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História Superman - Longa noite de sono


Escrita por: gselias

Notas do Autor


Olá!!!

Desculpem a demora !! Esse capitulo revela um pouco mais sobre o passado da nossa protagonista !!

Espero que gostem...

XOXO

Capítulo 2 - Longa noite de sono


Fanfic / Fanfiction Superman - Longa noite de sono

25/02/2007

- Nicolle, precisamos conversar sobre o que levou você fazer o que fez, você saiu do coma há um mês e desde lá não se abriu comigo, você entende que eu só posso te liberar a sair do hospital quando eu assinar este papel atestando que você não é um perigo a si mesma?

      Esta era Drª Lúcia, uma mulher de aproximadamente 40 anos que aparentava ser muito serena, coisa que Nicolle detestava, ela não gostava de pessoas que sempre falavam baixo e calmamente. Isso para ela não era nada confiável, mas uma coisa Lúcia tinha razão, somente ela poderia fazer Nicolle sair dali, mas ela não iria dar o braço a torcer tão cedo.

- Olha Drª Lúcia, quero que você entenda que eu não quero conversar sobre o que me motivou a fazer o que eu fiz há alguns meses atrás. Você como uma médica especialista em casos de pessoas suicidas, deva saber mais do que eu as habituais razões que me levaram a tentar contra a minha vida, eu estava de saco cheio e fiz essa burrada, ponto. Não tem mais o que ser dito!

-  Nicolle, eu entendo que você esteja na defensiva e não queira conversar sobre assunto, sei como deve ser chato para você ter que acordar todo o dia de manhã e ter que vir falar comigo, mesmo que muitas vezes seja apenas um monologo da minha parte. Acredito que você tenha que trabalhar muito em relação a confiar nas pessoas, você precisa se abrir, chorar, gritar. Guardar tudo para você, e tentar mostrar aos outros que está tudo ótimo não irá te ajudar. Ao contrário, só vai fazer você acumular toda dor, e ninguém pode te ajudar, pois ninguém sabe o que está passando ai dentro. Até o dia que você explode, e de repente você tem a infelicidade de não ter nenhum amigo seu para te encontrar deitada no sofá sofrendo uma convulsão. Nicolle você está ciente que esteve a exatamente 40 minutos de morrer? . Eu sei que teve seus motivos, e estou aqui para te ajudar, porém só posso fazer isso se você me permitir.

      Nicolle nunca gostou de se abrir para ninguém, e ouvindo a Drª Lúcia falar tentou buscar em sua memória quando foi a última vez que alguém a viu chorar de verdade. Não se lembrou, nem quando sua mãe morreu há oito anos, ou quando seus irmãos e pai morreram em um acidente de carro há três anos, nem quando sofreu a pior violência que alguém poderia imaginar. Ela nunca teve coragem de chorar na frente de ninguém, não queria que vissem que ela não era forte. Ter a fama de ser uma pessoa durona era o seu único orgulho, mesmo que entre os seus amigos todos soubessem intimamente que isso era uma grande mascara dela, mas quem iria dizer a ela que esse disfarce não adiantava de nada?

      Ela nunca quis morrer de fato, e na realidade essa fora a única vez que uma de suas tentativas quase que deu certo, mas ao sentir os primeiros sintomas da overdose de pílulas atuando em seu corpo, já começou a sentir arrependimento, e isso foi a ultima coisa que se lembrava. Das outras vezes, ela sempre deixou que o destino decidisse por ela, pensava que não era uma pessoa suicida, mas ela sempre “facilitava” as coisas para o destino, fazendo coisas estúpidas como atravessar uma avenida de alto fluxo de carros com os semáforos abertos, ou uma vez que arranjou uma briga com um policial em folga num bar e mesmo quando estava com uma arma apontada para ela, e mesmo assim não se intimidou e continuou avançando para cima dele. Nicolle sempre fazia esse tipo de coisa, era uma pessoa inconsequente, não tinha o que perder. Mas tinha alguém lá em cima que queria muito bem á ela, pois oportunidades dela ter partido, isso posso te atestar que não faltaram.

      Porém não vamos julga-la, vamos ser compreensivos, Nicolle não teve uma estrada ensolarada com pássaros cantando para ela até aqui. Sua infância posso dizer que foi a melhor possível, sempre teve muitos amigos e estava sempre brincando na rua, sempre foi muito moleca e muito inteligente, talvez seja por isso que a maioria de seus amigos até hoje foram homens e pessoas mais velhas que ela. Sua avó, tios e primos, moravam no sul do país e em suas férias escolares eram as mais felizes, pois sempre viajava para lá e matava a saudade de todos.

      Seu inicio de adolescência também fora perfeito, ela é uma moça muito bonita, muito parecida com sua mãe. Não é todo dia que se encontra uma menina morena com cabelos de cachos longos e soltos, e com olhos tão azuis quase tão bonitos quanto o mar de uma praia paradisíaca, e com uma boca com lábios tão carnudos quanto pequenos, fazendo com que ela ganhasse apelidos como moranguinho, ou boneca Emília devido ao formato de seus lábios, e quando ela decidia abrir um sorriso, ele irradiava por todo o ambiente, ela era realmente uma menina especial e como se não bastasse sempre foi muito evoluída para a idade, apesar do rosto de boneca, seu corpo começou a ganhar curvas muito cedo. Devido a todos esses atributos sempre teve muito sucesso entre os meninos, porém Nicolle nunca se deixou levar pela “fama”, sempre respeitou muito sua mãe e ela sempre lhe dizia que a pior coisa para uma menina/mulher era ficar mal falada.

     Somente aos catorze anos de idade que sua vida começou a desandar e isso não parou tão cedo. Era uma segunda-feira de manhãzinha, quando escutou sua mãe andando pela casa gemendo e chorando de desespero, ela estava sofrendo um derrame, ela ligava para a ambulância, porém aparentemente não tinha nenhuma disponível nos próximos 20 minutos, e Nicolle sabia que sua mãe não poderia esperar todo aquele tempo, seu irmão foi chamar ajuda dos vizinhos e sua irmã tentava consolar a sua mãe e Nicolle olhava aquela cena consternada, os olhos de sua mãe e os dela se encontraram e Nicolle sentiu o desespero em forma de despedida naquela olhar, sua mãe já não conseguia mais falar quando levaram ela, e essa foi a última vez que a viu viva. No velório não quis chegar perto do caixão, isso já era demais para ela, não aguentaria ver sua mãe sem vida dentro de uma caixa de madeira.

      E aos catorze anos de idade teve que segurar as pontas de casa, pois todos entraram em depressão e ela se sentiu na obrigação de cuidar de todos. Sua avó até veio do sul para ajudar as meninas nos trabalhos de casa, mas não adiantou muito, já que exatamente um mês atrás o tio de Nicolle havia morrido assassinado enquanto voltava para casa, então sua vó também não estava em condições de ajudar ninguém. E assim passou de uma adolescente para uma mulher dona de um lar e com 3 irmãos, um pai e uma avó para cuidar e dar assistência.

      Aos 16 anos, uma pontada de felicidade ! Ela gostava muito de um rapaz de sua rua, ele era alguns anos mais velho que ela, mas isso não era problema já que ele sempre gostou de homens mais velhos, ele decidiu dar uma chance para ela e depois de algum tempo, ela acabou perdendo sua virgindade com ele, foi maravilhoso para ela o fato dele ser mais velho fez com que ele soubesse como agir com as inseguranças de sempre, e ela estava realizada. Mas algumas semanas depois, seu tio que morava com no mesmo quintal e tinha o péssimo habito de beber, acabou encontrando a pobre Nicolle dormindo no sofá de noite, enquanto todos da sua família tinham saído, e como diz o ditado “a oportunidade faz o ladrão”, e nessa noite Nicolle descobriu a maldade dos homens, quando acordou com o seu tio em cima dela tapando a sua boca para não gritar, ela chorou sozinha no chuveiro depois enquanto se lavava para tirar aquela sensação de sujeira que pairava nela, e foi daí que adquiriu o seu toc com banhos, ela precisava tomar pelo menos 4 banhos por dia. Seu tio quando recuperou a sobriedade, se matou de arrependimento.

      A partir daí, Nicolle não foi mais a mesma deixou de confiar nos homens, e só se relacionava com alguém depois de muito tempo. E foi a partir desse caso que foi introduzida a pílulas da felicidade, como ela costumava dizer.

      Aos dezessete anos, foi passar as ultimas férias escolares na casa de sua avó, dessa vez ela tinha uma missão especial, sua avó já estava muito doente e todos trabalhavam ela ficou incumbida de cuidar dela, o que fez com muito prazer ela adora a sua avó! E foi somente no final das férias que no meio de uma crise de tosse e falta de ar sua avó morreu em sua frente no quarto onde dormiam. Nicolle ficou arrasada, mas o pior ainda estava por vir, o restante da sua família que tinham ficado em São Paulo, tiveram que viajar as pressas para o velório da matriarca da família, e em uma curva encontraram com um caminhão desgovernado. Naquelas férias Nicolle teve que enterrar não só sua avó, mas todo o resto de sua família.

      Voltou a São Paulo, e foi apresentada a bebida e ao cigarro, que se tornaram seus fieis companheiros, com o dinheiro da indenização da cia de entrega do caminhão custeou boa parte da faculdade, começou a trabalhar e a estudar, e alugou uma casinha perto de onde morava com sua família para morar.

      E finalmente aos dezenove anos, teve o desprazer de encontrar com a gangue de psicopatas do inicio da historia quando voltava da faculdade, eles a encontraram quase chegando em casa, eles a arrastaram para um terreno abandonado e fizeram horrores, eram cinco homens que além de abusarem dela, bateram a cortaram com facas, queimaram com cigarro e somente quando ela se fingiu de morta se deram por satisfeito. Depois disso, parte da alma de Nicolle se foi, junto com sua autoestima e sua vontade de viver.

      Depois de conhecer um pouco de sua história, podemos compreender os motivos de Nicolle, e talvez seu julgamento não seja tão pesado aos nossos olhos. Talvez se Drª Lúcia soubesse de todos esses detalhes a compreendesse também, mas era fato que não a deixaria sair daquele hospital tão cedo, Nicolle sabia muito bem disso, sabia que ela era uma bomba programada e que poderia explodir a qualquer momento, e como sempre fora muito inteligente apenas respondeu:

- Me desculpe Drª eu entendo seu trabalho e sei que quer me ajudar, e olha eu realmente preciso de ajuda, passei por algumas dificuldades em minha vida e talvez pela bebida acabei me deixando levar e me entreguei, eu quero lutar pela minha vida. Então eu me comprometo a fazer todas as sessões de terapia possíveis, vou frequentar grupos de apoio a pessoas com problemas em bebida, eu só quero seguir com minha vida, eu estou na faculdade, já perdi alguns meses, e não quero me atrasar mais ainda. Eu lhe dou a minha palavra.

      E com isso Nicolle recebeu sua alta médica, ela queria mudar seus hábitos não era uma pessoa viciada, mas no inicio foi bem difícil para que ela parasse de beber e de fumar. No fim das contas ela só parou de fumar, beber era algo que ela precisava para se divertir. 


Notas Finais


Prometo que postarei os capítulos mais frequentemente.:)


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