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História Sunshine - Emphaty


Escrita por: oquesouecomosou

Notas do Autor


Desculpem-me a demora :(

Espero que gostem!

Beijos,

Capítulo 3 - Emphaty


Não sei se ficava aliviada em adiar o assunto Michele ou se ficava (mais) nervosa pelo que me esperava após aquele corredor. E eu não me lembrava dele ser tão longo assim.

Na cena que faríamos, Piper teria que dançar sensualmente. O que era bom, pois a música tinha o poder de me fazer bem. Me concentrei e deixei a música dançar com meu corpo, em movimentos tímidos. Precisava dar vida à Piper. Olhei para frente, fechei meus olhos e virei meu rosto ao encontro de Alex Vause. Seu cabelo agora negro, sua pele pálida e os óculos deram a Alex um olhar malvado. Sua voz rouca combinava com a personagem. Nossos olhos encontraram-se em conforto.

— Venha aqui. Venha.

Virei totalmente meu corpo ao escutar aquela voz rouca me chamando. Foi o momento perfeito para respirar fundo. Tudo estava indo bem, apesar do que estava sentindo. Tirei a blusa e fiquei apenas de short e sutiã. Apesar do frio ambiente, eu estava com calor.

— Você vai sentir a minha falta? – essas foram as primeiras palavras de Piper que saiam de minha boca. Eu estava começando a me sentir confortável.

— Sim. Muita. – Alex respondeu.

Quando a música foi desligada, calmamente sentei na cama confortável. Ela inclinou-se para mim, me encarando. Levantou a sobrancelha e me deu um displicente beijo acima de meus seios.

— Venha comigo. – e beijou meu colo nu.

Após uma pausa, uma voz baixa e sexy sugere aos meus ouvidos:

— Amor, eu quero que você vá. E eu quero que você goze.

Era impressionante o quanto estávamos naturalmente na cena. Tive uma forte sensação de que Laura seria Alex e eu, Piper.

— Vamos? Isso é um sim? – continuou a morena.

— É. Sim.

 

O silêncio e a expressão de todos que estavam ali foram suficientes para gritar o quanto a nossa compatibilidade emocional havia sido preenchida. Laura e eu tivemos uma química maravilhosa. Merda! Era uma química poderosa.

A produtora cruzou os braços, e nos olhou com um sorriso.

— Parece que temos Piper Chapman e Alex Vause. Meninas, vocês foram maravilhosas! – disse jogando os braços ao alto, como quem faz uma festa ao ver uma pessoa que estava com saudade. — Laura, esse cabelo preto combinando com óculos deu um ar misterioso à Alex. Muito bem, garota!

Recebi um apertado e caloroso abraço de Jenji, que nos entregou o roteiro de gravações, um cartão e uma última instrução:

— Estejam nesse endereço na próxima quarta às 9h! Minha assistente entrará em contato com a agente de vocês para tratar da parte contratual.

Eu não poderia estar mais feliz.

 

No primeiro dia de gravações nossa primeira cena seria de um banho com nós duas nuas. Para ser profundamente honesta comigo, o meu maior problema não era o fato da Laura estar no chuveiro comigo, mas sim o fato de que eu ia ficar nua, totalmente exposta na TV. Eu já estava me preparado para isso, pois a história pedia essa nudez, mas isso não mudava o fato de eu ter a sensação de pular diretamente em uma água gelada.

— Ei! – uma voz rouca e familiar me chamou.

Virei-me sorrindo para ela. Laura estava usando o mesmo roupão que eu. Branco e provavelmente do mesmo tamanho.

— Oi! – respondi e ganhei um sorriso de volta. — O que você faz por aqui? – continuei.

— Só queria dizer um oi e saber como você se sente com essa cena. Estamos prestes a tomar um banho juntas... e nuas.

Laura olhou para mim com uma expressão ilegível e inclinou-se em minha direção.

— Então como é que eu faço? – sussurrou.

Dei um passo mais à frente e tomei suas mãos nas minhas, como se dissesse à Laura que tudo ia ficar bem.

 

O chuveiro estava ligado com uma temperatura confortável. Então entramos para molharmos nossos corpos e cabelos. Sorri e comecei a agir como se fosse qualquer outra cena. Talvez aquela sensação que estava apertando meu estômago me deixaria mais cedo ou mais tarde.

Senti as mãos de Laura em meu corpo, movendo-se lentamente em torno do meu corpo. Mas não tocou meus seios. Apenas subiu em meus braços e inclinou-se para o beijo. Quente e molhado.

Depois de repetirmos algumas vezes essa cena, fomos nos vestir. Não segurei meu impulso e disse a Laura o quanto eu estava tranquila por ser ela minha parceira de cena.

Ter como resposta a certeza de que ela sentia o mesmo, foi algo estranhamente reconfortante.

 

Tirei meus óculos escuros da bolsa, e antes de colocá-los, esperei pela resposta de Laura.

— Claro! Mas não conheço muito bem a cidade. – respondeu-me Prepon levantando a sobrancelha perfeitamente esculpida, demonstrando um pouco de surpresa e diversão.

Entrei primeiro no táxi e pedi que eles nos levasse para o The Lion. Enquanto me aprontava para ir para casa no final de um dia inteiro de gravações, havia decidido convidar aquela morena alta para um jantar.

Quando Laura entrou no táxi e fechou a porta, tirei os óculos e comecei a conversar. Falar me ajudava a me livrar de alguns pontos de tensão que eu sentia em meus ombros e pescoço.

— Teremos muito trabalho pela frente! Estou ansiosa! – comecei.

— Talvez seja interessante a gente se conhecer um pouco...

— Sim, claro!

— Você sempre morou em Nova York? – quis saber Laura.

— Não, não. Eu vim depois do colégio para terminar os estudos aqui.

— Então você é de onde?

— Sou de Boston! Minha família toda ainda mora em Massachusetts.

— Tenho um grande amigo, quase irmão, que é de Boston também!

— E você? Sempre morou na Califórnia?

— Desde que eu tinha 18 anos. Morei na Europa enquanto era modelo, depois fui morar em Los Angeles.

— Então você foi para lá para estrelar o seriado...

— Exatamente. E agora terei que morar aqui por um tempo, já que haverá um longo período de filmagens pela frente...

Senti que Laura hesitou antes de continuar.

— Eu não gosto muito dessa cidade... – concluiu timidamente Prepon.

— Isso porque você não a conhece! Mas eu posso te mostrar todos os lugares interessantes. Pelo menos interessantes para mim. – respondi.

 

Fiquei aliviada quando percebi que apesar de ser a hora do jantar, o restaurante não estava suficientemente cheio. Nossa! Como eu gostava daquele lugar. Infelizmente não era sempre que eu tinha dinheiro para comer naquele que era um lugar maravilhoso. O salão principal tinha o pé direito alto. Suas paredes cor de palha eram divididas por uma enorme moldura de gesso branca em uma parte bem alta que percorrendo os olhos pelo teto, o olhar encontrava uma claraboia translúcida. Perfeita para apreciar o céu nova iorquino. O ambiente era iluminado com diversas lâmpadas amarelas perfeitamente colocadas em imponentes lustres de madeira suspensos por três grandes correntes que formavam um triângulo e na ponta, a corrente única, que chegava até o teto. Ao centro, do lado oposto da entrada e privilegiada pela posição do mezanino, ficava uma lareira grande ao meio de duas janelas estreitas e verticais que ocupavam quase toda a altura da parede. E justamente nas paredes havia o que mais me fascinava no lugar: os quadros. Era como poder fazer uma agradável refeição no meio de uma galeria.

Sentamos em uma mesa perto da parede, no mezanino. Laura passou algum tempo para encontrar algo no cardápio. Tempo suficiente para que eu percebesse que o restaurante começava a ficar cheio. Onde eu estava com a cabeça ao decidir jantar ali?

Então senti aquela presença avassaladora. Precisava de silêncio por uns minutos antes que eu sentisse que não poderia respirar, pois aquelas vozes estavam sendo injetadas nos meus ouvidos formando um barulho apavorante, forte e intenso para mim.

Mal consegui chegar ao banheiro. Meu estômago estava revirando e minha respiração cada vez mais curta. Prendi o ar quando escutei a porta se abrindo e a última lembrança lúcida que tive foi de ver Laura entrando.

Depois dos segundos roubados da minha memória pelo sentimento congelante, percebi Laura estava me segurando. Olhei para o verde de seus olhos e tive esperança de que seria capaz de continuarmos nosso jantar. Ela parecia saber o que estava acontecendo.

— Quanto mais eu penso, pior fica. Quanto menos eu penso, também fica pior. – consegui dizer.

— Simplesmente respire. Deixe sua imaginação correr solta. Daqui a pouco melhora. – respondeu Laura. — Você sempre se sente assim?

— Tenho aprendido a controlar. Mas é como uma dor crônica nas costas. Tem dias em que a cada passo, não há sequer um gemido, mas tem os dias em que a dor é tão forte que é capaz de deixar a pessoa paralisada.

— E como você está?

— Agora estou dando um passo com um pequeno gemido.

— Se você quiser podemos ir embora...

— Não há necessidade. Já estou melhorando. Só preciso de um copo de água.

 

Percebi que estava melhor quando quase cuspi a sobremesa em cima de Laura, quando ela me contou sobre a Alemanha e que realmente ela era naturalmente ruiva.

— Resolvi pintar para mudar um pouco para a personagem. Na nossa profissão a gente sempre tem que sacrificar alguma coisa. Pode ser a cor do cabelo, o nosso peso, as vezes opiniões naquilo que você acredita... – disse Laura, num profundo suspiro, ajeitando os cabelos com as mãos e recolhendo seus pensamentos.

Nos seus lábios o sorriso havia ido embora. Achei que era muito cedo para tocar nesse tipo de assunto com ela.

— Você tem um namorado? Ou uma namorada? – desconversei.

— Não, ninguém. – respondeu Laura, com os olhos um pouco longe e dedos limpando as gotas que escorriam do copo suado pelo gelo.

— Sério? Como isso é possível? Você é linda, sexy e...

— E você? Tem alguém? – interrompeu-me Prepon.

— Não. Eu nunca tive um relacionamento sério. Talvez eu nunca tenha conhecido a pessoa certa...

 

A noite já havia caído há algumas horas quando saímos do The Lion.

Para minha surpresa, a morena tirou um cigarro e um isqueiro da bolsa. Não sabia que ela fumava e explodi em risos ao ponto de imitar um porquinho quando Laura me disse que fumar ajudava a limpar o corpo. Ela parecia uma nova amiga, da cabeça aos pés.

— Você tem um telefone aí? – perguntou-me.

Balancei a cabeça que sim.

Ela sinalizou pedindo o meu telefone.

Então eu entreguei.

Laura digitou algumas coisas antes de entregá-lo de volta para mim.

— Esse é meu número. Precisamos nos conhecer melhor. – Laura explicou.

Aquilo fez sentir-me ansiosa e, secretamente, mais do que um pouco emocionada ao mesmo tempo.


Notas Finais


Inté!


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