1. Spirit Fanfics >
  2. Surprise >
  3. Frustrações.

História Surprise - Frustrações.


Escrita por: SrtaRocketQueen

Notas do Autor


Ooooi gente, que saudadeeee!

Bom, como talvez vocês perceberam, faz mais de um mês que eu não entro aqui e nem posto capítulo novo. Acho que preciso dar uma explicação para quem acompanha minha fic. Fiz umas provas MUITO importantes esses dois dias atrás, 19 e 20 de novembro. Antes, todo o tempo vago que eu tinha era estudando, além de que eu estava tendo aula de noite também. Tudo para me preparar para essas provas. Por isso não apareci, nem escrevi cap novo. Mas agora que já fiz, voltei normalmente.

Boa leitura.

Capítulo 48 - Frustrações.


Fanfic / Fanfiction Surprise - Frustrações.


Tempos difíceis 

O dia estava bonito. Um azul celestial pintava o céu limpo daquela manhã. O sol brilhava com intensidade, mas havia uma certa brisa que não nos deixava com calor. Mas mesmo que eu tivesse suando devido a temperatura, não sairia daquele lugar.

Não sairia do lado do caixão da minha mãe.

Muita gente havia comparecido no velório. Giselle era uma mulher muito importante e conhecia muitas pessoas. Perdi a conta de quantos empresários e homens de nomes poderosos vieram me desejar os pêsames. Sem contar que todos os meus parentes maternos e paternos - ou quase todos - estavam presentes. Eu não tinha a mínima noção de como minha família era relativamente grande. Havia muitos primos e tios que eu nunca tinha visto na vida. Mas já era de esperar por aquilo, afinal, até algum tempo atrás eu pouco me importava com a minha família. A única que eu realmente amava era minha vó, mas ela morreu. Também.
Alguns amigos do meu pai estavam sentados pelo local. Confesso que fiquei meio surpresa ao perceber que muitos deles choravam. Ninguém ali estava tentando esconder a tristeza que sentia. Mais cedo, alguns repórteres haviam comparecido para noticiar a morte de Giselle Jones, uma importante empresária. Tentaram me entrevistar, mas eu sinceramente não consegui dizer nenhuma palavra. Era difícil pra mim, e felizmente eles entenderam.
Estava com os olhos fortemente fechados, enquanto abraçava Carlos com intensidade. Ele chorava com a cabeça apoiada na minha, enquanto acariciava com lentidão o meu ombro. Tom estava do meu outro lado, segurando minha mão. Sua cabeça estava abaixada e ele chorava silenciosamente, bem discreto como sempre foi. Havia puxado meu pai, que inclusive, estava sentado ao lado de Carlos. Gusttavo estava se controlando muito bem, apesar deu ter pegado ele mais cedo chorando descontroladamente no quarto dos meus pais. Aquela cena havia acabado comigo, e eu havia borrado toda a maquiagem simples que havia feito para ir ao velório. Decidi que era simplesmente inútil passar alguma coisa na cara que não fosse a prova d'água.
- Já vamos enterrar... Até atrasamos um pouco. - O homem da funerária anunciou em voz alta e eu dei um grito de agonia. Aquela palavra... Enterrar. Minha mãe vai ser enterrada.
Isso é a pior sensação do universo. Uma pessoa que eu amo tanto vai ser enterrada a sete palmos do chão, como se ela nunca tivesse existido. Não terei o seu corpo mais presente, muito menos os seus pensamentos, conselhos, e até mesmo os xingamentos.
Eu sentia falta da minha mãe. Sentia falta de vê-la cozinhando e chamando todos para irem comer. De quando assistíamos filmes de comédia e ríamos altas horas da madrugada, ou de terror, que meu pai morria de medo e Giselle ria da cara dele. Sentia falta dela me olhando com ternura e se preocupando em como havia sido meu dia ou que nota eu havia tirado em alguma prova. De quando ela me xingava e me incentivava a estudar mais, dizendo que logo eu descobriria qual profissão gostaria de seguir. Sentia falta dos seus abraços, seus beijos, sua risada, sua maneira carinhosa e maternal, de quando ela me mostrava com pequenos detalhes que ela me amava de uma maneira incrível.
Eu queria poder pedir desculpas para ela. Por todas as vezes que fui uma filha má, e se me lembro bem, foram realmente muitas vezes. Desculpas pelas vezes que eu a xinguei, fui irônica, não me importei em ferir seus sentimentos e descontar a minha raiva. Pelas vezes que não tentei entender o seu lado, a culpei e julguei-a, achando que ela era a pior mãe do mundo. Pelas vezes que eu pensei que ela não se importava comigo, não me amava e queria distância de mim e dos meus irmãos. Pelas vezes que a humilhei, não me dando conta do imenso amor que ela sentia por sua família.
Todos nós erramos, é fato. E ela errou. Simplesmente errou mas reconheceu o seu erro. Percebeu que estava deixando sua família de lado. Pediu desculpas da maneira mais pura possível e demonstrou um sentimento maravilhoso por mim e pelos meus irmãos. Eu nunca esqueceria a noite que ela chegou desesperada em mim e demonstrou que ainda queria continuar sendo minha mãe. E se naquele dia eu tinha dúvidas se a desculpava ou não, hoje agradeço muito por ter feito a escolha certa.
- Miley, levante-se. - Carlos murmurou me chamando de volta para a realidade, enquanto me ajudava a levantar. Eu respirei fundo e enxuguei as lágrimas do meu rosto, sentindo até mesmo meu pescoço todo molhado de suor e lágrimas. A minha frente pude ver os meus amigos nos olhando com muita tristeza. Ana chorava enquanto ma encarava abraçada com Daniel, que estava de óculos de sol, assim como Kelly. A francesa foi correndo abraçar Carlos, que começou a chorar em seu colo.
- Nós nem tivemos tempo de despedir dela, My. - Tom, murmurou ao meu lado, devastado. Meu coração se apertou.
- Tom, você não se lembra? Nossa mãe odeia despedidas.
- Eu não me importo. Eu queria poder dizer uma última vez o quanto eu a amo. - Eu suspirei ao ouvir suas palavras.
- Ela já sabe disso. - Tentei sorrir fraco, acariciando seus cabelos da nuca. - Ela sabe que nós a amamos muito. Para sempre. É eterno Tom, assim como ela sempre estará nos protegendo de alguma forma.
- Você acredita nisso?
- Mas é claro! - Respondi rapidamente. - O amor é um sentimento tão forte que nem a morte consegue acabar com ele. - Pisquei e Tom assentiu depois de um tempo. Ana veio até nós e abraçou meu irmão mais novo com força, sussurrando algumas coisas para ele. Fiquei observando a cena até ser abraçada por alguém.
- Desculpe a demora. Minha mãe se atrasou, pra variar. - Logan murmurou no meu ouvido, me abraçando com força. Eu suspirei de alívio e retribui o abraço. Pensava que ele não iria vim mais.
- Tudo bem.
- Como está? Espera, que pergunta idiota. - Ele revirou os olhos, e eu até acharia engraçado se não fosse naquela situação. - É claro que não está bem...
- Não estou. Mas acho que já me conformei. Prefiro pensar que ela está olhando por mim de algum lugar.
- E está. - Ele sorriu de lado, acariciando minha bochecha. Ia continuar dizendo algo mas foi interrompido.
- Oh meu Deus, aí está você! - Nattalya, mãe de Logan, falou alto ao me ver e foi correndo me abraçar. Logo em seguida, me encarou com pena. Seus olhos estavam marejados. - Querida, eu sinto tanto por isso... Na verdade, eu não consigo acreditar até agora. Ela estava tão bem, tão... viva. - A mulher fez uma pausa, enxugando rapidamente uma lágrima que havia caído para que não borrasse sua maquiagem. - Eu sinto muito. Muito mesmo, do fundo do meu coração. Quero que saiba que eu estou aqui por você, está bem?
- Sim. Muito obrigada, Sra. Henderson.
- Por favor, corte as cordialidades nesse momento. Me chame de Nattalya. - Ela disse e eu sorri fraco assentindo. Ela foi até meu pai e eu avistei Tio Michael que me olhava arrasado.
- Eu não sei nem o que dizer... Deve estar doendo tanto... - O pai de Logan disse, me abraçando com força. Eu fechei os olhos e retribui, fungando.
- Isso vai passar, tio.
- Lógico que vai. A vida é bela demais para que uma tristeza se permaneça para sempre em nosso coração. - Ele sorriu, piscando pra mim. - Definitivamente, ninguém pode preencher o espaço da sua mãe, mas você tem que viver a sua vida. Não é mesmo?
- É sim. - Sorri. Ele tinha a capacidade incrível de deixar qualquer pessoa bem. - Obrigada por tudo, tio. Eu te amo.
- Eu também te amo, Miley. - Ele me abraço de lado, dando um beijo na minha testa. Eu suspirei, percebendo que agora eles estavam se preparando para fechar o caixão.
- Querida, venha cá. - Meu pai murmurou, seus olhos extremamente fechados e sua expressão destruída. - Venha dar um último tchau para a sua mãe. - Eu engoli em seco ao ouvir aquilo. Respirei fundo, sentindo o meu corpo todo tremer. Fiquei ao lado do meu pai e olhei para ela. Sua expressão estava bem serena. Estava com alguns cortes devido ao acidente, mas estava linda, como sempre foi.
- Mamãe. - Sussurrei, segurando sua mão gélida. - Eu te amo. Quero te pedir uma última desculpa pelas vezes que eu não fui uma boa filha, e nós duas sabemos que foram muitas vezes. - Sorri fraco. - Me desculpe. Eu sempre te amei, mesmo falando coisas horríveis pra você... Eu me arrependo amargamente disso. Fico feliz de termos nos reconciliado e realmente termos tido uma ótima relação de mãe e filha. Você me proporcionou tantos bons momentos nesses últimos tempos que já recompensou todos os anos que ficamos brigadas. Você é maravilhosa, Giselle. Sei que está olhando para mim de algum lugar. Obrigada por tudo. Eu te amo muito, eternamente. - Dei um beijo na sua testa e sai de perto, sentindo meu coração se apertar. Gusttavo me abraçou com força e ficou ao lado de Tom, já que agora era vez dele se despedir.
Dizer aquelas coisas de certa forma havia me dado certo alívio. Eu tinha certeza absoluta que minha mãe sabia muito bem do tamanho do amor e gratidão que eu sentia por ela. E isso era o que mais importava para mim.
- Parabéns. Você está sendo muito forte. - James disse assim que chegou ao meu lado, sorrindo de lado. E retribui, enxugando o meu rosto.
- Eu tenho que ser, Jay.
- Estou aqui por você.
- Eu sei. Obrigada. - Abracei-o com força, até ele ir se despedir. E era o que todos estavam indo fazer. Avistei Logan encostado em um canto. Ele mantinha seus braços cruzados e parecia estar pensativo, encarando o chão. Suspirei e fui até ele. Abracei-o pela cintura, sem dizer uma palavra, e logo em seguida ele também envolveu seus braços em mim.
- Se despediu? - Sussurrou no meu ouvido calmamente.
- Sim. - Suspirei. - Estou bem mais aliviada.
 Depois de um tempo, o caixão foi fechado. Já iriam enterrar. Havia muitos fotógrafos e pessoas chorando no local. Eu me segurei ao máximo para não chorar muito. Eu tinha que ser forte, não é mesmo? Não há como voltar no tempo e impedir que minha mãe morresse em um acidente de carro.
Fitei Logan. Ele não precisou dizer nada que eu já havia entendido tudo. Fui até Tom e meu pai, e nós nos abraçamos de lado, assim como Carlos. Fomos seguindo o caminho onde alguns homens levavam o caixão da minha mãe para ser enterrado. Eu nunca havia gostado de enterros. Me sentia sufocada, triste, deprimida. Ainda mais naquela parte, na hora que era enterrado. Não gostava de assistir aquilo, e agora dessa vez sendo minha mãe, triplicava a dor que eu sentia no coração.
- Pai, eu não quero ver isso. - Murmurei pra ele, enxugando as lágrimas. Ele beijou minha testa com leveza.
- Eu entendo. Não precisa ficar aqui. - Sussurrou e eu apenas assenti. Fui saindo vagarosamente entre as pessoas, ouvindo algumas lamentações. Sai do local, respirei profundamente. Preferia manter a imagem da minha mãe feliz e sorridente do que ter que ver seu corpo sendo enterrado. Me causava arrepios só de imaginar.
E aquilo não era exatamente uma despedida. Eu ainda tinha Giselle na minha vida, só que agora não era mais em forma física. Mas, sua alma ainda estava comigo, assim como eu tinha certeza que ela me protegia e me amava, independentemente da onde quer que ela esteja.

Uma semana depois.

Pois é, acho que eu tinha que começar a viver a minha vida novamente.
Olhei mais uma vez o meu relógio, marcava 6h30m agora. Eu estava atrasada. Mas diferente de como eu faria antes, não sai desesperadamente da minha cama e comecei a fazer tudo correndo. Apenas me levantei com calma e fui ao banheiro fazer a minha higiene.
Aquela terça-feira seria o primeiro dia que eu iria pra escola depois que minha mãe morreu. Já fazia uma semana que tudo aquilo havia acontecido... Eu estava conseguindo me manter forte, aliás, estou indo melhor do que o esperado. Obvio, o vazio em meu coração ainda permanece. Acredito que, mesmo que muito tempo passe, mesmo com todas as palavras de consolo, esse vazio não será preenchido. Mas, o que me mantém forte é o apoio de todos que estou recebendo.
Veio muita gente me dar os pêsames e tentar me consolar. Meu pai e Carlos estão me ajudando muito também, assim como Tom. Assim como Ana e Daniel, James, Kendall, e claro, Logan.
Tom vai começar a ter acompanhamento psicológico daqui dois dias. Ele é o que está se mostrando mais deprimido, fica enfiado em seu quarto o dia todo e não sai nem para comer. Meu pai está achando que isso não é normal e já chamou uma psicologa pra ele. Eu acredito que isso será bom.
Suspirei, indo até meu closet. Coloquei meu uniforme e sai do meu quarto, sem ânimo para fazer maquiagem ou até mesmo escovar os cabelos. Desci as escadas com a mochila já nas costas.
- Bom dia, pai. Já estou indo para a escola. - Anunciei assim que cheguei na cozinha, dando-lhe um beijo na bochecha.
- Então você vai mesmo?
- Sim. - Respondi, firme. - Eu preciso continuar com a minha vida, né...
- Exatamente, filha. - Ele sorriu de canto, me observando. - Obrigado por me ajudar com tudo isso nos últimos dias... Você está se demonstrando muito forte e isso é bom.
- Obrigada, pai. - Sorri. - Agora, preciso ir. Estou atrasada.
- Coma alguma coisa. Eu te levo hoje.
- Estou sem fome. Vou apenas pegar uma fruta pra não desmaiar no meio do caminho. - Entortei a boca e peguei uma maça. Despedi-me do meu pai e sai da minha casa. Fui até meu carro e em pouco tempo já havia chegado na escola.
Mesma coisa de sempre. A diferença é que agora havia menos pessoas, porque muitos não iam mais para a escola por ser final de ano. E na cabeça deles, pra que ir na escola se já atingiu pontos suficientes para passar de ano? Ser inteligente realmente tem seus privilégios.
- Oh meu Deus. - Só fui entender o que havia acontecido quando vi Ana enroscada em mim. Ela me abraçou com força e Danny sorriu docemente pra nós. - Você veio!
- Sim. - Forcei um sorriso. - Na verdade, vim ver se preciso continuar vindo na escola.
- Eu entendo. - A loira suspirou, mexendo no meu cabelo. - Mas eu acho que você já passou, suas notas foram muito boas nesse último bimestre...
- Sim, minha mãe me ajudou bastante. - Senti um friozinho na barriga só de me lembrar daquilo.
- Ajudou em muitas coisas. - Ana sorriu e eu assenti. O silêncio se instalou no local até Daniel quebra-lo.
- Você esta sendo o assunto dessa escola.
- Daniel! Eu acho que a My não iria querer saber disso!
- Na verdade eu meio que já sabia. - Murmurei, olhando ao redor. As pessoas que passavam por nós prendiam seus olhares sobre mim. - Logan me contou. Além do mais, já era de se esperar. Minha mãe era importante e passou até na televisão.
- Sim, mas... Deve ser chato ser o centro das atenções.
- Calma, Ana Maslow está mesmo falando isso? Querida, você dançou pra todo mundo ver na festa do Carlos.
- Eu estava bêbada Daniel! - Ela exclamou, indignada.
- Mesmo assim! Foi o centro das atenções e gostou.
- Cala a boca. - Ana cruzou os braços, emburrada e contrariada. Eu fiquei observando os dois por um tempo e ri. Eles eram realmente incríveis. Faziam-me sentir melhor sem nenhum esforço pra isso.
- Oh, me desculpe por isso My... Nós desviamos um pouco do assunto...
- Eu que tenho que agradecer vocês for me fazerem sentir melhor. - Sorri, abraçando os dois com força. Eles ficaram um pouco surpresos no começo mas logo trataram de me apertar também. Depois de alguns segundos, desfiz o abraço e abri meus olhos, murchando meu sorriso. Alguns metros de nós, bem atrás de Ana, Luke me fitava.
- Miley, o que... - Daniel ia começar, mas assim que se virou para trás, parou de falar. - Ops.
- Vocês conversaram durante esse tempo?
- Não, Ana. - Murmurei, ainda encarando-o. - Ele me mandou aquela mensagem que eu te falei e eu não respondi. Não conversamos mais.
- Aff, então deixei-o pra lá. Vamos naquele lugar que...
- Não. - Interrompi-a, firme. - Preciso fazer uma coisa que eu já precisava ter feito há muito tempo. - E dizendo isso, sai em passos firmes na direção do loiro. Ana me chamava atrás de mim, mas eu fingia que não estava escutando. Luke parecia surpresa com a minha atitude, mexendo as mãos desconfortavelmente. Cheguei até ele e parei na sua frente. Olhei para o lado rapidamente e percebi que Logan estava sentado com alguns garotos no refeitório, um pouco próximos a nós. Ele também me encarava surpreso. Suspirei.
- Oi. - Luke sussurrou, me olhando com a testa franzida. Percebi que alguns pessoas nos encaravam. Merda, as pessoas aqui não tem vida pra cuidar não?
- Oi, Luke. Eu vim te dizer uma coisa.
- Me dizer uma coisa? Bom... Eu sinto muito pela sua mãe, fiquei muito...
- Obrigada. - Interrompi-o secamente. Havia me lembrado da forma como ele havia sido e a raiva só aumentou. A minha mãe havia morrido e a única coisa que eu havia ganhado do meu namorado foi um "sinto muito". - Bom, não sei se você se lembra, mas tecnicamente ainda somos namorados.
- Somos? - Agora ele me encarava como se eu tivesse três olhos e duas bocas. - Eu não... Sei o que dizer sobre isso.
- Eu sei. Estou terminando tudo com você. - Rebati, cruzando os braços. Duas meninas que passavam por nós riram disfarçadamente. - Aliás, tudo o que né? - Ri com ironia. - Nem somos mais um casal. Você já teve tudo que queria de mim.
- Do que está falando? - Ele perguntou, confuso. Eu podia deixar aquilo pra lá, mas não conseguiria. Então resolvi dizer logo de uma vez.
- Você está assim comigo desde aquilo que aconteceu na festa do Kendall. Desde que... transamos. - Abaixei meu tom de voz. - Depois você mudou completamente. Era isso que você queria, certo? Pois bem. Já teve.
- O que? Miley, não é nada disso que você está...
- Me poupe, Luke. - Rolei os olhos. - Enfim, está tudo acabado entre nós. Passar bem. - E sem esperar nada vindo dele, sai andando como se nada tivesse acontecido.

[...]

- Senhorita Jones, eu sinto muito mesmo. Pode contar comigo para tudo que você precisar. - Sra Freire murmurou para mim, me olhando com pena. Era hora do intervalo e eu estava na sala dos professores para conversar com alguém sobre minha situação escolar. A aula até que havia sido bem tranquila, tirando os olhos de pena sobre mim e os pêsames de todos da sala e dos professores. Até o diretor Will ficou extremamente abalado quando me viu. Eu já estava acostumada com tudo aquilo.
- Obrigada. - Sorri em forma de agradecimento. - Na verdade, eu queria lhe perguntar uma coisa.
- Pode falar.
- An... Bem, a senhora sabe que eu não tenho mais.. ânimo pra vim a escola. - Confessei, suspirando. - Eu sei, tenho que viver a minha vida e ainda há muita coisa, mas.. Estamos no final do ano. Queria saber se eu já passei de ano e posso entrar de férias ou ainda preciso vim? Sinceramente, hoje eu só vim na aula para saber disso. - Terminei, encarando-a. Ela pareceu me entender, assentindo lentamente a cabeça.
- Eu entendo, querida. - Querida? Nossa, aquilo estava até melhor do que eu pensava. - Tenho uma notícia boa para você. A partir de agora apenas os alunos que pegaram recuperação terão que vim para a escola fazer as provas. Estava conversando com os outros professores sobre a sua sala, e adivinha, você não está de recuperação! - Ela sorriu. - Já passou de ano, senhorita Jones. Não precisa mais vim.
- Oh, ainda bem. - Sorri, aliviada. Acho que era a primeira vez que eu não ficava de recuperação.
- Você se dedicou muito aos estudos nessas últimas semanas. É realmente surpreendente.
- Minha mãe me obrigava estudar. - Eu ri, me lembrando do quanto eu odiava aquilo. Nem pensava que ela só fazia aquilo pro meu bem.
- Oh, me desculpe, eu não sabia...
- Tudo bem. - Interrompi-a, suspirando.- Estou feliz que agora só preciso vim novamente ano que vem.
- Na verdade, alguém precisa vim para busca seu boletim, mas isso é só mais no final do ano.
- Irei pedir meu pai.
- Tudo bem. - A Sra. Freire sorriu, assentindo.
- Eu preciso ir... Não quero ficar aqui na escola. Posso ir embora? - Pedi, expressando todo o meu desânimo de permanecer ali.
- Tudo bem, pode ir. Vamos, vou abrir o portão para você, senhorita Jones. - A minha professora de matemática começou a andar em direção a saída. Eu acompanhei-a, suspirando. Passamos pelo refeitório, onde eu avistei Ana e Daniel conversando em um canto. Assim que eles me viram, eu sorri e acenei. Ana fez um sinal e eu entendi que ela me ligaria mais tarde. Apenas assenti e segui o caminho. Cheguei no meu carro e me despedi da Sra. Freire. Não consigo entender como ela pode me tratar desse jeito mesmo depois de tudo que eu fiz com ela. Digamos que no começo do ano eu era uma verdadeira capetinha dentro da sala. Principalmente nas aulas dela. A respondi-a sem remorsos e não copiava absolutamente nada, sem contar as diversas aulas que eu dormi. Eu devia agradecê-la muito mesmo por tudo.
Assim que ela se afastou, eu liguei meu carro e fui embora daquela escola. Não havia visto o Henderson, e isso talvez havia me deixado um pouquinho triste. Será que ele sabia que eu havia conversado com o Luke para terminar com ele? Bom, eu não duvidava nada que ele já soubesse. Terminei com o loiro na frente de todo mundo e, naquela escola, informações como essas passa de boca em boca em questão de minutos.
Dirigi distraidamente até chegar na minha casa. Passei pelos seguranças e adentrei na sala. Carlos estava deitado no colo de Kelly, e parecia estar dormindo, enquanto a francesa assistia um programa de culinária e o volume estava bem baixo. Me aproximei.
- Bom dia. - Murmurei, observando meu irmão. Ele estava com a cara bem inchada e vermelha.
- Bom dia, My. - Kelly sorriu pra mim.
- O que houve com ele?
- Estava chorando muito, eu tive que vim consolá-lo. - Ela respondeu, triste. - Você sabe, ele é o que está menos tentando ser forte.
- Sim, eu sei. - Suspirei, me aproximando e acariciando os cabelos dele. Dormia como um anjo. - Obrigada por vim ajuda-lo. O que ele mais precisa agora é disso.
- Não precisa nem agradecer, cher. Você sabe que isso não é nenhum esforço pra mim. - Ela piscou e eu concordei, assentindo.
- Ele vai acordar melhor. E os outros?
- Seu pai deu uma saída. Mas antes teve que dar remédio para Tom dormir. Ele ficou acordado a noite inteira.
- Tom é outro que precisa de muita atenção agora. - Conclui, sentindo meu coração se apertar com aquilo. - Ele não é de demonstrar muitos sentimentos, então é difícil de saber como ele tá.
- Mas provavelmente está bem mal.
- Isso está mesmo... Vou conversar com ele depois quando acordar. Agora vou subir porque também estou com sono. Qualquer coisa se precisar, pode me chamar.
- Pode deixar, beau. Tenha um bom sono. - Ela disse e eu apenas sorri de lado. Subi as escadas e tirei toda a minha roupa, ficando apenas de calcinha e sutiã. Tranquei meu quarto por segurança e deitei na minha cama, enrolando-me debaixo das cobertas. Não havia sido apenas Tom que não havia dormido direito naquela noite. Eu também não conseguia permanecer dormindo por mais de uma hora, ou seja, sempre acordava. Dormir realmente estava sendo uma tarefa complicada.
Mas o corpo necessita disso, e eu já estava começando a dar sinais de que precisava descansar. Depois de ver uma mensagem que Ana havia me mandando, falando que me ligaria depois para conversarmos, eu simplesmente apaguei, deixando todas as minhas frustrações para mais tarde.
 


Notas Finais


Gente, esse capítulo terminou sem graça mas é porque acho que vocês precisam respirar um pouco né. Todo capítulo termina de algum jeito que vcs ficam loucas(os). Esse já tá mais de boa. Lembrando que estamos na reta final! A fic vai até o capítulo 56. Então não posso garantir que os outros capítulos também terminarão tranquilamente...

Poor favor, comentem aqui pra mim o que estão achando ♥ Espero mais comentários de vocês hein! Quanto mais gente comentar, mais rápido sairá os caps, porque é com isso que eu animo escrever!

TWITTER: @GihFanfics
GRUPO NO FACEBOOK: https://www.facebook.com/groups/518360308295970/?fref=ts

Xx


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...