História SuperStar (ChanBaek) - Twelve!

Você é tão sexy e lindo

Que todos querem um pedaço

E é por isso

Que eu tenho ciúmes.

Naquela quarta-feira, assim que eu voltei para casa, Baekhyun me ligou.

— Alô?! — disse impaciente.

Não me culpem, meu dia foi estressante pra caralho; a cada dois minutos alguém vinha me perguntar alguma coisa.

— Adivinhem quem vai sair durante uma semana comigo em Busan?

— Como assim?

— Você e seus amigos vão fazer uma participação especial no meu show em Busan, vocês tem duas semanas para se organizarem. — BaekHyun falou. — Oi, docinho.

— BaekHyun, você 'tá falando sério? — Kai e Kyungsoo já me encaravam curiosos.

— É claro que sim, Kris disse que é meio que um presentinho, mas vocês vão ter muito trabalho. — ele disse.

— Eu posso colocar isso no viva voz? Digo, eles já sabem, então não tem problema, não é? — perguntei.

— Tá, mas rapidinho que o Kris saiu mas já tá voltando. — apertei a tecla do viva voz.

— Pronto.

— Oi, meninos.

Kai arregalou os olhos e correu até o meu celular, o pegou e fez um escândalo.

— Ai meu Deus, é o BaekHyun mesmo, Kyungsoo corre aqui!

— Oi Kai, sou eu, sim. Escuta, eu estava falando para o Yeolly que vocês tem duas semanas para se arrumarem, vocês vão para Busan comigo, abrirem o meu show.

Foi nessa hora que eu pensei que Kai ia cair duro no chão, mas ele apenas arregalou os olhos.

— V-você 'tá brincando, não é?

— Deus, não! Olha, meu empresário vai ligar para o Yeolly as três, e vocês vão assinar o contrato da banda e depois, começam a gravar, são seis músicas, no caso.

— Nós vamos cantar Artificial Love? — perguntei.

— É claro que sim, docinho, eu você e duas bengalas. — disse, fazendo Kyungsoo rir alto e Kai se esforçar para não fazer o mesmo. — Bom, eu tenho que ir, falo com você mais tarde, Yeolly, tchau meninos...

— Tchau!

Desliguei o celular, o jogando no sofá. Eu estava feliz pra uma porra.

— A gente se fala mais tarde, Yeolly; claro que sim, docinho, eu você e duas bengalas. — Kyungsoo imitou a voz de BaekHyun, me fazendo jogar uma almofada nele.

— Eu tô tão feliz que eu poderia dar um beijo nele agora. — Kai disse, fazendo com que eu e Kyungsoo o encarasse. — É brincadeira.

É claro que era.

Como BaekHyun disse, às três da tarde, Kris e Tao vieram aqui em casa com outros dois garotos. Sehun e MinSeok chegaram um pouco depois.

— Então, esse é o Suho e esse é o Lay, os novos integrantes do EXO. — Tao disse ao apontar para os dois.

— Desculpa, mas acho que não precisamos de mais integrantes, digo, já conseguimos as vozes e os instrumentos. — disse meio chateado.

— Vocês não vão tocar nada, ChanYeol. Apenas dançar e cantar. — Kris disse enquanto procurava algo em sua pasta.

— D-dançar? — gaguejei.

Todo mundo sabia o quanto eu era uma negação nisso, afinal, no que eu não era?

— Exatamente, vocês serão em oito integrantes, infelizmente o outro não pôde vir, mas em breve vocês vão conhecê-lo também. — Tao me entregou a documentação para eu assinar, e logo os meninos fizeram o mesmo.

— Vamos começar as gravações na sexta, junto com as coreografias, gravaremos cinco músicas da autoria de vocês, então, componham. — Kris disse ao se levantar. — Nós vamos indo agora, aproveitem para se conhecerem.

E então eles foram, deixando o tal Lay e Suho para trás. Sehun, como vocês já sabem como ele é, já foi perguntando as coisas para os dois, coisas esquisitas demais para alguém que você nem ao menos conhece.

— Vocês querem alguma coisa? Nós almoçamos agora há pouco, mas se quiserem...— eu sou um ótimo anfitrião, pode falar.

— Ah, não se preocupa, almoçamos há algum tempo também. — Lay sorriu.

— Mas me digam, qual é o nome do outro integrante? — Sehun perguntou.

— Ah, o nome dele é Chen. — Suho respondeu sorrindo.

Legal.

Ficamos conversando sobre algumas coisas antes dos meninos dizerem que tinham que ir. Sehun pegou o número dos garotos, dizendo que ia coloca-los no grupo, piranha safada, a gente nem tinha um grupo.

— Eu nem acredito que nós vamos dançar, isso é tão legal. — Kai disse batendo palmas.

Cruzei os braços e me joguei no sofá, já imaginando a confusão que seria para me colocarem para dançar.

Eu não queria destruir a felicidade do Kai, dizendo que nós não íamos dançar, já que eu adorava vê-lo feliz, seu sorriso era tão bonito, afinal.

E Sehun também pareceu gostar dá ideia, mas eu não ligo muito para o que ele gosta.

— X —

Kris e Tao realmente não estavam brincando quando disseram que nós iríamos trabalhar duro com aquelas gravações.

Nós ganhamos um dormitório na empresa, Kai,Kyungsoo,Lay e Suho já tinham se mudado, na sexta à tarde, Xiumin estava arrumando as suas malas, assim como Sehun. Mas eu ainda não havia falado com a minha mãe sobre isso.

Aproveitei a hora do jantar para falar com ela e Yoora, não que minha irmã fosse um problema.

— Mãe, eu preciso conversar com você. — disse antes de enfiar um pedaço de lasanha na boca.

— Você não engravidou nenhuma menina, não é? — ela perguntou.

Quando minha mãe ia se tocar?

Pelo amor de Deus!

— Não, não é isso. — olhei para ela. — Eu assinei um contrato com a Byun's Enterteriment e eu vou me mudar.

O silêncio pairou na cozinha, até mesmo Yoora parou de comer para me encarar. Minha mãe respirou fundo. Eu era o bebê da mamãe e sabia que não seria fácil pra ela ter que se despedir de mim desse jeito.

— Quando você vai? — perguntou baixo.

— Até amanhã todos os membros devem estar no dormitório. — respondi.

Vi uma lágrima descendo de seus olhos, e sem dizer mais nada, ela saiu da mesa. Sem uma mensagem de apoio ou uma resposta concreta sobre a minha saída.

Yoora se virou para mim.

— Tô orgulhosa de você, grandão.

Sorri.

Eram raros esses momentos com ela, então eu deveria mesmo aproveita-los.

— Obrigado. — baguncei o seu cabelo.

— Cuida bem do Baek, tá? Ele não merece sofrer, jamais, por ninguém.

E então, ela também me deixou na mesa depois de me dar um beijo na bochecha. Me levantei, lavando os pratos e os deixando no escorredor antes de voltar para o meu quarto.

Eu estava em dúvida do que levar e o que não levar para o dormitório. Foi aí que eu tive a ideia de ligar para o Xiumin, ele é o único que gosta de mim no meio daquele mar de cobras venenosas, e o único que iria gostar de me ajudar.

— Oi Chan. — ele atendeu animado.

— Oi, Min, ansioso para amanhã? — perguntei e ele riu.

— Claro, tô pensando da gente pedir uma pizza pra comemorar. — disse.

Dei um risadinha. Xiumin era tão adorável que qualquer coisa para ele era motivo pra comemoração.

— Uh, podemos pedir de chocolate com morango? — perguntei.

— É claro, Chan! Mas e aí, por que me ligou?

— Quero saber o que você vai levar para o dormitório. Eu tava tentando fazer minhas malas mas não faço ideia do que levar.

— Eu vou levar duas malas, pra começar. Sei que quando formos pra Busan, não vou ter tempo de voltar pra casa, então meio que já tô levando uma mala pronta. A outra são com as roupas que eu vou deixar no armário.

— Kai disse que o armário não é tão grande.

— Merda, acho que vou ter que diminuir a quantidade de roupas então. — ele pareceu pensativo. — Mas enfim, é só o básico mesmo, tô levando uma foto dos meus pais também.

Suspirei.

Eu não tinha nenhuma foto com o meu pai, me livrei de todas quando ele saiu de casa.

— Ok, obrigado pela ajuda, Min.

— De nada, Chan, se precisar de alguma coisa, é só falar.

— Valeu.

Desliguei o celular antes de ir até o meu armário. Fui tirando algumas peças, fazendo a mala para deixar no armário.

A fechei minutos depois, e logo em seguida, ouvi algumas batidinhas na porta.

Minha mãe colocou a cabeça para dentro e entrou depois, olhando para a bagunça que eu estava fazendo.

Sorri antes de pegar mais algumas camisas e jogar dentro da outra mala, ela me encarava.

— É difícil pra uma mãe aceitar que o seu filho está crescendo. — ela disse. — Não quero te ver sofrer, Chan, você entende, não é?

Me sentei ao seu lado na cama.

— Mãe, você não precisa se preocupar comigo, eu não vou me perder por aí, eu só estou me mudando e nem é tão longe daqui, você pode ir me ver quando quiser.

Ela beijou a minha testa.

— Você sempre vai ser o meu bebê, Chan, não importa o quão grande ou crescido você esteja. — sorriu. — Eu tô muito orgulhosa de você.

Deixei uma lágrima escorrer antes de abraça-la.

— Eu te amo. — disse.

— Eu também te amo. — me olhou. — Cuide bem do seu namorado, tá?

Arregalei os olhos.

— Como você...?

— Eu vi na internet, bobinho, não sou tão desatualizada quanto pensa. — riu. — Agora vamos, vou te ajudar com essas malas...

Na manhã seguinte, eu saí de casa às cinco da manhã. Kris já havia pego as minhas notas finais, já Sehun, optou por deixar a escola.

Não sigam esse caminho, crianças

Fiz um carinho em Tuan antes de o deixar na cozinha, ele ficaria para trás até mudarmos para um lugar maior.

Entrei na van que me levaria para o dormitório, encarando a minha casa. Na hora que eu saí, mamãe e Yoora ainda estavam dormindo. Melhor assim, pouparia despedidas.

O dia estava começando a amanhecer.

Paramos na casa do Xiumin e logo depois ele entrou, jogando suas malas nos bancos de trás.

— E aí? — falou com a voz rouca matinal.

Se a voz rouca de MinSeok não era a oitava maravilha do mundo, era a primeira, sem dúvida. 

— E aí? — repeti.

— O tal Chen chega hoje à tarde, tô ansioso pra conhecê-lo. — sorriu.

— E o Jongdae? Perdeu o interesse?

— Ele não liga pra mim, Chan. Sei lá, tô deixando as coisas fluírem, ele disse que gostava das fotos, mas não sabia se gostava mesmo de mim.

— Ele é um otário, quem não gosta de você? — disse no automático.

Xiumin ficou vermelho.

— Se você não namorasse o BaekHyun, eu te dava um beijo agora mesmo. — admitiu me fazendo rir.

Assim que chegamos ao dormitório, uma equipe de seguranças já veio nos buscar e pegar nossas malas. Acompanhamos um deles até o segundo andar e eu descobri que o nosso dormitório era no mesmo andar do de BaekHyun.

Falando nele, conversei com ele na noite passada, e não, não fizemos nada, apenas conversamos. Eu disse que estava ansioso para me mudar e BaekHyun riu, dizendo que estava com saudades também.

Abri a porta, vendo a sala e a cozinha, que era dividida por uma porta de vidro. Tinha um banheiro no final do corredor, ao lado da escada que nos levaria para o quarto. Era três ao total.

Kai e Kyungsoo dormiriam juntos; eu, Xiumin e Sehun, e Suho, Lay e o tal Chen no último.

— Vocês chegaram! — Kai me recebeu com um abraço.

Kyungsoo apenas passou por nós, dizendo que estava com fome.

— Por que acordaram tão cedo? — MinSeok olhou para o relógio na parede que marcava pouco mais de seis horas.

— Tao nos acordou, vamos ensaiar às oito. — Kyungsoo disse de mau humor.

— E onde estão os outros? — perguntei

— Suho foi buscar o Chen no aeroporto e Lay já tá vind...

— Bom dia. — a voz do dito cujo atrapalhou a frase de Kai.

Respondemos um “bom dia” meio coletivo antes de nós jogarmos nas cadeiras da cozinha.

— Eu sinceramente espero que o Suho traga alguma coisa pra comer porque essa geladeira aqui tá mais vazia que o meu estômago. — Kyungsoo disse ao fechar a geladeira.

— Sim, nós conversamos ontem à noite e depois que pegar o Chen, eles vão ao mercado. — Lay disse.

Optamos por ficarmos assistindo um jornal matinal, vendo as desgraças que aconteciam no país, até a porta ser aberta.

— Chegamos! — Suho entrou.

Me virei para trás e creio que não apenas eu, mas quase todos ali levaram um susto.

— Jongdae? — Kai disse surpreso.

— Kai? MinSeok? O que vocês estão fazendo aqui? — perguntou.

— Não me diga que você é o tal Chen. — Xiumin disse realmente apavorado.

Gente, esse mundo é realmente uma bolinha. Bolinha? Opa, gosto, 'pera, que?

Hmrum...

— Sou, eu não acredito que vocês são o EXO! — ele parecia tão desapontado como nós.

— 'Tá, beleza, a gente conversa sobre isso depois, agora vamos comer que eu tô com fome. — Kyungsoo pegou as sacolas da mão do Jongdae enquanto ele é MinSeok ainda se encaravam.

Ih, rapaz, não vai dar bom.

Sentamos na mesa e começamos a comer, Suho tinha comprado café, bolo e uns pãezinhos prontos que todo mundo adora, mas nega até a morte.

— Eu vou descansar um pouco antes de irmos para o ensaio. — eu disse ao me levantar dá mesa.

Peguei minha mala e segui até o andar de cima, onde tinha uma plaquinha com o meu nome, o de Xiumin e o de Sehun.

O quarto era realmente pequeno.

Eram uma cama de solteiro e uma beliche. Já fui jogando minhas coisas na cama mesmo, óbvio.

Eu sentiria falta de casa, mas nada extremamente grande, já que eu poderia ver minha mãe e Yoora sempre que eu quisesse, não é?

Pouco tempo depois a porta se abriu e Sehun passou por ela ao lado de Xiumin.

— E aí? — Sehun me disse.

Apenas levantei o dedão.

— Você tá meio abalado ainda por ser o Jongdae, não é? — que pergunta estúpida, ChanYeol, puta merda.

— É, mais ou menos. E se ele achar que eu me inscrevi de propósito? Ou se ele quiser mudar de grupo por minha causa? — ele disse desesperado.

Xiumin se jogou na parte debaixo da beliche, tomando ela como sua cama.

— Min, relaxa, cara. — Sehun se sentou no chão. — Ele não vai querer mudar de grupo, e outra, nós assinamos esse contrato primeiro.

— É, e outra, se ele for te culpar por alguma coisa, você me avisa que eu quebro a cara dele. — disse corajoso, fazendo Xiumin rir.

— Eu tenho medo dele me rejeitar. — ele disse se encolhendo, sua voz quase chorosa.

Ninguém faz o meu filho chorar!

— Ele não vai te rejeitar, Min. — me levantei, indo até a sua cama e deitando do seu lado. — Escuta, deixa ele se acostumar com a ideia de ficar com você agora, depois vocês tentam conversar.

— Foi uma surpresa pra todo mundo, até o Jongin disse que não esperava. — Sehun falou se levantando. — Bom, eu vou descer porque a gente tem que ir ensaiar, vejo vocês lá embaixo.

Sehun saiu do quarto depois de nós acentirmos.

MinSeok limpou as lágrimas que ainda molhavam seu rosto e sorriu pra mim.

— Eu tô melhor, foi só um choque,mas já passou. — ele disse. — Temos que ir ensaiar, você vem?

Xiumin esticou a mãozinha e eu não pensei duas vezes antes de pegar. Nos levantamos e fomos para baixo, onde apenas Kai, Sehun e Chen estavam.

— Meu Deus, vocês são tão lindos juntos! — Kai colocou a mão no rosto.

Xiumin se escondeu atrás de mim, com vergonha do que Kai tinha falado. Percebi que Chen me olhou de cima à baixo.

O olhei de volta e sem que eu percebesse, estávamos nos encarando com mais raiva do que Kyungsoo tem raiva da vida.

— Voltamos! — A voz de Suho preencheu meus ouvidos, mas por momento algum eu e Jongdae paramos de nos olhar.

Olha só, vida, você para de me ferrar, tá? Eu não 'tô com ciúmes do Xiumin, não 'tô!

Saímos do dormitório, indo para o primeiro prédio, quinto andar, sala de ensaios. Assim que chegamos, demos de cara com Kris e um dos coreógrafos.

— Bom dia, garotos. — Kris disse.

Como eu posso ter um bom dia se já estou dentro de uma sala cheia de espelhos às oito da manhã?

Nós tínhamos três das cinco músicas gravadas que nós precisavamos, entre elas Playboy, Heaven e Lucky. Kai escreveu Playboy nas suas noites solitárias de sexo por telefone com o Kyungsoo, palavras dele.

— Como vocês sabem, preciso que vocês gravem mais duas músicas até quinta, vocês vão viajar em duas semanas, então tudo deve estar pronto até lá, inclusive figurino, coreografia e afins. Vocês vão cantar cinco músicas autorais; daí o BaekHyun entra no palco, vocês vão fazer duas com ele, What Is Love e Love Me Right, vocês saem, deixando só o ChanYeol e o BaekHyun, e eles vão performar Artificial Love.

Acentimos.

— Vocês já começaram a ensaiar a parte solo de Playboy, agora vem a parte mais difícil, que vocês vão fazer em dupla. — o coreógrafo falou.

Engoli em seco.

Isso não vai dar bom.

— Separamos vocês em duplas: Xiumin e Suho, Kai e Sehun, Lay e Kyungsoo, ChanYeol e Chen.

Eu não disse?...

Colocar Kai pra dançar com Sehun foi o maior erro que Kris poderia ter cometido, porque eu sabia que qualquer coisa, era motivo para o D.O jogar algum objeto contra o namorado. E dessa vez, eu espero que ele não tente jogar a televisão.

Começamos a ensaiar aquela maldita coreografia, e eu percebi que ninguém ali estava realmente confortável com os seus parceiros. Kyungsoo encarava Sehun e Kai como se sua vida dependesse disso; Xiumin ficava me olhando e quando eu olhava de volta, ele desviava.

Sei que vamos ter que nos acostumar já que assinamos um contrato e toda essa história aí que vocês já sabem.

É, não vai ser fácil, não.

— X —

Era pouco mais de oito da noite quando voltamos para o dormitório. Eu queria mesmo saber como aqueles ídolos faziam isso todos os dias.

Assim que entrei, corri para o sofá, mas alegria de pobre dura pouco.

— ChanYeol, a gente fez um sorteio aqui e você ganhou, pode ir lá pedir a pizza. — Kyungsoo disse me jogando no chão.

— Mas eu não vou levantar daqui tão cedo, mas nem...— reclamei.

— ChanYeol, tá todo mundo aqui tão cansado quanto você e olha que ninguém fingiu ter virado o pézinho pra poder descansar, anda logo. — Kyungsoo me bateu com uma almofada.

Reclamei antes de me levantar e ligar pra maldita pizzaria. Como estava cedo, eles entregariam em meia hora.

— Eu vou tomar banho, a pizza chega em meia hora. — falei e eles apenas falaram uns "cala a boca" "tô ouvindo a televisão, orelhudo" e "tá bom, Chan".

Esse último foi o Xiumin, claro.

Entrei no quarto, encontrando Sehun arrumando suas roupas.

— Vai tomar banho? — ele me perguntou.

— Não, tô com a toalha nas costas por que vou pra piscina. — respondi. — É claro que sim.

— Então vamos juntos. — sorriu.

Lhe mandei o dedo médio antes de entrar no banheiro.

Não era segredo pra ninguém que eu não simpatizava com o Sehun, e ele só tá ali por causa do Kyungsoo e do Xiumin, e um pouco por parte do Kai também.

Depois que tomei meu banho, voltei para o quarto, vendo Xiumin e Sehun conversando na cama. Sehun se levantou, passando por mim e dando um tapa na minha bunda coberta pela toalha.

Levantei o braço para bate-lo mas ele saiu correndo.

Idiota.

— Quem ele pensa que é? — gritei tirando a toalha e nem me dando conta de que Xiumin estava ali.

Assim que coloquei a cueca, me virei, vendo o menor de olhos tampados e algumas frestas livres entre eles. Não pude evitar de rir.

— Xiuminnie. — o provoquei.

— Sai daqui, ChanYeol. — se jogou no meu colchão.

Subi em cima dele, fazendo cócegas em suas costelas e fazendo ele se contorcer. Até batidas na porta nos atrapalharem.

— O casalzinho pode fazer isso depois? A pizza chegou. — Chen falou antes de bater a porta com força.

Uh, alguém 'tá nervosinho aqui, hum!

Terminei de me vestir e desci com Xiumin, instantes depois, Sehun desceu e nós fomos para a cozinha.

— Essa é oficialmente a primeira pizza do EXO. — Suho falou e nós batemos palmas antes de começarmos a atacar.

Isso até a maldita campainha tocar.

Eu sabia que ia sobrar pra mim de qualquer maneira, então apenas me levantei e fui, xingando quem quer que fosse.

Abri a porta, tendo a maior surpresa de muito tempo, e olha que eu ando tendo várias ultimamente.

— BaekHyun! — gritei antes de o abraçar e tirar seus pés do chão.

Puxei BaekHyun para dentro, deixando sua mala no canto da sala.

— Eu não acredito que você voltou, eu tava com tanta saudade. — eu disse antes de pegar seu rosto em minhas mãos e o beijar.

Foi apenas um selinho.

— Eu também tava morrendo de saudades, nem acredito que você tá aqui. — ele me beijou mais uma vez.

Pode parecer bobagem para você nós estarmos com saudades se ficamos apenas dez dias longe, mas nós acostumamos tanto com a presença um do outro, que qualquer distância já era considerada grande demais.

O beijei mais uma vez antes de o puxar até a cozinha, onde todos os meninos estavam.

— Eu não acredito! — Kai foi o primeiro a se levantar e ir abraçar o Baek.

Em seguida, todos deram um abraço no meu pequeno, que já ficava sem graça com todo aquele afeto que meus amigos tinham, e eu descobri que Chen, Lay e Suho eram iguais à eles nesse quesito.

— Senta aí, a pizza chegou agora. — Kyungsoo disse ao se levantar e ir buscar mais um prato.

— Eu não sei se eu devo...

— BaekHyun! — chamei a sua atenção antes que ele começasse com aquele papo de não querer comer.

— Tá, mas só um pedacinho. — se rendeu.

E ele realmente só comeu um pedaço, daí já começou uma conversa com Sehun sobre algo que só os dois ali pareciam entender de tão focados que estavam.

— Ah, não, cala a boca, o Haku é muito melhor. — BaekHyun defendia o seu ponto de vista.

— Ele nem sabe tocar guitarra direito!

Era num momento daqueles que eu me sentia ouvindo uma conversa da minha irmã com uma amiga sobre algum ídolo delas.

Nem quando fomos pra sala, assistir um filme repleto de pornografia, aqueles dois calaram a merda da boca.

E não, eu não estava com ciúmes, estava muito calmo até.

Foi na hora que Xiumin deitou a cabeça no meu ombro, que eu fingi que não vi BaekHyun me encarando. Levei minha mão até o cabelo dele e o baguncei.

— Vocês são tão lindos... Ah, me desculpa, BaekHyun, eu esqueci. — Kai disse entrando no nosso teatrinho.

BaekHyun deu um sorrisinho triste antes de voltar a conversar com Sehun e Lay sobre o que quer que estivessem conversando antes.

Parecia que o clima havia ficado mais tenso depois daquilo, mas Xiumin continuou deitado no meu ombro e eu sabia que BaekHyun e Jongdae nos encaravam as vezes.

Eu ainda dava algumas olhadas na direção de BaekHyun, e foi numa dessas olhadas que eu vi Sehun com a mão na coxa dele.

Ah, Oh Sehun, você não fez isso!

Existem limites onde as mãos podem ou não ficar, e Sehun já tinha passado desse limite há muito tempo.

Me levantei rápido, fazendo o copo do Suho cair e quebrar.

Puta merda!

Todos pararam para me encarar.

— Eu vou pegar uma vassoura. — Kai se levantou, sinalizando para eu ir o acompanhar.

— Pode deixar que eu pego.

Chegamos na cozinha e ele se encostou no balcão, me olhando de braços cruzados.

— ChanYeol, o que você tá fazendo?

— Nada. — respondi seco.

— Chan, você tá com ciúmes do Baek, não é? — me olhou com um sorrisinho ladino.

— Não! — menti.

Eu estava ardendo de ciúmes, morrendo de vontade de quebrar a mão do Sehun só pra ele não tocar em mais nada por um bom tempo.

— Chan, pode parecer meio rude o que eu vou te dizer, mas o que vocês tem é só um contrato. — puxou meu rosto. — Escuta, pode ser que o BaekHyun não sinta o mesmo que você, pode ser, sei lá, só diversão.

— Ele disse que gostava de mim, Kai!

— Eu também gosto de você, como amigo. — ele acariciou minha bochecha.

Olha, eu já tava destruído, e ainda levei um fora do Kai desse jeito. Fácil não é uma palavra que resume a minha vida.

— Kai...

— Fica calmo, eles só estão conversando. — sorriu. — Tente chamar ele pra dormir aqui hoje.

Abracei Kai e respirei fundo.

— Yeol... Ah, me desculpa. — BaekHyun entrou na cozinha. — Eu não sabia que vocês estavam ocupados. É que o Sehun cortou o pé.

Troquei um olhar com Kai.

ELE SÓ PENSAVA NO SEHUN AGORA!!!

— Pode deixar que eu cuido dele, Baek. — Kai piscou pra mim antes de sair com a vassoura.

E foi um pouco antes de BaekHyun sair também, que eu o puxei pelo braço.

— Baek, você... quer... dormir aqui hoje? — perguntei nem um pouco nervoso, imagina.

— Tá, pode ser. — sorriu.

Essa era a maldita hora pra eu deveria o prender nessa bancada e o beijar, mas adivinhem? Eu não fiz!

Voltei para a sala, vendo Kai segurar o Sehun enquanto Kyungsoo jogava álcool no pé do imbecil, que gritava como se estivesse parindo uma criança.

Pela primeira vez, eu adorei ver o Kyungsoo torturando alguém.

— Já vai passar, foi superficial. — Kai falou antes de colocar a atadura.

Como aquele idiota iria dançar amanhã? Otário!

Nossa, alguém me segura ou eu vou transformar aquela cara de porta dele numa persiana, só com a marca dos meus dedos.

Aos poucos, os membros foram subindo para os seus quartos, sobrando apenas eu, Sehun, BaekHyun e MinSeok na sala.

Eu estava quase dormindo no colo do Xiumin quando BaekHyun me cutucou.

— Vamos subir? — perguntou.

Dei um abraço de despedida em Xiumin, mesmo sabendo que ele dormiria no mesmo quarto que eu.

Eu e BaekHyun subimos em silêncio.

Um clima tenso tinha ficado entre nós e ele sabia disso. Ele jogou sua mala em um canto antes de falar baixo que ia tomar um banho rápido. Aproveitei esse tempo pra tirar minha roupa e colocar um pijama qualquer.

Algum tempo depois, ele voltou.

— Sehun vai sair hoje. — ele disse.

— Legal. — disse de braços cruzados.

BaekHyun deitou na cama ao meu lado, se virando de costas para mim. Estavamos um de costas para o outro.

— Yeolly...— ele me chamou com aquela voz doce que faria eu me render, eu sabia que iria.

— O que é?

Senti sua mão em meu ombro, fazendo-me virar para ele. E então BaekHyun me beijou de forma rude, como se quisesse dizer que estava extremamente puto comigo, mas estava me beijando por beijar.

Isso me lembrou das coisas que Kai disse.

E eu me afastei.

— Boa noite, BaekHyun. — me virei para o outro lado e dormi.

Acordei com o meu celular tocando, percebi que BaekHyun não estava na cama, o dia já tinha amanhecido e Xiumin usava uma máscara para dormir.

Puta merda o ensaio.

Coloquei uma regata e uma calça de moletom correndo, quase morri pra entrar naquela calça. Sacudi Xiumin gritando que estávamos atrasados.

— Chan, não tem ensaio hoje, o coreógrafo não tá passando bem e cancelaram. — ele disse rouco, voltando a deitar.

Respirei fundo, indo até o banheiro.

Depois que saí, Xiumin tinha levantado e disse que estava pronto para descermos, mas que ele ainda iria arrumar a cama.

— Eu vou indo então. — ele assentiu.

Parei num dos últimos degraus, vendo BaekHyun deitado em cima de Sehun.

Passei trocando um olhar com BaekHyun antes de entrar na cozinha. Minha vontade era puxar uma faca e enfiar nos olhos do Sehun, mas aí lembrava que eu mal sabia passar manteiga no pão.

— Por que está tão sério assim? — Sehun apareceu atrás de mim depois de um tempo.

— Nada que te interessa, Sehun. — respondi sem olha-lo.

— ChanYeol, se aconteceu alguma coisa, você pode falar comigo, eu...

— Não aconteceu nada, caralho! — me virei para ele.

Sehun me encarou antes de assentir e sair da cozinha, ele odiava quando gritavam com ele. Passei a mão nos cabelos antes de ver BaekHyun passando por ele e parando de frente para mim.

— O que aconteceu com você hoje, ChanYeol? Ou melhor, você 'tá assim desde ontem. — Baekhyun falou.

Agora eu era o ChanYeol; acabou toda aquela palhaçada de “Yeolly” “docinho” “meu amor”.

— Não aconteceu nada. — eu nem conseguia olha-lo.

— ChanYeol, para de mentir pra mim! — ele gritou.

— Você é um idiota, foi isso que aconteceu. — apontei o dedo em seu rosto — Você faz questão de ficar se esfregando por aí com o Sehun, principalmente na minha frente.

— Como é que é?

— É exatamente isso, eu vi vocês dois ontem à noite, e hoje quando eu apareço, você está no colo dele, abraçados no sofá como um casalzinho lindo, espero não ter estragado o romance de vocês. — saí de lá, indo para a sala, mas ele veio atrás de mim.

— ChanYeol, volta já aqui! — ele gritou enquanto eu subia as escadas, logo puxou o meu braço. — Eu não sei porquê tanto ciúme, ele é seu amigo.

— Meu amigo e o seu macho, né? Aposto que você já deve ter dado pra ele também! — gritei antes de desfazer o aperto da mão do meu pulso. — Quer saber, você deveria contratar o Sehun para ser o seu namorado, ele vai ser bem melhor do que eu.

— ChanYeol, eu não acredito que você 'tá fazendo isso comigo, com a gente. — ele parecia querer chorar.

Lá no fundinho, eu estava começando a querer ceder, mas eu me lembrava de tudo o que aconteceu e a raiva crescia dentro de mim.

— “A gente” não existe, BaekHyun, nunca existiu. Isso é só um contrato idiota! — gritei antes de puxar o colar e jogar no chão.

Entrei no quarto e vi MinSeok me olhar chocado, tranquei a porta, começando a chorar. O loiro veio até mim, me abraçou e disse que ouviu toda a confusão.

— Eu sou um idiota, Min. — falei.