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História Sun Is Out - Passado.


Escrita por: colinodonodemim

Notas do Autor


QUEM TÁ VIVO, SEMPRE APARECE!
E no caso, ainda estou, então tcharaaam
Primeiramente eu queria agradecer a aceitação e a força que tão me dando pela fic. (Que atualiza em um a cada dois meses, mil desculpas.)
Eu vou parar de enrolação, e deixar pra explicar tudinho nas notas finais, então, leiam.
aka, o capítulo é mais focado na Regina.
beijinhos e muito obrigada por continuarem acompanhando essa porra. xx 🌸❤

Capítulo 4 - Passado.


Fanfic / Fanfiction Sun Is Out - Passado.


Arfante.
Ensanguentada.
Esgotada.
Poderia me considerar tudo, menos aflita.
O que tornara um tanto quanto inexplicável para mim, foi o que mais senti naqueles dias.
Eu havia mudado, de fato. E desconheço os benefícios disto.
O timbre que percorria pelo refeitório, ecoava-se pelo local, até ir de encontro com todos os prisioneiros ali presentes.
- Vocês duas. Na minha sala, agora! E as outras, voltem com seus afazeres!
Reconheço essa entonação.
Era Mr. Gold. Um diretor de ciências humanas, que de vez em quando passava pela delegacia, reclamando, no intuito de documentar seus fins próprios com o dinheiro que era para ser investido na prisão. Possuía as melhores vestimentas e, provavelmente, seu cargo foi dado por sucessão familiar. Típico.
                                                                                        --
NARRADOR ON
Robin permanecia puxando Regina pelo pulso, conduzindo-a ao mais próximo do corredor ligado à cozinha. Sua intenção não era ferir, mas sim, repreender. Seus toques eram firmes e leves, sendo possível escutar murmúrios desconfortáveis dos dois e o descontrole do cinto tático colidindo-se com o uniforme a cada passo dado.
- Além de dissimulado, está surdo? Fui convocada! Se não for, posso comprometer minha estadia na segurança mínima. Como um guarda, deveria saber. 
- Mills, por favor, não faça mais isso. - diz calmamente soltando-a devagar, abrindo espaço para ver seus olhos, que antes sedutores, foram tomados pelo desespero.
- Sabe o que estou passando? - sua resposta é obtida por um sinal de negatividade quase que automático - Imaginei que não. Fiz o necessário e faria de novo.
- Estou tentando o máximo para te ajudar de uma vez por todas.
-  É uma pena, não está funcionando. - se solta dos braços dele dando um passo atrás - Com licença…
- Ah, ficará por isso mesmo? Esqueceu do nosso passado
- Nosso passado era externo, aqui as coisas mudam. Faço o extremo para minha sobrevivência, e com todo respeito, você não ajuda em nada.
Uma única insistente lágrima cai.
Trazendo com a própria, toda desordem interior.
Toda dependência emocional um do outro.
E toda a saudade. A maldita saudade.
NARRADOR OFF
                                                                                       --
 Passei tanto tempo me 'olhando no espelho', vendo a própria sombra de problemas e medos que nem reparei ao meu redor. O isolamento descritivo na prisão entre filmes e séries, não é psicológico, em toda parte que tocava e pisava, o silêncio desmoronava e o eco dominava o lugar. 
Menos na sala de Gold.
- Então, é fato. Você sai de tão longe, para vir aqui e me causar os mesmos problemas. Não se sente mal por isso? 
''Não se sente mal por roubar todo investimento e usá-lo para comprar rosquinhas que provavelmente farão seu coração bombear três vezes mais rápido?'' Foi o que pensei.
- Não. Me chamou pra isso ou já acabamos?
- Levará uma advertência. - ele se levanta, ou pelo menos tenta, empurrando a mesa com seus sapatos cobertos por papéis amassados que transbordavam no lixo.
- Mas, por que? 
- Por que? Você é estúpida assim ou se faz? Não viu o que causou no refeitório?
- Foi só uma briga. Acontece em todo lugar, toda hora. E aliás, Regina também contribuiu.
- Regina é um caso a parte. - caminha até mim -  Assine aqui e será dispensada. 
''Isso está errado'' Repetia-se na minha mente. 
Mas estava cansada daquela situação, pelo menos um dia sem turbulências era o que meu corpo clamava.
Assino e já enjoada daquele lugar estúpidamente colorido e com cheiro açucarado, levanto rápidamente descolando da cadeira, assim tropeçando em um dos esboços amassados.
- Oh, Gold. Sempre soube que você precisava dar um upgrade na sua sala, mas usar a Swan de tapete não tornará o ambiente mais agradável.  - Regina ri sarcástica apoiada na porta, com uma expressão falsa de espanto.
- Um caso a parte, certo? - sussurro para mim mesma e saio dali.
- O que devo a honra, Mills? - após minha saída, ela entra e apoia as mãos na fechadura, tampando-a.
- Vim fazer uma queixa. 
                                                                                             --
17h12.
Reclamações. A única coisa que fiz desde que cheguei, foi reclamar. 
Irônico, porque desde pequena minha mãe sempre dizia ''Seja grata por cada coisa que você tem'' e me cobrava agradecimentos com sorrisos sinceros de bônus. Fui educada assim.
Mas se tem uma hora que eu me esforçava para não ficar desapontada era a do banho, o momento em que só se encontravam eu e meus pensamentos, e no caso, eu e meus problemas. Cada gota d'água escorrida em meus ombros era uma parte das minhas dores de cabeça indo embora. 
- Parece que a Cinderela se esqueceu que aqui os encantos não acabam meia-noite!
Ou não.
- Já estou acabando! - grito em resposta de alguém no meio da fila.
Pego a toalha e me cubro quando percebo aproximações.
- Eu disse que estava acaband--
- Você não consegue ficar um minuto sem gritar ou querer dar socos na cara de todo mundo que passa?
- Zelena. - Ela havia acabado de sair do chuveiro ao lado, secando seus fios ruivos e bagunçados que respingavam em quem estivesse perto. - Posso te fazer uma pergunta?
- Essa já não é uma?
- Você sabe sobre algum tipo de conexão que Regina tem com o Gold, fora da prisão? E-eu estivesse pensando esses dias...e se os dois estiverem envolvidos na causa do desaparecimento do Graham?
- O que? Regina está presa há anos. É impossível.
- Não, não é. Sempre que ele passava pela Delegacia, deixava entre os relatórios, amostras de informações privilegiadas daqui, que só o próprio presidiário pudesse reconhecer. Tinha tudo na palma da mão. Sempre que algo estranho acontecia, dias depois estava tudo resolvido. E se ela fizesse o ''trabalho sujo'' dele, e em troca ganharia benefícios?
- Ele é o diretor, Emma. É obrigação ter tudo na palma da mão, não viaja.
- Não nesse sentido. E os inúmeros casos inacabados de desaparecimentos dos empregados que provavelmente sabiam disso e foram apagados para evitar testemunhas? E as mercadorias clandestinas que entravam aqui, e quando chegava para a polícia, ele negava a busca? 
- Eu não faço a mínima idéia, e você deveria também. O nosso padrão é aceitar e calar. Esqueça isso! Não foi você mesma que abriu um caso já terminado por querer bancar a heroína e veio parar neste inferno? Desconsidere todas as suas teorias.
- Não são teorias. Eu posso provar.
- Então prove, quando conseguir sair daqui. 
A encaro por alguns segundos, em silêncio. Não acredito que ela havia dito isso.
- Olha... Os dois, sim, tiveram um passado. Regina teve dificuldades sua vida toda, assim como todas aqui dentro. Ele a ajudou em algo e ela deve para o mesmo. Mas quem sabe o que foi isso? Só sei o necessário e o possível de se escutar dela.
                                                                                               --
FLASHBACK ON/REGINA ON:
2001, Outubro.
- Merda!
Da partícula de sangue envolvente ao gélido aço, formou-se minha poça de decepções. Me inclino na pia apoiada aos meus cotovelos levemente machucados e preparada para desabar em lágrimas, sou impedida por passos desesperados vindo até a cozinha.
- O que foi dessa vez? - como presumi.
Levanto a cabeça, e entre um suspiro, meus descontrolados fios saem finalmente da visão.  - Igual a da última. Um simples corte. 
- Para você, qual o exemplo de ''simples corte''? 
- Esse. - alcanço um pano desajeitado, jogado por cima da mesa, e o aperto contra a pele, cobrindo o machucado.
- É o quinto, só essa semana.
- Supõe que seja proposital, é isso? - pela primeira vez, consigo fazê-la parar por um instante e me ouvir- Mãe, convenhamos, se fosse para suicidar-me, seria de uma forma menos dolorosa e mais...eficaz.
- Ah, estou mais aliviada. Realmente precisava ouvir isso. - a ironia era de família.
Ela desiste de esbanjar sermões e se senta ao meu lado. Por um rápido momento, me sinto protegida. Nunca tivemos momentos de conexão mãe-e-filha, aqueles que víamos em novelas antigas em que os problemas eram as chuvas inesperadas em dias de passeio no parque. Não era como programas em família, um abraço quente naquele extenso frio ou até mesmo tomar sorvete e não aguentar mais, mas era inexplicável, era minha mãe.
A luz apaga e a escuridão, por completo, toma conta do lugar.
- Cora? 
- Anthony! O que houve?
Anthony se tornou meu padrasto e um dos meus problemas faz um ano. Sua presença era desagradável e suas atitudes faziam-me duvidar se ele era o homem que minha mãe merecia. Mas ela o amava, e por mais que eu fosse contra isso, sua felicidade ultrapassava minha aversão.
- Está uma tempestade lá fora, deve ter dado problema no comando elétrico.  
- Cuide disso e da Regina também, os curativos estão na segunda gaveta do armário. Volto cedo filha, prometo. 
A porta se fecha e meu sorriso também.
- Não vai arrumar isso não?
- Em troca do que? - deposita a caixa no canto da mesa e se senta no mesmo lugar perto de mim. O lugar que antes preenchido pela minha paz, se tornara minha insegurança.
- Em troca de não ser expulso de casa, não ouviu? 
- Você fica cada vez mais irresistível bravinha. - passa a mão nas minhas pernas.
Fico sem reação, o que ele pensa que está fazendo? Meu estômago embrulha, e consigo sentir um suor frio descendo pela minha testa, junto com o nojo, o desprezo, a angústia, todos juntos, vindo automaticamente, misturados. E principalmente, o medo. Medo dos próximos segundos na presença dele. O que ele era capaz de fazer? Quem era aquela pessoa na minha frente? 
- Sai de perto de mim. - corro para perto do balcão. Quanto mais me afastava, mais ele dedicava em se aproximar.
- Vamos tornar isso mais divertido. Sua mãe nem saberá. 
- SAIA DE PERTO DE MIM! - minhas lágrimas queimavam em descida ao meu rosto inchado e avermelhado de tensão, meus olhos já haviam se espremido tanto em desejo de tudo aquilo ser apenas um pesadelo que não se abriam mais por completo.
Ele me encurrala na parede e aperta meu pescoço fazendo-me encará-lo - Farei isso com você olhando no fundo dos meus olhos, para aprender a não fugir de mim. 
Deslizo a mão por cima do balcão e sinto uma garrafa, The Glenrothes, o whisky mais famoso da época, preferido do Anthony. Puxo-o e o quebro em sua cabeça.
Ele fica inconsciente por pouco tempo e se levanta em seguida, com ódio no olhar e a bebida ao seu lado.
- Então virou briga? Eu não queria, mas você insiste... - na tentativa de revidar o golpe, desvio do vidro pontiagudo, o que o faz acertar a parte acima do meu lábio superior, criando um corte que vinha em vertical até o começo do mesmo.
Passo os dedos por cima suavemente, pela insuportável dor. Dou passos desnorteados para trás, colidindo com a pia e tendo uma límpida e plena vista. A vista que tornara minha vida mudada radicalmente, dali por diante. Uma faca.
Pego-a e acerto no peitoral de Anthony.
Ele cai no chão e foi aí que percebi o que tinha feito.
- …Não, não, não, não, não - pego os curativos jogados no chão e tento comprimir a abertura, mas era falho. - Não! Eu não sou uma assassina! Eu não sou uma criminosa! Eu… eu não sou! 

                                                                          --
Haviam se passados cincos minutos.
Passava ainda desacreditada, sentada na cadeira, o encarando. 
Essa escolha, esse ato. O que eu fiz? 
A cena do horror acontecido antes do assassinato desapareceu para mim, o "a culpa é sua" tornava girando pela casa, em sussurros.
Levanto fraca, vou até o meu quarto, pego tudo o que me pertencia e junto em uma mochila. Não poderia continuar ali, as hipóteses de suicídio iram retornar, até ser perturbada o suficiente e acabar com mais uma vida. Não poderia chamar a polícia, muito menos a ambulância, como explicaria? Tudo sobrará para minha mãe, que nunca confiara em mim. 


"Escrevo-lhe esse bilhete avisando que fui. Para onde, por que, por quem, para que, eu não sei. Apenas fui. Em físico, em permanência. Sei que sua cabeça deve estar mais confusa do que a minha, com tantas perguntas e a resposta é que fui. Se te perguntarem, não diga que foi por você, por Anthony, nem por ninguém, diga que foi por mim. Pela minha sanidade mental, eu fui.
Obrigada por me manter com aquele sentimento que você tanto endeusa, a felicidade. Eu tive-a, por segundos, ou milésimos deles, mas tive. Por você e para você.
Eu te amo, mãe. Para sempre.

                                             - Regina"


                                                                                           --
Saio de casa e do lado de fora esbarro com um homem.
- Eu vi o que fez lá dentro. - sua voz impunha poder.
- Por favor, não conte a ninguém. - imploro com os olhos voltando a serem encharcados.
- Não conto. - ele me analisa da cabeça as pés - Tenho um lugar para você ir. Qual seu nome?
- Regina… Regina Mills, e o seu?
- Todos me chamam de Gold.

FLASHBACK OFF/REGINA OFF


- Emma! - Mary Margaret vinha correndo em minha direção. - Gold. Ele quer falar com você.
- De novo? 
- Está a sua espera lá fora.
- Mesmo quando eu fujo dos problemas, eles vêm até mim.
Saio do banheiro e noto a presença de mais dois guardas.
- Esqueceu a parte do 'assine e será dispensada'?
- Emma Swan, a senhorita está sendo condenada à solitária. Recebeu denúncia de uma detenta, que prefere não se identificar. "Por tráfico dentro da prisão, surtos psicóticos e ameaças".
- Como tem tanta certeza?
- Todas as respostas já foram ditas.
- Talvez eu não precise de respostas, talvez eu só precise dar um soco na sua cara.
- E ainda nega as acusações? Levem-a, agora!
Regina permanecia paralisada atrás deles, com um sorriso perturbador.
- FOI VOCÊ, NÃO É? - grito me debatendo.
- Eu sou uma criminosa. Aprenda como se sobrevive aqui. - ela fala quase inaudível.
                                                                                          --
Nas escadas próximas a segurança máxima, já era possível de se escutar gritos. Alguns repetitivos e enlouquecedores, outros desesperados… e enlouquecedores. Buscando uma ajuda, a sair desse mundo, sair do isolamento. Eu só queria entrar nele.
- Tenha um bom proveito. - um dos guardas me empurra para dentro.
Haviam riscos nas paredes, avisos cobertos de sangue, e como previsto, nenhuma janela.
Percebo uma passagem de ar no perto do canto da cama e me sento apoiada nela. 
- Pois é, se eu achei que não poderia piorar… - suspiro.
- Swan…? 
Me assusto.
- Killian…?
  


Notas Finais


O capítulo foi focadíssimo na Regina, porque mostra um pedaço do passado dela. Farei assim como TODOS os personagens.
E Killian, meu querido Killian, já não estava aguentando não te escrever! Agora que the badass chegou, dá-lhe Killian Jones pra vocês!
Enfim, se quiser me mandar várias cobranças, me xingar ou bater um papo


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