Ele andava um tanto sem rumo, ou, pelo menos, não queria ter um.
Procurar por ele – de novo – já estava começando a cansar, mas não desistiria. Há exatos cinco dias não atendia suas ligações e não respondia suas mensagens. Perguntava-se qual era o problema, imaginando até mesmo se era consigo, sua aparência, talvez?! Não. Impossível. Era bonito, chamava atenção e se intitulava dele.
Por que faz isso comigo, Hanbin?, pensou fitando a tela do celular onde havia as várias promessas e provocações. Sempre fazia aquilo, lia e relia as mensagens trocadas e algumas até o excitavam, mas não estava com cabeça pra isso... Não sem ele. Tinha de se ocupar. O fato de achar que estava sendo ignorado por ter transado mal o assustava. Talvez tenha se entregado demais, mas era assim com ele. Será que não entende?!, perguntou a si mesmo murmurando, cansado daquele banco de bar.
Era tarde, o celular do mais novo não chamava. No laboratório, não estava. Já não sabia o que fazer, estava tão atordoado. Havia o procurado com uma decisão tomada: iria se declarar ‒ de novo. Mostrar a ele o quanto o amava e tinha preparado até mesmo uma de suas fantasias. Estava decidido a ter seu amado finalmente como seu. Hanbin já o ignorara antes, mas por seus estudos, e agora nem em seu estágio ele estava.
‒ Não pode... ‒ murmurou frustrado.
Ele tem outro.
Era tudo o que o rapaz pensava, era a única resposta para as mensagens não respondidas e ligações não atendidas.
Hanbin tem outro.
Bloqueou a tela do aparelho e se arrependeu disso. A tela continha uma foto de ambos, o sorriso largo de Hanbin com os olhos fechados envolvendo seu pescoço, seu próprio sorriso ao estar ao seu lado.
A noite em que se conheceram.
Fora o melhor que aconteceu para si, naquele mesmo bar. Não imaginou que aquela ‒ melhor ‒ transa iria se tornar seu maior amor. Ah sim, ele definitivamente amava Hanbin. A forma como falava, elogiava e principalmente como o tocava. Podia descrever em detalhes nítidos cada toque de seus dígitos, seus lábios, seu corpo. Lembrava claramente a forma como ambos falavam e gemiam em uníssono enquanto seus corpos estavam ligados.
Droga.
Seu íntimo pulsava apenas em lembrar-se de tudo aquilo, pousou uma das mãos sobre o colo na tentativa de acalmar aquilo, frustrado, resolveu beber algo. Não desistiria de encontrá-lo, mas precisava resolver aquilo mesmo que na mão e odiava isso.
Pediu séries de tequila a fim de terminar aquilo e sair. Era fim de semana, o lugar começava a encher, a música passava a combinar com a animação das pessoas que iam ali a fim de se embebedar, conhecer pessoas e transar, essa era a lógica do final de semana ‒ ao menos, naquele lugar.
Ainda pressionava levemente o colo, mas especificamente seu íntimo, mas bufou, deixando aquilo de lado. Podia amar sexo, mas não era qualquer um que o agradava, então, não fazia diferença estar ou não duro, ainda mais estando assim por apenas pensar em seu amado.
‒ Problemas aí? ‒ uma voz grave e pouco abafada soou próxima, um rapaz alto acabara de sentar-se ao seu lado e seu tom era um tanto irônico. Franziu o cenho fitando o outro com certa curiosidade no olhar.
‒ Por que teria problemas? ‒ perguntou indiferente.
O rapaz não respondeu, apenas tocou o íntimo do rapaz, conseguindo assim um tapa, mas não doeu, não doeu nem um pouco.
‒ Quem você pensa que é?! ‒ perguntou incrédulo. ‒ Você não pode simplesmente sair tocando nas pessoas!
‒ Koo Junhoe. ‒ se aproximou levando os lábios ao lóbulo do pequeno a sua frente. ‒ E eu acho que você está necessitado demais pra questionar isso. - tocou novamente o íntimo do rapaz, agora o pressionado e acariciando, sorrindo satisfeito ao receber um arfar e uma mão tentando contê-lo.
‒ Posso estar necessitado, mas não é de você. ‒ empurrou o maior para longe de si, pousando a mão sobre a própria ereção, virando de uma só vez sua bebida, fechando os olhos ao sentir o líquido queimar.
O maior entre os dois riu debochado voltando a se sentar, podia beber, mas era como água e de nada lhe servia. Queria se embriagar de outro líquido, mais bonito e mais saboroso e ele já tinha um escolhido. Havia observado aquele pequeno rapaz desde que entrara naquele bar, podia fazer muito mais do que se alimentar, ele era bonito, tinha pernas torneadas, pequeno porte, o imaginava perfeitamente brincando em seu membro.
‒ Pode, ao menos, me dizer seu nome? ‒ ah, não era do seu feitio, mas queria bem mais daquele rapaz, então teria de usar e abusar da conquista para levá-lo para o canto mais escuro daquele lugar e fodê-lo ali mesmo.
‒ Kim Jinhwan. ‒ falou simplista, virando mais uma dose. ‒ Então, Junhoe, é assim que se inicia uma conversa! ‒ riu em deboche.
Era um belo nome, um belo rapaz, Junhoe havia reparado em cada pequeno traço seu, desde a pintinha em seu rosto ao coturno que usava. Parecia frustrado e o via bloquear e desbloquear o celular várias vezes, como se esperasse por algo.
Estava prestes a quebrar aquele silêncio de segundos, mas surpreendeu-se ao ver o rapaz fitar a tela de seu celular enquanto algumas lágrimas rolavam por sua bochecha.
‒ É dele... ‒ iniciou falho e ergueu a tela do celular. ‒ É dele que estou necessitado. Ah, tão idiota... Por que tão idiota Kim Hanbin?!
Junhoe apenas observava, não fazia diferença para si, mas poderia fazer e faria assim que olhou melhor a tela, tomou o celular das mãos do rapaz, ele conhecia aquele rosto.
Beco. Jiwon. Viciante. Vingança.
Essas palavras vieram a sua mente imediatamente. Já havia visto, já havia provado e quanto a Jiwon, este iria pagar por tê-lo deixado com fome aquela noite ‒ e era apenas mais um motivo.
‒ O que ele fez?
Jinhwan não sabia se devia, mas, aquela altura, suas saudades e raiva misturadas com a bebida o fizeram afrouxar o orgulho e simplesmente falar.
‒ Na semana passada nós transamos e... E acho que cometi o erro de dizer que o amo enquanto gemia. ‒ corou ao lembrar-se de tal fato e também por simplesmente contar aquilo a um completo estranho. ‒ Ele sumiu, não me atende, não me responde.
‒ Ele é um imbecil. ‒ disse ríspido. ‒ Por que ainda vai atrás dele?
‒ Porque o amo! Talvez você não saiba o que é isso, mas amar é assim, okay?! Não vou desistir assim, se ele tem medo passarei segurança a ele, e não duvide quando digo que farei de tudo para tê-lo comigo.
Um sorriso mínimo se formava nos lábios carnudos de Junhoe. Aquele pequeno rapaz apaixonado demais e determinado a ter o tal Hanbin seria perfeito. Nunca precisou de ajuda para destruir alguém, mas imaginava o quão satisfatório seria ver Jiwon apanhar de alguém mais novo, afinal recém criados tem mais força e menos controle. Perfeito.
‒ Eu sei onde ele está...
‒ O quê? Você o conhece? ‒ perguntou, agora fitando o maior de cima a baixo.
‒ Não exatamente, mas ele está com alguém... Alguém que me interessa muito. ‒ Junhoe sabia o efeito que aquelas palavras teriam sobre o menor, de forma que imaginar estar sendo traído apenas o deixaria mais vulnerável.
‒ Me diga onde. ‒ sibilou autoritário.
‒ Ah, não é bem assim, meu caro Jinhwan. ‒ tocou o queixo do outro, acariciando o lábio com o polegar. ‒ Mas posso te levar até ele...
‒ Leve! ‒ interrompeu.
Fácil.
‒ Com uma condição. ‒ tomou os lábios do outro sem aviso ou permissão logo mordendo o inferior. ‒ Se junte a mim. ‒ sussurrou, segurando o queixo do menor.
A primeira reação de Jinhwan fora apenas deixar um tapa estalado no outro, saiu dali sem ao menos se preocupar com a conta que tinha feito no bar, só queria se desvencilhar do completo estranho que acabara de beijá-lo, rápido, mas o beijou.
Junhoe apenas riu. De seu banco podia ver ainda o menor empurrar as pessoas para que pudesse ir mais rápido. Não sabia o que o tal Hanbin tinha com esse rapaz, mas sabia que seria seu ponto fraco e a única forma de fazê-lo se voltar contra o único que ele queria a morte: Jiwon.
O maior caminhou calmamente enquanto que o menor já havia sumido de sua vista. Não estava longe, sabia disso. As vantagens daqueles bares era sua localização, sempre havia por perto uma rua mais calma e era ali que iria o encontrar. Não demorou nada para ouvir os resmungos e choramingos baixinhos, se não tivesse o visto antes podia jurar ser uma garota.
Um Jinhwan se encontrava com a testa apoiada no muro tendo seu celular em mãos, estava ligando mais uma vez para o mais novo.
‒ Ele não vai atender. ‒ a voz grave soou zombeteira, aproximando-se de Jinhwan.
Ele nada respondeu, não raciocinava nada plausível que mandasse aquele maltido homem para longe de si. Não que Jinhwan se importasse em ser beijado por outro, em ser brevemente tocado, apenas estava sensível demais, talvez por culpa da bebida, odiava seus estágios quando bebia. Queria que esse fosse um daqueles dias em que ficava mais ousado, ao menos assim, quem sabe, poderia esquecer Hanbin ‒ por uma noite.
Junhoe se aproximava com cautela, mesmo que esse não fosse do seu feitio, aproveitando o fato do mais novo estar de costas para si. Envolveu a cintura fina do rapaz fazendo um arrepio percorrer o corpo do outro assim que sua respiração ‒ desnecessária ‒ se chocou em sua nuca, aproximando os lábios de seu lóbulo, pode sentir o aroma adocicado e leve do menor, a maciez de sua pele em seus lábios. Jinhwan tinha os olhos fechados e o coração acelerado, não que aquele rapaz mexesse consigo, mas sim pela situação.
‒ Você o ama, não é? ‒ ah, com certeza abusaria disso.
‒ Quem é você, afinal?
‒ Pode me considerar um amigo, Jinhwan. ‒ pausou apenas para selar a nuca do mais novo, ele usaria e abusaria de sua persuasão, mesmo que fosse necessário mentir para tê-lo ao seu lado. Podia muito bem cuidar disso sozinho, mas não queria apenas ajuda para matar, queria bem mais.
‒ Sabe Jinhwan, eu ando muito e observo demais e posso lhe assegurar que seu Hanbin tem outro e eu o conheço. ‒ virou o menor para si, passando a olhar em seus olhos. ‒ Mas podemos reverter isso, uh?! Você o ama não é? Confie em mim, eu posso te ajudar mais que qualquer outro...
E quando o menor estava prestes a o interromper, ele se aproximou ainda mais, deixando os lábios próximos a sua audição.
‒ Mas ele é perigoso, Jinhwan, um homem astuto. Acredite, ele vai fazer de tudo para tirá-lo de você, e você nunca mais o verá, é isso que quer? ‒ Ah, sim, ele sabia o quão longe estava indo apenas para conseguir fazer alguém se render, mas era divertido para si e assim que o menor estivesse transformado e Jiwon morto, quem sabe diria a verdade.
‒ Não, me leve até ele. ‒ tentou ser firme, porém havia uma pequena falha em sua voz.
‒ Não é bem assim.
Era isso, Junhoe teria sim de se revelar ao outro, quem sabe da melhor forma, e faria isso. Envolveu a mão do rapaz na sua e o puxou dali, teria de fazer aquilo bem feito, o mais novo apenas o seguia, tinha raiva, nada mais passava em sua cabeça a não ser o fato de seu amado agora estar sendo enganado por um qualquer, se Junhoe o ajudaria, apenas iria obedecer independente das circunstância.
Junhoe tinha um sorriso interno, cheio de malícia. Estava decidido, se transformar aquele baixinho o ajudaria, ele faria isso. Unindo o útil ao agradável, pois o menor atrás de si era extremamente atraente.
‒ Para onde está me levando? ‒ a voz curiosa soou falha, sem obter resposta.
A luz avermelhada do prédio não muito grande, mas chamou a atenção de Jinhwan, fazendo-o arregalar os olhos. Passou a desferir tapas inúteis no ombro do outro, estava começando a entender. Ele só queria meu corpo, era isso, pensava incrédulo.
Não que fosse mentira.
‒ Só porque é um motel, não significa que vou abusar de você. ‒ Não sexualmente. Ainda.
E apenas abaixando a cabeça, indicando que o menor fizesse o mesmo, Junhoe seguiu para o quarto mais caro do lugar, levando consigo um pequeno desconfiado. Tentava assimilar aquilo e concluiu que só podia estar louco. Estava em um motel com um cara estranho ‒, porém bonito ‒ que dizia conhecer seu Hanbin. Ou seria isso apenas uma tática para atraí-lo até ali, mas com qual propósito? Não tinha nada a oferecer ‒ nada material ‒, mas tudo o que o maior o dissera não saia de sua mente, se perguntando se era mesmo verdade, mas não duvidava que o rapaz por quem tanto procurava estivesse com outro.
A verdade é que Jinhwan estava mais que indeciso, não sabia qual era as condições exatas que o até então desconhecido tinha a impor, mas fora esse não pequeno problema, Jinhwan estava perturbado, seu id e ego guerreavam em sua mente, mas naquele momento, era seu id quem comandava e por isso estava ali.
O quarto era bem iluminado, velas aromatizadas em cantos do quarto, deixando o lugar mais atraente e convidativo. Os olhos de Junhoe pousaram na grande cama, sorrindo ladino com seus pensamentos nada puros ‒ nunca foram. O mais alto entre os dois se dirigiu a cama, sentando relaxado ali, passou a mão pelos próprios fios meio claros.
‒ Você não vem? ‒ deu tapinhas no colchão.
‒ Não. ‒ disse mais firme. ‒ Qual o propósito disso? Por que me trouxe aqui depois de falar tudo aquilo? O que você quer?
Jinhwan caminhou até a cama, não porque o outro pediu, mas sim por estar cansado, não fisicamente, estava cansado há semanas, mas ainda assim, disposto.
‒ Jinhwan, para que eu possa te levar até ele, preciso que saiba lidar com certas mudanças.
‒ Mudanças? Eu vou viver com você? Não importa, eu vivo sozinho, faço o que quero e...
‒ Mudanças físicas, Jinhwan. Não é simples como pensa.
Físicas? Jinhwan aquela altura já não pensava mais ‒ ou não conseguia ‒ não imaginava o que ele estava tentando dizer com "mudanças físicas", por que tudo isso era necessário apenas pra encontrar alguém?
Junhoe se levantou e ficou a frente do mais novo, começando a tirar sua jaqueta e camisa fazendo o menor recuar. Bufou com a atitude do rapaz.
‒ Não se afaste assim, se estou fazendo isso é porque preciso que veja, ou melhor. Sinta.
Não era necessário se despir para que Jinhwan sentisse a pele mais fria que o normal, mas isso era apenas parte dos planos de Junhoe, era bonito e sabia muito bem disso. Segurou a mão um tanto pequena se comprada a sua e a pousou em seu abdômen, segurando a mesma firme, pois sabia que iria puxá-la assim que sentisse sua temperatura.
‒ Por que... Por que é assim? ‒ gaguejou um pouco.
Não, definitivamente aquele homem não era normal, cogitou a possibilidade de estar doente, mas não, ele parecia bem até demais. Junhoe formulava a forma mais tranquila de dizer aquele pequeno que era um imortal. Aproximou o rosto do rapaz, deixando seus narizes rentes e os olhares aprofundados um no outro, mas Jinhwan falhava nessa parte, desviando seu olhar por vezes, tendo o rubor preenchendo suas bochechas.
Junhoe não iria falar, iria mostrar. Fechou os olhos por longos segundos, deixando um sorriso malicioso pintar em seu rosto. O coração do menor estava tão acelerado, tão frenético que tinha medo que o maior ouvisse ‒ e ouvia. Os olhos do mais alto estavam azuis, um azul anormal, as pupilas dilatadas. Jinhwan mais uma vez recuou. Koo fez seus olhos voltarem ao normal, deixando uma risada gostosa escapar.
‒ O quê? Nunca viu isso? ‒ perguntou ironicamente.
‒ Você... Eles... ‒ apontou um pouco trêmulo.
‒ Mudaram?! Tsc, você acostuma. ‒ falou agora passando a ponta da língua em seus dentes.
Os lábios do menor se abriram para falar algo, mas logo se fecharam. Não pode ser, pode? Afastou-se, para pelo menos onde achou ser longe, mas estava apenas na cabeceira da cama, com os olhos fechado, gritando mentalmente para que aquilo não fosse verdade. Junhoe apenas ria de forma debochada com a reação alheia, engatinhou calmamente pelo colchão, sorrindo so notar o menor se encolher ainda mais.
‒ O seu namoradinho gosta de pessoas como eu, sabia? ‒ sussurrou após sugar o lóbulo do mais novo. ‒ Sim, ele está com alguém assim, se não pior.
Junhoe sorria, adorava as expressões que o menor fazia, gostava do medo que sentia vindo dele, não precisava de confirmação alguma para transformá-lo, mas adoraria o ver permitir, mesmo que para isso fizesse uso do poder que tinha em persuadir.
‒ Eu o quero de volta. ‒ se pronunciou choroso.
Engolia em seco tudo aquilo, mas Jinhwan o amava demais, não imaginava seu Hanbin com outro. Fodendo com outro. Seus olhos lacrimejando, mordeu o próprio lábio, segurando aquele choro bobo. Koo gostava do que via, aquilo era um passe livre para si.
‒ Vai acatar meus pedidos? ‒ sorriu ao receber apenas um murmúrio como resposta, acariciou os fios do menor, deslizando ao seu rosto, acariciando sua bochecha, vendo o mais novo fechar os olhos, estalou a língua, rindo internamente. Sentia uma pontada de pena do rapaz, mas não se importava tanto.
‒ Depois dessa noite, esqueça quem você é, esqueça seus amigos, esqueça sua família, seu trabalho, esqueça tudo lá fora, Jinhwan. ‒ sussurrou ao pé de seu ouvido. ‒ Agora seu único objetivo é tirar seu namoradinho dos braços do Jiwon.
Junhoe sabia muito bem o efeito que a ênfase no nome de seu velho amigo no pequeno. Sabia que o rapaz ia fazer tudo isso, ao menos tentaria, mas fazia questão de que não se esquecesse de Jiwon. Estava prestes a criar uma máquina de matar, sua mais nova criação e quem sabe não só um parceiro para guerrear, mas alguém para tirá-lo do tédio. Riu do próprio pensamento, olhando mais uma vez com atenção o corpo do menor a sua frente, passando a língua pelos lábios, gostava muito do que via.
O coração de Jinhwan martelava cada vez mais rápido, mordia seu lábio inferior tão constantemente que o mesmo já estava avermelhado e levemente inchado, seus olhos iam, mas logo voltavam a Junhoe. Tinha medo, mas não se importava e por frações de segundos apenas o nome de seu amado e de seu oponente flutuavam em sua mente.
Foi tirado de seus devaneios com um arrepio que percorreu seu corpo, os lábios de Junhoe exploravam seu pescoço, apenas apreciando. Queria marcá-lo. Uma de suas mãos apertou a pequena cintura do mais novo, suas pernas estavam encaixadas, a coxa de Junhoe roçava no membro do rapaz que parecia acordar aos poucos, a mão livre do maior agora tratava de entrelaçar nos fios do mais novo, os puxando sem muita delicadeza.
Ficando entre suas pernas, Koo puxou o mais novo pelas pernas, sorrindo com o rubor que se encontrava nas bochechas do rapaz. Com certeza iria aproveitar antes fazer o que devia. As mãos habilidosas do mais velho subiram a camisa social com o caimento perfeito no corpo do mais novo, expondo a pele delicada e intacta de Jinhwan, satisfeito com o que via, suas mãos não foram cuidadosas ao puxar e fazer os botões um por um pularem de seus lugares, a mão direita de Koo subiu tateando cada traço do abdômen sem definição do mais novo, arrancando do menor uma respiração mais alterada.
Os dígitos passaram a brincar com a região delicada de um de seus mamilos, com o polegar e o indicador o puxava e estimulava, ouvindo os murmúrios manhosos do mais novo que já movia seu quadril agoniado com aquelas sensações já conhecidas, porém mais intensas com as mãos firmes de Junhoe pressioando e marcando sua cintura.
Deixando de lado sua cintura e sua delicada região, Junhoe tratou de tirar sem pressa as calças do mais novo, sorrindo ao ver o rapaz erguer seu quadril, o ajudando a se livrar da peça, o desejo vindo do menor era tão visível, o volume não muito grande na boxer preta que usava estava nítido, os dígitos de Junhoe percorrendo suas coxas, as pressionando a até mesmo marcando, conseguindo se excitar com os gemidos precipitados e manhosos do mais novo.
Os lábios de Koo agora estavam ocupados demais, marcando as coxas roliças de um Jinhwan apressado, movia o próprio quadril, parecendo incapaz de se controlar. Junhoe também sentia a própria ereção chamar sua atenção dentro do jeans agora apertado demais. Ficando de joelhos, começou a se despir, sorrindo um tanto sacana ao ver o menor morder os lábios com a visão que tinha.
O maior entre os dois segurou com firmeza as coxas do mais novo, deslizando o tecido agora irritante, deixando o membro alheio exposto, sorrindo ainda mais quando as bochechas de Jinhwan ganharam um tom rubro, mas um sorriso sacana se mantinha ali. Ficando por cima do mais novo, uma perna de cada lado, Junhoe inclinou seu corpo, deixando os lábios tomarem conta de seus mamilos, tirando do Kim o melhor de seus gemidos.
As ereções se encontravam constantemente, as glandes lubrificadas naturalmente deslizavam errôneas, até a pequena mão do mais novo passar a estimular os falos unidos daquela forma, pode ouvir o gemido rouco do maior contra sua pele, o fazendo arrepiar. O peitoral de Jinhwan se movia rápido, sendo possível ouvir sua respiração afoita. Deixou que o mais novo fizesse o trabalho de estimulá-los daquela forma tão gostosa onde o polegar do Kim passeava pela região mais delicada de seus membros: suas glandes úmidas.
Os lábios grossos do maior agora se direcionavam ao pescoço do menor, distribuindo mordidas por seu peitoral. Gostou muito daquela distração, aqueles toques, a mão ágil de Jinhwan que ainda os estimulava, o menor já estava imerso no que fazia, era perfeito.
As mãos ficaram firmes em sua cintura, chegando até mesmo a marcá-las, de forma possessiva, seu aperto apenas deslizava pela lateral de seu corpo, os lábios já exploravam seu pescoço. Com os olhos fechados, Junhoe sentia o cheiro do pequeno Jinhwan, era doce, nunca havia sentido algo tão bom. Naquele momento seus olhos retornavam ao seu tom azul, porém agora intenso, as pupilas engrandecidas, os dentes afiados já estavam expostos, já não sentia os estímulos em seu membro, sentia apenas seu cheiro.
Os olhos de Jinhwan se tornaram maiores, suas mãos se fecharam, a mão que estimulava agora fora para as costas largas de Junhoe, seus lábios pequenos estavam agora entre abertos, as unhas fincadas na pele do maior sobre si. Junhoe nada sentia, apenas sugava, seus olhos agora fechados. O sabor de Jinhwan era inexplicável, seu paladar jamais sentira algo assim, sugava e sugava, se realmente não houvesse um limite, não pararia de forma alguma. As mãos antes possessivas agora colavam o pequeno corpo ao seu, a língua agora passeava sobre os ferimentos causados por si.
O mais novo ‒ agora desmaiado ‒ estava pronto, e, mais uma vez, os dentes afiados estavam fincados ali, com força o suficiente, o suficiente para deixar seu veneno o consumir. Mas agora fora diferente. Enquanto Jinhwan se contorcia e perdia a cor, Junhoe sentia seus músculos se contraírem, sentia seu peito doer, sua cabeça latejava como nunca antes, quis gritar, grunhir alto mas suas presas apenas se fincaram mais, mesmo doendo em si, seus punhos forçaram contra o que tinha em mãos: Jinhwan. Logo pararam, o corpo de Junhoe sentia o que não sentia há anos. Estavam cansados, seus músculos pesavam.
Suas pupilas voltavam ao normal aos poucos, seus lábios deixavam gemidos sôfregos escaparem, voltando seu olhar ao menor a sua frente, sorriu internamente ‒ e apenas assim. Viu sua vitória. Seu corpo caiu ao lado do mais novo, a dor estranha ainda percorria seu corpo, a agonia passava aos poucos. Tinha de tomar cuidado agora, tinha de estar preparado para quando seu mais novo companheiro acordasse.
Ah, agora tudo vai mudar.
Mas Junhoe mal sabia o que tinha acabado de fazer.
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