia aprofundar o beijo, mas com um gemido de dor da outra recuou.

-Desculpa.

-Tudo bem- sorriu fraco.

-Inclusive… Eu também te amo.