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História Surrender (Camren) - Dois pilares e uma decisão


Escrita por: MirneyCruz

Notas do Autor


** Hey! Olha só quem está de volta... Que saudades de vocês amores!!! Espero que gostem do capítulo, foi difícil mas ele saiu. (Rsrs) Boa leitura! ** 😽📖

Capítulo 35 - Dois pilares e uma decisão


Fanfic / Fanfiction Surrender (Camren) - Dois pilares e uma decisão

Por Camila

Miami, 18 de Março de 2016

Já havia se passado quase duas horas que eu apenas ouvia a mulher a minha frente falando sem parar sobre sua empresa e as vantagens que eles tinham em relação as outras no quesito marketing, "nós somos os melhores" foi repetido tantas vezes que ecoava na minha cabeça como um disco arranhado, e embora eu não tirasse os olhos dela, acompanhando cada movimento seu de forma precisa, nada que ela dizia estava sendo absorvido, minha mente estava longe, presa em memorias recentes.

- Então Srta Cabello, o que achou de nossa proposta? Acredito que o potencial da Expression Partner irá trazer um aumento de capital considerável para o J.J News. - Ela finalizou a apresentação mirando diretamente para mim - Agora que vocês estão investindo mais em publicidade, a nossa empresa será o ideal para as propostas do jornal, nós já temos até um planejamento de marketing quase todo montado para uma possível apresentação, caso queira fechar conosco.

Fui acordada de meus devaneios com aquela indagação, todos na sala viraram sua atenção para mim aguardando minha resposta, inclusive a mulher vestida completamente de azul que estava em pé a frente, que eu já até havia esquecido o nome. Encarei cada par de olhos que me mirava e procurei ajuda buscando o olhar de Dinah, que estava sentada ao meu lado terminando algumas anotações em sua agenda, ela não me percebeu.

- Bem, Srta... - Pigarreei tentando disfarçar o perceptível esquecimento de seu nome, na frustante tentativa de ganhar alguns milésimos de segundos a mais para forçar meu cérebro a lembrar.

- Collins. Lily Collins. - A mulher falou me encarando fixamente com um olhar sério e ansioso.

- Você pode deixar o layout conosco? Iremos analisar e entrar em contato depois. - Tentei passar firmeza na voz, embora estivesse morrendo de vergonha por dentro. Eu não havia prestado atenção em nada que ela havia dito.

- Posso, claro. Mas vocês ficaram com alguma dúvida? Eu posso esclarecer agora.

Seus olhos castanhos me olhavam de uma forma um tanto intimidadora, ela possuía uma expressão serena, apesar da postura séria, e um semblante um tanto angelical adicionado a uma certa malícia, era uma mulher bonita, bem arrumada e portava um certo charme particular. Sua inteligência e dedicação àquilo que fazia era notório, com certeza ela havia planejado toda aquela apresentação da melhor forma, e eu nem sequer havia escutado uma palavra que ela dissera.

Fiquei na esperança de que alguém perguntasse algo para me apoiar de âncora as anotações de Dinah, porém infelizmente nenhuma daquelas seis pessoas que também dividiam a reunião conosco perguntou nada, eles me olharam confusos sem entender minha omissão de decisão, porque normalmente sempre era decretado alguma coisa por mim, mas hoje, minha mente não pertencia ao jornal, eu estava ainda viajando nas memorias de tudo que havia acontecido na noite anterior e nesta manhã.

- Não Srta Collins, eu gostei bastante da proposta, porém como será um investimento significativo em ternos financeiros, eu não posso tomar esta decisão sozinha. Já temos uma parceria de publicidade e trabalhamos também com a equipe da All Culture e C.P Vision, então acredito que este momento não seja o apropriado para uma mudança deste porte, mas não quero desconsiderar a opção permanentemente. Por isso peço que deixe seu material que irei analisar junto aos envolvidos e Dinah entrará em contato com vocês posteriormente.

A mulher me encarou uma última vez e baixou sua vista soltando um leve sorriso de canto, assentiu com a cabeça e agradeceu pela atenção de todos. Pelo seu olhar derradeiro, eu pude sentir um certo desapontamento em sua face, provavelmente ela esperava que fechássemos a parceria, mas eu não podia tomar uma decisão destas sem o conhecimento de Lauren, ainda mais pelo fato de eu não ter prestado atenção em sua proposta de fato. Eu tentei ser a mais convincente possível no encerramento da reunião, esperando que ninguém houvesse notado minha dispersão, além de Dinah, que como sempre não deixava nada passar em branco.

Aguardamos até que todos saíssem da sala, até restar apenas eu, minha melhor amiga e secretária, e a mulher que terminava de guardar seu material. Nós a observávamos enquanto ela, de costas, colocava seus últimos pertences dentro da bolsa.

- Obrigada pela oportunidade Srta Cabello, pode ligar a qualquer momento, estarei a disposição. - Ela caminhou em nossa direção agradecendo e após cumprimentá-la, a mesma saiu me deixando sozinha com o olhar curioso de Dinah Jane.

- Acho que alguém está bem distraída por aqui não é? - Dinah começou com um cutucão em minha costela e uma expressão um tanto séria no rosto. - Está tudo bem?

- Sim, espero que você tenha feito muitas anotações. Eu vou precisar que me passe o material depois. - Evitei a encarar, porque sabia que seria meu fim se fizesse isso. - Você vai almoçar comigo?

- Camila, você fugiu de mim a manhã toda. O que está acontecendo? - Sua indagação fez meu corpo travar ao seu lado, realmente não tinha como escapar de Dinah Jane - Eu tentei conversar com você duas vezes hoje e nas duas vezes você inventou algo para sair de sua sala e ainda usou o Mendes para me despistar. Vai falando logo o que aconteceu...

- Dinah, você é osso viu? - Eu a encarei meneando com a cabeça e aquela minha expressão lhe arrancou um sorriso moleque.

- Eu sabia que você estava escondendo algo! Não tem como me enganar Camila, eu te conheço há anos. - Seus olhos semi cerraram e ela me encarou com um olhar suspeito.

E realmente não tinha como a enganar mesmo, ela sempre conseguia me decifrar de todas as formas, Dinah era agora como a representação de família para mim, eu a via como meu porto seguro, como uma mãe e irmã mais velha, todos os sentimentos bons e fraternos que eu ainda não havia matado dentro do meu ser, eu reservei para dividir com ela e Sofia. E hoje, só em pensar em não as ter do meu lado, me causava uma dor imensurável, o que jogava a culpa na minha cara da ideia que tive há um mês a atrás.

- Ok, Srta Jane. Me passe as anotações depois, por favor. - Eu sorri me virando em direção a porta tentando fugir do interrogatório que estava prestes a me prender. 

No corredor, quase alcançando a maçaneta da porta de minha sala, fui tomada por um perfume familiar que invadiu meus pulmões, perfume este que me enebriou a madrugada inteira, que tomou meus sentidos e me fez viajar à outras dimensões pela portadora daquela essência amadeirada e com um leve toque mentolado. Imediatamente senti a pulsação de meu coração acelerar e um frio preencheu minha barriga, revirando minhas entranhas com o nervosismo daquele encontro, era Lauren, eu não tinha como me enganar, e depois de todo esse tempo sem aparecer no jornal, eu provavelmente não iria conseguir disfarçar o que houve ficando ao lado dela e Dinah ao mesmo tempo.

Travei aonde estava e uma voz gritou no meu subconsciente, "Por que diabos você está nervosa? A Dinah vai ficar feliz em saber", um sorriso foi arquitetado e quando eu ousei o projetar, meu olhar foi tomado de assaltado pelas portas do elevador fechando e um estranho alívio se fez dentro de mim transbordando em minha face.

- O que foi isso Camila? - Me assustei com a voz de Dinah ecoar pelas minhas costas.

- Isso o que? - Disfarcei sem a encarar e continuei minha caminhada até encontrar a porta a minha frente e a abrir.

- Você parou do nada no corredor e ficou extasi... - Sua voz calou e ela dividiu comigo a surpresa com o que havia a nossa frente.

Um buquê de rosas vermelhas repousava sobre a mesa dentro da sala, juntamente com uma caixa de bombons de chocolate, o perfume que há pouco invadiu minha respiração e ainda passeava dentro de meu pulmão, agora havia o preenchido completamente, seu cheiro estava tão forte e marcante, que eu poderia até duvidar que ela havia o borrifado lá dentro só para me provocar.

- Ah mas eu não acredito! É muito cinismo para uma pessoa só, pode deixar que eu mesma cuido disso! - Dinah passou por mim impaciente caminhando a passos pesados até a mesa, parecia está furiosa. - Ele pensa que vai te comprar com essas merdas, e apagar o que fez com flores? Que cara babaca! Além de escroto, ainda é burro!

Ela pegou com fúria o buquê perfeitamente moldado, fazendo com que algumas rosas caísse ao chão e estava prestes a sair da sala para provavelmente o jogar fora, eu apenas a observava ainda sem reação pela emoção daquela novidade, e mirando o chão eu quase a deixei escapar, mas retornei em si quando a porta foi aberta com força e eu consegui voltar minha atenção para a mulher a minha frente, tão decidida.

- Dinah! Espere... - Eu a chamei, fazendo com que ela, já fora da sala, se virasse para me encarar com o cenho franzido em desentendimento. - Espera aí, vem cá.

A puxei pelo braço de volta e fechei a porta a minha frente, antes de voltar a encarar, um forte suspiro se fez me dando coragem para prosseguir.

- Não estou te entendendo Camila. Você vai aceitar? - Sua voz saiu firme, quase em um decreto.

- Calma Chee, vamos ver de quem é primeiro... - Meus olhos foram de encontro aos dela e quase que no mesmo instante desceu até o interior do buquê em seus braços para procurar algum cartão, ela continuava séria.

- Até parece que você não sabe de quem é... Me poupe! - Ela meneou negativamente com a cabeça enquanto me encarava, agora impaciente por me ver procurar o bendito cartão entre as rosas.

- Elas são bem cheirosas, você não achou? - Em resposta, Dinah revirou os olhos em desdém. - Achei!

- Mas o que... O que você está fazendo?

Tomei o buquê de seus braços ignorando sua feição de espanto e reprovação, caminhei de volta até a mesa enquanto encarava meu nome escrito a letra cursiva com aquela caligrafia sem defeitos no envelope, o sorriso estava lá naquele momento, enfeitando meu rosto e me deixando com cara de boba, tomada outra vez pelas lembranças que me tiraram de órbita a manhã inteira.


- Ei baby, acorde... - Escutei de longe uma voz que soava familiar me chamar, e um beijo carinhoso foi posto em minha bochecha. - Eu poderia te admirar a manhã inteira e se pudesse jamais interromperia seu sono, mas acho que a senhorita não iria aprovar se eu deixasse você perder seu horário.

Abri os olhos devagar e percebi que pouca luz entrava no ambiente, o quarto ainda estava um pouco escuro, iluminado apenas pelo brilho que emanava por trás das cortinas, um perfume mentolado substituía agora o oxigênio que eu inspirava naquele instante, e ao perceber que eu não estava sozinha e nem em meu quarto, um espasmo de susto me pegou de surpresa, fazendo com que eu me sentasse na borda da cama, uma risada baixinha ecoou pelas minhas costas.

- Bom dia! - Senti o colchão ser levemente afundado pelo peso de alguém que se aproximava, e antes que desse tempo de me virar para observar o rosto da portadora daquela voz, meu abdômen foi envolvido por seus braços quentes e um beijo depositado em meu ombro despido. - Dormiu bem?

- Sim, e você? - Sem a encarar ainda, eu podia sentir sua respiração bater de encontro a pele de meu pescoço fazendo os pelos de meu corpo arrepiarem, enquanto eu mirava o chão aguardando sua resposta.

- Bem demais, melhor impossível. - Um sorriso relaxado foi projetado e Lauren me puxou mais para o centro a cama, fazendo-me deitar sobre suas pernas e encarar aquelas esmeraldas, que brilhavam mais intensamente do que os raios do sol que invadiam cada mais com dificuldade aquele comodo.

- Que horas são? - Eu mencionei levantar outra vez, mas seus braços me prenderam, um outro sorriso riscou seus lábios e ela se aproximou. - Espera, deixa eu escovar os dentes primeiro.

- Eu já te beijei antes pela manhã, sem você escovar os dentes, vem cá. - Ela falou dengosa enquanto eu me desvencilhava de seus braços e sentava outra vez na borda da cama. - Ainda está cedo, nós temos tempo.

- Temos tempo? Tempo para quê Srta Jauregui? - A encarei por cima dos ombros devolvendo seu sorriso e percebi um olhar malicioso descer até meu corpo, que só então me dei conta que estava completamente despido e exposto, já que o lençol cobria naquele momento apenas da coxa para baixo - Ah minha nossa, você nem para me avisar que eu estava assim.

- E perder essa visão dos céus? Claro que eu não iria te avisar...

- Lauren... - A olhei com um olhar desaprovador e ela sorriu largo mandando um beijo para mim. - Que perfume é esse?

- Ah, é meu novo hidratante. Você gostou?

- Sim, é muito bom. - Minha imaginação foi longe quando percebi que provavelmente por baixo daquele tecido felpudo do roupão que a cobria, seu corpo estaria quente e tão vulnerável quanto o meu, pensamentos impuros vieram me levar.

- Você nem viu o que eu te trouxe. - Ela disse chamando minha atenção para uma bandeja em cima do criado mudo ao meu lado.

- Você me trouxe café da manhã na cama Lauren? - Depois da noite incrível que tivemos, ser surpreendida com aquela mordomia, era digno que ser guardado com cuidado na memória.

- Sim, espero que goste. Tem frutas, panqueca, geleia, pão, suco, iogurte e café. Como não sei ainda o que você prefere comer no desjejum, eu trouxe um pouco de tudo que tinha na cozinha. - Ela se aproximou novamente deslizando suas mãos macias sobre a pele de minhas costas. - Se quiser outra coisa, só me dizer que eu faço.

- Lauren, obrigada. Não havia necessidade, está tudo ótimo. - Eu a encarei torcendo para que meu rosto não estivesse transparecendo o que eu sentia naquele, mas minha esperança foi quebrada com o seu cenho franzindo e a indagação que viria a seguir.

- O que houve? Eu fiz algo de errado? 

- Não, é que... - As palavras teimavam em querer travar, mesmo eu as forçando a sair, elas emperravam em sua origem. - Nada, obrigada por tudo Lauren.

- Isso não é nem o começo para tudo o que eu ainda pretendo te dá Camila.


Dinah continuava em pé a minha frente portando em seu semblante uma carranca séria e impaciente, esperando que eu terminasse de ler o cartão e lhe desse alguma explicação cabível para ter aceitado aquele presente e ainda mais nutrindo uma expressão serena e relaxada. Eu não conseguia me separar do sorriso que enfeitava meu rosto, e sentia que minha satisfação só semeava ainda mais a confusão na cabeça de minha amiga.

- Por que você está com esse sorriso bobo no rosto? Desde quando você gosta de receber presentes daquele traste?! - Sua voz cuspia a repulsa que ela sentia.

E antes que aquela cólera respigasse em mim eu estendi o braço a entregando o cartão, uma de suas sobrancelhas arquearam e ela me olhou fixamente, com a mandíbula trincada. 

- Esse não é dele, amor. - Seu cenho franziu e automaticamente seus braços foram descruzando para tomar o cartão em suas mãos e dá lugar em sua face uma expressão curiosa.

- Não é dele? Como assim? E de quem é então?! 

- Veja você mesma... - A indiquei e ela começou a ler as linhas escritas a mãos no pequeno papel.

"As vezes não precisamos de uma paixão desmedida para nos completar, apenas alguém que nos escute e queira estar ao nosso lado para nos cuidar já seria o suficiente, ou pelo menos o começo...

Espero que goste do presente, e que eles possam alegrar seu dia assim como você fez com o meu. Obrigada por aceitar meu pedido. Eu prometo tentar te fazer muito feliz. Já estou com saudades!"

L. Jauregui


- Mas o que... - Suas palavras ficaram mudas e ela me encarou, eu quase gargalhei com a expressão ainda mais confusa e estarrecida com que a mulher a minha frente se encontrava.

Me levantei e caminhei em direção ao frigobar para buscar uma água e me preparar para sentar na cadeira de réu e enfrentar a sentença que me seria imposta a seguir. Eu ainda não havia me virado para a encarar outra vez, bebi o líquido da garrafa lentamente e aguardei a tempestade vir com força, no entanto estava tardando mais que o normal. Dinah estava encostada na mesa ainda com o papel na mão relendo o que estava escrito.

- Obrigada por aceitar meu pedido? Eu prometo tentar te fazer feliz? - Quando eu finalmente tive coragem para a encarar, ela já estava quase a um passo a minha frente, balançando o cartão na mão e o cenho ainda frazido. - O real significado disso Camila...

- É exatamente o que parece Dinah. - Seus olhos cresceram e os lábios ficam um pouco entre abertos, demonstrando um possível começo de espanto - Nós... Bem, ela me pediu... É... Enfim, eu aceitei.

- Mas vocês estavam brigadas, a Lauren estava sumida e até ontem você tinha uma tromba enorme na cara. - Ela pausou e encarou o chão pensativa por breves segundos. - Hoje pela manhã, você estava toda misteriosa e agora isso... Aconteceu tudo ontem a noite?

- Sim...

Eu já sabia que ela me obrigaria a contar como o episódio havia acontecido e sem nenhuma válvula de escape para me socorrer, eu resolvi a dissertar como foi que aquilo havia ocorrido. Tentei descrever da melhor maneira possível e da forma como minha memória me permitiu, porém, claro, respeitando nosso íntimo, alguns detalhes não foram expostos, mesmo porque se eu o fizesse, receberia no mínimo um beliscão pela audácia. Mas eu não ousaria, seria de certa forma desrespeitoso com Lauren, embora minha vontade fosse gritar o quanto ela era maravilhosa, em todos os sentidos, principalmente na cama.

- Quer dizer que o cubo de gelo aí finalmente se rendeu? - Ela soltou um sorriso largo e feliz? Parecia aliviada. - Céus, vocês estão namorando! Nem acredito.

- Por enquanto estamos apenas juntas, iremos nos conhecer melhor...

- Nomes são apenas rótulos, a Lauren jamais vai te deixar ficar com mais alguém e nem eu, então vocês estão namorando sim. - Ela veio em minha direção e eu ganhei um forte abraço. - Ah, que bom chancho! Eu estou feliz, estou feliz que seja com ela.

- Realmente você gosta dela não é? - Fui me desvencilhando de seus braços enquanto ainda era analisada pelo seu olhar cheio de brilho.

- Como não gostar da Lauren? Além de ser aquele mulherão, ela é um amorzinho com você. E mesmo sendo tão recente, eu confio nela, sei que ela vai fazer de tudo para te fazer feliz. - Acho que ela pretendia continuar com os elogios, mas percebendo a feição de riso que eu fazia ao ouví-la, Dinah parou. Não era tão comum a ver elogiando alguém, principalmente uma mulher. - Sim, eu realmente gosto dela. Por enquanto...

- Certo, que bom que gosta.

Gastamos o restante da manhã conversando sobre o mesmo assunto e alguns outros aleatórios sobre o jornal, repassamos suas anotações da apresentação da Srta Collins e já quase badalando o horário de almoço, fomos surpreendidas com uma visita um tanto inusitada, alguém que costumava sempre ser inconveniente e presunçosa, chegou desta vez educadamente causando um conflito interno em nossas intuições, Dinah já se posicionou em alerta e como sua desconfiança sempre passava a frente de qualquer outra coisa, ela tentou quebrar aquela situação, mas eu queria ver até aonde a outra pretendia com aquilo tudo.

- Camila, nós podemos conversar a sós? Acho que ela não vai deixar eu falar com você direito? - Miley, me encarava com um olhar um pouco perdido.

- E não vou mesmo! - Dinah esbravejou ficando entre nós duas. - O que você está pretendendo com todo esse teatro, projeto de Cruz credo?!

- Dinah, eu não vou me dá ao trabalho de responder. - A mais baixa falou calmamente ignorando as provações da outra, não parecia nada com a atual Miley Cyrus, mas sim a pessoa que eu costumava ser amiga a dois anos atrás. - Eu vim aqui numa boa querendo falar com a Camila, você poderia nos dá licença por favor?

- Numa boa? Por favor? - Dinah gargalhou sarcasticamente - Isso não é típico de você Cyrus, não pense que vai nos enganar com essa ceninha. Chega até a ser ridículo o que está fazendo, até mais do que quando você vem transbordando sua inveja. - Ela a encarou de frente se aproximando mais com os braços cruzados, parecia uma muralha me protegendo do ataque inimigo - Já pode tirar a máscara, ninguém aqui é idiota. Desembucha logo o que você quer?

- Camila... Por favor... - Miley desviou de seu olhar fulminante e me encarou com a expressão como se pedisse ajuda.

- Ok Dinah, pode deixar... - Repousei minha mão delicadamente sobre o ombro de minha amiga solicitando indiretamente que ela relaxasse, chegava a ser engraçado aquela cena, mas eu não ousaria sorrir naquele momento, iria sobrar pra mim.

- O que?! Mas de jeito nenhum eu vou te deixar sozinha com ela.

- Acho que a Miley não vai me dá um tiro ou algo do tipo não é? - Me direcionei a outra que nutria uma expressão apreensiva, ainda sendo fuzilada por minha melhor amiga. Ela sorriu singelamente de lado meneando negativamente, assentindo a minha indagação. - Deixa eu saber o que ela tem a me dizer.

- Se você tiver de falar algo, terá que falar na minha frente. Eu não vou sair! - Dinah respondeu ainda sustentando o mesmo olhar feroz para Miley.

- Ok Camila, eu falo com você depo... - Ela travou sua fala quando percebeu o buquê de rosas, a caixa de bombons e o cartão sobre minha mesa, os encarou por breves segundos com a feição confusa e a relaxou logo em seguida planejando um discreto sorriso ao mirar o chão pensativa, para o desfazer ao voltar a me encarar. - Eu falo com você depois, com licença.

Miley saiu a passos apressados me deixando sozinha com uma Dinah furiosa dentro da sala, minha amiga, que ainda tinha aquela expressão raivosa fixada no rosto, agora se virava para mim arrancando minha coragem, o seu olhar estava assustador e engraçado ao mesmo tempo. Ela fixou os olhos nos meus e ficou ali parada me olhando esperando uma explicação.

- O que foi Dinah? Eu só queria saber o que ela desejava. Você não ficou curiosa? - Caminhei de volta a mesa para buscar o cartão e o guardar dentro da bolsa.

- Ok, da próxima vez eu saio, pode deixar... - Seu tom saiu com uma pontada de chateação, enquanto ela se afastava em direção a pequena copa.

- Oh meu amor, não precisa ficar assim. Você está com ciúmes da Miley? É isso mesmo? - Eu me aproximei na menção de a abraçar, mas ela fugiu dos meus braços me assaltando um sorriso. - Oh Chee, para com isso. Você sabe muito bem que ela não ia falar com você aqui, e eu ia te contar depois o assunto. - Parei ao seu lado e ela apenas me olhou de relance para encher uma xícara de café - Nós vamos almoçar juntas?

- Você não vai agradecer a remetente do presente não?

- Vou, mas posso fazer isso depois não é? Nós moramos no mesmo prédio, e agora eu quero ficar com você. - Depois que findei minha frase, ela me olhou e eu me aliviei pelo sorriso que riscou seus lábios. Mesmo sabendo que sua birra logo passaria, eu quis apressar. A abracei forçadamente de lado e depositei um rápido beijo em sua bochecha.

- Não, está tudo bem sua boba. Pode ir ficar com sua deusa do Olimpo, eu almoço com a Penélope, ou com a Hayley.

- Podemos almoçar todas juntas.

- E você escancarar que está pegando a chefe suprema?! Vocês duas são péssimas na arte do disfarce! - Aquela sua observação me causou um certo frio na barriga. - É melhor irmos com calma. Mesmo ninguém tendo nada a ver com a vida de vocês, esse assunto causaria um certo furdúncio pelos corredores.

Eu sabia que ela estava certa, realmente não era algo assim para expor de forma impulsiva, eu e Lauren ainda não tínhamos nada de tão sério por enquanto, iríamos começar a nos conhecer, o pedido que ela me fez significava para mim muito mais um convite à algo novo, do que de fato um começo de relacionamento. Eu era novata nesse meio, minhas experiências com mulheres foram todas rápidas demais, ao ponto de eu nem sequer sentir algo, por um tempo eu achei que era uma pessoa assexuada, porque nenhum homem me atraía e as lembranças de algo mais sexual eu apenas tinha por causa de uma certa amiga da faculdade, que tão curiosa quanto eu, descobrimos juntas em uma festa. Até conhecer Charlie, eu não sabia o que era ser um casal, eu havia me rotulado como homossexual antes porque na verdade, dentro de meu íntimo eu só conseguia enxergar mulheres com esta conotação, mas com ele, foram rompidas várias dúvidas, eu fui lançada do monte da felicidade e segurança para a penumbra de uma relação abusiva e tóxica, então as definições do "nós" para mim, ainda soava como algo assustador. 

Dinah ficou comigo mais alguns minutos dentro da sala e eu a convenci a me acompanhar no almoço, iríamos nós três. Embora ela jogasse sempre as piadinhas de que ficaria sobrando, eu iria a arrastar mesmo assim, seria um bom momento para conversarmos, já que ela disse que teria um diálogo com Lauren ainda sobre o possível relacionamento.

Ela fez me companhia até o andar de cima, onde eu buscaria a outra que até então não sabia ainda sobre o almoço. Dinah era só sorrisos agora, parecia até ela a protagonista da novidade, chegamos ao nosso destino e assim que as portas foram abertas, como de costume Penélope nos recepcionou com o seu melhor sorriso. 

- Bom dia Penélope! - Dinah logo se pôs a frente cumprimentando a outra loira que a respondeu simpaticamente sentada em sua cadeira. - A Lauren?

- A Sra Jauregui está aí dentro, porém está em uma ligação no momento, creio que não poderá ser interrompida agora. - Sua feição mudou um pouco para tensa - Posso ajudar em algo?

- Houve algum problema? - A perguntei me posicionando mais a frente encarando agora a porta ao meu lado.

- Não tenho conhecimento Srta Cabello, o assunto é pessoal. Ela pediu apenas que não deixasse ninguém entrar até que ela encerrasse a ligação.

- Mas a diretora precisa falar com ela, pelo menos a Camila pode entrar? - Dinah a indagou.

- Sinto muito Srta Jane, ninguém pode entrar. - Seu tom de voz nunca mudava, ela sempre se mantinha calma apesar da expressão receosa.

Instantaneamente Dinah e eu trocamos olhares, eu assenti a imposição e aguardei sentada a poltrona de espera juntamente a minha amiga que preferiu neste momento não falar nada, talvez ela tivesse a pretensão de não me causar nervosismo precipitando alguma acusação, mas o seu silêncio estava sendo ainda mais torturante, porque não era comum a ver quieta diante de uma situação de impasse. 

Alguns minutos se passaram e já quase batendo o meio dia, o telefone da mesa de Penélope toca, aquele horário eu já havia enchido meu estômago de água e pela ansiedade de falar com Lauren, minha fome já quase havia cessado, eu havia gasto a sola de minhas botas alternando em olhar a vista da cidade em seu pleno movimento pela vidraça do corredor e me sentando a poltrona que vez ou outra eu ocupada. As outras duas que dividiam o mesmo dilema, apenas me observava.

"Certo Sra Jauregui, não houve nenhuma ligação importante, apenas alguns e-mails sobre a convenção do próximo mês, eu já encaminhei para o seu... Não, até o momento ela ainda não ligou... Pode deixar... Certo, eu estarei aí em um minuto... A Srta Cabello e a Srta Jane estão aqui... Não sei o assunto... Ok".

Penélope desligou a ligação e me encarou, projetou um singelo sorriso e levantou-se para caminhar em direção a porta da sala, ela pediu que aguardássemos mais alguns minutos e já retornava para autorizar nossa entrada. A frase "Ela ainda não ligou..." dita agora pouco ficou passeando em minha cabeça e como se compartilhasse-mos o mesmo pensamento, Dinah mantinha uma expressão séria mas evitava me encarar, ela parecia pensativa mirando o assoalho negro brilhante aos seus pés.

Não demorou nem dois minutos e a secretária estava saindo pela porta, ela tinha uma feição tensa no rosto, porém logo tratou de a relaxar quando me percebeu encarando seus olhos azuis, eu já estava uma pilha de nervos e dentro de mim gritava um direito que eu não sabia se tinha, de entrar naquela sala e exigir explicações de Lauren, meu coração pulava dentro da caixa torácica, e o subconsciente alarmava para aquele novo sentimento que nascia.

- Podem entrar senhoritas. - Penélope autorizou nossa entrada e se permaneceu na passagem da porta, a segurando para que nós passassemos. 

Meu olhar foi no encontro com o de Dinah e ela apenas acenou com a cabeça para que eu fosse, ela ficaria me aguardando lá. Eu assenti e prossegui, àquela altura a intenção da visita já havia mudado.

- Com licença Lauren... - Eu adentrei a sala a passos curtos e logo ao alcançar sua mesa, percebendo que estávamos a sós ela se levantou sorrindo e deu a volta à minha direção.

- Oi minha linda, que saudades que estava de você, cadê a Dinah? - Seus braços vieram até minha cintura e ela mencionou me beijar, mas eu não consegui a corresponder, estava nervosa. - O que houve? Não tem câmeras aqui. - Um breve sorriso foi desenhado em seus lábios e ela não me soltou buscando meu olhar - Por que você está com essa cara, não gostou do presente?

Infelizmente eu até havia esquecido do presente recebido outrora.

- Gostei sim... - Tentei abrandar o máximo que pude a voz, mas como a Dinah havia declarado mais cedo, eu não era muito boa na arte do disfarce - Está tudo bem?

- Sim...

- Tem certeza? Eu não quero atrapalhar nada. - Ela me encarou e franziu o cenho em confusão. - Você já resolveu o que estava resolvendo? 

- Ah sim, eu... Eu falava com o advogado de meu pai sobre o andamento das coisas em Nova Iorque, ele vai ficar mais um tempo lá, por enquanto não sabe quando volta, então Peter pediu que eu continuasse cuidando das coisas por aqui e do apartamento do velho. - Eu assenti e tentei me soltar de seus braços, mas ela não permitiu. - Eu não sabia que vocês estavam aí... - Eu não conseguia a encarar, porque eu sabia que no momento que eu mirasse seu mar verde, eu mergulharia e afundaria. - Ei, essa carinha não é de quem acordou lindamente hoje de manhã e gostou do presente que eu dei. 

- Está tudo bem, você resolveu seu outro assunto do apartamento?

- Sim, o rapaz foi lá pela manhã cedo, eu tentei ser rápida para dá tempo de te da sua carona, mas a senhorita já havia ido embora. Bem que poderia ter esperado um pouco mais para vir comigo não é? - Ela me puxou fazendo nossos corpos colarem e depositou um lento beijo em meu pescoço. Todos os pelos arrepiaram e o escudo se quebrou.

- Eu ia me atrasar. Já não basta a correria que tive que dá pra voltar ao meu apartamento e me arrumar a tempo, eu não sabia quanto tempo ia demorar não é? - Ela sorriu e me roubou um selinho - Espera, mas como foi lá? Você fechou a venda?

- Não, ele quis baixar muito o preço alegando que ia trocar os móveis e a localização não era privilegiada, então eu o mandei ir embora. - Seu sorriso saiu largo.

- Você vai mesmo vender o apartamento?

- Eu o acho pequeno, sei lá, e penso que você se sentiria melhor comigo não te vigiando não é? 

- Não exatamente, eu não estou me incomodando mais com isso. Agora, dizer que aquele apartamento é pequeno, é loucura Lauren. - Ela sorriu ainda mais largo e sua beleza reluziu a sala inteira - Se o motivo maior for por mim, não precisa se dá ao trabalho, mas você quem decide. 

- Ok, depois vejo isso... Agora me diga, a sua magnífica visita foi apenas para brigar comigo, me agradecer pelo presente ou matar a saudade? - Novamente eu fui puxada para seus braços.

Enquanto ela encostada na mesa envolvia minha cintura em um laço perfeito não me dando chance para nenhuma escapatória, uma outra pergunta martelava agora e me lançava direto para um trampolim onde eu não sabia se pulava naqueles lábios avermelhados tão chamativos e beijáveis ou se me mantinha ao chão e matava minha dúvida, ela me deixava sempre muito confusa. Lauren não me permitiu pensar por muito tempo, e antes mesmo que eu percebesse, sua língua macia já explorava o interior de minha boca, me chamando para a perdição daquele beijo inebriante.

Beijo este que durou rápido demais, os toques já mencionavam avançar quando a porta foi batida anunciando que minha entrada estava demorando mais do que o suficiente para quem aguardava lá fora.

- Oh Lauren, a Dinah está esperando! Céus, eu havia me esquecido. Eu vim te chamar para almoçar conosco. Vamos? - Tive que cessar nosso contato as pressas lembrando que a outra já deveria estar impaciente querendo me retalhar.

- Claro, vamos sim. Deixa seu casaco aqui... - Ela puxou pelas mangas compridas o casaco longo de cor vinho que cobria meu cropped branco e ia até a metade da calça jeans clara com rasgos que eu vestia.

- Mas porque deixar aqui, eu posso deixar lá na sala?

- Não, você vai deixar aqui. Porque quando a gente voltar, você terá vir buscá-lo. Aí... Nós terminamos o que íamos começar. - Um sorriso malicioso enfeitou seu rosto e como se fosse possível, ela ficou ainda mais linda, quase me assaltando os sentidos outra vez.

"Camila..." - A voz de Dinah ecoou no lado oposto da porta. E sem mais demora, percebendo que já havia se passado quase meia hora que eu estava ali dentro, puxei Lauren pelo braço e saímos pela porta. Minha amiga tinha em seu rosto, uma expressão que misturava impaciência e alívio por ver que não estávamos brigadas, pelo contrário. Eu agradeci aos céus por ela já estar sozinha lá, quando reprimindo um sorriso, Dinah pediu que eu limpasse o canto da boca pois havia borrado o batom.

Saímos a três juntas até o restaurante que foi escolhido por Lauren, o cardápio era comida brasileira desta vez e o restaurante possuía meu nome na sua logo, o que nos rendeu alguns risos, sem motivos. As duas a minha frente eram só sorrisos e embora a mesma indagação ainda martelasse na minha mente querendo levar embora minha paz, eu decidi não tocar naquele assunto, o momento não era propicio e eu não queria parecer chata ou inconveniente assim logo no início. Porém estávamos acompanhadas com Dinah Jane, que nunca deixa passar nada e não costuma levar dúvidas para casa, mesmo que elas pareçam inapropriadas para serem expostas.

- Lauren, vou te fazer uma pergunta e não me importo se parecer invasiva, porque eu tenho que cuidar da minha irmã aqui. Ok? - Ela perguntou repentinamente quase assaltando o sorriso dos lábios da outra, que apenas fez uma expressão de surpresa e assentiu. - Vocês estão começando esse lance aí, eu estou muito feliz que finalmente a Camila tenha não só te dado uma chance, mas a ela também, e eu sei que ainda pode ser muito cedo para obrigações e imposições, mas eu não pude deixar de me incomodar com algo que Penélope falou com você ao telefone.

- Sim... O que te incomodou? - Eu tentei olhar Dinah de relance para reprimir o que viria a seguir, mas foi em vão, eu estava prestes a explodir de ansiedade e nervoso.

- Eu gosto muito de você, não nego isso a ninguém, mas nós não te conhecemos certo? - Lauren assentiu com um sorriso de canto - Quem era a mulher que você aguardava a ligação? 

Eu não podia me sentir mais envergonhada naquele momento, minha vontade era de me levantar, dizer que ia ao banheiro, ou simplesmente sair dali, aquela era a pergunta que se repetia em meu subconsciente, mas nunca minha ousadia seria tamanha ao ponto de perguntar isso assim, eu não me sentia no direito ainda.

- Oh, era... era Alexa. Eu estava aguardando sua ligação para me passar alguma novidade sobre o jornal em Nova Iorque, mas ela ainda não ligou. - Lauren sorriu relaxado e piscou para mim.

- Ah certo, desculpe perguntar isso assim de repente. É que a forma como a Penélope falou, pareceu algo mais tenso sabe? Aí eu pensei, "Como assim 'ela ainda não ligou', se a Camila está bem aqui? Ah eu tenho que tirar essa história a limpo, porque se a Lauren tiver outra e estiver enganando minha amiga, eu não respondo por mim", é isso. Como eu sei que essa daqui não teria coragem de perguntar, eu tive que fazer por ela. Mas fica o aviso de qualquer forma. - Ela concluiu fixando seu olhar ao de Lauren com os olhos semi cerrados.

- Está certo Srta Jane, pode deixar. Eu não estou enganando a Camila, fiquem tranquilas. Minha ficha é limpa! - Ela sorriu largo levantando as mãos em rendição, eu não podia me sentir ainda mais nervosa, mas de certa forma aliviada. 

Lauren estava tão linda, ela sempre é, porém hoje emanava uma luz diferente dela, ela havia escolhido uma calça jeans branca com rasgos em seu comprimento, um cropped escuro floral e sandálias de salto, seu ar de empresária se contrastava com seu look despojado que estava na mesma vibe que o meu, e embora parecesse o contrário, nós não havíamos combinado nada, já que eu deixei seu apartamento praticamente correndo antes mesmo de terminarmos o café da manhã, que por sinal estava maravilhoso. 

Partimos do restaurante quase já no final do horário de descanso, as duas mulheres agora ao meu lado se entreolharam como em um breve debate entre elas, e Dinah logo se pôs ao meu lado ficando no meio, ela disse que não queria atrapalhar o casal, mas não ficaria jogada no canto. Lauren recebeu aquela acusação com um largo sorriso e a respondeu com um leve tapinha em seu braço, as duas eram tão a vontade entre si que as vezes me fazia pensar que sempre foram amigas e me escondiam o tempo todo, e embora as vezes o ciumes batesse com aquela entrosação toda, era muito adorável ver a aproximação de ambas.

Caminhamos por cerca de 10 minutos ouvindo uma conversa sem fim sobre um filme que Dinah havia assistido esta semana, os sons de tudo ao meu redor se misturavam em uma sincronia com o vento que batia em meu rosto e a imagem daquelas duas criaturas adoráveis ao meu lado se juntavam em um espetáculo prazeroso, me fazendo sentir nestes breves momentos uma brisa assoprar a escuridão que ainda habitava em meu interior. Aos poucos eu sentia que nem tudo estava perdido, que o mórbido sentimento em que eu achava que estaria aprisionada ia se dissipando, e algumas dúvidas iam sendo abafadas quando eu encarava aqueles lindos olhos verdes brilharem ao me analisar.

- Vocês gostariam de fazer alguma coisa mais tarde? - Lauren perguntou enquanto estávamos quase entrando no elevador já de volta ao jornal.

- Bem, eu havia combinado com a Normani de irmos a ClubSpace hoje à noite, faz tempo que não me jogo em uma pista de dança, vocês querem ir? - Dinah continuou com entusiasmo.

- Ah, por mim pode ser. - Lauren respondeu me encarando com um singelo sorriso. - Tudo bem para você Camz?

- Camz?! - A surpresa nos pegou pelo apelido que eu havia acabado de ganhar, mas ela foi maior pela voz que ecoou atrás de nós o repetindo em um tom curioso. - Boa tarde senhoritas... - Fomos as três encaradas, porém os olhos ali a frente foram fixados em mim.

- Boa tarde Charlie. - Apenas Lauren o respondeu, ele a olhou rapidamente a oferecendo um efêmero sorriso e logo voltou a me encarar calado com uma expressão séria no rosto.

A contragosto de todas que estavam ali, tivemos que dividir o elevador com ele até chegarmos no andar a qual minha sala pertencia, aquele rápido percurso pareceu uma eternidade, e embora eu não o encarasse, o homem não tirava os olhos de mim um segundo sequer, seus cílios estávamos estáticos, a feição fechada demonstrava que algo o incomodava. Eu não tinha o menor interesse em saber o que se passava em sua mente, mas de certo modo me preocupava tudo que viesse projetado daquele ser. Dinah bufava e o encarava sem receios e minha atenção maior em Lauren precisava ser abafada para não demonstrar nada além, ela seguia a mesma atitude que a minha e mesmo sendo notório o quanto parecia incomodada com os olhares dele em minha direção, sua discrição não deixava transparecer o sentimento que talvez estava a sufocando ali.

- Camila, nós precisamos conversar. - Ele quebrou o silêncio quando as portas se abriram no 5º andar e todos saltaram para fora do elevador o deixando para trás.

- É sobre o jornal? - O indaguei impaciente enquanto as outras duas alteravam o olhar para nós dois.

- Não exatamente, mas envolve tudo a nosso respeito. - Ele respondeu sustendo ainda os olhos aos meus e rapidamente encarou Lauren que ainda nos olhava atenta. - Eu vou passar em seu apartamento esta noite e espero que desta vez você não me desaponte.

- Não perca nem o seu tempo, por que a Camila não vai estar lá. - Dinah se entrepôs e tentou me puxar pelo braço. - Eu não sei o que você ainda precisa para entender que sua presença é algo que ninguém deseja. Quando é que você vai se tocar?

- Srta Jane, eu estou sendo muito paciente em relevar sua falta de educação e respeito comigo aqui dentro. - Ele a encarou de frente desta vez, não parecendo intimidado ao lado de Lauren - Você, mesmo com toda sua arrogância e petulância que sempre foram notórios a sua pessoa, costumava pensar melhor e ser mais inteligente antes. Aqui dentro, embora eu não seja seu superior direto, você me deve respeito, porque eu também estou acima do seu cargo, e a minha posição na bancada pode muito bem tirar o seu emprego, mas eu não tenho intenção de fazer isto. - Seus olhos semi cerraram para ela, que automaticamente buscou o olhar de Lauren - Você parece ser uma profissional bem competente e diligente, mas não teste minha paciência por muito tempo, não misture as coisas, o profissionalismo também se refere a distinção. Não é Srta Jauregui?

Eu gelei naquele momento e me senti sem utilidade, porque mesmo a raiva querendo dominar meu ser me fazendo quase perder a razão, de certa forma ele estava certo. As atitudes de Dinah eram satisfatórias para mim, não podia negar que me enchia de orgulho a ver me defender sempre, não que eu precisasse integralmente de sua coragem, mas as vezes ela deixava o seu sentimento falar mais alto do que sua consciência e realmente perder a linha fora da empresa não soava da mesma forma lá dentro.

- Bem Sr Puth, acredito que o tratamento de Dinah perante você deve haver alguma razão bem cabível, e realmente ela é bem inteligente para saber o que está fazendo, mas não se preocupe que irei conversar com ela sobre isso depois. Porque assuntos pessoais devem ser sempre tratados fora da empresa, não é? - A sua enfatização foi proposital e eu entendi o seu contexto.

- Sim, por isso mesmo estou dizendo que vou passar em seu apartamento às 20h00 Camila, iremos jantar juntos. - Ele nem sequer esperou que Lauren terminasse de falar e logo se virou para mim outra vez, jogando aquela indagação e caminhando até minha antiga sala, que foi forçadamente esvaziada para que ele se acomodasse quando estivesse por aqui.

- Se quiser falar comigo terá que ser agora, porque mais tarde... - Impedi sua caminhada e precisei mudar o tom da voz, já que outros funcionários começavam a chegar. - Mais tarde, eu realmente já tenho compromisso. 

- Camila... - Seus olhos me repreenderam, mas eu continuei.

- Irei lhe esperar em minha sala... - Abri a porta e entrei mantendo-a aberta.

- Sim, vamos lhe esperar lá dentro. - Ouvi Dinah mencionando entrar também, porém Lauren a impediu.

- Dinah, vem cá... - Ela a puxou pelo braço me encarando e a levou em direção a copa que ficava no final do corredor, eu as observei até sumirem, minha amiga parecia atônita com a atitude da outra.

Eu continuei sendo encarada de forma séria pelo protagonista dos sentimentos infelizes em que eu vivia, ele tentou ignorar meu convite mas logo mudou de ideia quando eu o chamei outra vez mostrando que estava realmente falando sério sobre o compromisso que teria hoje a noite. Sua respiração pesou e lá no fundo me bateu um certo arrependimento de ter que estar sozinha com ele, eu sentia raiva de mim mesma porque quando estava acompanhada eu pensava já ter superado, mas me vendo ali outra vez sem ponto de apoio, a sensação era diferente.

O esperei entrar, cumprimentei um funcionário do marketing que cruzou o corredor e observou curioso nossa tensão e em seguida fechei a porta atrás de mim, fechei os olhos rapidamente para puxar de volta a coragem que queria ir embora e caminhei até minha mesa, onde ele aguardava sentado na poltrona a frente segurando a caixa de bombons que eu havia ganhado.

- "Camz"... O que significa tudo isso aqui? - Ele jogou a caixa de volta sobre a mesa, e me encarou de uma forma nunca feita antes.

- É uma caixa de bombons e um buquê de rosas, exatamente o que estava vendo. - Minha resposta saiu imediatamente causando uma expressão ainda mais raivosa em sua face.

- Quem te deu essas coisas Camila?! - Seu tom de voz se fechou e saiu um pouco mais alto.

- Isso não é da sua conta... - O encarei me sustentando ao fino fio de coragem que eu criei, e tentei não me exaltar. - O que tem para falar comigo? 

- Você sabe que eu voltei para Miami por sua causa, eu só fechei contrato com esse jornalzinho aqui por causa de você! - Sua mão pousou a mesa e a fixou lá como se pudesse atravesá-la - Tudo que eu ainda faço para beneficio das pessoas ao seu redor é unicamente por sua causa! Você não pode me tratar assim.

- Primeiro que eu nunca te pedi para voltar, muito pelo contrario. Depois de tudo que você me fez, teria sido um grande favor continuar aonde você estava, eu... - Instantaneamente os pensamentos me assaltaram a fala, a dor voltou com toda sua intensidade, era inacreditável como até o cheiro do seu perfume me causava uma ânsia desmedida.


As luzes continuavam brilhando acima de mim ofuscando minha vista, eu não tinha nenhuma noção de tempo naquele lugar, a cada dia que passava eu me sentia mais perdida, depois da noticia frustante que eu acabara de receber, minhas forças iam se dissipando, a vontade de continuar a luta já não me atingia mais, no lugar dela a escuridão se fez e doía mais ainda eu estar sozinha ali.

- Alguém veio me visitar? - Perguntei com dificuldade a enfermeira que cuidava de mim, minha única companhia até agora.

- Sim, veio uma jovem loira e alta. Ela disse que era sua irmã, acho que se chamava Dinah Jane, se não me engano. Mas você estava dormindo, ela passou o dia inteiro aqui mas foi embora a mais ou menos umas duas horas atrás, parecia que havia acabado de voltar de viagem, porque estava com umas malas. - Ela respondeu enquanto preparava alguma medicação na seringa.

- Oh a Dinah veio?! Mas ela estava de férias com a família na Califonia, céus eu não acredito que estraguei a viagem dela... - Tentei falar apenas para mim, mas minha lamentação saiu alto demais.

- Estragou nada, você acha mesmo que eu ia ficar longe meu amor? - Aquela voz soava como minha música preferida, ela preencheu aquele fúnebre ambiente com um sorriso radiante - Me perdoe por não ter estado aqui antes, eu vim o mais rápido que pude. Como você se sente?

- Não sei na verdade, eu estou estranha. Mas pelo menos já não estou mais entubada. - A respondi com dificuldade tentando ficar sentada na cama, ainda doía um pouco o corpo.

- Pois descanse, eu vou estar aqui o tempo todo agora. - Dinah tentou me tranquilizar depositando um casto beijo em minha testa.

- Sua recuperação está ótima, em poucos dias já estará de alta. - A enfermeira se pronunciou encarando a nós duas com um sorriso sereno. - Posso falar com você um instante Srta Hansen?

Dinah assentiu e as duas saíram do quarto, em poucos minutos ela voltou, já não estava com o mesmo sorriso, mas tentou um disfarce ao me notar, caminhou de volta até a cama e se sentou na poltrona ao meu lado, pegou o buquê de flores que havia trago outrora e depositou na parte inferior do criado mudo, ela portava um copo d´água nas mãos e me entregou junto a um copinho plástico onde constava um coquetel de comprimidos.

- O que a enfermeira te falou? - Eu recebi o remédio e a indaguei antes de o levar até a boca.

- Para cuidar direitinho de você, e não te deixar fazer nenhuma traquinagem, seu corpo ainda está frágil. Tome seu remédio. Você quer alguma coisa? Quer que eu ligue a TV ou coloque uma playlist no celular? Ou que eu te leia alguma coisa, por favor não escolha essa última opção. - Ela concluiu rindo enquanto segurava minha mão, Dinah não sustentava o olhar ao meu, o que me fazia acreditar que havia algo mais.

- Eu queria que você lesse algo para mim, de preferência um romance do século XIX, mas teria ser na escrita original. Pode ser?

- Não Camila, tenha de misericórdia. Até eu consegui terminar o primeiro paragrafo, o sol nasce amanhã. Me poupe! - Ela me olhou com a feição em desespero esperando eu falar que estava brincando, o que me rendeu uma gargalhada e um gemido alto de dor por ter contraído o estomago. - Oh, me desculpe. Você não pode te fazer rir também, ainda não.

Uma áurea de tensão se instalou entre nós e a pergunta que martelava em meu subconsciente veio a tona, eu já nem sabia se ainda queria saber a resposta, mas depois de tanto tempo me martirizando com aquilo, eu precisava saber, nenhum desses dias eu havia recebido notícias dele.

- Você sabe do Charlie? Ele não veio me visitar... - Minha pergunta trancou uma expressão em sua face.

- Camila, eu acho melhor você esquecer ele. - Ela respondeu levantando-se da poltrona e caminhou em direção a janela.

- Você está sabendo de alguma coisa?

- Ele foi embora para Nova Iorque, apenas deixou uma carta mas eu já a joguei a fora. - Dinah não tinha sequer coragem para me encarar.

- Como assim Dinah?! Você não tinha esse direito, a carta era pra mim. Primeiro que não era nem para você ter lido, quem dirá ter jogado fora. - Eu exclamei sentindo dor novamente, um misto de sentimento invadiu meu interior naquele momento, e eu me senti ainda mais confusa.

- Você entendeu o que eu disse?! Ele foi embora, ele te deixou aí nesse estado e você está preocupada com uma porcaria de carta que eu joguei fora?! Acredite em mim Camila, não valia a pena. - Sua expressão se fechou mais ainda, e com os olhos marejados ela se aproximou outra vez - Mas já que você está querendo me recriminar por ter feito isso, vou ter mostrar algo que talvez tire alguma dúvida que você ainda tiver sobre aquele escroto.

Ela tirou de seu bolso o celular e me mostrou uma matéria de uma revista de fofocas, uma foto dele beijando uma outra mulher loira em uma festa ocupava uma página inteira, os dois pareciam bem íntimos, estavam de mãos dadas e sorrindo. Ver aquilo foi como se eu estivesse em um mundo paralelo, e naquele instante eu duvidei até dos 5 anos que vivi ao lado daquele homem, eu não podia acreditar que sua face estava tão tranquila e serena sabendo que eu estava ali naquele hospital por causa dele.

- De quando é essa foto?! - Minha pergunta quase não saiu com o peso de tudo que estava passando em minha mente, e os olhos não foram mais capazes de segurar o que apertava em meu coração.

- De ontem...

- Ontem?! Eu estou aqui a quanto tempo? - A entreguei de volta o aparelho e ela o bloqueou guardando-o de volta no bolso.

- Camila, não importa. O que importa agora é que você está se recuperando, e logo estará em casa. 

- Quanto tempo Dinah? - Insisti a vendo voltar até a janela para novamente não me encarar.

- Dois meses. Os médicos me disseram que você ficou em coma por quase um mês e meio, e o seu querido noivo foi embora assim que te deixou aqui. - Uma lágrima escorreu teimosa por seu rosto - Pelo menos ele teve a decência de te trazer ao hospital e preencher a ficha, mas colocou o meu telefone como contato. E a carta que ele escreveu, foi para mim e não para você. - Eu não conseguia digerir aquilo, parecia um soco a cada palavra dita - Eu só fiquei sabendo o que tinha acontecido, quando o hospital me ligou dizendo que você havia acordado, eu entrei em pânico.

- Dinah... - Eu já não sabia o que dizer.

- Você merece coisa bem melhor Walz, aquele idiota não sabe a mulher que ele perdeu... - Ela veio até a cama outra vez e segurando em minha mão continuou - Agora tem algo que eu preciso te contar também, não sei se é o momento certo ainda, mas como vai ter que ser eu mesma que vou te contar, então é melhor que saiba de uma vez...


- Camila, eu não admito que você fique com mais ninguém, você é minha! - Sua voz aumentou e ele se levantou ficando em pé a minha frente, o buquê foi parar no outro lado da sala, após ele ter o arremessado sobre o sofá.

- É muita audácia sua dizer isso depois de toda a merda que você me fez, depois de tudo que me fez passar nos últimos dias daquele nosso relacionamento abusivo e fracassado. - Eu permaneci sentada tentando me manter calma, mas no fundo o pavor de ver aqueles olhos queimando em fúria não tinha como ser contido, eu não saberia o que fazer se sua raiva transbordasse.

- Eu nunca encostei um dedo em você...

- Um relacionamento abusivo não se resume apenas em agressões físicas, você sabe muito bem do que estou falando. - Agora eu também me levantei ficando de pé quase na mesma altura que ele, devido aos saltos - Se o seu assunto era somente este, faça me o favor, você já pode sair e se não for muito incomodo, não dirija a palavra nunca mais a mim, a não ser que o assunto seja profissional. - O indiquei a porta e ao passar por ele, meu braço foi segurado com força, quase o marcando.

Você me acusa, mas na verdade não sabe o que aconteceu. Aquilo foi um acidente, eu já te disse várias vezes. - Seu olhar penetrou a minha íris, e sua respiração pesada e impaciente atingia a pele de meu rosto, ele estava perto demais - Nós éramos felizes, você me amava e estávamos prestes a casar. Eu estou aqui de volta para buscar o que é meu, e eu o terei.

- Você pode repetir quantas vezes quiser, porque ao contrário do que você pensa, eu não estava inconsciente quando me soltou daquela maldita escada. - Seus olhos cresceram em espanto, talvez ele não esperasse por aquela revelação - Nós éramos felizes até sua maldita máscara cair e revelar essa criatura nojenta aqui na minha frente, que só pensa no próprio bem estar e é capaz de passar por cima de tudo e todos para não perder o conforto. Se a sua intenção era me ter de volta, então você já pode voltar para o quinto dos infernos de onde estava e com quem estava, e me deixe em paz de uma vez por todas.

- Você sabe que não é tão simples assim se livrar de mim não é? Eu não vou te deixar em paz até que você me aceite de volta. - Sua voz soava assustadora, mas eu precisava me manter firme. - Tem certeza que vai me expulsar desse jeito mesmo?!

- Você já deveria saber que eu nunca te amei, eu nunca te desejei, até o sexo com você eu fazia a força, eu te aturava por causa do meu pai e se eu não queria estar com você antes, agora é que eu não quero mesmo. Saia! - Puxei meu braço o desvencilhando do dele e gritei o empurrando em direção a porta. Nem tudo aquilo que eu disse era verdade, de fato eu nunca o desejei, mas me sentia dependente dele, eu havia me acostumado a o ter em minha vida, e embora as chamas da paixão ou do amor não acendesse quando estávamos juntos, sua presença havia se feito marcante por um tempo, pelo tempo até que sua verdadeira face foi revelada.

- Você pode esquecer toda a tranquilidade que tem, eu vou acabar com tudo que te faz feliz! Se você achava que havia sofrido antes, pode se preparar Camila. - Seus olhos percorreram por todo o meu corpo e inacreditavelmente um sorriso diabólico riscou seus lábios, mudando instantaneamente a feição de raiva que ele portava, até um calafrio surgiu após ouvir aquelas palavras. - Você não é burra que eu sei, vamos lá eu posso relevar o que você disse se parar com essa tolice e se render a mim. Você sabe não pode ficar com mais ninguém, você me pertence.

- Você ainda está aqui? - Eu já não o encarava mais, estava de costas para ele me apoiando na bancada.

- Ok Camila... - Eu me virei para aguardar qual seria seu próximo ato e ele passou as mãos sobre o tecido de sua blusa social a ajeitando, me lançou um último olhar fulminante como se estivesse guardando cada detalhe do meu corpo em sua memória e partiu batendo a porta com força.

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Notas Finais


Olá, olá! Como vocês estão meus amores?! 😇💞
Que saudade que eu estava de atualizar... Está tão difícil conseguir tempo, ainda mais com os tombos das nossas divas!!! Fora a correria do dia a dia, eu ainda tenho que ajudar nos streams... Falando nisso, vocês estão na ativa também né? Não podemos parar nunca, nossas nenéns precisam dos fãs. Camilinha arrasando ontem, 5H divulgando Down... Coisas mais lindas de mãe! É isso little babies, obrigada mais uma vez por continuarem aí e me apoiando, eu posso demorar mas eu sempre volto, e ficarei imensamente feliz se não esquecerem daquele lindo voto que eu adoro 💓 e os comentários que me arrasam! Beijos meus amores, até mais!!! Adooooro vocês! 😘💖

🐦 @mirneycruz


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