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História Sunshine - Prólogo


Escrita por: campbellic

Notas do Autor


Hey ^^

Talvez alguns já conheçam a história, decidi reescrevê-la depois de ficar quatro meses sem postar por não ter gostado muito do rumo das coisas.

Espero que gostem <3

Boa leitura <3

PS: no final deixei o link para vocês verem e saberem mais sobre os personagens <3

Capítulo 1 - Prólogo


-Emma, Emma, por favor, querida, acorde – sabe aquele momento em que você está dormindo, mas uma parte do seu consciente continua ligada?

            Estou ouvindo muito bem a voz da empregada de tantos anos. Messáila afaga meus ombros enquanto me preparo para despertar.

            -Papai e mamãe já chegaram? – balbuciei sem abrir meus olhos.

            -Querida, por favor, levante-se, sua avó e irmãos estão na sala.

            Por que só eles? – pensei comigo mesma.

            Me levantei meio sem jeito e fui ao banheiro enquanto ouvia Messáila mexendo nas minhas coisas.

            -Mê? – estranhei a agitação, mas ela não respondeu.

            -Desça querida – ela pediu com um sorriso triste nos lábios quando eu sai do banheiro.

            Observei meu pijama no espelho. Era uma blusa de manga curta e uma calça fofinha. Vovó odiaria vê-lo. Portanto fiz questão de não o cobrir.

            Por um momento me animei imaginando se Camille não teria vindo com Cooper. Ela é a noiva do meu irmão mais velho, mas pensando bem...não acho que ela e vovó estariam no mesmo cômodo.

            -Está tudo bem, Mê? – a fitei meio desconfiada. Além de tudo, não imagino meu irmão e a minha avó dialogando.

            -Fale com eles, meu amor – insistiu Mê.

            Senti um frio percorrer o meu corpo e uma horrível sensação de nervoso em meu estômago, de forma que acelerei meus passos.

            Coloquei uma pantufa e sai do quarto passando pelo largo corredor com vista para o andar de baixo. Desci as escadas rapidamente e meu coração parou ao fitar meus três parentes.

            -Aconteceu alguma coisa, não aconteceu? – perguntei um tanto relutante e com medo de seus semblantes doloridos.

            Tanto Cooper quanto Stefan estavam com os olhos vermelhos e ainda marejados como se estivessem se matando por dentro porque ambos estavam sérios. Minha avó por sua vez não olhava para mim, não parecia estar no mesmo estado que meus irmãos, mas não estava bem, definitivamente não estava bem.

            -Temos que conversar – Cooper limpou a garganta preparando-se.

            -O que aconteceu? – minha voz saiu de uma vez, como se fosse tudo uma única palavra.

-Em, eu nem sei por onde começar, eu... – Stefan havia tentado tomar a frente das coisas, mas sua voz ficou fraca e eles começou a chorar.

-Cooper não olhou para Stefan. Seus olhos eram fixos em mim. Como se estivesse querendo ver-me de outra maneira e parece ter conseguido porque tomou ar para continuar.

-Onde estão nossos pais? – minha garganta se formou em um nó.

-Eles não vão volta Emma – sua voz estava mais forte que de costume.

Senti como se tudo tivesse parado. O nó na minha garganta foi se apertando e eu dei um grito que só eu devo ter ouvido porque foi o começo de um choro sem fim. Eu não quero ouvir. Eu não quero ouvir.

-Como não vão? – disse bem mais alto e com intervalos por conta do soluço.

-Eles estão mortos, Emma – em um choque olhei para a minha avó que não demonstrava nada – Minha filha e Peter não vão voltar.

***

Deitei a minha cabeça na parte fofinha do meu acento no avião e tentei relaxar. Em minhas mãos balançava a carta de Nathaniel. Meu melhor amigo. Bem...não exatamente meu melhor amigo, quer dizer, ele é o meu melhor, mas não apenas meu melhor amigo.

Crescemos juntos. Nossos pais cresceram juntos.

Meu pai e tio Derek se conheceram na escola quando pequenos. Viviam falando de serem grandes cozinheiros e terem um restaurante só deles. Infelizmente seus dotes culinários não eram dos melhores, mas o paladar era imprescindível. Não sei bem de qual brincadeira surgiu isso, mas ambos começaram fazendo bebidas exóticas em festas durante a adolescência e quando viram estavam fazendo vinhos. Abriram uma pequena empresa que logo resultou em algo muito maior. Ranshell’s, a empresa do qual ambos tinham tanto orgulho. Sempre tiveram. A empresa tornou-se uma das mais ricas da pequena cidade de Ranshell de onde estou indo embora agora, graças a minha avó que não concordar que eu seja criada pelos meus irmãos. Sinceramente, tenho dezessete anos, ela só está fazendo isso para me ver sofrer. Qual a necessidade de me mandar para um internato na Califórnia? Longe dos meus irmãos e do Nath? Não há.

Eu já perdi meus pais há um mês atrás, minha mãe iria me ajudar no início das aulas como sempre, iria me dar forças para a resposta da faculdade de moda na França, e agora estou sozinha. Completamente sozinha. Eu nunca tive muitos amigos. Eu tentei, sempre tentei, mas as garotas não me viam muito bem devido a minha proximidade com o Nathaniel, quando falavam comigo, era para perguntarem dele. Eu não estou dizendo que não gostava de ter o Nath comigo, ah meu Deus tão longe disso.
Crescemos juntos e ele sempre foi a minha melhor companhia. Nossas famílias muitas vezes são como uma só. Tanto quanto quando Cooper foi apresentar sua noiva para a família, os Seefeld também foram.

-Está voltando para casa? - uma garota se sentou ao meu lado.

-Não - sorri meio distante - Estou indo estudar no Windercup, é o meu último ano - comentei.

-Ah meu Deus, eu estudei lá - ela sorriu.

Estranhei. Ela não parecia ser mais velha que eu. Seu cabelo preto não era maior que o meu, batia na metade dos ombros e tinha um ar jovial.

-Nunca conheci o colégio, a dona é uma amiga da minha avó.

-Ah sim - ela comprimiu os lábios - Admissões são difíceis normalmente e precisa ter alguma relação mesmo ou notas muito elevadas.

Realmente quis conversar mais com ela, mas não sei muito bem como agir, o clima foi ficando desconfortável e o meu coração acelerado em busca de uma abertura.

-Já ouviu falar do Winks? - ela indagou.

-Hã… - tentei assimilar a pergunta - É o que?

-Winks - a garota deu uma risadinha - Eu trabalho lá, é perto do Windercup. Os alunos adoram escapar do Colégio e irem para lá - ela deu uma risadinha divertida.

-Ah sim - sorri - Me chamo Emma.

-Me chamo Lydia - seu sorriso se alargou - O que lhe leva ao Windercup?

-Minha avó - tentei ser breve, mas havia algo em mim que precisava falar mais - Meus pais morreram e ela ficou com a minha guarda. Não nos damos bem e ela acha minhas atitudes infantis - olhei para o chão.

-Eu sinto muito, Emma - Lydia gesticular solidariamente - Não tem mais ninguém na sua família?

-Tem - concordei com a cabeça - Meus irmãos Cooper e Stefan, mas a minha avó disse que eles teriam de entrar na justiça e seria um processo longo e cansativo demais...a família vizinha que considero parte da minha também se prontificou, mas a reação da minha avó foi ainda pior…todos conversaram comigo...é só um ano - sorri cansada para Lydia que escutava tudo atentamente.

-Deixou mais alguém para trás? - Lydia sorriu travessamente e eu corei - Hmmm.

-Um amigo muito especial - sorri de lado.

-Especial como? - ela riu.

-Você entendeu como - a adverti.

-É dele isso? - Lydia apontou para o envelope que eu seguro firmemente.

-É sim - sorri o observando.

 

Flash Back On

 

-Cooper - choraminguei mais uma vez - Por favor, eu não quero ir para longe.

Ele suspirou cansado.

-Já falamos sobre, Emma, eu sinto muito - ele olhou para baixo e me abraçou - Menos de um ano! Vamos escrever a você sempre, sabe disso.

-Ah, Em - ouvi a voz de Camille não muito longe de mim e me virei rapidamente indo até ela.

-Diz para ele não me levar - implorei.

-Você sabe que eu não posso fazer isso - ela riu sem graça - É só um ano, Em, vai passar logo...encare como um intercâmbio, até porque, é um - Camille nos separou do abraço e sorriu - Você não é criança, sabe que choramingar não vai ajudar em nada.

Concordei meio constrangida. Isso poderia funcionar com o meu pai, mas só com ele mesmo e bem...não tem como recorrer…

-Emminha, meu bebê - ouvi Stefan ainda distante e me virei. O abracei fortemente e vi vovó atrás.

Eu não consigo entender.

Ela destrata Stefan. Não o considera seu neto por ele ser gay, mas Stefan insiste em acompanhá-la.

-Você sabe que eu vou cuidar de tudo por você, né? O senhor Bigodes também vai sentir a sua falta, mas eu vou dar todo o amor e carinho que ele precisa, não fica triste.

Nem a companhia do meu gato vou ter.

-Como se o Stefan soubesse como cuidar de um gato - ironizou Cooper.

-Melhor que você, tenho certeza - afirmou Stefan.

-Claro - Cooper riu sarcástico.

-Cooper - Camille advertiu - Está rindo de que? Eu que cuido de você, nem isso você faz - ela sorria divertidamente e eu acabei rindo.

-Camille temos mesmo que decidir aqui quem cuida de quem? Se não fosse por mim você já teria morrido em um acidente de carro.

-Eu não dirijo tão mal - Camille aumentou o tom de voz.

-Dirige - Cooper afirmou rindo.

-Emma? - Camille me fitou pedindo ajuda.

-Sinto muito, não tem como te defender Camz - comecei a rir.

Camille revirou os olhos e Cooper, rindo, a abraçou e beijou o topo da sua cabeça.

-Jeff já chegou - minha avó disse seca e em bom tom, sem precisar olhar para nós.

Jeff seria o meu motorista. Eu preferi me despedir de todo mundo ali mesmo. Mas não está exatamente todo mundo aqui.

-Desculpe o atraso, o Nathaniel é muito enrolado - pude ouvir a voz afobada de tia Karen e me virei correndo, quis abraçá-la, mas quando vi Nath mudei de ideia.

-Nath - murmurei e ele só negou com a cabeça.

-Não diz nada, raio de sol, não diz nada, meu amor - seus olhos estavam marejados e ele me abraçou.

-Eu não quero ficar longe de você - disse desesperada.

Eu achei que estivesse tudo sob controle.

E estava, até vê-lo ali, de pé, na minha frente. Até sentir seu perfume de baunilha que eu sei que ele passa só por minha causa. Só porque eu pedi uma vez. Ele nunca se esqueceu.

-Você não vai - Nath segurou meus ombros e me olhou nitidamente nos olhos. Por um momento, pensei que fosse me beijar - Não é porque não estamos nos olhando, nos abraçando... - Nath deu uma pausa - nos beijando...isso não quer dizer que não estejamos juntos. Raio de sol, você sabe que és tudo para mim, não me olhe como se nunca fossemos nos ver. São nove meses. Nove meses que temos que interpretar como um até logo. Como uma forma da saudade acumular e nossa vontade de ver o outro só aumente. Você entende isso?

Eu estava tremendo tanto. Só conseguia olhar para seus olhos azulados que olhavam tão fixamente para mim.

-Eu entendo.

Era como se eu não estivesse me apoiando nele, meus joelhos cairiam de encontro ao chão.

-Eu amo você, Emma, você entende isso?

Eu concordei com a cabeça. É como se eu estivesse impressionada. Tudo que ele me disse não é uma novidade, mas vê-lo mal só me faz ver que tudo isso é real. A saudade será real.

-Fica com isso, raio de sol - Nath se recompôs e de seu paletó tirou um envelope branco - É uma carta, me prometa que só lerá quando chegar ao Windercup - sua postura ficou séria como se ele quisesse me passar uma mensagem da qual eu não poderia esquecer.

-Eu prometo - disse de imediato, mas não conseguindo olhar para a carta, na verdade, não conseguindo parar de olhar para os seus olhos.

-Emma! - minha avó me chamou já irritada.

-Você vai ficar bem - Nath me abraçou rapidamente e beijou a minha bochecha.

Depois disso eu corri o mais rápido que pude para o carro que estava me esperando.

 

Flash Back Off

 

-Emma? - Lydia me chamou. 

Fui abrindo meus olhos sem a menor pressa. Eu não tinha dormido, mas estar com os pensamentos longe faz tão bem.

-Já chegamos, não é mesmo? - olhei para ela.

-Já - Lydia confirmou com a cabeça - Vai me visitar no Winks, não vai? - ela sorriu.

-É claro que vou - retribui o sorriso e a observei melhor.

Seu nariz é bem fino e os olhos e o cabelo em um tom em um castanho puxado para o preto. Ela é muito bonita.

Eu acabei a perdendo de vista na saída do avião. Por um momento fiquei decepcionada, mas depois, quando lembrei que sei onde encontrá-la, me sinto bem melhor.

Os alunos de intercâmbio seriam transferidos ao colégio por meio de um ônibus e eu teria que esperar. Esperar muito pelo jeito.

Parei em uma lanchonete do aeroporto. Muitas comidas que haviam no cardápio não eram de meu costume e tudo tinha uma cara ruim, acabei pedindo um suco de laranja, mas ele estava aguado. Tudo bem. Quem nunca?

Joguei o suco fora e segui esperando.

Me surpreendi pelo ônibus ter chego apenas uma hora e meia depois.

 

***

 

A viagem no ônibus foi um tanto quanto...perturbadora.

Todo mundo conversava animadamente, mas eu não. Eu não conheço ninguém e muito menos conseguir fazer amizades.

Havia uma garota escorada na janela ao meu lado, mas ela não respondeu a nenhuma das minhas perguntas. O que admito ter me constrangido bastante.

Empurrei sem muito cuidado, admito, a minha mochila de rodinhas pelos corredores. Todos os alunos se aglomeravam em frente a uma lista colada em uma parede. Era a lista dos dormitórios que poderiam ser em dupla ou trio. Depende muito da sua sorte.

Me estreitei entre os alunos se empurrando e sorri por dentro por não ser tão alta quanto a maioria deles.

 

Dormitório 56

(Terceiro ano)

-Francisco Cansi

-Emma Willow Martini

-Sallyane Romanova Blaut

 

Um garoto? Mas os dormitórios não são separados por gênero?

Sai empurrando os outros alunos e fui em direção a um estreito corredor escuro, cheio de portas azuis enfileiradas, meu dormitório era um dos últimos, portanto passei por muitos alunos.

E isso foi me sufocando.

Sempre suspeitei de ter claustrofobia, mas nunca havia conseguido conversar sobre isso com os meus pais e Mê não entendia muito bem.

Bati duas vezes na porta e senti o meu coração acelerar e fui tomada por um incomodo frio na barriga.

E se meus colegas não gostarem de mim?

Ninguém respondeu, portanto fui entrando.

Assim que meus pés cruzaram a porta, dei de cara com uma garota bem magra, loira quase platinada e expressão debochada.

-Mas eu bati - disse em um tom quase desesperado. Fiquei envergonhada e ela riu.

-Eu sei, amor, mas deu preguiça de falar - ela sorriu meio enigmática - Me chamo Sally.

-Mentira, ela se chama Sallyane - um garoto com o cabelo em um tom do ruivo para o loiro cruzou a porta - Sou o Francisco, mas me chame de Francis.

-O gay que pode ficar no quarto das meninas - Sally sorriu meio desgostosa.

-No próximo ano vários garotos vão usar isso como tática. Sorte que não vou estar aqui.

-Espero que transem muito - Sally foi para frente do espelho e começou a fazer um coque.

-E você, garotinha? - ela se virou para mim e apontou o dedo.

-Apontar é feio - Francis disse em um tom de “tanto fez, tanto faz” e começou a desfazer as suas salas.

-Me chamo Emma - sorri nervosa.

-Vai ser muito bem dividir o quarto com você também, Emma - Francis se virou para mim sorrindo.

-Hm, divirtam-se - Sally disse sem olhar para nós dois - Vou ao Winks.

Foi como se tivesse tido um estralo em meu cérebro e a minha pergunta foi automática.

-Posso ir junto, Sallyane?

Sallyane arqueou a sobrancelha e olhou para Francis.

-Nunca me chame de Sallyane - ela foi até a porta, decidida, mas parou - Você vai vir ou não?

Respirei fundo e concordei com a cabeça.

Tudo bem.

Não foi tão difícil.


Notas Finais


Heey, tudo bom?
Espero que tenham gostado <3
Qualquer dúvidas, crítica, elogio ou opinião que tiverem, irei amar responder <3
Obrigada por lerem <3

PS: caso queiram saber características físicas dos personagens e um pouco sobre eles, entrem nesse link: http://imgur.com/a/s9mx9

XOXO


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