Storybrooke.
Um pequena e pacata cidade, localizada no extremo sul de Maine.
E como mais um de seus dias frios, lá estava eu, empacotada em meus edredons, torcendo internamente e mentalmente para o despertador não tocar.
Ele toca.
- Cinco minutos! Eu te peço míseros cincos minutinhos! - resmungava qualquer palavra que na minha cabeça soava perfeitamente enquanto batia no criado-mudo tentando parar aquele som insuportável - Ah, desisto! - jogo minha mão para fora da cama, fecho os olhos e volto a dormir.
"…Lá estava eu, no meio de girassóis refletores de toda luz possível que batia ali, saltitando alegremente pelo campo, com meus fios loiros se tornando dourados.."
Exatamente tudo perfeito, até ser despida daquele universo alternativo, com minha mão voltando a se tornar gelada, mas de um jeito diferente, um jeito molhado, viscoso.
Acordo no susto quando percebo o que era aquilo.
- Ava! Pare de me lamber! - finalmente me posiciono sentada na cama e dou um mini sermão na minha cachorrinha, que era pequena e mesmo assim me dava um trabalho gigantesco.
- Me tirou de um sonho tão bom! - volto a me deitar - Era calmo, quente, tinha uma brisa suave, sem preocupações, sem regras, sem trabal… - paro e me levanto rapidamente voltando a visão para o despertador.
8:30
[…]
Chego na Delegacia depois de exatos 30 minutos de atraso. Já conseguia imaginar os gritos graves seguidos de lições de moral que o chefe me dava.
- Com licença... - entro na sala, o único som possível de ser escutado, era o badalar do relógio a minha espera.
David se vira pra mim, com inúmeras pastas empilhadas na minha mesa.
- Você acha bonito, Sra. Swan? Que horas são essas de se aparecer por aqui!?
- M-me desculpe - tentava me aproximar com o jeito mais delicado existente.
- Advertência. Mais uma para sua ficha.
Que, nas minhas contas - ele rabiscava o papel criando borrões na escrita - Já são 10
- Eu posso lhe dar explicações! Ontem revirei a noite aqui, passando do meu turno, em busca de vestígios sobre o desaparecimento do guarda Humbert.
- Achou algo pelo menos?
- Absolutamente nada, parece impossível - elevo minha voz dando ênfase na última palavra
- Então você ficará essa noite também, procurando o que for "possível" - se retira da sala.
Procurei em todos os sites sobre a ficha do guarda, e sempre encontrava os mesmos resultados:
Nome: Graham Humbert Gallagher
Filiação:
Pai: Brian Miler Gallagher
Mãe: Dianna Mortenson Gallagher
Nacionalidade: Storybrooke, Maine
Naturalidade: Beverly Hills, Califórnia
Data de nascimento: 04/04/1991
Idade: 25 anos
Estado civil: Solteiro
Universidade: Mackenzie
Desaparecido há 2 anos
Última aparição: Não identificada.
O "não identificado" me intrigou.
Por que será que em exatamente 2 anos a perícia se sustentou com esse argumento totalmente incompleto? Tantas perguntas e nenhuma resposta.
Começo a procurar mais pistas, datas, horários, qualquer coisa que me tirasse daquela sensação de incompetência.
Adentro no sistema da Wayne, histórico no dia do sumiço.
Uma ligação.
"25/09/14
Escolta chamando guarda Humbert.
Rua Willem, Joalheria mais próxima;
Repito: escolta chamando!"
Bingo!
Telefono para xerife Nolan.
- Eu te disse que conseguiria! Eu te disse!
- Conseguiria o quê?
- Achar mais coisas para sustentar a investigação! Eu achei! - pulava da cadeira igual uma criança, extremamente feliz.
- Bom trabalho, Swan! Deixe a pista em meu email que amanhã iremos analisá-la para a aprovação. Parabéns, mais uma vez. - desliga
Naquele dia, voltei para casa mais sorridente do que nunca.
Eu havia conseguido, meu trabalho estava sendo efeituado com sucesso.
E então, lá estava eu, no meio de postes refletores de toda luz possível que batia ali, saltitando alegremente pela rua, com meus fios loiros se tornando molhados pela chuva.
[...]
A campainha toca.
Me levanto, no susto. Estava vestida com o
meu melhor pijama, sujo de doces que eu havia me entupido na noite passada, como "comemoração".
- Já vai! - minha voz quase não saia.
Quanto mais eu me aproximava da porta, mais as batidas foram ficando intensas, fortes e desesperadas.
- David?!
Ele parecia bravo, triste e ao mesmo tempo decepcionado…comigo.
- Emma. - segurava meu distintivo
- Eu não estou atrasada! Veja, são 7h da manhã! - aponto para o relógio na parede
- Não é isso, por incrível que pareça.
- O que é? Vamos, me diga!
- Você... - ele suspirava, mas seus suspiros não eram fracos, eram pesados, com uma dificuldade.
- Olha, de verdade, ou você me fal…
- Você está presa.
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