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História Surprise - Death.


Escrita por: SrtaRocketQueen

Notas do Autor


Ooooi gente, como vão?

Bom, esse capítulo é bem deprê. Vcs já vão ver o porquê. Por favor, leiam as notas finais.

Boa leitura!

Capítulo 47 - Death.


Fanfic / Fanfiction Surprise - Death.


Disseste que se tua voz tivesse força igual 
À imensa dor que sentes 
Teu grito acordaria 
Não só a tua casa 
Mas a vizinhança inteira


Giselle. Minha mãe. Acidente. Coma. Hospital.
Eu nunca desejei tanto em toda a minha vida que aquilo fosse mentira.
Carlos estava brincando. Ele tinha que estar brincando.
Senti as lágrimas pesadas escorrerem livremente pelo meu rosto, sem parar um segundo sequer, enquanto eu ainda mantinha meus olhos arregalados na direção do meu irmão mais velho. Eu simplesmente não conseguia imaginar que a minha mãe estava em coma. Coma. Ela tinha sofrido uma porra de um acidente e agora estava inconsciente, sabe-se lá na onde. Eu não conseguia aceitar que aquilo tinha acontecido, não quando a lembrança dela sorridente hoje de manhã ainda estava fresca em minha memória. Lembro-me perfeitamente dela me avisando que teria que fazer uma viagem até uma cidade vizinha para resolver umas coisas sobre o seu trabalho.
- Foi naquela viagem. Eu não sei exatamente o que aconteceu... Acho que o carro capotou. O nosso pai não estava junto, ele... Eu não sei na onde ele tá agora. - Carlos murmurava com a voz completamente mudada por causa do choro. Já eu, chorava descontroladamente, puxando os meus cabelos de raiva e agonia. Muita, muita agonia.
- Por que... Não está no hospital? - Aumentei meu tom de voz, andando de um lado para o outro. Minhas mãos tremiam absurdamente e eu esbarrava em alguns moveis devido a minha visão que estava turva. O desespero tomava conta de mim, dando um frio desagradável na minha barriga.
- Eu estava esperando por você e pelo Tom! - Respondeu em um berro que me fez chorar ainda mais. - Mas você não atendia a porra do celular! Era pra você ir buscar Tom e ir direto pro hospital!
- Me desculpa! - Eu gritei alto, sentindo meus olhos embaçarem. A culpa dominava cada pedaço do meu corpo, e eu estava inquieta. Não queria ficar ali, eu queria a minha mãe, queria poder conversar com ela, ver o seu sorriso, os seus olhos direcionados a mim. Por que ela não estava me abraçando agora?
- Hey, o que está acontecendo? Estou ouvindo os gritos de vocês lá de fora. - Tom disse assim que abriu a porta, sua expressão denunciando a sua confusão. Ele jogou sua mochila na mesa e ficou nos encarando assustado. - Meu Deus, o que foi? - Eu suspirei e fui até ele. Abracei-o com força, sentindo as lágrimas escorrerem livremente.
- A mamãe está em coma, Tom. Ela sofreu um acidente.
- Você... - Ele desfez o abraço e me olhou com os olhos arregalados. Sua expressão facial ia se contorcendo, enquanto eu via seus pequenos olhos embraçarem e começar a cair gotículas de água. Aquilo só serviu para que meu choro aumentasse mais. Era muita dor que eu sentia, em todos os sentidos possíveis.
- Vamos logo pro hospital. - Falei alto com um fiasco de voz que ainda me restava. - Por favor. Precisamos estar lá quando ela acordar.
- Miley, você sabe que...
- Ela vai acordar hoje, Carlos. - Interrompi-o, firme. - Eu sei que vai. Está tudo bem.
- Não está tudo bem. - Tom murmurou com a voz embargada. Eu respirei fundo e segui Carlos que saia de casa, puxando meu irmão mais novo pela mão. Ele me abraçou de lado e começou a chorar em meu colo, enquanto eu acariciava seus cachos. Eu precisava ser forte. Mesmo que por dentro estava um caco.
Nós três entramos no carro de Carlos e ele arrancou com rapidez. Durante o caminho, que para meu alivio não era muito longe, o celular do meu irmão mais velho tocou milhares de vezes. Ele aproveitou e avisou os meninos, que ficaram em choque e disseram que estavam a caminho também. A última ligação havia sido do meu pai. Carlos chorava descontroladamente enquanto falava com ele. Aquilo me deu um aperto gigantesco no coração, e sem pensar, eu tomei o celular da mão dele.
- Pai? - Perguntei alto, ouvindo o choro dele do outro lado da linha. - Pai! Pelo amor de Deus, fala comigo! O que está acontecendo? O que... Pai! Por favor, me diz alguma coisa! - Gritei desesperada. Chorar estava sendo tão automático e eu já nem percebia mais as lágrimas descontroladas que saiam do meu rosto.
- My, sua mãe está mal. - Ele murmurou, extremamente arrasado. - Eu não sei o que vai acontecer, mas nós temos que torcer para que ela saia logo dessa. O estado dela é grave.

[...]

Fazia um bom tempo que eu não encarava uma sala de espera de hospital. Diferentemente da última vez, essa era bem sofisticada, mas eu não poderia me importar menos com isso. Nada mais importava para mim, eu só conseguia pensar na minha mãe que estava desacordada nesse exato momento em uma cama de hospital. Aquilo me deixava péssima só de pensar. Eu queria morrer.
Tom chorava baixinho ao meu lado, abraçado comigo. Estava sentindo minha blusa molhada devido as suas lágrimas silenciosas que escorriam sem parar, assim como as minhas. Carlos estava sendo consolado por Kelly que havia chegado a pouco tempo. Ele estava bem descontrolado, mas eu não poderia o julgar de forma alguma. Aquela notícia inesperada havia destruído todo mundo. Como eu esperaria por aquilo? Nunca que eu imaginaria que ia chegar da escola e receber a notícia que a minha mãe estava em coma.
Um barulho ecoou no silêncio do local e eu ergui os olhos, fitando agora os meninos que haviam acabado de chegar. Ana, James, Logan, Kendall e Daniel foram entrando e sentando-se nos espaços vagos, com expressões tão péssimas quanto as nossas. Provavelmente Carlos tinha avisado para eles o que havia acontecido.
- Amiga... - Ana murmurou dolorosamente assim que se sentou ao meu lado. James puxou Tom para se sentar junto com ele do outro lado da sala, abraçando-o com força, tentando reconfortá-lo. Eu agradeci ele apenas com o olhar. - Por favor, vamos pensar positivo, está bem? - A loira pegou na minha mão com força e encarou-me firmemente. Eu não enxergava a sua fisionomia claramente, já que meus olhos estavam bem embaçados.
- Ela vai sair dessa logo, Ana. Minha mãe é forte.
- Exatamente. - Sorriu levemente de lado. - Isso é só um susto que ela deu na gente. Daqui a pouco vai estar aqui conosco novamente.
- Sim. - Assenti, sentindo o choro querer voltar novamente. - Eu só... Não esperava que isso fosse acontecer...
- Miley, ninguém esperava. Por que uma coisa dessas iria passar pela nossa cabeça? - Minha amiga franziu a testa, acariciando meu cabelos e tentando me reconfortar, não só com as palavras, mas também com o olhar. Eu engoli em seco, assentindo levemente com a cabeça... Ela estava certa. - Então amiga, por favor, pare de chorar...
- Ana, você poderia me dar licença um momento? - Uma voz rouca murmurou, interrompendo o que a loira dizia. Eu olhei para cima e encontrei Logan me olhando com bastante intensidade. Não era necessário que ninguém dissesse nada. Ana apenas se levantou e deu espaço para que ele ficasse ao meu lado. Logan sentou-se e me puxou para os seus braços. Eu envolvi-o com toda a força que ainda me restava, escondendo o rosto no seu pescoço, exalando aquele perfume que eu tanto conhecia, e de alguma forma, me deixava um pouquinho mais calma.
- Vai dar tudo certo, Miley. Sua mãe é forte e você sabe disso. - Sussurrou no meu ouvido, distribuindo alguns beijos pela região. Eu apenas assenti com a cabeça e fechei meus olhos, agradecendo mentalmente por ele estar ali.
Tudo ficaria bem, certo? Era exatamente o que eles falavam, Giselle era forte, jovem e aquela não era sua hora de deixar essa vida. Ela resistiria e sairia desse hospital com um belo sorriso no rosto, e daqui alguns anos nos lembraríamos desse susto agradecendo por ainda estarmos unidos. Ainda faríamos muitas festas onde ela ficaria meio indecisa mas no final logo deixaria que os meninos levassem bebidas alcoólicas. Depois, no dia seguinte, faríamos outro café da manhã maravilhoso rindo e conversando como uma verdadeira família. Aquilo aconteceria novamente, e ela estaria presente.

Tinha que estar.

- Ouviram esse grito? - Carlos disse assustado, me tirando dos meus pensamentos. Franzi o cenho, não entendo o que ele havia dito até escutar um grito masculino de dentro do hospital.
- O que será que está acontecendo? - James levantou-se, caminhando até a recepcionista, que também estava confusa.
- POR FAVOR, FAÇA ALGUMA COISA!
- Ei, calma... - Sussurrei, me levantando lentamente. Aquela voz...
- O nosso... O nosso pai... - Tom gaguejava, tendo o mesmo tipo de raciocínio que eu. Nos encaramos. - Ele está aí dentro, certo?
- Essa voz é dele! - Carlos aumentou sem tom de voz, arregalando os olhos. Eu fiz o mesmo, começando a  ficar descontrolada, sentindo um aperto enorme no meu coração. Levantei bruscamente dos braços do Loggie e fui até a recepcionista.
- Pelo amor de Deus, o que está acontecendo?
- Eu vou ver o que houve senhorita, permaneça aqui por favor. - Ela disse, parecendo assustada com o meu desespero. Puxei os cabelos com força, sentindo as lágrimas voltarem a seu acumular. A loira ia se levantando para adentrar o corredor do hospital quando meu pai saiu desesperado de lá, sua expressão completamente acabada. Eu podia sentir a sua dor apenas olhando em seus olhos vermelhos.
- Pai... O que houve? - Sussurrei na sua frente, sentindo uma lágrima escorrer sem a minha permissão. A imagem dele me lançando seu olhar mórbido com certeza seria algo que eu nunca esqueceria em toda a minha vida. Porque foi naquele exato momento que eu recebi a pior notícia da minha vida.
- Ela não resistiu... Sua mãe morreu.
Não.
Não.
Balancei minha cabeça inúmeras vezes, puxando meu couro cabeludo com tanta força que havia arrancado alguns fios. Comecei a dar passos para trás, negando para mim mesma que aquilo não era verdade. Tom gritou, se jogando no chão, sendo acompanhado por Carlos e Kelly, que começou a chorar junto com eles. Estavam todos em completo choque.
- Mentira, pai. - Sussurrei sentindo minhas pernas fraquejarem. Eu não tinha forças para ficar em pé e custava dizer algo. A ficha não havia caído. A minha mãe ainda estava respirando em alguma cama desse hospital, nem que fosse por aparelhos. Eu não podia acreditar, não podia aceitar que seu coração... Não. por favor, não. - Me diga que isso não é verdade. Pai, ela não... morreu.
- Ela morreu, Miley. - Gusttavo respondeu rapidamente, me olhando com tristeza. Estava acabado, seus ombros estavam caídos. - Eu sei que não é nem um pouco fácil de aceitar, mas os médicos não conseguiram reanimá-la.
- QUE PORRA! - Carlos gritou, levantando-se com raiva. - Ela estava bem! Estava tudo ótimo com ela ontem cara, e hoje você vem me dizer que ela... morreu? NÃO!
- Carlos, por favor, aceite...
- CALA A BOCA! - Gritou, chorando descontroladamente, assim como eu. Aquela cena me assustava, me deprimia. Tudo agora me deprimia, o mundo era preto e branco. Eu perdi a minha mãe. Logo agora que nos aproximamos, estávamos realmente endo uma relação de mãe e filha, e agora... Ela simplesmente me deixa? Me deixa sozinha nesse mundo? Eu não queria pensar, mal tinha capacidade para raciocinar. Naquele momento, eu mal podia me lembrar do meu próprio nome. Só conseguia pensar em Giselle Jones.
Comecei a correr, então. Corri descontroladamente, chorando e soluçando para quem quisesse escutar. Não sabia exatamente o que fazer, muito menos sabia para onde estava indo, eu só não queria permanecer naquela maldita sala de espera. Porque ouvir aquelas pessoas chorando, Carlos gritando e a expressão de dor do meu pai, só me fazia lembrar que realmente perdi uma das pessoas que mais amo na minha vida.
Cheguei, não sei como, ao estacionamento naquela merda de hospital. Estava relativamente vazio de pessoas, mas cheio de carros. Comecei a andar rapidamente, sem um rumo específico. Minha visão estava tão embaçada que eu não conseguia enxergar o caminho direito. Estava escuro também. Eu andava de forma tão desengonçada que acabei tropeçando nos meus próprios pés e caindo no chão, completamente sem forças. Optei por ficar por ali mesmo. Então derramei minhas lágrimas que antes estavam presas.
Por que essas coisas tinham que acontecer? Aliás, por que tudo de ruim só acontecia comigo? Eu não conseguia passar uma porra de um minuto sem ter um problema! Quando não era na escola, era com Logan, com os meus amigos, com a minha família... Por que eu simplesmente não podia viver em paz? Por que a minha mãe me deixou aqui? Me deixou sozinha nesse mundo mórbido. Eu não queria... aceitar que agora eu não tinha mais Giselle ao meu lado. Meu Deus, isso é sério? A minha mãe não está mais viva? Dói tanto... É como se alguém literalmente tivesse arrancado um pedaço do meu peito e rasgado meu coração ao meio. É uma dor insuportável que eu nunca passei. A minha cabeça não aceitava que aquilo era verdade.
Escutei um barulho atrás de mim, mas eu não poderia me importar menos. Continuei mais lástimas até sentir alguém se ajoelhar atrás de mim e mexer no meu cabelo. Virei-me rapidamente, me afastando de quem quer que seja.
- Calma, sou só eu. - Aquela voz sussurrou. Eu enxuguei os meus olhos com as costas da minha mão apenas para tentar enxergar melhor o rosto do moreno. Ele me encarava sério. Tinha dor no seu olhar, assim como um pouco de pena. Pena de mim. Logan colocou sua mão no meu ombro e apertou. Fiquei sem expressão. O que eu poderia falar, fazer? Não havia nada para ser dito da minha parte. Mas também, nem precisava. Ele já percebia como eu estava apenas de olhar nos meus olhos. - Dói. Eu sei.
- Dói muito. - Concordei com um suspiro, minha voz extremamente embargada. Henderson apenas assentiu com a cabeça e eu mordi o lábio com força, colocando as mãos no meu rosto e chorando alto e descontrolado. Era apenas isso que eu conseguia fazer naquele momento, provavelmente o pior que eu já passei.
Tudo permanecia nesse estado, até eu sentir as mãos de Logan em mim. Ele me pegou no colo e se levantou. Enrosquei meus braços por volta de seu pescoço e desabei ali, sem fazer esforço para chorar em silêncio. Foda-se que eu estava chamando a atenção. As pessoas ali deviam me agradecer por não ter entrado naquela porra de hospital e começado a gritar pra ver minha mãe. Porque era essa a vontade que eu tinha.
O moreno me carregou até um carro, provavelmente o seu. Colocou-me no banco da carona com cuidado e foi para o seu lugar. Eu abracei as minhas pernas e escondi meu rosto entre os meus joelhos. Meus cabelos estavam bagunçados, minha roupa suja e minha cara com certeza estava em um estado deplorável. Mas eu não me importava, só conseguia me lembrar de como era lindo o sorriso da minha mãe.

Que eu não conseguiria ver novamente.

Tal pensamento me fez gritar de dor. Mas não era dor física, pior do que isso. Era dor emocional.
- Miley. - Logan murmurou, apertando minha canela. Não disse mais nada, apenas ligou o carro e saiu daquele hospital onde eu teria lembranças horríveis.
O trajeto todo não conversamos sobre nada. Afinal, sobre o que falariámos? Logan percebeu que eu queria permanecer em silêncio, presa em meus próprios pensamentos. Pensamentos que estavam acabando comigo, porque eu só conseguia me lembrar de Giselle. Dos nossos momentos bons e os ruins também, que querendo ou não acrescentou algo na minha vida. Recordo-me dos vários momentos que eu gritei para ela que a odiava, quando vivíamos brigando. Mas, na verdade, quem eu estava querendo enganar? Eu a amava muito, desde que eu havia nascido, só não queria expor aquele sentimento. Ela é minha mãe. A mulher que me deu a vida, que apesar de ter se deixado levar pelo trabalho por alguns anos, ainda sim me deu amor e proteção. Eu havia percebido fazia pouco tempo que ela sempre se importou comigo. Sempre quis o meu bem e dos meus irmãos. Por que isso tinha que acontecer logo com ela?
- My, estou preocupado com você. Não para de chorar um minuto, você vai engasgar. - Logan murmurou.
- Deixa que eu engasgue nas minhas próprias lágrimas. Imagina morrer assim? - Sussurrei sem expressão, olhando para frente. Pude sentir seu olhar sobre mim.
- Não fala uma coisa dessas. - Respondeu, levemente assustado. Eu preferi ficar calada, até chegarmos na minha casa. Logan estacionou o carro, saiu dele e deu meia volta para abrir a porta para mim. Eu encarei-o. Peguei em sua mão, levantando com dificuldade. Estava tremendo tanto que não tinha muita força.
O moreno me carregou de lado calmamente, com toda a paciência do mundo. Eu não disse absolutamente nada. Não conseguia. Naquele momento, não havia nada que eu pudesse dizer, apenas sentir. Chegamos no meu quarto e ele colocou-me deitada na minha cama. Eu fechei os meus olhos, sentindo as lágrimas escorrerem sem que eu percebesse. A expressão de dor do meu rosto era apenas uma pequena amostra do que eu sentia por dentro.

Sabe quando a ficha ainda não havia caído totalmente? Era assim como eu me sentia.

- Miley, por favor, se acalme... - Loggie sussurrou no meu ouvido quando comecei a dar murros na cama.
- Como você quer que eu em acalme? - Questionei, abrindo meus olhos marejados e o encarando. Ele pôde sentir um pouco da minha angústia ao olhar nos meus olhos, porque assim que fez isso, sua testa franziu e ele balançou a cabeça. Henderson levantou-se e voltou no mesmo instante com um cobertor. Me cobriu e beijou minha testa, deitando-se do meu lado e me envolvendo em seus braços quentes.

(NA: Coloquem a música para tocar, galera. O link está nas notas finais. E não deixem de ler a tradução!)


When darkness falls 
And surrounds you 
When you fall down 
When you're scared 
And you're lost
(Quando a escuridão cai 
E cercar você 
Quando você cair 
Quando você está com medo 
E você está perdido)


De alguma forma, eu senti certo conforto naquele momento. Logan era uma espécie de refúgio para mim. O meu mundo havia acabado de desabar. Todos os meus planos haviam mudados, eu havia perdido a minha mãe. A mulher que me deu a vida. E ele estava ali, ao meu lado, para o que eu precisasse. E era exatamente isso que eu precisava.

Be brave 
I'm coming to hold you now 
When all your strength has gone 
And you feel wrong 
Like your life has slipped away 
Follow me 
You can follow me 
And I 
I will not desert you now
(Seja corajoso 
Eu vou te abraçar agora 
Quando toda a sua força se foi 
E você sente errado 
Como se sua vida tivesse escapado 
Siga-me 
Você pode me seguir 
E eu 
Eu não irei abandonar você agora)


Chega até mesmo ser engraçado como as coisas acontecem. Ontem minha vida estava completa. Eu havia resolvido tudo com os meus pais, com o Logan, com todos. Estava concertando os erros e tudo ia muito bem. Agora hoje...
- Eu queria poder te dizer muita coisa agora. - Logan sussurrou contra o meu pescoço, tirando-me dos meus pensamentos. Enquanto fungava baixinho, escutei atentamente suas palavras. - Mas nada que eu diga agora vai mudar o que aconteceu. Eu sei que não é fácil, My... Na verdade eu não sei porra nenhuma, mas você pode ter certeza de uma coisa. Eu estou aqui pra você. Sempre. Sempre estive e sempre vou estar. Não sei se isso irá te deixar pelo menos um pouquinho menos triste mas, você não vai passar por nada sozinha. Não enquanto eu estiver aqui. - Aquelas palavras fez o meu choro se intensificar.

When your fire has died out 
And no one's there 
They have left you for dead 
Follow me 
You can follow me 
I will keep you safe
(Quando seu fogo se apagou 
E não há ninguém lá 
Eles deixaram você morto 
Siga-me 
Você pode me seguir 
Eu vou mantê-lo seguro)


Eu tinha que agradecê-lo muito por aquilo. Sim, saber daquilo havia me deixado pelo menos um pouquinho menos triste. Na realidade, não havia nada nesse mundo que preenchesse o havia maternal do meu coração, mas ter Logan do meu lado no momento eu que mais preciso de alguém, de certa forma me acalmava. Ele me fazia não ficar pensando muito em como a minha vida seria de agora para frente. E eu estava mesmo tentando não pensar muito nisso. Porque eu desabaria se fizesse isso.

Follow me 
You can follow me 
I will protect you 
I won't let them 
Harm 
Harm you 
When your heart is breaking
(Siga-me 
Você pode me seguir 
Eu vou te proteger 
Eu não vou deixá -los 
Prejudicar 
Machucarem você 
Quando o seu coração está quebrando)


- Obrigada por tudo, Logan. - Murmurei com a voz embargada, chorando alto. Escondi meu rosto entre as mãos, começando a sentir dor de cabeça. Meu coração estava acelerado e eu sentia um forte aperto em meu peito. Uma sensação horrível que eu não desejava a ninguém. Comecei a gritar de dor. Muita dor que não se resolve com remédio.
- Chora, My. Grita. As vezes é bom para aliviar. - Logan disse e assim eu fiz. Gritei alto, dei murros na cama, chorei com tudo que restava de mim.

You can follow me 
You can follow me 
I will always keep you safe 
Follow me 
You can trust in me 
I will always protect you 
My love
(Você pode me seguir 
Você pode me seguir 
Sempre manterei você a salvo 
Siga-me 
Você pode confiar em mim 
Eu sempre vou te proteger 
Meu amor)


[...]

O ato de abrir os olhos foi um pouco difícil, porque eles estavam praticamente grudados. Essa era uma das consequências de ir dormir chorando. A minha cara provavelmente estava inchada. Mas eu definitivamente não poderia me importar menos.
Encarei o teto branco, dando um suspiro pesado. Como eu queria que aquilo fosse apenas fruto da imaginação... Apenas um pesadelo. Onde eu acordaria meio assustada mas assim que descesse as escadas, veria minha mãe preparando o almoço com panquecas, como ela sempre gostava de fazer.
Senti uma mão apertar minha cintura. Olhei para o lado. Logan me encarava com os olhos meio cansados. Ele sorriu fraco, suspirando.
- Bom dia, My.
- Bom dia? - Franzi o cenho, olhando para a janela. Os raios de sol estavam fortes, mas passavam despercebidos devido a cortina que bloqueava a claridade. - Como assim bom dia?
- Ué, você dormiu. Muito, inclusive. Eu fiquei até preocupado.
- Está dizendo que a minha mãe... morreu ontem de tarde e eu dormi até agora, às... - Olhei o relógio. - Dez horas da manhã do dia seguinte?
- Exatamente. - Concordou. - Você precisava descansar um pouco. Se lembra do que fez?
- O que eu fiz? - Perguntei, mas é claro que eu me lembrava.
- Oras, você surtou. Quebrou alguns quadros do seu quarto, começou a chorar desesperadamente, gritou o nome da sua mãe e pediu para que ela voltasse. Saiu pela casa, bagunçou o quarto dela e gritou bastante. Depois, deitou-se na cama e dormiu em questão de minutos.
- Eu não sei nem o que dizer. - Fui sincera, respirando fundo. - Eu precisava fazer isso.
- Eu sei. - Logan sussurrou, acariciando a raiz do meu cabelo bagunçado. - Está um pouquinho melhor?
- A ficha caiu. - Respondo amargamente, sentindo uma pontada no peito. - Ela não está aqui mais. Eu não sei o que vou fazer da minha vida a partir de agora. Dói muito. De verdade. - Meus olhos começaram a marejar. - Mas eu não posso fazer nada.
- Você fez ela muito feliz. Dava para perceber o brilho nos olhos dela, e eu aposto tudo que isso era por causa de você. De Carlos e de Tom. Você perdoou ela e isso foi tudo que ela precisava.
- Eu não sei o que eu faria se isso tivesse acontecido com nós duas brigadas. Eu não suportaria perdê-la com nós duas na situação que éramos.
- Pensei por esse lado então. - Loggie disse e eu concordei com a cabeça. Olhei profundamente eu sem olhos e acariciei seu rosto de leve.
- Você poderia, por favor, me deixar um pouquinho sozinha? Eu preciso pensar.
- Claro. - Deu-me um beijo na testa e se levantou, calçando seu tênis. Eu suspirei, sentindo uma leve corrente de ar frio, que eu não havia percebido devido ao calor de Logan.
- Você não foi na aula hoje...
- Isso definitivamente não é problema pra mim. - Logan fez cara de deboche, o que me fez rir internamente. - Ana também não foi... Inclusive, estão todos lá embaixo. Só Kendall que não, ele tem prova de recuperação, precisou ir. - O moreno fez uma pausa. - Já estão todos sabendo.
- Eu imagino. Assenti suspirando. Logan mandou um beijo pra mim e saiu do quarto, fechando a porta.
Tá bom, Miley. Você precisa viver. Você tem apenas 17 anos, precisa entender que ainda tem muita coisa para viver. Tem que ser forte. Não apenas para você, mas para todos. Imagina Tom! Você tem que confortá-lo, afinal, agora ele crescerá sem uma mãe. E seu pai, Miley! Ele agora é viúvo... O que resta para ele são seus filhos. A mulher que resta para ele agora é você, afinal, é a única filha. Você tem que ser forte. Ninguém disse que seria fácil, e definitivamente, não será. Você precisa superar isso, por mais que doa, uma dor que não será fácil de acabar, mas você pode conviver com isso. Afinal, eu tenho certeza que Giselle está olhando por você. Te protegendo, te amando. O amor dela é eterno, assim como as ótimas lembranças de vocês duas.
Um barulho chato interrompeu os pensamentos da minah cabeça, onde eu tentava me consolar. Limpei as lágrimas que caíram e peguei meu celular. Estava cheio de notificações. Eu havia até me esquecido que tinha um celular.
Pessoas me mandavam mensagens de apoio pelo Facebook, pelo Whatsapp, Twitter, Instagram... Havia fotos minha com a minha mãe por todos os lados e inúmeras ligações perdidas. Suspirei, lembrando-me que Logan havia dito que todos já sabiam. Eu havia ficado por fora de tudo já que havia dormido tanto. Entrei no meu Whatsapp, e uma mensagem chamou a minha atenção.

Luke:

Sinto muito.


Sinto muito. Só isso. Sem nenhuma palavra a mais, nem mesmo um emoji. A minha mãe havia morrido, ele tecnicamente ainda era meu namorado e tudo que ele me mandava era um simples "sinto muito". Porra! Quanta fala de consideração! Nem ao menos me ligou e duvido muito que tenha vindo aqui em casa. Idiota. Idiota, merdinha, filho de uma boa... Meu Deus, eu estou parecendo o Logan... Mas aquilo era verdade. Luke era realmente um bosta.
Suspirei, jogando o meu celular com tudo na cama. Depois responderia as pessoas, não estava com cabeça para isso agora.
- Miley. - Alguém bateu na minha porta e eu mandei entrar, sem querer saber quem era. Não importava. - Olá. - Carlos sussurrou. Ele estava acabado, apesar de estar melhor que eu. Mas seus cabelos estavam levemente bagunçados, seus olhos vermelhos e grande olheiras chamavam a atenção. Estava com a expressão totalmente acabada. Pelo menos não estava com a mesma roupa de ontem.
- Olá. - Respondi, entortando a boca.
- Não vou te dizer muito.. Eu sei como você está. Também estou assim, só consigo disfarçar melhor. - Sussurrei, se aproximando de mim.
- Dói muito.
- Eu sei que dói. Está doendo agora, e eu não sei quando isso vai passar.
- Provavelmente vai demorar.
- Mas nós podemos ajudar um ao outro.
- Podemos. - Concordei. Duas lágrimas escorreram pelo meu rosto e eu funguei. Carlos manteve sua expressão mórbida, até que veio correndo em minha direção e me abraçou com força. Eu retribui o abraço com a mesma intensidade, se tornando praticamente impossível não chorar.
- 11h30m é o enterro. Por favor, se arrume. Precisamos ir.
- Precisamos. - Assenti, limpando alguma lágrimas e desfazendo o abraço. Carlos beijou minha testa e segurou fortemente o meu rosto, olhando no fundo dos meus olhos.
- Eu te amo, irmã. Vamos superar isso juntos, como uma família. - Sorriu fraco. - Agora vá tomar um banho, colocar uma roupa limpa. Estamos te esperando lá na sala. - Meu irmão mais velho disse e saiu do quarto. Eu respirei fundo e fui fazer o que ele disse. Precisava dar um último adeus para a minha mãe.
 


Notas Finais


LINK DA MÚSICA DO CAP: https://www.youtube.com/watch?v=Qiu3rvYveSg

Geeeeente, não me matem. Eu estava esperando por esse capítulo desde o começo da fic HUEHEUHEU. Por que vocês acham que a Miley se reconciliou e ficou de boas com a mãe dela? Porque isso iria acontecer no futuro!!! meu Deus, cara... Eu sou muito má. Me perdoem.
Isso muda algumas coisas na história né... E a gente achando que agora a vida dela ia finalmente se ajeitar HAHAH não foi dessa vez.
Bom, eu não sei se passei a imagem certa que eu gostaria. Não sei se consegui demonstrar a dor e sofrimento que a Miley estava sentindo, então me desculpem se não ficou muito bom. Esse cap está enorme! Falei que agora eles seriam maiores, né... Espero MUITO que tenham gostado. De verdade. ACHO QUE MEREÇO COMENTÁRIOS HAHAHA ♥

Aaah, eu não revisei o capítulo porque acabei de escrever e já tenho que sair agorinha mesmo, então desculpa se tiver algum erro. depois eu arrumo.

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Xx


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