A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ah, eu sei como dói. Mas passa. - Caio Fernando Abreu.
De um mar calmo para um verdadeiro tsunami. Pra ser sincera eu ainda tenho certa esperança de que eles encontrem a paz definitivamente, sem mais pesadelo entendem? Tudo é questão de tempo e na vida sofremos por perdas, afinal de contas não vivemos num conto de fadas e não podemos ter tudo que quisermos, pois sempre terá algo a mais. Só não sei se é bom ou ruim.
Marco Pov.
Depois daquela cena, eu não sabia o que fazer. Se não fosse os meninos terem nos levado ao hospital eu realmente não sei o que estaria fazendo agora. Ainda estou em choque e com uma tremenda vontade matar aquele filho da puta se algo acontecer com minha família.
Famílias Baldwin e Reus já estavam num voo para Dortmund e a galera estava aqui no hospital comigo. O médico depois de três horas resolveu dar o ar da graça e vim nos informar sobre o estado da minha mulher e meus filhos. Eu rezava para que tudo estivesse bem.
- Parentes da senhorita Baldwin? – Disse o médico e eu levantei rápido.
- Eu sou o noivo dela. – Respondi nervoso.
- Bom senhor Reus, eu infelizmente não tenho uma notícia muito boa. – O lamentou e eu tinha certeza que teria um ataque do coração naquele exato momento.
- O que aconteceu? – Perguntei preocupado.
- Infelizmente a senhorita Baldwin sofreu um aborto espontâneo e acabou perdendo a menina. Por um tris não perdeu o menino também. Eu sinto muito por isso senhor Reus, tentamos salva-la. Agora sua noiva esta no quarto, sedada, mas eles estão bem e vocês podem ver ela, sem algazarra, por favor. Agora se me deem licença. – Falou ele se retirando e meu mundo caiu pela segunda vez em menos de vinte e quatro horas.
- Minha... A minha filha. – Tentava dizer algo em meio ao choque e a galera veio me dar um abraço em grupo. – Isso não pode estar acontecendo. É impossível não é Auba? – Perguntei nervoso e meu irmão me abraçou de novo.
- Eu sinto muito irmão. – O lamentou e eu já estava soluçando por conta do choro.
O tempo foi se passando e galera foi se despedindo alegando que amanhã de manhã estariam aqui e que quando Hailey acordasse seria bom não ter toda essa gente no quarto, poderia assusta-la. Fui para o quarto dela e a mesma estava pálida nas vestes do hospital. Eu me sentia um merda por não ter evitado aquilo. Agora eu perdi minha Aurora e por muito pouco não perdi meu Lorenzo.
Aproximei-me dela e lhe dei um beijo na testa. Não aguento e volto a chorar por lembrar que Aurora se foi.
- Eu te amo meu amor e amo você também meu filho. – Digo dando um beijo em sua barriga.
Fico mais um tempo a olhando e acabado pegando no sono em uma poltrona que ali estava.
Hailey Pov.
Tudo o que me lembro foi de um soco e que cai sobre os braços de Auba e dê repente eu acordo em um hospital? Ai meu Deus, meus filhos! Fiquei passando a mão em minha barriga e notei que ela estava menor que antes e eu espero que não seja nada demais. Quando eu me sento eu sinto um pouco de dor na barriga e o choque ao ver aquele curativo foi grande. Eu não sabia o que fazer, então olhei para o lado e vi Marco dormindo e seu rosto estava abatido, pálido e só ai soube que realmente algo grave aconteceu, então comecei a chorar baixinho temendo pelo pior.
- Amor? – Chamou-me e o olhei assustada.
- Alemão, por que estou com esse curativo na minha barriga? – Perguntei soluçando ele me abraçou.
- Eu... Amor. – Tentava dizer algo, entretanto seu choro e nervosismo não deixavam. – Perdemos a Aurora. Eu sinto muito. – O lamentou de cabeça baixa e eu fiquei sem chão. Meu mundo parou na mesma hora e eu fiquei pasma. – O médico disse que você sofreu um aborto espontâneo e por muito pouco não perdemos o Lorenzo também. Disseram também que tentaram salvar nossa pequena, só que não conseguiram. Perdoa-me meu amor.
- Perdemos a Aurora. A nossa pequena. – Falei soluçando ainda sem acreditar.
Eu havia perdido minha bebê. Não conseguia acreditar naquilo. Agora não seria mais Aurora e Lorenzo. Eu não conseguia parar de chorar, era a minha filha! Logo a enfermeira entrou me ajudou a tomar um banho, trocou o curativo e depois me ajudou a deitar na cama.
- Qualquer coisa é só apertar esse botão senhorita Baldwin. – Disse ela simpática e logo saiu me deixando sozinha, já que Marco foi pra casa tomar um banho e vestir uma roupa mais confortável.
O tempo foi se passando e logo ele voltou com flores e o pessoal que chegaram com balões, chocolates e flores. Apenas dei um sorriso triste e não consegui segurar o choro, assim fazendo as meninas virem me dar um abraço em grupo. Notei que Marco chorava também e os meninos estavam abraçados a ele. Aquela cena me despedaçou e eu já voltava a soluçar.
- Amiga olha o que eu comprei para o nosso Lorenzo. – Dizia Ravenna tentando me animar ao mostrar a correntinha de ouro escrita o nome de Aurora. – Eu sei que esse momento é terrível, mas você sabe que sempre pode contar conosco. E Lorenzo poderá carregar para sempre a princesa Aurora em seu pescoço. – Ela disse emocionada e eu a abracei mais uma vez com toda a força que me restava.
- Eu te amo Rav. Amo-te muito.
- Eu também te amo Hails. – Falou ela me dando um beijo na testa.
- Trouxe chocolates, na verdade eu quem fiz. São brigadeiros, doce do Brasil. – Disse Lela sorridente e Nuri logo se empolgou. – Fiz especialmente para a Hailey Nuri, então pode parar com essa empolgação. – A completou e ele fechou a cara causando risadinhas no quarto.
- Eu sei que a Hailey vai dividir comigo mesmo. – Disse Nuri convencido.
- Podes ficar com tudo Nuri. – Ao dizer isso todos olharam pra minha cara de uma vez.
- Oi? – Disse Lela sem entender.
- Eu não quero os seus doces Lela. – Respondi seca e ela me olhava pasma, assim como as meninas.
- Hails, o que a Lela fez? – Perguntou Ann sem entender nada.
- A ideia de descer para a pista foi dela e eu fui burra por concordar. Basicamente ela tem uma parcela de culpa! – Disparei e Lela saiu do quarto correndo e Mor foi atrás.
- A culpa não foi dela Hailey. – Disse Auba e o olhei surpresa por ele me chamar de Hailey e não de Hails. – A culpa não foi nem dela e nem sua. Ninguém sabia que aquilo ia acontecer.
- Eu acho melhor irmos gente, a Hailey precisa descansar. – Falou Dembele saindo com Raissa, que antes me deu um abraço e assim foi com todos os outros.
No final das contas, só restou eu, Marco e Lorenzo. Marco estava sentado no chão com a cabeça apoiada em seus joelhos. Definitivamente esse foi o pior dia da minha vida.
- Amor? – O chamei e ele ergueu a cabeça me olhando. Seus olhos estavam vermelhos por conta do choro. – Deita aqui comigo. – Disse e ele apenas assentiu, não disse nada e veio se deitar comigo. – Você não deve me pedir perdão alemão. Você não teve culpa.
- Você também não e nem a Lela teve. Como Auba disse ninguém sabia que aquilo aconteceria.
- A Lela deve esta me odiando agora.
- Odiando não. Magoada com toda certeza.
- Eu te amo. – Disse olhando pra ele e lhe dando um beijo.
- Eu também te amo. Aliás, eu também amo vocês. – Falou por fim me dando um beijo a testa e acariciando minha barriga.
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