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História Surrender 2 - As duas irmãs - parte 2


Escrita por: mjhbates e ArabellaStark

Notas do Autor


Feliz natal leitores 🎄

Capítulo 10 - As duas irmãs - parte 2


1999

Era a primeira vez que Daniel olhava para o filho desde o assassinato de Elizabeth. Por que eles tinham que ter tido um filho tão cedo? Ele só queria poder ouvir Pearl Jam – foi de onde veio nome do filho – e passar o tempo com Elizabeth, mas tudo pareceu sempre conspirar conta. Agora ele estava sozinho. James tirou tudo. Nada sobrou.

A dor parecia insuportável quando o filho olhou Daniel nos olhos, até que Daniel reparou. Os olhos de Elizabeth.

Ali, percebeu que não tinha perdido tudo; aquilo era uma parte deles que ainda restava.

– Sabe, carinha, o mundo é cheio de pessoas ruins, só que você não. Eu nunca, nunca vou deixar nada de ruim acontecer com você.

 

2016

– Jeremy? Jeremy? – eu sentia a mão balançando meu ombro, e a voz vinha de algum lugar na minha cabeça, mas eu mal conseguia ver. Os borrões luminosos brancos e vermelhos me deixavam confuso.

Então eu morri? Se sim, que lugar é esse?

Até que o borrão vermelho se transformou em Emily, que chamava meu nome, com um braço coberto de sangue. Eu ainda estava deitado naquele chão. Naquele mesmo chão. Gostaria que fosse só um dos pesadelos com morte, mas não era. E, naquele momento, eu queria estar morto.

A voz do meu pai se aproxima, e eu luto pra me manter acordado.

– Jeremy, por que você tem que ficar fazendo isso? – ele estava tão desesperado quanto os outros. O olho dele estava molhado, e eu me senti culpado. – É perigoso, Jeremy.

Outra pessoa que reconheço ser da polícia levanta Emily, tomando cuidado com o braço ferido.

– Cadê... – me esforço pra falar – Cade... Ally. Ally. Onde?

Percebo que Daniel olha pros lados e pergunta pra um policial. Nada. Ninguém sabe onde ela está.

– Não! – o som que sai da minha boca parece mais um guincho. – Não! Sarah levou... fugiu... – e, sem perceber, estou me arrastando no chão pra porta do outro lado do ambiente. Percebo que estou tremendo.

Um tiro, vindo de algum lugar de cima.

Os policias se espalham. Meu pai me ajuda a me levantar. Me apoio nos ombros dele e vamos, com dificuldade, até a porta. Eu sei que aquele tiro foi disparado por Sarah.

Só no terceiro lance de escadas que percebo que também tenho vidrinhos perfurando a minha pele, e estou coberto de poeira. Noto que os comparsas de Sarah fugiram. Meu pai chuta as portas duplas de uma sala maior, quase invisível.

Ally está sangrando nas pernas, recuando no canto, sob a mira da arma da irmã.

– Sai de perto dela! – grito pra Sarah, me aproximando de Ally. Aidan pula de mim e me derruba. Meu pai tenta atirar, mas Aidan pega a arma e tranca a porta Sarah expressa um sorriso.

– Assista, irmãzinha – a mulher nem falava comigo, mas apontava a arma pra mim. – Você ama ele, não ama? É isso que o amor causa. Morte.

– Não, por favor! – Ally se esforça pra se levantar em uma perna só. – Você é minha irmã. Apesar de tudo. Por favor, Sarah. Somos família. Me dê meu último desejo. Ele não tem nada a ver com isso. Eu quero morrer no lugar dele.

– Que assim seja – Sarah mira na testa da irmã, e Ally fecha os olhos embaçados.

O resto parece acontecer em câmera lenta. Eu tenho poucos segundos pra pular na frente, mas preciso fazer isso. Ally se arriscou por mim, e eu tinha que me arriscar por ela.

Só que eu não contava com o fato de que meu pai ia pular na minha frente. Quando o som do disparo preenche o local, ele cai.

Nada mais importava.

– Pai! Pai! – me ajoelho ao lado de Daniel sem me importar com o riso de Sarah.

– Filho... – ele luta, e coloca a mão na minha cabeça. – Não precisa chorar. Eu vou encontrar Elizabeth agora. Nós vamos ser muito felizes. Eu te amo, filho. Você é a pessoa mais corajosa que eu conheço. Seja sempre isso.

Tento forçar alguma palavra, mas acabo me engasgando com minhas próprias lágrimas. Os olhos de Daniel sobem, e eu sei o que aquilo significa. Meu pai está morto.

Tudo era ódio. Tudo no mundo merecia morrer.

– Você! – grito pra assassina do meu pai. Ela tenta um tiro, mas a arma está descarregada. Lanço toda a minha força por cima dela, e nós dois caímos. Percebo que Aidan tentou um tiro e falhou.

Agarro o pescoço. As veias dela se dilatam.

Aidan não percebe que Ally se moveu, e ela chuta a arma pra longe. Os dois brigam. Quero lajuda-la, mas não posso largar Sarah. Aidan consegue bater em Ally, que cai num canto. Quando parece que acabou, o pé dela arremessa ele contra a porta, e Aidan tenta se virar.

Mas rosto atravessa o trinco pelo olho, e ele cai ajoelhado. O cérebro. O trinco atingiu o cérebro.

Volto para Sarah, apenas pra notar que ela está cada vez mais roxa.

– Jeremy, não – Ally diz, e eu solto. – Ela é minha.

Sarah tenta se levantar, mas está fraca. Ally pega um objeto aleatório e acerta firmemente no rosto da irmã. Me surpreendo com a força. Um chute. Outro chute na mulher caída. Penso que ela vai bater na mulher com o objeto, mas ela faz melhor.

Ela deixa Sarah se levantar.

– Adeus, irmãzinha.

É a última coisa que Sarah ouve antes de ser empurrada contra os vidros da janela. As mãos tentam se agarrar a alguma coisa, mas só encontram mais vidro. Sem nada pra segurar, a irmã mais velha cai uma queda livre de vários andares do prédio, e Ally observa.

Só quando o barulho seco do corpo se quebrando no chão chega aos nossos ouvidos que as lágrimas escorrem.

– Ally... – me levanto pra abraçar ela. – Meu pai...

Ela respira pesadamente, quase sufocando, com os olhos arregalados. Os olhos fitam a arma, e entendo o que aquilo significa. Pego a arma de Aidan.

Apontamos um a arma pro queixo do outro.

– Eu te amo, Ally – digo, tremendo.

– Eu te amo muito, Jeremy. Obrigada por me salvar mais de uma vez.

Meu dedo escorrega até o gatilho.

“Eu te amo, filho”.

Não sei de onde a voz vem, mas parece me preencher todo. De alguma forma, reconheço aquela voz. Elizabeth. Eu sabia. Minha mãe falou comigo.

E nada mais daquilo faz sentido.

– Ally, não – abaixo calmamente a arma e afasto a outra do meu pescoço. Desabamos um no outro. 


Notas Finais


O próximo é o último :( prontos pra se despedir??


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